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Política e Poder

Mídia não dá um pio sobre as offshores de Guedes e Roberto Campos; fosse Lula, as manchetes seriam garrafais

O raciocínio da mídia de banco é aquela velha máxima do Paulo Preto, “não se abandona um líder ferido na estrada”.

A mídia, que até hoje não teve sequer coragem de estampar um editorial sobre Bolsonaro, que causou um genocídio e que arrasta o Brasil para um abismo sem fundo, só chegou ao poder pelas mãos de um ex-juiz corrupto chamado Sergio Moro, não teria mesmo coragem de estampar o nome de um velho aliado dos neoliberais de sempre.

Não é só uma questão de simpatia, mas de ordem da oligarquia que tem nomes de peso nessa lista que mostra a farra que essa turma de sanguessugas da nação ostenta entre os maiores sonegadores do planeta que mantêm offshores em paraísos fiscais .

Não que a mídia não fale sobre o escândalo da Pandora Papers, ela simplesmente não dá o espaço que o escândalo merece e, quando cisca na notícia, é para falar de celebridades internacionais, jamais os brasileiros.

Para ser até justo, Vera Magalhães, no Globo, cobrou uma explicação de Paulo Guedes e de Roberto Campos Neto. De resto, a mídia se faz de morta, porque, afinal, quem paga a orquestra, escolhe o repertório.

Então, aquela mídia que fez um carnaval com a horta da D. Marisa e os pedalinhos dos netos dela e de Lula, quando o juiz vigarista de Curitiba, Sergio Moro, fez o anúncio como prova de crime. Essas duas acusações ridículas deixaram claro que jamais teve qualquer prova contra Lula, mas a mídia não só comprou a história da horta e dos pedalinhos como provas inconteste de um grande esquema  de corrupção interplanetária, como alguns colunistas que operam como office boys de bancos, listaram as hortaliças plantadas por D. Marisa como prova cabal do maior escândalo de corrupção assistido pelo planeta terra.

E se a coisa chegou a esse ridículo, essa gente não seria menos patética na hora de proteger aliados estratégicos para seguir vendendo a gororoba do neoliberalismo que joga o Brasil numa crise sem precedentes, tendo justamente Paulo Guedes e Roberto Campos Neto como as grandes estrelas dessa seleção que está tomando de 7 a 1 da realidade. Realidade esta que faz com que Guedes e Campos tenham fortunas com lucros de rios de dinheiro com a decadência econômica do país, como bem pontuou Marcio Pochmann.

Mas a coisa não para aí, outros abutres tropicais como 6 presidentes de bancos que sangram o Brasil têm offshores em paraísos fiscais e, lógico, são parte da lista do escândalo da Pandora Papers.

Aí é que essa turma do jornalismo que faz panfleto para agiotas, não dá mesmo um pio.

O fato é que nisso não há qualquer surpresa, apenas uma constatação, a de que o Brasil não tem grande imprensa, mas sim grandes empresas de comunicação que fazem do jornalismo negócios e das redações um grande balcão.

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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