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Matéria Opinião

Quando a Lava Jato se transformou em um Estado paralelo?

Qual núcleo entre o gabinete do ódio e a república de Curitiba corresponde à principal central do fascismo no Brasil?

É uma resposta fácil, até porque a eleição de Bolsonaro é fruto, primeiro das práticas criminosas da Lava Jato, o que também parece é que o projeto de poder dessa verdadeira gangue curitibana é ainda mais ousado, organizado e violento.

Certamente, aqui não se fala simplesmente da violência física como Bolsonaro bem encarna o pensamento e práticas da milícia carioca.

Cai por terra, portanto, a teoria de que, sob o comando de Moro, a Lava Jato montou um sistema sofisticado de arapongagem e, junto, uma verdadeira armada para extorquir suas vítimas.

Talvez esteja aí a explicação de como uma simples operação policial se transformou numa instituição e agiu como tal, do ponto de vista e institucional. Tanto isso é verdade que, como toda operação policial, ela, a princípio, tinha data para terminar, mas foi postergando e se perpetuando como um quarto poder da República, pior, o mais forte deles, com 38 mil dossiês de brasileiros que não se imagina quem sejam, até porque qualquer um de nós pode ser parte dessa lista negra que, certamente, deu aos operadores da Lava Jato um poder de barganha como o de um sequestrador.

Somente isso explica esse fenômeno policial que conseguiu unanimidade dentro do sistema de justiça que lhe garantiu passe livre para avançar contra a Constituição na busca por seus objetivos. Não se pode negar o papel da mídia que embarcou nessa odisseia antipetista justamente por ser também antipetista.

O caso aqui parece ser outro, fruto de uma coisa muito maior e com consequências ainda piores. É isso que tem assustado os procuradores da Lava Jato nas falas de Aras sobre o sistema montado por uma operação policial nove vezes maior em termos de estrutura investigativa, a partir de um banco de dados que fez da república de Curitiba um Estado muito maior que o Estado Brasileiro.

O que parece claro que os operadores da Lava Jato chegaram aonde chegaram justamente porque gozavam do privilégio da obtenção de informações contra autoridades a partir de uma prática espiã que deixaria nuas em praça pública muitas figuras de peso.

Não é à toa que no meio do discurso leitoso que abre a defesa do lavajatismo, que tratou, principalmente o PT com machado de cabo curto que, praticamente todas as condenações de petistas e a de Lula foram referendadas, em alguns casos até com penas aumentadas pelos tribunais superiores, o que, convenhamos, somou mais contra a Lava Jato do que a favor, pois escancarava o jogo de cartas marcadas por trás dessa trama toda.

O que se revela agora, diante dessa assombrosa soma de dados de 38 mil pessoas, obtida naturalmente de forma clandestina, é que, com certeza, foi usado como principal instrumento de coação nos tribunais superiores contra juízes e desembargadores para aceitarem fazer parte do bonde de Curitiba. Sobre isso não tem outra explicação, principalmente depois dessa grave revelação da PGR.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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