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Moro quer deportar Glenn Greenwald

O ministério da Justiça ordena a repatriação de pessoas consideradas “perigosas” por meio de “investigação criminal em curso”. A medida parece encaixar no escândalo da Vaza Jato, revelado pelo site do jornalista e cujo alvo é o ex-juiz da Lava-Jato.

O ministério da justiça do Brasil editou uma portaria que regula a deportação ou o encurtamento da estadia no Brasil de pessoas consideradas “perigosas” ou “suspeitas” de praticar atos que contrariem a Constituição da República. Segundo a medida, assinada pelo ministro Sergio Moro, as autoridades de emigração poderão tomar conhecimento desses “suspeitos” por “informação de inteligência proveniente de autoridade brasileira ou estrangeira” e “investigação criminal em curso”.

A portaria, que recebeu o número 666, parece encaixar como uma luva no escândalo conhecido como Vaza-Jato, a série de reportagens do The Intercept Brasil, jornal fundado pelo jornalista norte-americano residente no Brasil Glenn Greenwald, que detalha ilegalidades de Moro na condução da Operação Lava-Jato.

E foi publicada do Diário Oficial da União, equivalente brasileiro ao Diário da República, menos de 48 horas depois da polícia federal ter detido quatro suspeitos de piratear os telemóveis de Moro e de mais cerca de 1000 autoridades, na Operação Spoofing. A relação entre essas detenções, que incluem um militante do DEM, o partido com mais ministros no governo de Jair Bolsonaro, e a Vaza Jato não foi confirmada pela polícia e acabou, entretanto, desmentida pelo próprio Greenwald.

O jornalista, aliás, já reagiu à portaria 666. Escreveu no Twitter, em inglês, que “como o New York Times, o Washington Post e outros têm noticiado, o The Intercept vem publicando uma série de devastadoras reportagens acerca da severa corrupção do ministro da justiça de Bolsonaro. Hoje ele publicou uma lei que prevê a deportação sumária de estrangeiros”.

 

*Com informações do Diário de Notícias

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