Ano: 2022

Por que Lula venceu o debate?

Lula venceu o debate tanto na bola quanto na botinada.

Todos os candidatos presentes no debate tinham a mesma intenção, desidratar Lula para levar o pleito para o segundo turno. Lula teve que lutar com um por um para deixar as coisas às claras. Foi assim com o apagado e medrado Bolsonaro, que não teve coragem de enfrentar Lula no púlpito. Foi assim com o falso padre que Bolsonaro arrumou e que acabou o arrastando para o mesmo inferno.

Ciro flopou. Não estava preparado para enfrentar um contragolpe de Lula, que sempre lhe dispensou palavras gentis, muitas vezes afetuosas. E Lula percebeu que Ciro sentiu o repuxo, tanto que aproveitou o ensejo para dizer a Ciro que ele estava nervoso. Na verdade, Ciro estava com medo de Lula.

Daí em diante, Ciro desapareceu do debate, só apareceu na telinha da Globo para falar frivolidades, completamente diferente daquele Ciro roncador, cheio de bravatas e números inventados. Ficou murcho no restante do debate e com a cabeça pendida para o lado.

Tebet não conseguiu fugir de sua própria limitação, mantendo sua imagem em banho maria. É verdade que atacou mais Bolsonaro que Lula. Quando questionou Lula sobre gastos públicos, o obrigou a recobrar a memória da candidata que, quando prefeita em Mato Grosso do Sul, recebeu grandes benefícios do governo Lula para sua gestão, tanto que ela se calou diante da exposição de investimentos ao seu estado apresentados por Lula.

É fato que, por ter tomado um contragolpe de Lula no debate da Band, Soraya Thronick fez perguntas a Lula de forma lateral, não quis confronto direto, preferiu crescer, o que de fato aconteceu, nas costas da dupla combinada formada por Bolsonaro e o falso padre.

O janota tardio do instituto Millenium, Felipe D’Ávila, que tem como proposta a privatização da própria mãe, tomou um sacode de Lula que o enquadrou como bravateiro que não tem a menor experiência de administração pública e, de lambuja, levou um carimbo na testa como filho da elite mesquinha desse país.

Padre Kelmon achou que poderia cutucar a onça com vara curta, o que fez Lula sair da condição de candidato para assumir uma postura pessoal para desancar o falsário, tanto que o padre charlatão não parava de repetir que Lula o chamou de laranja, querendo jogar a igreja católica contra Lula quando todos já sabiam, que ele sequer foi coroinha e que arrumou um título de padre de uma suposta igreja ortodoxa do Peru como quem apresenta diploma de curso por correspondência.

Lula colocou o impostor abaixo de cachorro e, junto, Bolsonaro plantou no debate um padre vigarista para lhe servir de escudo para não enfrentar Lula no Tête-à-tête. Covardia que está sendo uma das coisas mais comentadas nas redes e na mídia.

Mas uma coisa de extrema importância que ninguém comentou, foram as chamadas pesquisas qualitativas que aconteceram durante o debate em que a sociedade pede que os candidatos mudem o rumo da prosa, porque não aguenta mais o ramerrão sobre corrupção, mostrando que a resposta que Lula sobre o tema quando foi atacado por Ciro, D’Ávila, Bolsonaro e seu padreco, Lula colocou um ponto final no assunto com respostas claras e objetivas, não deixando margem para que ficasse qualquer coisa no ar.

Isso também não deixou de ser um basta que ele deu na mídia e que a sociedade o apoiou.

Sobre as propostas de Lula dentro do limite do tempo, ele soube explorar muito bem a memória afetiva do povo lembrando dos seus feitos e como o Brasil era feliz e respeitado internacionalmente. Ou seja, o oposto do que o Brasil vê e vive hoje.

Certamente, sua vitoriosa participação no debate refletirá a seu favor nas urnas na votação do próximo domingo.

Apoie o Antropofagista

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Debate: Bolsonaro leva o troféu de covarde por ter medo de fazer pergunta a Lula

Duas coisas são unanimidade nas redes e ruas, Bolsonaro fugiu de Lula como o diabo foge da cruz. O segundo fato tem a ver com o primeiro, Bolsonaro se escondeu debaixo da batina de um falso padre que ele e Roberto Jefferson arranjaram para Bolsonaro fugir do confronto direto com Lula, colocando o candidato laranja para tomar pancada em seu lugar.

Uma coisa deplorável ver Bolsonaro agir como valentão de janela.

Nos direitos de resposta, aos berros, agredia Lula enquanto este estava sentado. Lula, então teve direito de respostas concedido várias vezes, assim como Bolsonaro. Bolsonaro estava visivelmente descontrolado e agressivo, mas ficou escancarado que, mesmo vendo a possibilidade de Lula vencer no primeiro turno, ele não teve coragem de encará-lo no púlpito.

O mito dos tolos amarelou e justamente porque sabe que não tem envergadura moral para olhar nos olhos de Lula.

Bolsonaro está sendo considerado o grande perdedor do debate, porque ele, mais do que ninguém, deveria enfrentar Lula cara a cara, mas, ao contrário, provou mais uma vez que é um grande covarde, para o desespero de bolsonaristas que acham que o presidente vale alguma coisa.

Apoie o Antropofagista

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Bolsonaro, com medo, põe Padre laranja para atacar Lula e apanhar em seu lugar

Com Kelmon e D’Ávila como estepes, Bolsonaro também deslocou o eixo das pautas de gênero que marcaram debates anteriores.

Como bem disse Lula ao padre, de onde o senhor veio? Não deveria estar aqui. O senhor é um candidato laranja.

Durante o terceiro e último debate presidencial antes do primeiro turno das eleições gerais de 2022, promovido na noite de quinta (29) pela Rede Globo, o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), adotou como estratégia evitar o ex-presidente Lula (PT), líder nas pesquisas, durante os confrontos diretos. Restou ao principal aliado de Bolsonaro no debate, o Padre Kelmon (PTB), perseguir embates contra o petista.

Com Kelmon e, por vezes, Felipe D’Ávila (Novo) servindo como estepes, Bolsonaro não só conseguiu fugir de Lula em algumas situações, como também deslocou o eixo das pautas de gênero que deram margem ao protagonismo de Soraya Thronick (União Brasil) e Simone Tebet (MDB) nos dois primeiros debates.

A estratégia de Bolsonaro ficou escancarada na oportunidade em que ele deveria apontar um adversário para fazer uma pergunta e, mesmo com Lula à disposição, preferiu fazer tabelinha com D’Ávila, já que Kelmon não poderia ser escolhido.

Internautas anotaram que Bolsonaro “pipocou”, ou seja, fugiu do confronto com Lula. Até mesmo antigos aliados, como o deputado federal Kim Kataguiri, do MBL, registrou a situação:

O embuste padre Kelmon, o escudo de Bolsonaro, decidiu provocar Lula com perguntas hostis relacionadas à corrupção e à suposta proximidade do ex-presidente com governos de esquerda pela América Latina que, segundo ele, promovem perseguição religiosa em seus países.

Candidato laranja

Em um dos pontos altos do debate, o padre – que usa vestes da Igreja Ortodoxa indevidamente – acabou sendo chamado de “impostor” e “candidato laranja” por Lula, que não admitiu ter sua fé e respeito às diversas religiões colocadas em xeque.

“Eu sou cristão, casado na igreja, batizado e frequentador, e não vejo na sua cara um respeitador da igreja, vejo um impostor”, disparou Lula.

Lula ainda disse que o padre sequer deveria ter se apresentado para o debate. “Se presta ao serviço de enganar o povo”, comentou Lula.

Kelmon também teve duelos marcantes com Soraya Thronick, que perguntou se o padre não tem medo de ir para o inferno e se não se arrepende de defender o governo Bolsonaro, responsável por uma gestão desastrosa na pandemia, entre outros maus feitos.

Descontrolado, Kelmon interferiu na resposta dos adversários em diversas oportunidades e recebeu inúmeras advertências do moderador do debate, William Bonner. Soraya chegou a chamar Kelmon de “padre de festa junina” e insinuou que ele não é um padre de verdade. A Igreja Sirian Ortodoxa negou vínculo com Kelmon.

Kelmon também teve duelos marcantes com Soraya Thronick, que perguntou se o padre não tem medo de ir para o inferno e se não se arrepende de defender o governo Bolsonaro, responsável por uma gestão desastrosa na pandemia, entre outros maus feitos.

*Com informações do GGN

Apoie o Antropofagista

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Datafolha: Lula cresce e Bolsonaro continua estacionado

A três dias das eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a corrida com 50% dos votos válidos, o que mantém aberta a possibilidade de vencer já no primeiro turno. Em busca da reeleição, Jair Bolsonaro (PL) tem 36%, seguido por Ciro Gomes (PDT), com 6%, e Simone Tebet (MDB), com 5%.

É o que revela a mais recente pesquisa do Datafolha, que ouviu 6.800 pessoas em 332 cidades de terça (27) a esta quinta (29). Ela foi encomendada pela Folha e pela TV Globo e registrada com o número BR-09479/2022 no Tribunal Superior Eleitoral.

A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O instituto passa a divulgar o resultado dos válidos, que exclui da conta de intenção de votos brancos, nulos e indecisos, pois esse é o critério usado pelo TSE para contabilizar o resultado do pleito.

Assim, se mantém no limiar da vitória no primeiro turno, que demanda 50% dos válidos mais um voto ao menos, numa onda de recuperação: chegou a ter 54% em maio, descendo em setembro para 48%, patamar em que permaneceu até a semana passada, quando oscilou para 50%. Assim, o ex-presidente pode ter de 48% a 52% dos válidos.

Ou seja, a situação é de estabilidade —Bolsonaro tinha 35% dos válidos na semana passada e passou para 36%.

A campanha petista intensificou sua busca por votos, particularmente de Ciro, cuja reação energética contra a ofensiva resultou num comunicado à nação na segunda (27), quando disse que não deixaria a disputa. Não foi muito ouvido pelos eleitores: neste levantamento, ele oscilou negativamente ante o da semana passada, de 7% dos válidos para 6%.

A senadora Tebet, por sua vez, manteve-se estável, provando que, se a campanha não lhe trouxe uma candidatura viável, ao menos a mostrou inoxidável em seu patamar. O Datafolha havia mostrado que 1 em cada 5 eleitores dela e de Ciro estava disposto a votar útil em Lula.

Quando o critério é a totalidade dos votos, incluindo brancos, nulos e indecisos, Lula oscilou de 47% para 48% ante a pesquisa anterior. Bolsonaro foi de 33% para 34%, Ciro, de 7% para 6% e Tebet manteve seus 5%.

Os resultados tornam ainda mais importante para Lula e para Bolsonaro o debate desta quinta na TV Globo, o último grande evento da campanha. Qualquer escorregão mais grave pode atrapalhar; empates ou vitórias por pontos são o que usualmente se espera desses encontros, cuja mística é algo exagerada na crônica política.

Com efeito, a ausência de Lula no encontro do SBT no sábado passado (24) em nada lhe prejudicou a intenção de voto. Assim como a algo folclórica apresentação ao mundo das redes sociais de Padre Kelmon não ajudou o candidato do PTB, que não pontuou.

Problema maior para o PT é a questão da abstenção, que atinge tradicionalmente mais eleitores de baixa rende que compõem a força de Lula nesta campanha. Não há como prever essa taxa, dada a imprevisibilidade de fatores, e segundo o Datafolha havia apurado na semana passada, 3% dos eleitores admitiam não ir às urnas.

Problema maior para o PT é a questão da abstenção, que atinge tradicionalmente mais eleitores de baixa renda que compõem a força de Lula nesta campanha. Não há como prever essa taxa, dada a imprevisibilidade de fatores, e segundo o Datafolha havia apurado na semana passada, 3% dos eleitores admitiam não ir às urnas.

Entre os eleitores que ganham até 2 salários mínimos, 50% dos ouvidos neste levantamento, o petista mantém dianteira de 31 pontos sobre o presidente: 57% a 26% dos totais. Lula já havia ganho cinco pontos na pesquisa anterior, e manteve o patamar.

Significativamente para Bolsonaro, que investiu tudo em medidas econômicas populares, como a queda forçada de preços administrados de energia e o aumento do Auxílio Brasil para 20 milhões de famílias mais necessitadas, quem recebe o benefício que substituiu o Bolsa Família criado por Lula segue votando mais no petista: 58%, enquanto 26% declaram apoio ao presidente.

Em outro grupo expressivo, o das mulheres (52% da amostra populacional em questão), Lula mantém também vantagem, com 50%, ante 29% de Bolsonaro. A mais alta rejeição do atual mandatário entre elas é o preço de anos de discurso machista que a sua campanha tentou alterar na reta final, sem sucesso até aqui.

Na região mais populosa do país, o Sudeste (43% do eleitorado), Lula seguiu na dianteira, com 43% a 35% dos totais. O petista oscilou dois pontos ante a semana passada, e o presidente, um para baixo, perdendo metade do avanço que havia conseguido na rodada anterior. No segundo maior colégio regional, o Nordeste com seus 27% do eleitorado na amostra, o petista tem 41 pontos de vantagem (63% a 22%).

Se esta fosse uma eleição decidida apenas levando em conta o critério renda, contando da classe média baixa para cima, Bolsonaro estaria em situação melhor: ele empata com Lula ou tem vantagem sobre o antecessor em todos os segmentos a partir dos R$ 2.440 de renda média mensal no lar do entrevistado.

O fato é que esta é uma eleição definida nos detalhes, sem variações dramáticas nos números gerais. Com o voto cristalizado pela maioria dos eleitores há mais de um mês, tudo sugere que a propaganda gratuita teve impacto reduzido no resultado que se aproxima —todos os quatro principais candidatos aumentaram o tom dos ataques entre si, com Bolsonaro chamando Lula de ladrão diuturnamente.

O mesmo marasmo relativo se viu no fim da tabela, com os candidatos que ou nunca pontuaram, ou ficaram na margem de erro do nada. Neste levantamento, Soraya Thronicke (União Brasil) tem 1%, empatada com Vera (PSTU), Leo Péricles (UP), Felipe D’Ávila (Novo), Sofia Manzano (PCB), Constituinte Eymael (DC) e Kelmon, todos sem sair do traço.

*Com Folha

Para debate, campanha busca acalmar Bolsonaro, ‘fora de si’ com Moraes

Jair Bolsonaro está, na descrição de um aliado, “possesso”, “fora de si” e no “grau 10 da escala da raiva” em relação ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, que ele acredita ter sido o responsável pelo vazamento da informação sobre a investigação em torno da origem do pagamento de contas pessoais da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A existência da investigação foi revelada na segunda-feira pelo jornal Folha de S. Paulo.

O QG bolsonarista teme que esse assunto, em especial, possa desestabilizar o ex-capitão no debate da Rede Globo, programado para hoje, às 22h30. O presidente vem sendo orientado pelo marqueteiro Duda Lima e os ministros Fábio Faria e Ciro Nogueira a repetir o comportamento que teve no debate do SBT, sem agressividade ou arroubos de humor.

O segundo assunto potencialmente sensível no debate, na opinião de assessores, diz respeito ao relatório encomendado pelo PL ao Instituto Voto Legal (IVL) que questiona a segurança das urnas eletrônicas. O relatório, divulgado ontem pelo deputado do partido Capitão Augusto, motivou a abertura de um procedimento administrativo no TSE por conter “elementos fraudulentos”. O TSE também quer apurar se o PL e seus dirigentes cometeram crime de desvio de finalidade na utilização de recursos do Fundo Partidário. O relatório encomendado ao IVL custou R$ 225 mil ao partido de Valdemar Costa Neto.

Conselheiros do presidente na campanha não querem que ele aborde o assunto na TV. Consideram que, se insistir no tema das urnas eletrônicas neste momento, Bolsonaro corre o risco de dar “a impressão de que já perdeu e está indo para o tapetão”.

Já assessores como o ex-secretário Fabio Wajngarten e o publicitário Sérgio Lima, especializado em redes sociais, avaliam que tanto o relatório do PL quanto a investigação determinada pelo TSE podem favorecer o presidente ao reforçar a ideia de que o ministro Alexandre de Moraes está empenhado numa “perseguição de ordem pessoal” contra ele.

A campanha também está dividida quanto ao impacto que o debate pode ter sobre os números de Bolsonaro na pesquisas.

Aliados políticos (chamados de “analógicos” por integrantes da campanha) consideram que esse impacto será pequeno, já que o debate começará tarde e “acabada a novela Pantanal, quem tem de trabalhar cedo vai desligar a televisão e dormir”, como diz um deles.

Já assessores familiarizados com a dinâmica das redes sociais têm outra preocupação: o de que qualquer “erro crasso” cometido pelo presidente na TV vire meme nas redes sociais no dia seguinte e, com isso, acabe atingindo quem viu e não viu o debate.

Desde ontem, Lula suspendeu a agenda de campanha para se preparar para o evento da Rede Globo. Está no Rio há dois dias cercado apenas de assessores.

O presidente Jair Bolsonaro segue para o Rio hoje. Seu treinamento se resume a ler uma ou outra informação passada por assessores e a receber frases de efeito sugeridas por Duda Lima. Como sempre faz, ele recusou o “media training” proposto pela campanha e diz que está “com tudo na cabeça”. Quão quente e inflamável ela estará é o que se saberá hoje à noite.

Apoie o Antropofagista

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Flávio Bolsonaro não usou o próprio salário, nem o da esposa, para comprar imóveis, diz Juliana Dal Piva

Em entrevista ao GGN, Juliana Dal Piva disse que depósitos na conta de Flávio Bolsonaro coincidem com momentos em que ele precisava dar entrada ou pagar boletos dos imóveis.

O dinheiro vivo usado na compra de imóveis pelo senador Flávio Bolsonaro não partiu do seu salário nem de sua esposa. É o que diz a jornalista, em entrevista exclusiva ao GGN [assista abaixo], com base nos trabalhos do Ministério Público do Rio de Janeiro.

As investigações contra o filho do presidente se iniciaram em 2019, com suspeitas de crime de peculato. Popularmente, rachadinha. A prática consiste em utilizar parte do salário de assessores parlamentares ou funcionários fantasmas, portanto dinheiro público, para enriquecimento pessoal.

Ao longo das apurações, que tiveram de voltar à estaca-zero em 2021 por ordem judicial, os procuradores do MP carioca diziam que Flávio Bolsonaro utilizou o dinheiro vindo de supostas rachadinhas da época em que era deputado estadual no Rio na compra de imóveis e outros investimentos.

Dal Piva analisou o processo e explicou em entrevista ao jornalista Luis Nassif, na noite de quarta (28), que o filho de Jair Bolsonaro não usou o próprio salário, nem o de sua esposa, para concluir as transações imobiliárias.

Como o Flávio teve sigilo bancário quebrado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, se sabe concretamente, porque as investigações comprovaram isso, fazendo todo o caminho do dinheiro, que este dinheiro que custeou vários imóveis não veio do salário do senador nem da mulher dele. Se comprovou que tinham vários depósitos de dinheiro em espécie que eram depositados na conta dele (Flávio) e da mulher dele, sem identificação de onde veio.

Ela ainda detalha que depósitos na conta bancária de Flávio, vindos de assessores, coincidiam com o momento em que o político precisava pagar determinada despesa relacionada aos imóveis.

Foi identificado um depósito de 25 mil reais do Fabrício Queiroz e, se não me engano, outro de 20 mil do atual chefe de gabinete dele, o coronel Miguel Braga. E isso (depósito) sempre casava com quando o Flávio tinha que pagar ou a entrada de um apartamento, ou então o boleto do apartamento. O tempo todo o Ministério Público descreve que o cruzamento de dados mostrava que, geralmente, não tinha lastro dentro da conta bancária do Flávio com os pagamentos em espécie.

*Com GGN

Apoie o Antropofagista

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Leandro Demori deixa o Brasil para se proteger da violência eleitoral

O jornalista Leandro Demori anunciou em suas redes na noite desta quarta-feira (28), que deixou o Brasil por conta dos episódios de violência no período eleitoral.

“Eu decidi junto com a minha família sair do Brasil durante esse período. Nós não estamos mais no Brasil, a gente vai passar um bom tempo fora”, disse. “Os episódios de violência não param de aumentar e eu sou uma pessoa muito visada. Me tornei uma pessoa reconhecível na rua. É uma coisa que eu posso dizer pra vocês tranquilamente que eu nunca busquei, sempre fui repórter e editor, quem me acompanha sabe como é minha carreira”, completou.

“Não posso votar”

Demori lembrou que é uma pessoa que não pode sequer ir votar. “Como é que eu vou votar, ser reconhecido e acontecer alguma coisa? Tenho filho pequeno. A minha família tomou essa decisão em conjunto, então não estamos mais no Brasil, saímos por esse motivo, é uma coisa que é bom deixar claro aqui”, avisou.

“Vou seguir fazendo o programa daqui de onde estamos. Nosso maior desejo é que essa fase passe, que tudo volte ao normal e que eu possa sim, a partir de 2023, criticar o governo Lula de modo legítimo e democrático”, encerrou o jornalista.

https://twitter.com/demori/status/1575293832605966338?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1575293832605966338%7Ctwgr%5E9adbd2b68d77f7056e08b0ec22bfdd19a939fe13%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fd-961838270200925116.ampproject.net%2F2209072154000%2Fframe.html

*Com Forum

Apoie o Antropofagista

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

TSE dá 24 horas para o PL explicar uso do Fundo Partidário para produzir documento falso sobre as urnas

O corregedor da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, atendeu a uma determinação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, e determinou que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, preste informações sobre o uso de verbas públicas para a elaboração de um relatório de auditoria questionando a segurança das urnas eletrônicas.

De acordo com O Globo, o corregedor deu 24 horas para que o partido de Jair Bolsonaro explique “o uso de recursos públicos oriundos do Fundo Partidário na contratação de serviços que resultaram no documento”.

Chamado de “Resultados da Auditoria de Conformidade do PL”, o parecer que veio a público nesta quarta-feira, com base em ilações, afirma haver um “quadro de atraso” no TSE em relação a “medidas de segurança da informação”, o que geraria “vulnerabilidades relevantes”. Segundo o documento, essas falhas podem “resultar em invasão interna ou externa nos sistemas eleitorais, com grave impacto nos resultados das eleições de outubro”.

Logo depois da divulgação do documento, o TSE disse que as afirmações do partido são falsas, mentirosas, fraudulentas e visam tumultuar as eleições.

A divulgação do relatório pelo PL ocorre no momento em que Bolsonaro voltou a elevar o tom das acusações infundadas ao TSE e a fazer questionamentos, sem qualquer prova, sobre a integridade das urnas eletrônicas. Bolsonaro tem indicado que, caso não vença, deve contestar o resultado da votação.

Em nota, o TSE afirmou que “as conclusões do documento intitulado ‘resultados da auditoria de conformidade do PL no TSE’ são falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade, reunindo informações fraudulentas e atentatórias ao Estado democrático de Direito e ao Poder Judiciário, em especial à Justiça Eleitoral, em clara tentativa de embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral”.

O presidente do tribunal, ministro Alexandre de Moraes, determinou ainda a remessa do documento ao inquérito das fake news, que tramita no Supremo Tribunal Federal e sob a relatoria do próprio magistrado, “para apuração de responsabilidade criminal de seus idealizadores.

Moraes também determinou o envio do documento produzido pelo PL à Corregedoria Geral Eleitoral “para instauração de procedimento administrativo e apuração de responsabilidade do Partido Liberal e seus dirigentes, em eventual desvio de finalidade na utilização de recursos do fundo partidário”.

Apoie o Antropofagista

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Partido de Bolsonaro pagou R$ 225 mil a instituto que fez parecer chamado de mentiroso pelo TSE

Instituto Voto Legal buscou subsídios junto ao governo para elaborar material sobre urnas contestado por tribunal.

Segundo a Folha, PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, pagou ao menos R$ 225 mil ao IVL (Instituto Voto Legal), que produziu o relatório divulgado nesta quarta-feira (28) que questiona a segurança das urnas eletrônicas.

O IVL foi contratado para representar a legenda na análise do pleito. Para elaborar o documento —posteriormente chamado de mentiroso pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral)—, a entidade inclusive buscou subsídios junto a um órgão ligado à Presidência da República.

Um relatório resumido com as conclusões do instituto foi divulgado nesta quarta. O papel questiona a confiabilidade do sistema eletrônico de votação. Logo depois, o TSE disse que as afirmações do partido são falsas, mentirosas, fraudulentas e visam tumultuar as eleições.

O pagamento à entidade consta no balanço financeiro do PL enviado ao TSE, segundo registros de uma conta bancária identificada como “outros recursos”. As informações são ainda parciais e englobam o período entre janeiro e julho deste ano.

A transferência eletrônica ocorreu no dia 29 de julho. Na mesma conta aparecem registradas, por exemplo, doações de empresários feitas ao partido comandado por Valdemar Costa Neto.

O corregedor-geral do TSE, Benedito Gonçalves, deu 24 horas, a partir desta quinta-feira (29), para o PL informar se usou recursos públicos, como do fundo eleitoral ou partidário, na elaboração do documento.

À Folha o presidente do IVL, Carlos Rocha, afirmou que não comentaria a relação contratual mantida com o PL. “Não vou entrar nesse campo”, disse o engenheiro. O partido informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que também não se manifestaria sobre o assunto.

No começo de maio, Bolsonaro anunciou, em tom de ameaça, que uma auditoria seria contratada e sugeriu que os resultados da análise poderiam complicar o TSE, caso a empresa constatasse que é “impossível auditar o processo”.

O presidente encabeça uma cruzada contra o TSE e o sistema eletrônico de votação e tem feito repetidas insinuações golpistas sobre as eleições.

Após ser contratado pelo partido de Bolsonaro, representantes do IVL realizaram uma série de reuniões em diferentes órgãos, inclusive com técnicos do governo federal.

Eles se encontraram com diretores do ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação), órgão vinculado à Casa Civil e que mantém acordo de cooperação técnica com o TSE. Uma reunião ocorreu no dia 4 de agosto, segundo a agenda do diretor-presidente do ITI, Carlos Fortner.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Vitória de Lula tem dimensão histórica. Amplitude das alianças ajuda a reconciliar o País

Luis Costa Pinto – Cada um de nós, democratas brasileiros, saberá exatamente onde estava por volta das 8 horas da noite do próximo domingo. A lembrança ficará guardada no museu personalíssimo de experiências históricas de nossas memórias por anos a fio. Ao redor desse horário, talvez um pouco antes das 8 e meia, o Tribunal Superior Eleitoral terá concluído a contabilização dos votos presidenciais e vai divulgá-los de imediato.

Marque onde estará. Você lembrará desse 2 de outubro de 2022 como a geração de meus avós lembrava da invasão alemã à Polônia e à Tchecoslováquia, em 1939, do bombardeio à esquadra norte-americana do Pacífico em Pearl Harbor, em 1942 e, também, da entrada triunfal do Exército Soviético na Berlim devastada de 1945. Ou como a minha geração lembra do que fazia em 24 de abril de 1984, quando a emenda das Diretas Já foi derrotada no Congresso Nacional; do 25 de janeiro de 1985, quando Tancredo Neves foi eleito no Colégio Eleitoral derrotando a ditadura militar com as próprias ferramentas esgrimidas por elas contra nós; do 5 de outubro de 1988 quando se promulgou a Constituição que pôs fim ao entulho e à barbárie dos ditadores.

A sensação que teremos por todo o País, espraiando-se em rompantes descoordenados de alegria esfuziante e ruidosa, será a de que empurramos o espectro demoníaco e viscoso do fascismo bolsonarista de volta para a fossa de onde emergiu violentamente em 2018 depois dos vazamentos de gases tóxicos ocorridos a partir de 2013. Tapar a cloaca que permitiu a nuvem maligna de ódios gratuitos, preconceitos bizarros, reacionarismo torpe e “anticientificismo” (acho que criei o termo) atroz com um monólito imaginário terá a força de estar do lado dos vencedores em enredos de séries contemporâneas como Dark, Stranger Things, Years and Years e O Conto da Aia.

Desde 1º de janeiro de 2019, quando Jair Bolsonaro desfilou pelo Eixo Monumental de Brasília a bordo do rolls royce presidencial tendo o filho Carlos, o doidivanas 02, inapropriadamente dentro do veículo bancando o segurança do pai; até a noite da última terça-feira, quando um presidente surtado e apoplético, trajando uma camisa amarela ornada por um adesivo com a efígie dele mesmo, com cenário ambientado na vybe estética de uma caverna afegã da Al Qaeda, o Brasil preencheu positivamente todos os itens do roteiro descritivo de “Como as Democracias Morrem”. Vencemos e superamos todas as ameaças. E isso não é pouco, nem foi simples. Orgulhemo-nos, pois (nós, democratas e terrarredondistas que acreditamos na força e no poder das maiorias e na força gravitacional do Sol que faz os planetas, entre eles a Terra, cumprirem movimentos de rotação e de translação em torno de si e isso explica como e por que os dias se sucedem às noites, os anos vêm depois de 365 dias e 6 horas e a primavera brasileira desabrocha depois do inverno devastador da ignorância e da boçalidade).

Em 2018, há escassos quatro anos, éramos minoria e estávamos derrotados. Sabíamos dos erros e dos vícios do processo jurídico que havia levado o ex-presidente Lula à cadeia com o propósito de apartá-lo do processo eleitoral. O projeto de um grupo majoritariamente integrado por militares e mantido por empresas e empresários cansados de perder sucessivas eleições disputadas sob as regras do jogo democrático era eleger Bolsonaro e tutelá-lo. Criam ter capacidade e competência para governar usando o ex-capitão expulso do Exército por má conduta e flertes com terrorismo de extrema-direita. A aventura se revelou rapidamente insana e lançou o Brasil numa quadra distópica.

A distopia brasileira custou caro. Num dos primeiros atos de seu mandato assustadoramente desumano e vergonhosamente nefasto, Jair Bolsonaro praguejou contra o Código Nacional de Trânsito e a Lei Seca. Como se estivesse a testar os limites institucionais do País – e eles foram elásticos demais naqueles tempos em que assistíamos espantados ao desabrochar de Todo o Mal dos casulos onde dormia imóvel, mas não inerte, A Grande Peste – falou-se em revogar a obrigatoriedade de crianças menores de cinco anos andarem em cadeirinhas de segurança nos automóveis, em dobrar o número de pontos necessários para que infratores contumazes passassem por reciclagem dos Departamentos de Trânsito e, até, em permitir certo teor alcoólico nos motoristas. Aquilo era, já, as vesperais da morte.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão criado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e posto para funcionar efetivamente pelo ex-presidente Lula, foi vilipendiado em suas finalidades, destroçado em suas ferramentas e transferido para dentro do Banco Central onde se converteu em algo burocrático. A razão para se destroçar o Coaf, nos primeiros meses do mandato nefasto deste presidente demoniacamente vagabundo, foi o fato de o Conselho ter rastreado as primeiras de muitas operações irregulares do clã Bolsonaro com dinheiro vivo. O Coaf havia desvendado o esquema das “rachadinhas”, a corrupção insidiosa e vil pela qual o pai – Jair Bolsonaro – e seus filhos parlamentares extorquiam funcionários dos gabinetes e lhes roubavam o salário pago com dinheiro público em troca de não lhes exigir presença nas repartições. Com o beneplácito do então ministro da Justiça, o ex-juiz Sérgio Moro, que havia operado o Poder Judiciário para prender Lula usurpando a Constituição e burlando a regra consagrada do Juiz Natural, o Coaf e depois a Polícia Federal foram subjugadas e se mantiveram acadelados sob a mão pesada e tosca de um presidente da República corrupto e despreparado.

Abateu-se sobre o mundo – e, obviamente, sobre o Brasil – a pandemia por coronavírus Covid-19. Caso houvesse uma nesga de boas intenções ou um traço de inteligência naquele espectro de torpeza e de vilania infernais de Jair Bolsonaro, O Idiota teria aproveitado para dar um susto na História e governar. O Congresso Nacional concedeu-lhe uma bazuca de ouro para fazê-lo, o Orçamento de Guerra, ou seja, a possibilidade de gastar o que houvesse em caixa a fim de erguer defesas no País contra o avanço da praga desconhecida e mortal. Ignorante, despreparado, canalha, desalmado, ele escalou governadores de estado, o Supremo Tribunal Federal e a Ciência em geral para justificar seus desmandos que se revelaram letais para os brasileiros: com menos de 3% da população mundial, vimos morreram aqui mais de 11% das vítimas de Covid-19 em todo o planeta. Essa estatística não é feita por números frios. É, isto sim, resultado de uma agenda mortífera alinhada com o que há de mais diabólico e nocivo. Qual jagunços reunidos em torno do líder do bando que tomava de assalto as pequenas propriedades do interior e currava as mulheres que encontrava pelo caminho, os militares associados ao bolsonarismo subscreverem esse roteiro perverso e chancelaram os ataques às instituições.

O Poder Judiciário, por meio de sua Corte Suprema, que havia posto um cacife sobre a mesa em 2016, abaixando a cabeça e fechando os olhos aos atalhos que os aventureiros pegaram naquele momento, de carona na jamanta desgovernada pilotada pela dupla de facínoras Eduardo Cunha e Aécio Neves, dobrou a aposta em 2018 ao fazer vista grossa às ilegalidades e inconstitucionalidades do ex-juiz Moro. Houve interferência direta no processo eleitoral e na vitória de Bolsonaro há quatro anos, eivada de ilegitimidade só por isso, mas, não apenas por isso. Contudo, assustado e acantonado ante os avanços da marcha de insensatos que seguia o presidente da República e se locupletava com os assaltos, as marretagens e os escombros ruinosos espalhados pelo Brasil como um cortejo de fim de mundo a ficar para trás à passagem do ungido pelo diabo, o Judiciário ensaiou reações.

E reagiu.

Primeiro, desfez a infâmia Histórica da condenação de Lula. A partir dali as forças de resistência foram se organizando e a resiliência heroica de alguns – como os advogados de defesa do ex-presidente, a força enternecedora do acampamento Lula, Livre, em Curitiba, a fortaleza resistente das bases do Partido dos Trabalhadores, o único dos grandes partidos que vinham desde a redemocratização. Nenhum deles sobreviveu às bombas atômicas desferidas pela Lava Jato a partir do roteiro ficcional forjado por procuradores, delegados federais e Sérgio Moro em Curitiba (com o auxílio do Tribunal Regional Federal da 4ª Região sediado em Porto Alegre).

Depois de desfazer o irreparável erro jurídico que foi a condenação de Lula, e a partir disso reconhecer, implicitamente, sem fazer meas culpas explícitos, seu papel decisivo para a eleição de Bolsonaro em 2018, o STF ofereceu à mídia tradicional brasileira uma porta de saída da armadilha do lava-jatismo. Ela havia construído para si os dispositivos com os quais acabou caçada e despida. Resistentes a autocríticas, porém, escassas empresas e raríssimos jornalistas admitiram seus erros e o co-protagonismo que tiveram nessa tragédia do Brasil contemporâneo. Não vejo heróis entre eles quando os miro a partir da perspectiva de cá – de quem estava desde sempre do lado certo da História.

Por fim, chegamos ao momento em que a virtude reencontrou a fortuna no Brasil: o Lula que deixou os 580 dias de infâmia e abuso judicial em Curitiba revelou-se ao País alguém melhor e ainda mais amplo do que o ex-presidente encarcerado pelos adversários que não conseguiram vencê-lo dentro da lei e das regras do jogo democrático. Lula viu a cena política nacional voltar a convergir para a figura gigantesca e carismática que ele é desde os tempos do movimento sindical.

Em que pese ter cumprido dois mandatos presidenciais inclusivos e dinâmicos, e de jamais ter abandonado a Constituição e os limites institucionais para chegar ao Poder ou para se preservar como “intocável” (porque jamais se viu assim), arquivou ressentimentos e costurou alianças. Uniu-se a Geraldo Alckmin, contra quem havia tido embates eleitorais e pálios políticos em tempos recentes.

A dupla Lula-Alckmin terminou por se revelar uma arma poderosamente eficaz contra as maledicências – deu match! – e permitiu que sonhos singulares fossem sonhados em conjunto. Na esteira desta semana que antecede o pleito do 1º turno, o ex-presidente da República e o ex-governador paulista exibem para o País e para o mundo a mais ampla, vistosa e vitoriosa (já, sim, admitamos. Há 85% de chances de tudo se resolver no 1º turno, posto que um 2º turno é mais inútil do que arriscado) aliança democrática formada por estas bandas. O imenso e generoso arco dessa aliança é revolucionariamente necessário porque a missão dada a estes dois homens, a partir das 8 horas da noite de domingo, quando cada um de nós se lembrará por anos a fio onde estava e o que fazia ao sair o resultado das urnas presidenciais de 2022, é a reconciliação do Brasil e dos brasileiros.

É preciso reconstruir a Nação, e isso só pode fazer quem nasceu para somar, como Lula, como Alckmin, e não quem vive para dividir, como o espectro demoníaco posto de volta no portal do inferno – devolvido por nós da mesma forma como Yemanjá rejeita as oferendas malsãs que lhe são feitas.

*247

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição