Basta digitar no google a palavra “milícia” para, imediatamente, aparecer o nome de Bolsonaro, como se fosse um nome originalmente composto. E esse sujeito é o presidente do Brasil. Pior, para chegar ao poder, teve uma ajuda significativa das Forças Armadas, da grande mídia, dos milionários, do judiciário e do Ministério Público. Tudo misericordiosamente confessado. O que mostra que a escória de apoio ao capitão é pior do que o próprio.
As declarações de Luis Fernando Camacho, na Istoé, o golpista boliviano que comandou a insurreição das milícias contra Evo Morales, dão conta de forma generalizada que Bolsonaro foi praticamente o maestro de um golpe em que Camacho foi o spalla.
Alguma surpresa? Não. Bolsonaro sempre postulou comandar o império das milícias no Brasil e na América Latina, tanto que reconheceu o autodeclarado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, que tem relações com traficantes de toda ordem e milicianos da região, assim como foi o primeiro a reconhecer o golpe em Evo Morales como democrático e também a autodeclarada presidente da Bolívia, Jeanine Áñez.
Parece que a palavra milícia é um código de guerra para Bolsonaro. Aliás, a mídia não cobra punição aos milicianos que invadiram a embaixada da Venezuela no Brasil.
O que se tem de concreto com a declaração de Camacho é que Bolsonaro e seus filhos, que sempre mantiveram relação estreita com a milícia carioca, abriram uma picada na Bolívia, assim como tentam fazer o mesmo na Venezuela, numa interfecundação das milícias latino-americanas unificadas em busca do poder nesses países.
Isso, sem falar que o caso Marielle e a milícia que a assassinou, para Bolsonaro, estão cada vez mais próximos dele e de seus filhos, por uma corrente de fatos que ganham novos elos a cada momento.
*Carlos Henrique Machado Freitas