Sem capacidade para ler telepronter ou uma folha de papel, tampouco articular lé com cré, o Planalto cogita pôr um ponto no ouvido de Bolsonaro na ONU. Mesmo assim, duvidam que dê conta do discurso que Steve Bannon está bolando. Certo é que será o maior espetáculo da Terra, se for a NY. (Palmério Dória)
Alguns apostam que Bolsonaro seguirá a linha do desastroso discurso feito pelo Ernesto Araújo . Outros acreditam que ele vai meter atestado e dar um beiço no evento. O fato é que é um espetáculo garantido, contra a imagem do Brasil, é claro.
O vexame internacional é certo. Disso ninguém duvida, nem seus assessores que já são em si, um vexame.
Li que a única alternativa é pôr um dublê. Mas aí me pergunto: para ler o quê?
O fato é que ninguém quer assumir a responsabilidade de ter colocado um perturbado no poder, que range os dentes quando murmura seus ódios.
Não é difícil imaginar a comoção provocada no mundo civilizado com o discurso de Bolsonaro, já na sua saudação. Isso, lógico, se ele tiver coragem de abrir a boca na tribuna da ONU.
Na verdade, o gabinete não tem nada na manga que reproduza alguma coisa que pareça minimamente civilizada para que Bolsonaro, na hora de abrir a boca, empregue ao menos os verbos de forma correta.
Já se vê, antecipadamente, Alexandre Garcia, na ONU, explicando o mito, em um dos seus modorrentos textos de puxa-saquismo do contratante a peso de ouro: “nem sempre as palavras podem exprimir as nossas melhores ideias, mas esse grande homem, que acaba de pronunciar o mais belo discurso na ONU, tem sentido. Não ouvistes falar com a voz do coração? Isso basta, podemos seguir de cabeça erguida”.
Se coube ao mago do ódio, Steve Bannon, a tarefa de escrever o discurso que será proferido por Bolsonaro, prometendo uma jornada gloriosa, a verdade é que, por mais que ele transborde na fantasia como se Bolsonaro fosse um grande libertador do mundo, a emoção no momento de falar, fará, como sempre fez, Bolsonaro amarelar, porque antes de tudo, Bolsonaro é um covarde, um tremiliqueiro e, certamente, se enrola nas palavras até mesmo no silêncio.
Seja como for, não imputem ao povo brasileiro a vergonha alheia que Bolsonaro produzirá. O povo é muitas vezes melhor do que esse troço que usará a tribuna em nome do Brasil.
O Brasil tem um povo alegre, criativo e, na grande maioria, afetuoso, não esse poço de ódio que, com certeza, virá nas palavras de Bolsonaro, mesmo com a voz trêmula de um covarde.
*Por Carlos Henrique Machado Freitas
6 respostas em “Discurso de Bolsonaro na ONU: O desastre anunciado”
O BOSTA HUMANA, DOENTE MENTAL E DE CARÁTER.
Ele vai mencionar no seu discurso que “nossas margens são flácidas” e fazer a mímica de que está com uma arma em cada mão…
Maravilhoso texto, mas favor colocar acento diferencial em “pôr”.
Corrigido. Obrigada.
Falando em “por”,… em bom idioma português não se deve escrever “por” na frente do nome do autor de um artigo. Entre outras razões, para evitar o cacófato que aparece acima.
Você tem razão, quem mandava bem nos discursos era a Dilma. Ta serto!