Para uma arrumação da burguesia chamada terceira via, que já nasceu talhada por ser praticamente toda remanescente do bolsonarismo, o troço azedou de vez.
O que parece é que Eduardo Leite quer construir uma segunda via dentro da terceira via. Logicamente, uma que não caiba Dória.
Dória, o próprio autor do termo, paga o preço por seu oportunismo. Aliás, se há alguma coisa de original no janota da Faria Lima, é o seu sincero e honesto fisiologismo.
O fato é que, mesmo com o apoio dos banqueiros do Itaú, a terceira via caducou antes de nascer.
Quanto a Mandetta, não há o que dizer. Moro se borra de medo de ter que dizer alguma coisa para Lula em um debate. E Dória relinchou no mesmo palanque com Bolsonaro em 2018, o discurso que relincha agora, sem o genocida. O rapaz é de uma originalidade virtuosa.
Longe do personagem que criou na pandemia, Dória é um saco vazio que não para em pé, passou raspando e, justiça seja feita, empurrado pela besta do bolsonarismo para fazer, depois de uma gestão desastrosa na prefeitura, um governo vazio que utilizou a pandemia como marketing político, tendo o Butantan como bengala.
Isso não faz do seu governo alguma coisa confiável.
Já Eduardo Leite, que encarna o novo personagem “Zé da Ponte”, com a mesma linguagem tucana da Ponte para o Futuro, assumida por Temer, mas ditada pelos tucanos, tem Fernando Henrique como a última assombração encantada dando-lhe apoio, muito mais pelo confronto com Dória, armado por Aécio do que propriamente pelo apoio a Leite.
Assim, o alinhavo da terceira via virou um garrancho em que uma coisa não liga à outra. A coisa não dá liga, tudo foi colado com cuspe e, no primeiro sol, a coisa secou e despencou.
Agora, fica cada um de um lado, agachado tentando cercar a sua galinha numa parcela da geografia política que nem galinheiro tem, que fará ninho seguro para um tucano perdido no voo.
Em outras palavras ou trocadilho, a coisa virou um Leite derramado. A terceira via flopou.
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