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Na história geral do Brasil, Sergio Moro terá duas linhas, se tanto

Sergio Moro, que já foi vendido como herói nacional, hoje, encontra-se à míngua.

Cada uma das peças desparafusadas de sua imagem, hoje, pálida, causa asco até na ala truculenta do bolsonarismo. E lembrem-se,  em determinado momento do governo Bolsonaro, Moro, como ministro da Justiça, tinha na pirâmide de popularidade vários degraus acima do chefe.

Com isso, sua onipotência foi ao último grau. Numa balança política, Moro estava beatificadamente eleito, até que Bolsonaro, com um tranco, um pé no traseiro e entortou a imagem de Moro. E toda aquela bagagem bolsonarista que sustentava a sua popularidade, pulou fora, seu brilho, diante do próprio espelho, desabou.

O que o ex-juiz, o ex-herói, um quase rei do Brasil, passa agora, é um enorme inferno pessoal.

Não há brasileiro que consiga digerir Moro, pode ainda defendê-lo numa contrapartida ao PT e a Lula, mas defendê-lo de forma espontânea, não. Pode até soar grosso o que for, que o ex-soberano juiz não abarca mais ninguém.

Para piorar, seu principal lubrificante de imagem, a Globo, não só secou, como tirou os canhões de luz do seu palco e partiu para a artilharia com o escândalo de sua arapongagem, denunciada por Tony Garvia e divulgada por Daniela Lima na GloboNews.

Ou seja, acabou o guarda-chuva que os Marinho davam a Moro. Isso acontece há poucos dias de sua inevitável cassação, em que se tornará uma presa fácil para, no passo seguinte, seguir para a prisão.

Moro será tão insignificante para a história do Brasil, que será lembrado somente, como bem disse o deputado Glauber Braga, como um juiz corrupto e ladrão, o que cabe, se muito, em duas linhas da história do Brasil.

Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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