“O desprezo com que este ministro fala sobre garantistas é enojante. E ele só virou ministro por ter sido confundido com um. Ou ter-se disfarçado de. Depois de empossado é que revelou seu populismo penal, com pitadas de psicopatia….“(Marcelo Semer).
Barroso diz que não é fácil e nem simples a tarefa de fazer com que o Brasil deixe de ser o país onde o crime compensa, os bandidos perseguem os mocinhos e o mal vence no final.
Nesse bangue-bangue em que ele tem relação afetiva direta com os mocinhos, Barroso diz que a Constituição proíbe expressamente a utilização de provas ilícitas em processo de qualquer natureza.
Certamente, Barroso acha que a prova do powerpoint de Dallagnol, seu mocinho preferido, nesse faroeste à brasileira, contra Lula na base da convicção, é constitucional.
Pior, Barroso, com certeza, acha que laços afetivos entre procuradores e ministros envolvidos no mesmo caso, um acusando e o outro julgando, é coisa de mocinho e não de bandido.
O que piora ainda mais é Barroso chamar de “posição técnica” laços afetivos entre ministro e procurador envolvidos diretamente num mesmo caso.
O que Barroso, em seu treletê retórico, não fala é que ninguém da Lava Jato contestou as mensagens vazadas pelo Intercept.
Só sabem dizer que foram vazadas ilegalmente como se os vazamentos ilegais da Lava Jato para a Globo fossem feitos dentro da legalidade, inclusive o que foi feito por Moro contra a Presidência da República numa conversa de Dilma com Lula.
Para entornar o caldo cheio de fantasias teatrais, Barroso perdeu a memória, pois defendeu as 10 medidas de Moro.
Entre as dez medidas uma é usar prova ilícita para criminalizar cidadãos.
Mas Barroso parece que bateu a cabeça em algum lugar, porque agora lembra que existe uma constituição.
Parece que a vista do ministro Barroso, alcança a Constituição Federal até o limite dos seus interesses pessoais.
Não foi o “pula pocinha” em suas mais recentes, no STF, que subiu no coreto e defendeu o linchamento popular como termômetro da boa justiça e deu um bico na constituição?
Para Barroso, armação de juiz parcial com procurador, pode.
O que não pode é isso ser revelado através de mensagens vazadas.
Mas há um detalhe que faz o pomposo Barroso cair do tamanco.
O próprio diz que são provas. Ou seja, foram conseguidas ilicitamente, mas são provas de crime de seus mocinhos da Lava Jato.
*Carlos Henrique Machado Freitas