Ano: 2021

CPI da Covid avalia indiciar de Eduardo e Carlos Bolsonaro

Não é só Jair Bolsonaro que deverá ter o seu indiciamento pedido no relatório da CPI da Covid. A cúpula da CPI também avalia indiciar dois dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) e o vereador carioca Carlos Bolsonaro, além de pessoas do círculo restrito do bolsonarismo que frequentaram o Palácio do Planalto.

Junto com os irmãos Bolsonaro, devem entrar na lista o ex-secretário de Comunicação da presidência da República, Fábio Wajngarten, e o assessor da área internacional Filipe Martins.

Os nomes dos quatro deverão constar do capítulo relativo à disseminação de fake news. Eles estão entre as mais de 30 pessoas que deverão ser alvo do relatório, previsto para ser apresentado no próximo dia 19 e votado no dia seguinte.

Segundo pessoas envolvidas na elaboração do documento, o relator, Renan Calheiros, e a equipe de juristas que assessora a CPI estão escrutinando trocas de mensagens dos filhos do presidente que comprovariam o envolvimento com o esquema de divulgação de notícias falsas sobre o coronavírus, vacinação e tratamentos sem eficácia contra a Covid-19.

As mensagens constam do material compartilhado com a CPI pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O ministro conduz o inquérito das fake news. A investigação apura a disseminação de conteúdos falsos por autoridades e influenciadores bolsonaristas que receberam dinheiro público por meio de anúncios em seus sites e canais na internet.

No caso de Eduardo, a principal evidência para o indiciamento são as mensagens trocadas com empresários que os membros da CPI chamam de “patrocinadores” da máquina de fake news na pandemia, entre eles o dono da Havan, Luciano Hang e o ex-gestor de fundos do banco Lehman Brothers Otávio Fakhoury.

Numa das mensagens, por exemplo, Eduardo e o blogueiro Allan dos Santos conversam sobre um pedido de patrocínio ao dono da Havan. Meses depois, Allan diz a Eduardo que o empresário havia concordado com o patrocínio. Na CPI, Luciano Hang negou que tenha dado dinheiro para a disseminação de fake news.

Fakhoury, por sua vez, admitiu na CPI a doação de R$ 200 mil para o Instituto Conservador Liberal, de Eduardo Bolsonaro. Segundo apurou a comissão, Eduardo e Fakhoury também planejaram comprar uma rádio para disseminar conteúdo.

O empresário, que foi ouvido na semana passada pela comissão, hoje é presidente do PTB de São Paulo. Também integra o Instituto Força Brasil, entidade que entrou no radar da CPI depois que seu presidente, um coronel reformado, se envolveu em tratativas pouco ortodoxas para a compra de vacinas no Ministério da Saúde.

Já Carlos Bolsonaro aparece trocando mensagens com Filipe Martins a respeito do conteúdo sobre a pandemia a ser distribuído nas redes bolsonaristas.

Para a cúpula da comissão, é certo que Carlos, ou Carluxo, compõe e coordena o chamado gabinete do ódio. O que os assessores da CPI ainda estão estudando é se os filhos do presidente podem ser enquadrados em algum crime e qual seria.

*Com informações de O Globo

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Vídeo: Os picaretas Paulo Guedes e Roberto Campos são denunciados por TV espanhola por contas em paraísos fiscais

Se a credibilidade da grande mídia brasileira há muito já virou farrapo, esse episódio que envolve as duas maiores autoridades monetárias do país, Paulo Guedes, ministro da Economia e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do governo Bolsonaro, joga uma pá de cal na credibilidade nenhuma que a mídia brasileira hoje ostenta.

A vergonhosa proteção dos barões da comunicação nativa ao escândalo da Pandora Papers envolvendo Guedes e Campos, numa autocensura desavergonhada, não é tudo.

Miriam Leitão, defendendo a inocência de Guedes a ponto de vitimizá-lo, é um escândalo dentro do outro. É preciso lembrar que Miriam Leitão foi uma espécie de madrinha de bateria da Lava Jato na mídia e que seu filho Vladimir Netto tinha uma relação absolutamente promíscua com os procuradores de Curitiba a ponto de escrever em parceria com os próprios, o mais panfletário dos livros sobre o lavajatismo de Moro.

Dito isso, traça-se um perfil da régua que mede o que é moral e imoral para a mídia brasileira. Aos amigos a supressão da notícia, aos inimigos a escandalização e o assassinato de reputações, a indução arquitetada para se vender a imagem pretendida pelas redações que são, como todos sabem, balcões de negócios políticos e empresariais.

Pois bem, no mesmo dia em que Miriam, em defesa de Paulo Guedes, escreveu seu artigo, a TV espanhola fez o oposto.

E o fez justamente por se tratar do ministro da Economia do Brasil que, além de mergulhar o país numa crise sem precedentes, empurrou para a miséria absoluta mais de 20 milhões de brasileiros enquanto lucrava em paraísos fiscais com a derrocada da economia da qual ele é o principal responsável.

Claro, Campos, que é uma espécie de Pazuello de Guedes, se não tem o mesmo peso do ministro, ostenta lugar estratégico na lista dos maiores picaretas do sistema financeiro no Brasil, porque simplesmente Guedes e Campos têm o que nenhum outro brasileiro pode ter, informação privilegiada e, a partir dela, lucram muito com a desgraça da população brasileira.

E se a mídia brasileira tentou abafar o caso ou até transformar os envolvidos no escândalo em vítimas, como fez Miriam Leitão, a TV espanhola, por sua vez, escancarou a picaretagem dos dois por suas contas em paraísos fiscais e, de boiada, produz um escracho na mídia brasileira que, neste caso, atuou como cúmplice na forma omissa com que agiu diante desse escândalo.

confira:

https://twitter.com/liamatos44/status/1445369033323331585?s=20

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Derrota de Moro: STJ anula decisão de Moro que condenou João Vaccari Neto

A 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu anular ação penal que condenou o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto a seis anos e oito meses de prisão em regime semiaberto. Ao analisar o recurso, os ministros acataram alegação da defesa que sustentou a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar o caso.

A decisão anulada foi proferida pelo ex-juiz da “lava jato” Sergio Moro. Na ocasião, ele considerou que provas orais — não só de delatores — convergem ao indicar Vaccari Neto como participante do esquema de empréstimos irregulares.

O advogado Luiz Flávio D’Urso, que representa Vaccari no processo, já havia apresentado recurso ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que rejeitou a tese de incompetência do juízo de Curitiba em 2018.

Em 2019, a defesa técnica do ex-tesoureiro petista apresentou recursos especiais e extraordinário ao STJ e ao STF sob a alegação que o processo trata de suposto crime eleitoral e, diante disso, a competência do julgamento deveria ser da Justiça Eleitoral.

“A anulação da sentença condenatória e deste processo ocorrida no julgamento do STJ desta data, restabelece, por meio dos inúmeros recursos impetrados pela defesa, a almejada Justiça”, afirmou o advogado Luiz Flávio D’Urso por meio de nota.

*Rafa Santos/Conjur

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Hospital das Forças Armadas usou receitas pré-assinadas de ‘kit covid’

Médicos do pronto-socorro do Hospital das Forças Armadas, em Brasília, contrários ao chamado ‘kit covid’ foram orientados a prescrever os medicamentos aos pacientes que queriam recebê-los usando receitas pré-assinadas e carimbadas por outros profissionais. A informação é da TV Globo.

Segundo a reportagem, receitas que indicavam o uso de hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina —medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento da covid-19— foram preparadas antes dos pacientes serem consultados.

De acordo com o Código de Ética Médica do CFM (Conselho Federal de Medicina), é proibido “prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente”, exceto em casos de emergência.

Em uma troca de mensagens obtida pela TV, o chefe do pronto-socorro, Major Milton Faria, pede aos médicos que não receitam o kit covid que procurem a sala de prescrição médica para buscar uma receita pronta, e que teriam apenas que preencher o nome e a data.

“Resolvemos deixar uma pasta com estrutura de receita já carimbada e assinada, e junto uma pasta com termo de consentimento”, diz. “Pedimos àqueles colegas que não prescrevem as referidas medicações, que caso não tenha nenhum colega no turno que também prescreva, que procure a sala de prescrição médica para entregar ao paciente, tendo somente que preencher o nome e a data”.

Segundo médicos ouvidos pela reportagem, as receitas pré-assinadas foram distribuídas até ao menos julho deste ano.

Em nota à TV, o HFA informou que “todos os médicos do hospital, sejam civis ou militares, tiveram a autonomia respeitada”. O UOL entrou em contato com a instituição, mas não obteve resposta até o momento.

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Vídeo: A escória que golpeou Dilma não quer o impeachment de Bolsonaro e o apoiará em 2022

A mesma escória que armou para golpear Dilma com judiciário, com tudo, arma agora para livrar Bolsonaro do impeachment e apoiá-lo em 2022.

A direita brasileira, que hoje forma a escória nacional, apostou tudo nos golpes contra Dilma e Lula, mas perdeu tudo.

Não tem quadros para enfrentar Lula em 2022.

O que ela tem é a xepa do bolsonarismo com a chamada terceira via e o próprio genocida.

O cálculo era transferir a rejeição a Bolsonaro em benefício de um pangaré qualquer da terceira via.

Dória era o nome favorito, mas de tão empacado, até o janota paulista já fala em pular fora do barco para construir uma candidatura em torno de Mandetta ou Moro.

Ou seja, zero chance de isso sair do desejo de bolsodória.

Mas ele já dá a pista ao dizer que não quer que Bolsonaro sofra impeachment.

Ele repete as palavras da banca dita de boca própria do banqueiro do Itaú, Alfredo Setúbal que disse que Bolsonaro é imprestável, produziu um genocídio, arrasou com a economia.

Assista:

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Sem licitação, VTCLog fechou contrato de R$ 330 milhões com Ministério da Saúde

Durante depoimento à CPI da Covid-19, um dos sócios da VTCLog, Raimundo Nonato Brasil confirmou que a transportadora fechou oito contratos com o Ministério da Saúde, entre 2016 e 2018, sem licitação. Durante o período, o ministro da Saúde era Ricardo Barros (PP/PR), líder do governo na Câmara dos Deputados.

O total dos contratos fechados sem licitação renderam R$ 330 milhões à empresa. Para o presidente da CPI, Omar Aziz, a situação é injustificável. “Contratar sem licitação neste momento de pandemia é até justificável. Não me recordo de a gente ter algum tipo de problema em 2017 e 2018 para que quase R$ 400 milhões fossem dispensados de licitação”, disse Aziz.

Após a informação, o senador encaminhou ao Tribunal de Contas da União (TCU) um pedido de esclarecimentos sobre a dispensa do processo licitatório. O documento questiona também os argumentos usados pelo Ministério da Saúde para dispensar o processo licitatório na contratação da transportadora.

*Com informações do Correio Braziliense

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Piquet, o chofer malandro de Bolsonaro

Condenação de empresa do ex-piloto em processo tributário coloca em perigo contrato milionário com o Inmet.

Piquet caiu nas graças de Bolsonaro. Ele tem cumprido à risca o mandamento do bolsonarismo de frete. Possivelmente não perde um programa da Jovem Pan, sobretudo os comandados por Augusto Nunes, aquele que diz ter direito de ser um fascista.

Quando Piquet, que a vida inteira fez pose de sofisticado, bancou o empregado do seu amo Bolsonaro, o adulador serviçal produziu a cena mais desprezível de sua vida. Mas não foi sem motivos que o sabujo bajulou seu mito.

Essa paixão tem motivos inconfessáveis e a reportagem de Alexandre Aragão, do Intercept, explica todo esse apego cheio de ternura de Piquet a Bolsonaro.

Os negócios lucrativos que essa amizade proporciona a Piquet, não são de pouca monta. Ou seja, esse apoio é dado em troca do seu estabelecimento, daí o tráfico de influência ser parte dessa negociação que faz com que, entre outros pactos, Piquet assine contratos pessoais para bancar o chofer de Bolsonaro e o defendeu como quem defende o próprio negócio.

Toda essa campanha de Piquet pró-Bolsonaro é em prol de sua empresa, como mostra a excelente matéria abaixo:

The Intercept Brasil – Piquet é eleitor de Bolsonaro desde o primeiro turno, em 2018. Naquele ano, foi aplaudido e chamado de “mito” durante uma reunião da área comercial da empresa que preside, a Autotrac, quando disse, para risos da plateia: “Quem é o viado aqui que vai votar nesse PT?”.

Ele também gravou vídeos de apoio para candidatos bolsonaristas. “Tereza Cristina, nós estamos esperando você aqui em Brasília para ajudar o Bolsonaro a botar esse país em ordem, viu?”, ele pediu, se dirigindo à política do DEM de Mato Grosso do Sul que se elegeu deputada federal, mas nem assumiu o cargo — foi convocada a ser ministra da Agricultura ainda em fins de 2018.

Tido como um piloto cerebral e disposto a atitudes antidesportivas para vencer nas pistas, Piquet, atualmente empresário, tem bons motivos para paparicar Bolsonaro. Uma de suas empresas, a Autotrac, travou uma batalha legal contra a União ao longo de mais de uma década. Ela terminou em maio passado, e a Autotrac perdeu: o Superior Tribunal de Justiça, o STJ, a condenou a pagar contribuições previdenciárias que deixou de recolher. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, a PGFN, então, enviou ofício à Receita Federal informando sobre a decisão e determinando que o órgão, subordinado ao Ministério da Economia, cobrasse a dívida da Autotrac.

Sem esperanças nos tribunais, a Autotrac, uma fornecedora de serviços de rastreamento via satélite de caminhões de que Piquet é presidente e garoto-propaganda, se vê ameaçada não apenas de ter que arcar com uma dívida grande, como também de perder um contrato de R$ 3,5 milhões anuais com o governo federal, firmado sem licitação em 2019, no início do governo Bolsonaro. Mais especificamente, com o Instituto Nacional de Meteorologia, o Inmet, subordinado ao ministério comandado por Tereza Cristina.

A dívida tributária da Autotrac é mantida em sigilo pelas autoridades, mas é razoável estimar que é grande: a empresa deixou de pagar contribuição previdenciária sobre uma série de direitos de seus funcionários (são mais de 300, atualmente) ao menos desde 2011.

Após a condenação, o STJ enviou intimação à Receita Federal. Com isso, o órgão irá enviar carta-cobrança à empresa, na qual irão constar o valor da dívida e as condições de pagamento. Caso a Autotrac não pague ou opte por negociar, a Receita Federal inicia um processo de execução fiscal e inclui o débito na Dívida Ativa da União. Se isso ocorrer, a empresa de Piquet não poderá renovar nenhum dos contratos que mantém com entes públicos, inclusive o que tem com o Inmet — o único, atualmente, com o governo federal.

Por ser uma sociedade anônima, a Autotrac é obrigada a publicar balanços e divulgar seu faturamento, auditados pela consultoria Deloitte. Na mais recente assembleia geral, em março, a companhia informou que o lucro líquido apurado em 2020 foi de R$ 61,7 milhões. Por ser dono de 75,8% das ações da Autotrac, Piquet receberá da empresa a maior parte dos dividendos distribuídos por ela, que esse ano somam R$ 50 milhões.

Mas o contrato com o Inmet certamente não é desprezível: garante pagamentos de R$ 295 mil todo mês à empresa e prevê renovações seguidas e anuais até 2026. A próxima será discutida no vencimento do acordo, em 29 de novembro — ou seja, em menos de 60 dias.

Dá para entender a angústia de Piquet.

Contrato sigiloso, dívida monumental

A inexigibilidade de licitação é permitida pela lei em casos específicos — por exemplo, quando a empresa contratada não tem concorrentes no mercado. Seguramente, esse não é o caso da Autotrac. Mas não é possível saber o motivo da dispensa de concorrência. O processo foi classificado como restrito no sistema do Ministério da Agricultura e, por isso, os documentos que embasam a dispensa de licitação não são públicos.

Os contratos até estão disponíveis na página de transparência do site do Inmet, mas omitem os nomes dos representantes da Autotrac. Mesmo assim, não é difícil achar as digitais de Piquet no mais recente deles, assinado em Brasília em novembro de 2020. Um trecho da assinatura que escapou da tarja preta da censura revela partes de um N e de um P de caligrafia conhecida: é o autógrafo do tricampeão Nelson Piquet.

A Autotrac foi condenada a pagar contribuições previdenciárias sobre o décimo-terceiro salário proporcional, aviso prévio indenizado, horas extras, adicionais noturno, de periculosidade, de insalubridade e de transferência. A empresa deixou de recolher esses tributos em 2011, quando ajuizou a primeira ação esperando escapar do pagamento deles.

Com o passar do tempo — e dos recursos judiciais — o caso chegou ao STJ, que o julgou em maio. Decisões monocráticas como a do ministro Gurgel de Faria nesse caso só são habituais, no STJ, em questões sobre as quais exista jurisprudência pacificada — ou seja, em que a corte tenha um entendimento sólido e convergente sobre a questão.

Os advogados da Autotrac podem questionar a decisão do STJ no Supremo Tribunal Federal. Mas, para isso, seria necessária uma nova ação judicial que questione a contribuição previdenciária em si. Ela não teria, contudo, o efeito de suspender os débitos que já existem. Um integrante do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o Carf, tribunal administrativo ligado ao Ministério da Economia, comentou o assunto sob a condição de sigilo e me explicou que o cálculo de uma dívida do tipo depende basicamente de dois fatores: o tempo decorrido sem recolhimento e o tamanho da folha de pagamento da empresa.

O valor da dívida pode chegar às centenas de milhares de reais, uma vez que a Autotrac possui mais de 300 funcionários e ficou sem recolher as contribuições durante quase 11 anos. Questionei a PGFN, que me respondeu apenas que “tal valor será calculado pela Receita Federal e discriminado no momento do lançamento”.

A Receita irá retomar a cobrança agora que foi intimada da decisão judicial, abrindo prazo de 30 dias para pagamento ou parcelamento da dívida. No entanto, o ofício da PGFN enviado à Receita Federal em 18 de agosto — três meses após a decisão do STJ — indica que a retomada da cobrança ainda não havia ocorrido. Amparada no artigo 198 do Código Tributário Nacional, que prevê o sigilo fiscal do contribuinte, a Receita Federal não informou o valor da dívida e me disse que não comenta casos específicos.

Para estar apta a renovar o contrato com o Inmet em novembro, a Autotrac precisará apresentar uma certidão negativa de débitos relativos aos tributos federais e à Dívida Ativa da União, atestando que a empresa não deve impostos ao governo federal. Durante os anos em que questionou os débitos tributários na justiça, a Autotrac assinou contratos públicos apresentando uma certidão positiva com efeitos de negativa, o que significa que ela tinha uma dívida com a União sob disputa judicial. Agora que o caso foi encerrado e a empresa foi condenada, não será mais possível enquadrá-la nessa categoria.

No meio tempo, uma esperança surgiu no horizonte. Mesmo que a Autotrac seja inscrita na Dívida Ativa da União, contará com condições favoráveis para quitar o débito. Em 22 de setembro, o Diário Oficial da União publicou portaria da PGFN reabrindo o prazo para adesão ao Programa de Retomada Fiscal, instituído em setembro de 2020 como forma de estimular empresas afetadas pela pandemia a quitarem suas dívidas com o governo.

A modalidade de transação extraordinária, acessível mesmo a empresas que não sofreram com a pandemia, prevê o pagamento de uma entrada correspondente a apenas 1% do total da dívida, dividida em até três vezes. O restante do valor — no caso de débitos previdenciários — pode ser parcelado em até 60 vezes, ou seja, em cinco anos. Conforme as regras definidas na Portaria 11.496, empresas inscritas na Dívida Ativa da União até 30 de novembro deste ano poderão aderir ao programa até 29 de dezembro.

Ter a Receita Federal sob controle, convém lembrar, está entre as prioridades de Jair Bolsonaro. O órgão é parte relevante nas investigações sobre transações suspeitas envolvendo os filhos parlamentares Flávio e Carlos, as ex-mulheres Ana Cristina Valle e Rogéria Bolsonaro e ex-funcionários dos gabinetes da família.

Em agosto, Bolsonaro publicou um decreto em que afrouxou os critérios para a nomeação de corregedor do órgão, abrindo espaço para a indicação de um auditor fiscal aposentado que é o preferido do senador Flávio Bolsonaro, do Patriota do Rio, para o cargo. Segundo o Valor, Dagoberto da Silva Lemos participou em julho de uma reunião com Flávio e Jair Bolsonaro para discutir sua futura atuação como corregedor da Receita.

Piquet, também ansioso por uma solução da Receita para os problemas da Autotrac, certamente teve tempo para explicá-los ao presidente — não apenas em 7 de setembro, mas já desde abril, quando o empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, o levou para uma visita dominical ao Palácio da Alvorada.

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Câmara e Senado aprovam convocação de Guedes para explicar sua conta offshore

A medida foi aprovada nesta terça-ferra (5) pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados.

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (5) a convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para explicar suas movimentações financeiras no exterior através de offshore em paraíso fiscal.

O ministro da Economia abriu uma offshore, em 2014, nas Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe, e, com a alta do dólar, valorizou o seu patrimônio em pelo menos R$ 14 milhões de 2019 em diante.

Depois da Câmara, agora é o Senado que aprova a convocação de Paulo Guedes.

O convite se estende ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A intenção é realizar a audiência no dia 19 de outubro.

A Comissão de Assuntos Econômicos da Casa aprovou nesta terça-feira (5) convite para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, preste informações sobre o escândalo da offshore que ele possui nas Ilhas Virgens Britânicas. O convite se estende ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que também possui uma offshore no arquipélago caribenho.

De acordo com os senadores e Jean Paul Prates (PT-RN) e Paulo Rocha (PT-PA), que apresentaram o requerimento, a ação de Guedes configura “um evidente conflito de interesses”. Os parlamentares haviam pedido a convocação de Guedes, mas, após acordo, decidiu-se por um convite.

*Com informações do 247

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CPI: Assista ao depoimento de Raimundo Nonato Brasil, sócio da VTCLog

A CPI da Covid ouve Raimundo Nonato Brasil, sócio da empresa de logística VTCLog, que presta serviços ao Ministério da Saúde e está envolta em suspeitas de irregularidades apuradas pelos senadores do colegiado.

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Oceano de dinheiro de brasileiros foi encontrado em paraísos fiscais, nenhum é do PT, todos são golpistas “contra a corrupção”

Por mais que a mídia tente esconder a lista dos nomes dos ricos com dinheiro depositado em contas de paraísos fiscais, ela não consegue.

É o retorno ao Brasil colônia quando fazendeiros extrativistas mandavam na economia faziam o mesmo. Essa também é a carta na manga que a equipe dos sonhos do mercado financeiro, que comanda a economia de Bolsonaro, achou por bem, em nome do patriotismo do governo, reproduzir essa forma de lesa pátria.

A mídia, que esconde nomes de brasileiros apontados no Pandora Papers como titulares de contas milionárias em paraísos fiscais, também faz corpo mole na hora de citar os três chefes de Estados da América Latina, Sebastián Piñera (Chile), Guillermo Lasso (Equador) e Luis Abinader (República Dominicana), que também têm offshores, porque todos são empresários e políticos de direita.

Lógico que não colocaria nas manchetes os nomes do ministro da Economia, Paulo Guedes, e muito menos o do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que colocam as montanhas de dinheiro acumuladas em paraísos fiscais para lucrar em dólar com a desgraça da moeda brasileira. Ou seja, lucram por dia milhões nas costas sangradas do povo brasileiro.

Um ministro da Economia como Paulo Guedes, que tem contas em paraíso fiscal com US$ 10 milhões, vai se preocupar com o povo que está comendo osso? Claro que não. Não há ingênuo que acredite que um sujeito que diz que, na época de Lula e Dilma, empregada doméstica ir à Disney era um absurdo, que filho de porteiro não tinha que fazer curso superior, que pobre era pobre porque não poupava e que os pobres tinham que comer restos de comida dos ricos, sendo este o único projeto oficial que jogou mais de 20 milhões de brasileiros na miséria absoluta, ninguém esperaria nada de um sujeito desse que não fosse o que revelou a Pandora Papers.

Pior, ninguém esperaria nada diferente da mídia de mercado que não fosse o papel de guarda-chuva dos milionários brasileiros, incluindo Paulo Guedes, enquanto o país quebra e a população passa fome.

Afinal, o baronato midiático é parte dessa oligarquia.

Na verdade, para a mídia, o grande problema nem é esse, mas sim o fato não ter ninguém do PT na lista de picaretas milionários, ao contrário, todos foram foco da mesma mídia que, em nome do “combate à corrupção”, operou nos bastidores para golpear Dilma, condenar e prender Lula sem qualquer prova de crime para Bolsonaro e, consequentemente Paulo Guedes tomarem o poder. Ou seja, é muito amor envolvido entre os próprios “canalhas patriotas”.

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