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Trama contra Moraes: conheça as versões e contradições de Bolsonaro, Silveira e Do Val

A Polícia Federal ouviu, durante a semana, os três atores políticos envolvidos em suposto golpe de Estado denunciado por Marcos Do Val.

Os três atores políticos envolvidos em suposta trama contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e em um plano de golpe de Estado prestaram depoimento a investigadores da Polícia Federal (PF) nos últimos dias, segundo o Metrópoles.

Marcos Do Val (Podemos-ES), Daniel Silveira (PTB) e Jair Bolsonaro (PL) expuseram suas versões acerca de reunião ocorrida em 8 de dezembro de 2022, no Palácio da Alvorada. O detalhamento dos fatos, porém, muda de acordo com a pessoa que os narrou. Nem o próprio delator das suspeitas conseguiu manter suas afirmações.

Marcos Do Val já tinha ido e vindo em suas informações, ao apresentar pelo menos quatro versões diferentes. Diante da divergência de relatos, o ministro Alexandre de Moraes determinou a abertura de um inquérito para apurar a situação.

Inicialmente, o senador Marcos Do Val afirmou que teria se reunido com Silveira e Bolsonaro em uma trama para deflagrar um golpe de Estado destinado a anular as eleições presidenciais de 2022, nas quais Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito.

Havia ainda a denúncia da suposta tentativa de gravar Moraes, na expectativa de que ele falasse algo que o comprometesse, a fim de abrir caminho para o que seria uma intervenção militar no país. No entanto, os depoimentos à Polícia Federal apontam um ninho de contradições.

A reunião
Em oitiva à Polícia Federal, em 12 de julho, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou ter se reunido com os dois, mas negou qualquer plano contra Moraes. Afirmou que, em conversa de 20 minutos, tratou tudo dentro das “quatro linhas da Constituição”.

O depoente ainda ressaltou não ter intimidade com Do Val; por esse motivo, Daniel Silveira teria marcado a reunião entre os três. O ex-deputado, por sua vez, contou versão diferente.

Disse à PF que o então presidente “não foi avisado com antecedência que Do Val iria ao seu encontro”. Falou ainda que a conversa durou entre “7 e 10 minutos” e que atuou apenas como mero espectador.

Segundo depoimento na íntegra ao qual o colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles, teve acesso, Silveira afirmou que Do Val o procurou e “insistiu”, por telefone, para conseguir uma agenda com Bolsonaro.

Na ocasião, Daniel comunicou ao senador a data em que se encontraria com o então presidente, no Palácio da Alvorada. “Se Marcos Do Val tivesse interesse, que aparecesse por lá”, relatou Silveira à PF. O senador, então, teria aguardado o ex-deputado na entrada da residência oficial.

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Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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