Entre os nomes que assinam a petição, destacam-se nomes como Chico Buarque, Gilberto Gil e Wagner Moura, entre outros.
Um grupo de renomados artistas e intelectuais, incluindo membros da comunidade judaica, enviou uma carta ao presidente Lula (PT), solicitando a ruptura das relações diplomáticas do Brasil com Israel. Eles argumentam que tal medida, sob a liderança de Lula, poderia ajudar a acabar com a “carnificina intolerável” na Faixa de Gaza.No documento, divulgado pela coluna da jornalista Mônica Bergamo, os signatários destacam que “O Brasil tem defendido repetidamente um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a solução de dois Estados conforme resoluções internacionais”. Entretanto, eles sublinham que a intensificação da violência por parte do governo Netanyahu, com ataques cruéis e desumanos contra civis, requer uma ação mais contundente do que meras propostas diplomáticas. “Diversos países da União Europeia e outras regiões já estão debatendo medidas mais firmes”, afirmam. Eles também mencionam os recentes ataques de Israel a um acampamento de deslocados em Rafah, no sul de Gaza, onde “dezenas de inocentes foram assassinados, evidenciando um desprezo inaceitável pela ética humanitária”.
A carta é assinada por personalidades como Chico Buarque, Gilberto Gil, Wagner Moura e Emicida; escritores e intelectuais como Milton Hatoum, Raduan Nassar e Jessé Souza; advogados e juristas como Pedro Serrano, Juarez Tavares e Carol Proner; e ex-ministros como Luiz Carlos Bresser-Pereira, Paulo Sérgio Pinheiro, Eleonora Menicucci, José Dirceu e Eugênio Aragão. Judeus proeminentes como Anita Leocádia, o jornalista Breno Altman e o professor Bruno Huberman também endossam o manifesto.
Leia, abaixo, a íntegra do documento:
Carta aberta ao presidente Lula sobre o genocídio do povo palestino
Estimado presidente Lula,
Primeiramente, gostaríamos de saudá-lo por sua postura sempre firme e coerente em solidariedade ao povo palestino, denunciando constantemente o genocídio do qual são vítimas, especialmente mulheres e crianças.
O Brasil tem apresentado várias propostas para o cessar-fogo na Faixa de Gaza e para a solução de dois Estados conforme resoluções internacionais. Graças ao seu governo, somos uma das nações que reconhecem, no âmbito das Nações Unidas, a soberania e a independência da Palestina.
No entanto, a crescente violência imposta pelo governo Netanyahu, com ataques desumanos e cruéis contra civis, exige que o mundo vá além de gestos e propostas diplomáticas, como já discutem diversos países da União Europeia e outras regiões. O governo Netanyahu viola abertamente deliberações da Corte Internacional de Justiça, desrespeitando o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral da ONU. Recentes ataques contra um acampamento de deslocados em Rafah, no sul de Gaza, com dezenas de inocentes assassinados, mostram um claro e inaceitável desprezo pela ética humanitária.
Estamos convencidos, querido presidente, que é hora de nosso país se unir às demais nações que romperam relações diplomáticas e comerciais com o Estado de Israel, exigindo o cumprimento das decisões que ponham fim ao genocídio e garantam a autodeterminação do povo palestino. Essas medidas, adotadas por nosso país sob sua liderança, certamente serviriam de exemplo a outros governos e seriam uma imensa contribuição para que se encerre essa carnificina intolerável.