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Política

STF inicia hoje julgamento que aborda limites constitucionais da atuação das Forças Armadas e sua relação com hierarquia de Poderes

Em uma reunião ministerial de abril de 2020, Bolsonaro mencionou a necessidade de cumprir o artigo 142 da Constituição.

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciará o julgamento, nesta sexta-feira, de uma ação que aborda os limites constitucionais da atuação das Forças Armadas e sua relação de hierarquia com os Poderes. Esta análise ocorrerá no plenário virtual e está prevista para se estender até o dia 8 do próximo mês.

O tema foi levado ao STF por meio de uma ação apresentada pelo PDT em 2020, questionando aspectos da legislação que regula o emprego das Forças Armadas, incluindo a atribuição do presidente da República para decidir sobre o uso delas em situações envolvendo os demais Poderes.

Em 2020, o ministro Luiz Fux, relator da ação, emitiu uma decisão liminar afirmando que as Forças Armadas não exercem um poder moderador em eventuais conflitos entre Executivo, Legislativo e Judiciário. Ele ressaltou que, em uma federação, nenhum Poder deve prevalecer sobre os demais, segundo O Globo.

O contexto que levou o PDT a apresentar a questão ao STF foram declarações do então presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores sobre uma suposta disposição constitucional que permitiria aos Poderes solicitar intervenção militar para restabelecer a ordem. Em uma reunião ministerial de abril de 2020, Bolsonaro mencionou a necessidade de cumprir o artigo 142 da Constituição.

Essa interpretação distorcida do artigo constitucional, que trata do papel das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem, já havia sido refutada pelo STF, que descartou a possibilidade de o poder civil se submeter ao militar. Segundo o ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente da Corte, o artigo 142 não confere às Forças Armadas um papel moderador hegemônico.

Antes do início do julgamento no plenário virtual, a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou um parecer afirmando que as Forças Armadas não têm poder moderador e não podem ser utilizadas pelo Executivo contra outros Poderes. A AGU defende que o comando das Forças Armadas pelo presidente está limitado ao que determina a Constituição, e qualquer intervenção em outros Poderes seria uma extrapolação desse papel.

O caso retorna à pauta de julgamento do STF em um momento em que as investigações da Polícia Federal sobre uma possível tentativa de golpe de Estado envolvem militares. Em sua delação premiada, Mauro Cid, ex-auxiliar de Bolsonaro, menciona que a cúpula das Forças Armadas foi convocada ao Palácio do Alvorada para discutir uma minuta que contemplava a decretação de estado de sítio no país.

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Política

O Brasil tem duas constituições, a oficial e a do Merval

Invejo a energia de Merval Pereira. O sujeito, durante ao menos 30 anos, ganha o prêmio de maior batateiro da mídia nacional.

Aliás, nesse quesito, o portento é o mentor de muitos idiotas que se esmeram em escrever besteiras em defesa da direita tropical.

O leitor de Merval não precisa fazer esforço para analisar seus textos patéticos, é só descobrir qual a novidade que ele estampará na sua coluna no Globo e, a partir disso, admirar a escrita do gigante das patacoadas.

Pior, Merval Pereira, o presidente da Academia Brasileira de Letras, imagina isso, nunca quis fazer uma escrita fina. Sua cantilena se dá a partir da manchete ou algo que esteja na moda no mundo da política. Para ele, Lula está há trinta anos na moda, o que faz com que Merval não fique sem atacá-lo em uma única linha.

A sua nova pataca dá conta de que Lula não tem que se meter na PGR, mesmo que a constituição brasileira diga o inverso. Mas o que é a constituição oficial se comparada à que sai da cabeça de Merval?

Segundo Merval, e somente ele, a prerrogativa de escolher o novo Procurador-geral da República não é de Lula, mas do Ministério Público.

Então, pergunta-se, alguém leva esse sujeito a sério?

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Política

E Bolsonaro quer que acreditemos que ele nunca ouviu falar em golpe

O enterro da democracia, mas “dentro das quatro linhas da Constituição”

“O presidente Bolsonaro jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado”, disseram seus advogados de defesa em nota oficial. E acrescentaram, a propósito do plano de golpe encontrado no celular do ajudante de ordem de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, preso há 45 dias:

“Registramos ainda que o ajudante de ordens, pela função exercida, recebia todas as demandas – pedidos de agendamento, recados etc. – que deveriam chegar ao presidente da República. O celular dele, portanto, em diversas ocasiões, se transformou numa simples caixa de lamentações”.

Na categoria “lamentações”, certamente se destaca a prosaica mensagem enviada a Mauro Cid pelo coronel Jean Lawand Junior, à época o subchefe do Estado Maior do Exército, cotado para ser promovido em breve a general:

“Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele [Bolsonaro] dê a ordem que o povo está com ele, cara. Se os caras [os generais] não cumprir, o problema é deles. Acaba o Exército Brasileiro se esses caras não cumprir a ordem do Comandante Supremo. Como é que eu vou aceitar uma ordem de um General, que não recebeu, que não aceitou a ordem do Comandante. Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer”.

Destaca-se também a troca de mensagens entre Gabriela Santiago, mulher de Mauro Cid, e Ticiana Villas Bôas, filha do general Villas Bôas, comandante do Exército quando Bolsonaro se elegeu. Bolsonaro é grato a Villas Bôas. A mulher do general frequentou o acampamento dos golpistas à porta do QG do Exército.

Ticiana – Tem que ter alguém que articule isso com os protestantes. E isso tem de vir dos caminhoneiros.

Gabriela – Não vai ser dessa forma. Como você falou, a orientação tem que ser outra. Os caminhoneiros têm que ser orientados.

Ticiana – Alguém tinha que falar com eles.

Gabriela – Sim, foi o que o presidente pediu. E acho que todos têm que vir para Brasília.

Gabriela – Invadir Brasília como no 7 de setembro, e dessa vez o presidente com toda essa força agirá.

O golpe seria em três atos, aqui resumidos.

Ato I

Bolsonaro proclama que as decisões tomadas pelo Tribunal Superior Eleitoral durante as eleições de 2022 desrespeitaram a Constituição, decreta o Estado de Sítio e pede que os militares indiquem um interventor federal.

Ato II

O interventor afasta do tribunal os ministros Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia, substituindo-os pelos ministros André Mendonça, Kássio Nunes Marques e Dias Tóffoli. São anulados os resultados da eleição presidencial de 2022

Ato III

Dentro de um prazo incerto, o interventor convoca uma nova eleição presidencial. (A minuta do golpe não diz se Bolsonaro poderá disputá-la, e se Lula será impedido. Mas diz que tudo será feito “dentro das quatro linhas da Constituição”.)

Está na Constituição que a democracia é uma cláusula pétrea. Como tal, não pode ser revogada. Nada previsto na minuta do golpe sob a guarda de Mauro Cid está de acordo com a Constituição. Um dos fundamentos da democracia é a alternância no poder. Bolsonaro nunca escondeu que é a favor da ditadura.

Ele só não tentou dar o golpe porque não tinha certeza da adesão à ideia do comando do Exército e das demais Forças. Afirmar que jamais conversou sobre o golpe com ninguém, jamais ouviu falar de golpe, jamais cogitou aplicá-lo é uma grossa mentira, mais uma de um presidente que governou à base de mentiras.

Na palavra de Bolsonaro, hoje, só acreditam – ou talvez ainda acreditem – aqueles que, segundo o coronel Jean Lawand Junior, “cagavam” e tomavam “banho de chuva” sob a proteção dos militares, país afora.

*Blog do Noblat

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Opinião

A autonomia do Banco Central é compatível com a Constituição?

Resumo: resta saber se o presidente do Banco Central é o superego da nação.

Por Lenio Streck

Conjur – O tema “independência ou autonomia do Banco Central” está na ordem do dia. O novo governo faz fortes críticas à atuação do BC. Afinal, a taxa de juros no Brasil é o dobro da inflação, desbordando do que ocorre com as demais taxas do mundo (vide EUA e União Europeia).

Para além da economia, o que o Direito pode dizer? Gilberto Bercovici foi quem melhor tratou do assunto no artigo Sobre o Banco Central Independente [1]. O artigo tem de ser lido. Por juristas, economistas, jornalistas e jornaleiros.

Bercovici reconstrói a história institucional do fenômeno. Mostra o fator “privatização dos bancos estaduais” ocorrida na década de 90 como elemento primordial da centralização da autoridade monetária no Banco Central. Diz também que o problema desse processo de reestruturação da política monetária foi o fato de que a recomposição da capacidade de intervenção pública se esgotou na tentativa de controle sobre os gastos públicos. Fala também da bizarrice que foi a equiparação da função de presidente do Banco Central do Brasil à de ministro de Estado em 2004. Isso gerou uma certa confusão institucional: um presidente de autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda (artigo 8º da Lei 4.595/1964) se torna equiparável a ministro de Estado, ou seja, com as mesmas prerrogativas de função daquele que supostamente é seu superior hierárquico na administração pública, o ministro da Fazenda.

Mas vinha coisa mais complexa pela frente: a tão falada autonomia do Banco Central (Lei Complementar 179, de 24 de fevereiro de 2021). Pela nova legislação, o presidente e a diretoria do Banco Central passam a ter mandatos fixos e não coincidentes com o mandato do presidente da República, que perde o poder de nomear e demitir os ocupantes dessas funções quando bem entender.

Bercovici chama a essa entidade um “Frankenstein” na estrutura administrativa brasileira: uma autarquia não subordinada ao presidente ou a nenhum ministro, um órgão que paira no ar, sem vínculos, sem controles.

Esse é o busílis.

O Supremo Tribunal teve a chance de dar um fim nesse Frankenstein. Porém, na Ação Direta de Inconstitucionalidade ADI 6.696, decidiu pela constitucionalidade.

Passa um pequeno período de tempo e surgem fatos novos. Taxa de juros estratosférica que coloca em polos opostos o novo presidente eleito e o presidente do Banco Central.

O ponto que se põe é: qual seria o dispositivo constitucional que daria suporte à lei que concede autonomia ao Banco Central? Ao argumento de que ele deve ser autônomo para estabilizar a economia, cabe perguntar: a golpe de caneta monetária o presidente do BC tem mais capacidade do que toda a equipe econômica de um presidente da República? A Constituição estabelece quem deve cuidar da economia. E nisso está inserida a estabilidade e a responsabilidade social para com a população.

Examinando o texto constitucional, temos que ali estão determinadas as normas para a consecução de políticas públicas que devem visar a erradicar a pobreza e fazer justiça social (por exemplo, artigo 3º). Isso sem considerar o próprio cerne daquilo que chamamos de “Constituição Econômica”.

Parece que esquecemos que a nossa Constituição tem o claro perfil dirigente. A CF-88 é compromissória e dirigente, filha das Constituições dirigentes do segundo pós-guerra, mormente se pensarmos em países periféricos como o Brasil.

Lembro que nos anos 90 cunhei a tese de uma CDAPP — Constituição Dirigente Adequada para Países Periféricos, na esteira da já então criticada Constituição Dirigente tratada pelo constitucionalista J J Gomes Canotilho.

Dizia eu, então, no que fui acompanhado por Gilberto Bercovici, Martonio Barreto Lima e Marcelo Cattoni, que a nossa Constituição, a par das críticas ao dirigismo original feito pelo próprio Canotilho, continuava dirigente [2]. Mais: de minha parte, a tese do dirigismo constitucional continua válida enquanto não resolvermos o triângulo dialético propugnado pelo próprio Canotilho, inspirado em Johan Galtung (falta de segurança, pobreza e falta de igualdade política). A Constituição ainda vale. E nela nada consta sobre Banco Central independente ou autônomo. Banco Central aparece oito vezes no texto da Constituição. Nenhuma vez sequer se insinua a sua autonomia ou independência para além do poder do presidente da República — basta ver que o regime continua sendo o presidencialista.

Trata-se de analisar o papel do Estado na economia. E o do governo. Enquanto não resolvermos esses problemas (pobreza, segurança e igualdade política), ainda precisamos de forte atuação estatal para a consecução desses objetivos constitucionais. Isto é, aqui no Brasil a Constituição que dirige não morreu. E por isso precisamos de uma Constituição que diga o que fazer. Que resgate compromissos. Que resgate as promessas modernas até hoje incumpridas. E a nossa diz claramente como fazer isso. Quer queiramos, quer não queiramos. A Constituição é um fato. Ou ela vale apenas quando se fala em imunidades e isenções?

Não parece adequado à Constituição um organismo como o Banco Central autônomo, cujo presidente, sem mandato popular, sem legitimidade, estabeleça as diretrizes do desenvolvimento econômico. Porque, no fundo, é isso que acontece. O Banco Central manda mais que o presidente.

O Brasil é uma República representativa. Presidencialista. Elege-se o presidente para elaborar políticas públicas. Que devem ser compatíveis e obedecer a Constituição. Ora, se o presidente do Banco Central resolver triplicar a taxa de juros em relação ao índice inflacionário (duplicada já está) e isso gerar mais pobreza, quer dizer que a atuação do presidente do Banco Central é inconstitucional, porque a Constituição diz o contrário. Pior: a culpa e responsabilidade serão debitadas na conta de quem foi eleito presidente. Da República. E não do Banco Central. Sei que parece uma platitude dizer isso. Mas por aqui há que se dizer o óbvio — que se esconde no anonimato.

Tem-se a impressão de que estamos no mundo de paroxismos. Ocorre uma disputa quase fratricida nas eleições. Quase ocorreu um golpe. Elege-se o presidente. E quando ele quer fazer cumprir, para o bem e para o mal, sua plataforma de governo, o presidente do Banco Central atua como superego da nação.

Resta saber se o Banco Central pode tanto a ponto de ser esse superego, espécie de grilo falante do sistema político-econômico.

Numa palavra final, retomo Bercovici, para dizer que, para além de toda a questão constitucional, o problema da “independência” do Banco Central é menos jurídico e essencialmente político. A pergunta que deve ser feita é: Banco Central independente de quem?

Ao que parece, o BC é independente do sistema político e de todo e qualquer controle democrático — com o que se volta à questão constitucional.

Por último, alguém dirá que essa questão já está decidida pelo STF. Respondo, dizendo: mas o STF não disse que o modelo anterior era inconstitucional. Consequentemente, então, na pior das hipóteses, a Constituição admitiria mais de uma possibilidade de configuração. Além disso, o fato de o STF dizer por último não significa que esteja sempre certo. E decisões não são eternas.

Isto é, o presidente da República pode entender, e o Congresso também, que esse modelo de “independência” do Banco Central criou um problema do ponto de vista político e econômico.

Ou, ironicamente, a possibilidade de rever decisões que afetam estruturalmente a vida das pessoas seria inconstitucional?

Por isso, diante do problema criado, cabe alterar o modelo de Banco Central. Isso porque a alteração do modelo não é inconstitucional. Ao contrário, tornar-se-ia adequado ao modelo constitucional compromissório e dirigente inscrito na Constituição do Brasil.

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Política

Bolsonaro entra na Justiça para proibir STF de abrir inquérito sem aval do MP

Advocacia-Geral da União argumenta que medida fere preceitos fundamentais da Constituição; artigo do regimento possibilita abertura de investigação sem passar pela PGR, como o inquérito das fake news.

O presidente Jair Bolsonaro entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira, para suspender um artigo do regimento interno da Corte que permite a abertura de investigações de ofício, ou seja, sem passar pela Procuradoria-Geral da República (PGR), como é o caso do inquérito das fake news. O processo foi apresentado em meio às ameaças de apresentação de pedidos de impeachment contra os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes

A medida pede que o artigo 43 do regimento do Supremo seja suspenso liminarmente até julgamento do tema pelo STF. A Advocacia-Geral da União argumenta que a maneira como o artigo tem sido usado pelos ministros fere ” preceitos fundamentais” da Constituição e ameaça “os direitos fundamentais dos acusados nos procedimentos inquisitórios dele derivados”.

A ação chegou ao STF às 18h43m desta quinta-feira. A ADPF foi discutida na mesma reunião em que foi tratado o pedido de impeachment, na tarde desta quinta-feira. Na reunião, auxiliares de Jair Bolsonaro voltaram a pedir que o presidente reconsiderasse o ato. A medida que contesta as decisões do STF foi apresentada como uma alternativa para Bolsonaro se convencer de adiar a medida contra os magistrados. O inquérito 4781, das fake news, é considerado o mais problemático para o Planalto.

A abertura de inquéritos de ofício no STF possibilitou, além da abertura do inquérito das fake news, onde Bolsonaro passou a ser investigado, o início de outros inquéritos abertos recentemente pelo ministro Alexandre de Moraes que têm como alvo o presidente.

*Com informações de O Globo

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Política

Militares contrariam fala de Bolsonaro de usar exército

As coisas vão de mal a pior, o cerco se fecha e as Forças Armadas batem de frente com o genocida.

Ideia é vista como esdrúxula no Supremo; políticos apontam repetição de padrão do presidente.

De acordo com matéria de Igor Gielow, publicada na Folha, menos de um mês após a maior crise militar desde 1977 no país, Jair Bolsonaro voltou a incomodar altos oficiais das Forças Armadas com o que consideram uma bravata: o uso do Exército contra medidas de restrição para combater a Covid-19.

Durante sua visita a Manaus na sexta (23), o presidente disse à TV A Crítica que “nossas Forças Armadas podem ir para rua um dia sim (…) para fazer cumprir o artigo 5º [da Constituição]: o direito de ir e vir, acabar com essa covardia de toque de recolher, direito ao trabalho, liberdade religiosa”.

Para membros da cúpula militar ouvidos nesta manhã de sábado (24) pela Folha, Bolsonaro confunde conceitos e usa sua posição de comandante-em-chefe da Forças Armadas de forma política, para pressionar adversários como os governadores João Doria (PSDB-SP) e Rui Costa (PT-BA).

O presidente, que já causara contrariedade anteriormente entre oficiais-generais ao insinuar que “o meu Exército” iria combater as restrições, desta vez foi mais detalhista ao desenhar o que pretende fazer.

“Nosso Exército, as nossas Forças Armadas, se precisar iremos para a rua não para manter o povo dentro de casa, mas para restabelecer todo o artigo 5º da Constituição. E se eu decretar isso, vai ser cumprido”, num trecho observado por um almirante como tentativa de asseverar autoridade.

Juridicamente, a ideia do presidente é uma salada que foi vista como esdrúxula por integrantes do Supremo Tribunal Federal, onde qualquer ação mais radical de Bolsonaro invariavelmente iria acabar.

Na entrevista, ele disse que direitos fundamentais de ir e vir e de associação são tolhidos pelo toque de recolher. Como instrumento para sacar a carta militar, usou o surrado artigo 142 da Constituição, que dispõe sobre o emprego das Forças Armadas.

No texto, os Poderes podem requisitar o uso de força para manter a ordem pública. Aí entra o truque retórico de Bolsonaro, que na entrevista afirma que tem um plano discutido no governo para “o que fazer se um caos generalizado se implantar no Brasil pela fome”.

No discurso presidencial, medidas que visam coibir a circulação do novo coronavírus, que de resto nunca chegaram perto de um lockdown com exceções pontuais, são as responsáveis por desemprego e miséria.

Como é usual, ele culpou o Supremo por “lamentavelmente” ter dado poderes aos governadores e prefeitos, o que é uma leitura torta: a decisão da corte visava suprir justamente a ausência de ações de governo no começo da pandemia.

O fato de Bolsonaro ter demorado quatro meses para restabelecer um auxílio emergencial quando a pandemia recrudescia naturalmente não entra na fala.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), inclusive está discutindo a recriação de mecanismos do chamado Orçamento de Guerra, para aumentar o poder de fogo reduzido da ajuda neste ano.

O orçamento, aliás, em 2020 foi aceito pelo governo a partir de uma proposta que envolveu Congresso, Supremo e Tribunal de Contas da União, sem iniciativa por parte do Planalto.

A questão é que, na prática, o caos que há no país é sanitário, com as quase 400 mil mortes da pandemia. Na visão de oficiais, não há nada que demande ação militar, no sentido de violência ou saques sistemáticos de supermercados, por exemplo.

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Financial Times: militares foram ‘sábios’ ao escolher Constituição ao invés de Bolsonaro

O britânico Financial Times destaca, em editorial publicado nesta segunda-feira (5), que a saída dos comandantes das Forças Armadas do governo Jair Bolsonaro é “motivo de comemoração”. “Entre a lealdade a um presidente errático e imprevisível que desprezou abertamente o Congresso e os tribunais ou jurar fidelidade à Constituição do Brasil, eles sabiamente escolheram a última opção”, diz o jornal.

O texto faz referência à troca de seis ministros do governo. A demissão do então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, levou os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica a também entregarem os cargos.

O jornal britânico também ressalta o que chama de “firmeza louvável” do Supremo Tribunal Federal (STF) ao resistir às tentativas de Bolsonaro de ampliar os poderes do Executivo em situações de emergência ou de vetar lockdowns impostos por governos estaduais e municipais.

O editorial desta segunda-feira foi publicado apenas dois dias após o jornal publicar um outro editorial citando que os erros de condução do enfrentamento à pandemia deixaram Jair Bolsonaro “mais isolado do que nunca”.

*Com informações do 247

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Bolsonaro quer novamente explodir o gasoduto para livrar da cadeia os três filhos que transformou em marginais

Quanto mais se fala no risco do colapso iminente dos hospitais, mais Bolsonaro convoca seus dementes devotos para ir às ruas espalhar vírus e estimular que outros de igual letargia mental façam o mesmo.

Quando Bolsonaro vir a tragédia que criou, vai se deslumbrar, porque na cabeça dele, isso, se não liquida as pendengas com a justiça, seus filhos ao menos conseguem um pouco mais de oxigênio num ambiente cada vez mais sufocante para os três delinquentes que têm uma série de crimes nas costas e várias frentes de investigação sobre as relações da família com a milícia de Rio da Pedras e Muzena, o enriquecimento ilícito de Flávio Bolsonaro, a indústria de fake news comandada do gabinete do ódio por Eduardo e Carlos Bolsonaro e, principalmente o assassinado de Marielle pelo vizinho de porta de Bolsonaro, Ronnie Lessa.

A história apertou o passo contra o clã Bolsonaro e todos agora correm o risco de sair do poder direto para a cadeia. Motivos não faltam, investigações também não.

A interferência na Polícia Federal não é por outro motivo. Celso de Mello quer uma investigação acurada da PF para confirmar o que todos já sabem, que dois dos filhos de Bolsonaro comandam essa organização criminosa que não só ataca inimigos, mas instituições, além de convocar manifestações contra o Congresso e STF e em prol do AI-5 e ditadura militar.

A crise final de Bolsonaro com Moro é essa. Valeixo não teve como se esquivar da pressão do STF, Celso de Mello está com fogo nos olhos atrás do clã, sem mostrar qualquer sinal de afrouxamento diante das evidências que, confirmadas pela PF, já arrastam os dois meliantes do clã para a Papuda.

Já Flávio Bolsonaro não consegue mais segurar as investigações contra seu impressionante e instantâneo crescimento patrimonial, sem falar de sua relação direta com o braço direito de Bolsonaro, o miliciano e assassino Fabrício Queiroz, a ponte entre o clã e o mundo das milícias cariocas.

Bolsonaro não quer saber de Constituição, legalidade, democracia, essas coisas são tolas para um bandido comum de sua envergadura. Não há nada de político nos crimes de Bolsonaro, são crimes comuns, desses que iriam para o programa do Datena se não fossem de Bolsonaro, a quem ele lambe por conta de patrocínio, assim como Roberto Cabrini, outro expoente dos programas do mundo cão que age de forma idêntica pelos mesmos interesses.

Bolsonaro é um picareta de quinta, o que não significa que não seja perigoso, ao contrário, o passado do beligerante que tem os torturadores da ditadura como exemplo de seus devaneios ditatoriais, não é sua apoteose, o que ele gosta mesmo é do tribunal do crime comum nas milícias cariocas.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Bolsonaro divide com as Forças Armadas a culpa pela carnificina que provoca com seu incentivo ao fim da quarentena

Bolsonaro volta a apoiar ato contra o STF e o Congresso e diz que Forças Armadas estão ‘ao lado do povo’.

Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada neste domingo (3) e foi até a rampa do Planalto para acenar aos manifestantes, aglomerados, que gritavam “Fora Maia”, entre outras coisas. Uma bandeira do Brasil foi estendida na rampa.

Bom, o “povo” que ele diz, é justamente uma massa de gente demente, branca das classes média e alta que veste verde e amarelo e odeia o povo brasileiro.

Bolsonaro ainda arrota valentia golpista: “Chegamos no limite, faremos cumprir a Constituição”.

Moro também foi alvo do protesto organizado pelo gabinete do ódio, comandado pelos filhos, Carlos e Eduardo Bolsonaro, que estão cada dia mais perto da cadeia do que da política.

O maníaco do planalto voltou a atacar governadores pelas medidas de isolamento social no combate à pandemia do coronavírus e criticou o que chamou de “interferência” em seu governo, numa alusão às recentes medidas do STF que podaram suas asas para se blindar e a filhos em ações da PF.

Bolsonaro disse querer “um governo sem interferência que possa atrapalhar o futuro do Brasil”

Segundo o neofascista, o efeito colateral das medidas de isolamento pode ser mais “danoso” que o próprio coronavírus.

No final da pantomima, Bolsonaro repetiu a referência às Forças Armadas: “Vocês sabem o povo está conosco, as Forças Armadas estão ao lado da lei, da ordem, da democracia e da liberdade, também estão ao nosso lado”.

Faltou dizer que os militares, junto com ele, são culpados por cada morte de cada brasileiro ocorrida por conta de seu apoio à Covid-19.

 

*Da redação

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Bolsonaro x Moro: No meio da pandemia o Brasil ainda enfrenta uma guerra de vermes

Por hora, a guerra entre dois vermes, Moro e Bolsonaro, somente produziu um racha nas redes sociais de ex-aecistas que não podem ver um corrupto de estimação que partem para abraçá-lo.

Até agora, só serviu para isso a guerra entre os dois vermes do país. Conjuntamente, Moro e Bolsonaro são culpados pela tragédia que o país atravessa com a pandemia do coronavírus e o consequente colapso dos hospitais.

Moro diz que Bolsonaro nunca se importou com a corrupção, como se os dois não fossem corruptos e que um não vê que outro não vale nada. Nesse caso, um criou o outro.

Em bangue-bangue de bandidos não existe mocinho. Os dois são fruto da mesma esbórnia jurídica que o país viveu na caça às bruxas contra o PT, o que o levou ao caos econômico, aumentando ainda mais a concentração de renda nas mãos do 1% mais rico.

Guedes, o terceiro verme dessa tríade de patifes, que fez a ponte entre os corruptos, Bolsonaro e Moro, não deixa dúvidas do horror que tem de pobres, como é o caso de Bolsonaro e Moro. Guedes liberou R$ 58 bilhões para salvar vidas de milhões de brasileiros, no mesmo passo em que liberou R$ 1,2 trilhão para meia-dúzia de banqueiros para salvá-los da pandemia.

Tudo nesse governo cheira a podre, à escória. Moro e Bolsonaro só abriram o bueiro que culminou no casamento dos dois, assim como o apadrinhamento de Moro ao casamento da deputada vigarista Carla Zambelli que, ao lado da, não menos vigarista, Bia Kicis, são as maiores propagadoras de fake news nas redes sociais.

Bolsonaro e Moro são um produto conjugado, os dois vermes se uniram para assaltar a democracia, rasgar a Constituição e enriquecer ainda mais os ricos, daí a proteção e idolatria dos donos do dinheiro a esses dois, sem falar da paixão que os plutocratas têm por Paulo Guedes. Ou seja, o Brasil enfrenta, além da pandemia, os piores vermes do planeta, tudo junto e misturado.

Pelo menos 90% das vítimas fatais da Covid-19 no Brasil têm por trás as mãos sujas desses três vermes assassinos, Moro, Bolsonaro e Guedes.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas