Ano: 2023

Eduardo Appio não deveria ter se candidatado a assumir a Lava Jato, diz relator da suspeição

Voto de Loraci Flores, determinante para a suspeição de Appio, é um registro histórico dos golpes baixos enfrentados pelo juiz.

O voto do desembargador do TRF-4 Loraci Flores, determinante para a unânime declaração de suspeição e anulação de todas as decisões tomadas por Eduardo Appio na Lava Jato, é um registro histórico do baixo nível das alegações usadas contra o juiz que já se encontrava afastado por causa do caso Malucelli.

Quem se aventurar a ler as mais de 40 páginas do voto de Loraci Flores, encontrará ali uma prova inconteste do grau de incômodo que o lavajatismo sentiu com a ascensão de Appio à 13ª Vara Federal de Curitiba.

Para se ter ideia, o próprio Loraci Flores ousa dizer em seu voto que Appio sequer deveria ter se candidatado a assumir a 13ª Vara Federal de Curitiba, palco principal da Lava Jato.

Para chegar a isso, Loraci Flores replicou uma série de argumentos questionáveis levantados pelo Ministério Público Federal contra Appio. Entre eles, um ataque “difamatório” contra seu pai, falecido em 2022.

Golpe baixo
O pai do juiz Eduardo Appio, Francisco Appio, doi deputado pelo PP do Rio Grande do Sul e apareceu, em 2015, numa matéria do portal G1 sobre a “lista” entregue pela Odebrecht à Lava Jato com os “apelidos” de políticos que supostamente mantinham relações com a empreiteira.

Hoje sabe-se que o que a Odebrecht diz, não se escreve. Pelo menos, não antes de uma boa investigação. Seu acordo de leniência é só exemplo disso, tendo sido declarado “imprestável” pelo Supremo Tribunal Federal poucas horas antes de Loraci partir para o contra-ataque, julgando a suspeição de Appio.

De 2015 a 2022, quando Francisco Appio veio a falecer, não se ouviu falar em investigação alguma. Mas o MPF insinuou que a mera menção na lista, embora desprovida de qualquer prova de corroboração, já seria evidência de possível corrupção e um motivo para Appio declarar-se suspeito.

Appio já havia rebatido e manifestado nos autos seu inconformismo com o ataque baixo ao seu pai, feito sob medida para precipitar sua saída da Lava Jato.

Mas para Loraci Flores, a simples menção a Francisco Appio na lista da Odebrecht “constitui um elemento objetivo para recomendar, no mínimo, que o excepto [Eduardo Appio], enquanto filho de alguém citado na indigitada lista, não tomasse, como o fez, depois de tantos anos atuando em matéria diversa da área criminal, a iniciativa de se inscrever, em primeira opção, para o concurso de remoção que previa o preenchimento da vaga de juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.”

Mesmo sem provas, Loraci Flores apoiou a narrativa do MPF, anotando em seu voto que a Odebrecht, “segundo amplamente divulgado, por muito tempo, pela totalidade da imprensa brasileira, esteve envolvida (…) com fatos que vinham sendo investigados na Operação Lava-Jato.”

Não que seja o caso desta vez, mas como já vimos antes, reportagens do Grupo Globo por vezes têm valor de “prova documental” para juízes lavajatistas (relembre aqui).

Tergiversação
Ao ver a memória de seu pai sendo pisoteada, Appio requereu a Loraci Flores a intimação de Rodrigo Tacla Duran. Ex-advogado da Odebrecht, Tacla Duran poderia testemunhar sobre a lista que vazou à imprensa, possivelmente esclarecer a menção a seu pai, e explicar por que algumas provas da Odebrecht são “imprestáveis”.

Mas o relator Loraci Flores negou o pedido de Eduardo Appio para ouvir Tacla Duran, alegando que seria um depoimento “absolutamente irrelevante”, pois “não se está julgando se houve ou não irregularidade em relação ao pai, mas, sim, a presença de condições serenas, livre de qualquer influência externa, para que alguém, dentro de tal contexto, estivesse à frente dos processos relacionados àquela Operação.”

Appio, o juiz “correicional”
O ataque ao pai de Appio foi apenas um dos argumentos usados pelo MPF para requerer a declaração de sua suspeição e a consequente nulidade de seus atos frente à 13ª Vara. O MPF alegou ainda que as curtidas e as figuras políticas seguidas por Appio nas redes sociais mostram uma inclinação à esquerda.

Também sustentou, entre outros pontos, que nas participações em lives do canal TV GGN, mantido pelo Jornal GGN no Youtube, Appio mostrou-se “crítico” da Lava Jato, “quase que como um órgão correicional, querendo passar a limpo” os feitos de Sergio Moro e companhia – o que seria, na visão de Loraci Flores, inadmissível.

Loraci, o relator suspeito
Ironicamente, Loraci Flores é irmão do delegado Luciano Flores, que atuou em vários processos da Lava Jato. Isso, segundo o Consultor Jurídico, é motivo suficiente para, na forma da lei, o desembargador jamais ter assumido a relatoria da Lava Jato no TRF-4.

O Conjur também mostrou nesta terça (12) que a 8ª Turma do TRF-4 alterou a jurisprudência da própria corte para declarar Appio suspeito. Trocando em miúdos: pau que bate em Eduardo Appio, não bate em Marcelo Malucelli – o desembargador pivô do afastamento de Appio na Lava Jato. Leia aqui.

*GGN

Apoie o Antropofagista com qualquer valor

Pix: 45013993768

Agradecemos o seu apoio

PF pediu informações ao TCU sobre compra de coletes em 2022

Operação da PF sobre compra de coletes com dispensa de licitaNovoção atinge general Braga Netto, que na época era interventor federal do RJ.

A Polícia Federal enviou ainda em março de 2022 uma solicitação no Tribunal de Contas da União (TCU) para que o órgão compartilhasse informações sobre as apurações envolvendo a compra de 9.360 coletes balísticos para a Polícia Civil do Rio de Janeiro, com dispensa de licitação, realizada pelo Gabinete de Intervenção Federal do Rio (GIFRJ), segundo o Metrópoles.

O pedido foi feito pela Coordenadoria de Repressão à Corrupção da Polícia Federal, que citou a empresa americana CTU Security, que seria beneficiada com a compra de R$ 40,2 milhões. Nesta terça-feira (12), a PF deflagrou uma operação que apura justamente a compra em questão, firmada com dispensa de licitação em 2018.

O ex-ministro da Casa Civil e da Defesa sob o governo de Jair Bolsonaro, general Braga Netto (PL), não é alvo da operação, mas é investigado pela PF. Na época da compra, ele era o interventor federal no RJ. Braga Netto teve o sigilo telefônico quebrado pela Justiça.

A operação apura suspeita de crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa supostamente praticadas por servidores públicos federais. O TCU identificou que os coletes seriam adquiridos com sobrepreço de R$ 4,6 milhões. Essas apurações foram todas encaminhadas à PF.

PF pediu informações ao TCU sobre compra de coletes em 2022
Operação da PF sobre compra de coletes com dispensa de licitação atinge general Braga Netto, que na época era interventor federal d

A Polícia Federal enviou ainda em março de 2022 uma solicitação no Tribunal de Contas da União (TCU) para que o órgão compartilhasse informações sobre as apurações envolvendo a compra de 9.360 coletes balísticos para a Polícia Civil do Rio de Janeiro, com dispensa de licitação, realizada pelo Gabinete de Intervenção Federal do Rio (GIFRJ).

A empresa chegou o valor integral, R$ 40,2 milhões, em janeiro de 2019. Após a suspensão do contrato pelo TCU, o valor foi devolvido em setembro do mesmo ano.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor

Pix: 45013993768

Agradecemos o seu apoio

Podemos diz à Justiça Eleitoral ter gasto R$ 2 milhões com pré-campanha de Sergio Moro

Lista de despesas foi incluída em ação que pode levar à cassação do mandato do hoje senador.

O diretório nacional do Podemos informou ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) ter gasto cerca de R$ 2 milhões com a pré-candidatura de Sergio Moro à Presidência da República no período em que o ex-juiz federal da Lava-Jato esteve filiado à legenda – entre 11 de novembro de 2021 e 30 de março de 2022, diz Malu Gaspar, O Globo.

Os gastos foram enviados ao TRE-PR, onde tramitam os processos que podem levar à cassação do mandato do hoje senador pelo União Brasil. Moro é alvo de ações movidas pelo PT do presidente Lula e pelo PL de Jair Bolsonaro, que serão analisadas conjuntamente pelo tribunal.

“Em que pese o abandono da candidatura por culpa, exclusivamente, do então pré-candidato, houve desde o evento de filiação partidária, a contratação de diversos outros serviços, então exigidos por Sergio Moro, como seguranças particulares, passagens aéreas, carro blindado, e a celebração de contratos de prestação de serviços advocatícios e outros referentes às eleições de 2022 ou a pré-candidatura”, afirmou o diretório nacional do Podemos ao TRE paranaense.

A legenda atendeu a uma decisão do desembargador Dartagnan Serpa Sá, relator das ações, que solicitou esclarecimentos sobre os gastos com a pré-campanha de Moro. O Podemos anexou uma série de notas fiscais e documentos que somam um total de R$ 1.958.695,86 de despesas com o ex-juiz da Lava-Jato.

Com duas pesquisas qualitativas, realizadas em janeiro e março de 2022, o partido desembolsou um total de R$ 663,5 mil. Só com o aluguel de carro blindado Corolla em 18 de março de 2022, pouco antes de Moro se desfiliar da legenda e migrar para o União Brasil, foram gastos R$ 198 mil.

Já a contratação de um escritório de advocacia custou R$ 60 mil à sigla.

O Podemos, comandado pela deputada federal Renata Abreu, ainda afirmou à Justiça Eleitoral que “tem sido demandado judicialmente para arcar com o pagamento de outros contratos e suposta multa compensatória, em que pese a inexistência da prestação dos referidos serviços em benefício, em decorrência do abandono” da pré-candidatura de Moro e sua desfiliação da legenda.

O PT pretende usar as informações apresentadas pelo Podemos para reforçar as acusações de que Sergio Moro praticou caixa 2 e abuso de poder econômico em sua ofensiva política para se tornar senador.

“Como se vê, bola de neve financeira que se tornou a campanha de Moro só cresce. Apenas pelo informado pelo Podemos, já existem cerca de R$ 2 milhões contratados em favor da pré-candidatura de Moro, sem contar as despesas que já estão sendo objeto de execução perante a justiça de São Paulo”, , disse à equipe da coluna o advogado Luiz Eduardo Peccinin.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor

Pix: 45013993768

Agradecemos o seu apoio

Braga Netto tem quebra de sigilo em investigação que mira intervenção no Rio

Ex-interventor federal no Rio de Janeiro, o general Walter Braga Netto teve o sigilo telefônico quebrado no âmbito da investigação da Polícia Federal (PF) que a apura possíveis fraudes na aquisição de coletes balísticos no Rio de Janeiro, em 2018.

A PF saiu às ruas, nesta terça-feira (12), para cumprir 16 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal no âmbito da operação Perfídia. Não há ordens de prisão emitidas pela Justiça, e Braga Netto não foi alvo de mandados nesta terça-feira.

Segundo a investigação, as peças teriam sido compradas pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro, em 2018, com valor acima do mercado. A estimativa do Tribunal de Contas da União (TCU) é a de que o valor total global do sobrepreço foi de R$ 4,6 milhões.

Na época, a pasta era comandada por Braga Neto. General do Exército, Braga Netto atuava no Comando Militar do Leste quando foi deslocado para ser interventor no Estado. Na prática, ele se tornou responsável pelo comando da Secretaria Estadual de Segurança Pública, Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, além do sistema carcerário.

O decreto de intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro foi assinado pelo então presidente Michel Temer (MDB), em 2018, em função de uma onda de violência no Estado. No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o militar foi chefe da Casa Civil. Já nas eleições do ano passado, ele foi candidato a vice na chapa encabeçada por Bolsonaro nas eleições de 2022.

A investigação
De acordo com a PF, há indícios de que servidores públicos federal cometeram os crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa. Eles teriam agido no contrato do governo, por meio do Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro, para a compra de 9.360 coletes balísticos com sobrepreço.

O contrato com o Gabinete foi firmado em dezembro de 2018, após a dispensa de licitação, no valor de US$ 9.451.605,60, ou R$ 40.169.320,80 pelo câmbio à época. O pagamento foi recebido pela empresa integralmente em janeiro de 2019 e o valor estornado em setembro do mesmo ano, após a suspensão do contrato pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

*O Tempo

Apoie o Antropofagista com qualquer valor

Pix: 45013993768

Agradecemos o seu apoio

O Globo imita Bolsonaro

O estilo e a fisionomia de Alexandre Garcia são um produto conjugado do jornalista e do meio em que ele foi forjado.

Assim, ele adquire estilo e caráter. A flagrante máscara vestida por Alexandre Garcia é resultante da personalidade de um diretor de jornalismo da Globo. O elemento individual nesse meio, é nenhum. A inteligência, menos ainda.

Há uma farta, melhor dizendo, uma gigantesca lista de absurdos ditos por Alexandre Garcia, que era o homem que rubricava a direção de jornalismo da Globo, jornalismo medievo, feito para dizimar reputações e fomentar desespero na sociedade.

Ou seja, o homem era um profano no lugar certo, na hora certa. Por isso é natural que a Globo assuma o papel de Bolsonaro e tenta jogar a opinião pública contra Lula, refugiando-se no direito de opinião para implantara calúnia, a difamação, a injúria e outros crimes dessa natureza, de forma deliberada, porque foi isso mesmo que Alexandre Garcia fez, mentiu criminosamente sobre supostas barragens, que sequer existem da maneira como pintou.

Não há qualquer forma de se associar a tragédia humana, que ainda acontece no Rio Grande do Sul com o PT.

O Globo, nesta segunda-feira, trouxe em seu juízo que Alexandre Garcia pode mentir, caluniar, pois seu diploma de jornalista basta para que ele saia caluniando e não sofra qualquer sanção ou fiscalização, pelo menos na república dos Marinho, onde Garcia foi matriculado e lá se manteve durante muito anos.

Assim, a Globo diz o que pensa sobre a seriedade, mas também a molecagem com as notícias quando utiliza o instrumento de informação para adaptá-lo a um determinado crime.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor

Pix: 45013993768

Agradecemos o seu apoio

Mauro Cid vai citar generais que atuaram no governo Bolsonaro em delação

Generais Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos estão na lista.

O tenente-coronel Mauro Cid vai citar militares que participaram do núcleo do governo de Jair Bolsonaro (PL) em seu acordo de delação premiada, homologado no fim de semana pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), diz Mônica Bergamo, Folha.

Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, deve citar, entre outros, o general Augusto Heleno, que foi chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo passado, e também o general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

Heleno já negou, em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, que tivesse ajudado a articular uma tentativa de golpe.

Ramos afirmou, quando estava no cargo, que seria “ultrajante e ofensivo” afirmar que os militares estariam envolvidos em algum plano de golpe. Mas fez um alerta para “o outro lado”: “Não estica a corda”.

De acordo com pessoas familiarizadas com as tratativas de colaboração de Cid, ele deve citar também os generais Eduardo Pazuello e Braga Netto, e um outro general da reserva.

De acordo com pessoas familiarizadas com as tratativas de colaboração de Cid, ele deve citar também os generais Eduardo Pazuello e Braga Netto, e um outro general da reserva.

O Exército, no entanto, pode respirar aliviado: o ex-ajudante de ordens não deve citar militares da ativa em seu depoimento, mesmo diante do fato de golpistas do 8/1 terem permanecido por longo tempo acampados no QG da força por um longo tempo.

Heleno já negou, em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, que tivesse ajudado a articular uma tentativa de golpe.

Pelo contrário: ele vem afirmando que o Exército barrou qualquer tentativa de estímulo a uma intervenção militar no processo político.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor

Pix: 45013993768

Agradecemos o seu apoio

Fraudes na intervenção do RJ, chefiada por Braga Netto, são alvo de operação da PF

Militares que integraram o Gabinete da Intervenção Federal (GIF) no Rio de Janeiro, em 2018, são alvo nesta terça-feira (12) da Operação Perfídia, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para investigar supostas fraudes na verba do programa, que custou R$ 1,2 bilhão. O general Walter Souza Braga Netto, nomeado interventor, é investigado e teve o sigilo telefônico quebrado pela Justiça.

Agentes saíram para cumprir 16 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em São Paulo e no Distrito Federal. Não há mandados de prisão, e Braga Netto não é alvo de mandados.

A PF investiga crimes de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção e organização criminosa na contratação da empresa americana CTU Security LLC para aquisição de 9.360 coletes balísticos com sobrepreço de R$ 4,6 milhões.

Durante quase todo o ano de 2018, a segurança pública do RJ ficou a cargo das Forças Armadas, após um decreto do então presidente Michel Temer. A medida foi tomada depois de um carnaval marcado por arrastões e ataques em blocos.

O general Walter Souza Braga Netto, do Comando Militar do Leste, foi nomeado interventor. Antes, ele coordenou a segurança durante a Olimpíada do Rio, em 2016, e ocupou o serviço de inteligência do Exército. Braga Netto escolheu como auxiliares os também generais Richard Fernandez Nunes, como secretário de segurança, e Mauro Sinott, para o operacional.

Na cerimônia de encerramento da intervenção, em 27 de dezembro de 2018, as Forças Armadas informaram que tinham empenhado até então R$ 890 milhões do R$ 1,2 bilhão reservado para a iniciativa e que havia a previsão de devolver R$ 120 milhões.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor

Pix: 45013993768

Agradecemos o seu apoio

Cozinha solidária do MST já entregou mais de 10 mil marmitas a desabrigados no Rio Grande do Sul

Brasil de Fato – A cozinha solidária do MST no município de Encantado, Rio Grande do Sul, já entregou mais de 10 mil marmitas nas comunidades mais afetadas pelas enchentes. Dezenas de pessoas do movimento, acampados e assentados, integrantes do Levante Popular da Juventude, se deslocaram para ajudar na produção do alimento.

“Viemos para essa tarefa humanitária com quantidade expressiva de produtos da reforma agrária, produtos orgânicos, vindos de cooperativas dos assentamentos do MST da região Metropolitana e ficaremos aqui”, conta o assentado Marildo Molinari.

A tragédia do ciclone e das enchentes provocou 46 mortes, enquanto outras 46 pessoas permanecem desaparecidas, gerando uma comoção que abrange 93 municípios gaúchos afetados. A situação deixou 4.794 pessoas desabrigadas, 820.498 desalojadas e 924 feridas. Os desabrigados estão recebendo assistência em ginásios e prédios públicos e privados.

A solidariedade faz parte do acúmulo histórico do MST: “Sempre recebemos solidariedade quando nossa turma está nas marchas e ocupações, agora estamos devolvendo para sociedade tudo aquilo que nós podemos fazer. Sabemos que é pouco diante da dimensão da tragédia que está ocorrendo aqui, chega ser difícil explicar a dimensão”, afirma Cedenir Oliveira, da direção nacional do MST no estado.

O Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (Consea-RS) criou duas cozinhas solidárias em Arroio do Meio, produzindo 1,5 mil refeições por dia. “A tendência é que o número de refeições diminua nos próximos dias a medida que as famílias retornem para suas casas”, afirma Juliano Ferreira de Sá, presidente do Consea-RS.

A entidade está construindo cozinhas solidárias em Lajeado, Cruzeiro do Sul e Roca Sales. “Nós estamos realizando uma mobilização de incentivo para que as cozinhas fiquem de maneira permanente nestes munícipios, como espaços de integração, de alento e de esperança. Hoje precisamos de voluntários para preparar os alimentos, além de proteínas, para realimentar a reconstrução do Vale do Taquari”, complementa Juliano.

Chegaram na manhã deste domingo (10), por volta das 9h, em Lajeado, as primeiras cestas de alimentos que foram doadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) às famílias atingidas pela cheia no Vale do Taquari. Foram entregues 1,2 mil cestas, de um total de 5 mil, com o apoio de integrantes do Exército na base de apoio logístico da Defesa Civil na região.

“Desde o primeiro momento da tragédia, o governo federal está mobilizado para ajudar o estado no que for preciso. Começamos a entregar as primeiras cestas de alimentos da Conab, e contamos com o apoio fundamental do Exército. Ao longo desta semana, mais cestas vão chegar ao estado para atender o básico da alimentação”, disse o presidente da Companhia, Edegar Pretto.

A doação das 5 mil cestas foi anunciada pelo presidente da Conab na quarta-feira (6), quando uma primeira comitiva do governo federal visitou as áreas atingidas. Entre os alimentos que serão entregues às famílias estão arroz, feijão, leite em pó, farinha de trigo, macarrão e fubá.

Com informações do Brasil de Fato.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor

Pix: 45013993768

Agradecemos o seu apoio

Vídeo: Tempestade na Líbia já registra 150 mortos e ameaça campos de petróleo

O leste da Líbia vem sofrendo desde domingo (10) as consequências da tempestade “Daniel”. As inundações já deixaram 150 mortos no leste do país, informou uma fonte oficial à AFP nesta segunda-feira. O chefe do Executivo no leste da Líbia, Usama Hamad, falou em mais de 2 mil mortos e milhares de desaparecidos na cidade de Derna, uma das mais afetadas. Os números não foram confirmados pelo serviço de saúde.

— Pelo menos 150 pessoas morreram em consequência das inundações provocadas pela tempestade Daniel em Derna, nas regiões de Jabal Al-Akhdar e nos subúrbios de Al-Marj —, declarou horas antes à AFP Mohamed Massoud, porta-voz do chefe do Executivo paralelo com sede em Benghazi (leste).

O leste do país abriga os principais campos e terminais de petróleo. A Companhia Nacional do Petróleo (NOC) declarou “estado de alerta máximo” e suspendeu os voos entre os centros de produção, onde as atividades diminuíram consideravelmente.

Equipes de emergência foram enviadas no domingo a Derna, cidade de mais de 100 mil habitantes (900 km ao leste de Trípoli) atravessada por um rio que vai até o Mediterrâneo. Massoud informou que as autoridades “perderam contato com nove soldados durante as operações de resgate na cidade”.

Descrita pelos especialistas como um fenômeno “extremo em termos de quantidade de água que caiu”, a tempestade denominada Daniel afetou nos últimos dias Grécia, Turquia e Bulgária, deixando pelo menos 27 mortos.

A tormenta também causou “danos materiais significativos a infraestruturas e a propriedades privadas”, acrescentou o porta-voz líbio.

Centenas de moradores permanecem bloqueados, em áreas de difícil acesso, enquanto equipes de resgate, apoiadas pelo exército, tentam ajudar as vítimas.

Imagens registradas por moradores de cidades do leste como Derna, Al-Bayda e localidades menores mostram deslizamentos de terra e bairros inteiros submersos, assim como rodovias e edifícios que desabaram.

Um funcionário da prefeitura de Derna classificou a situação em sua localidade como “catastrófica”, “fora de controle” e que exige uma “intervenção nacional e internacional”, em entrevista ao canal Libia al-Ahrar. A fonte citou o colapso de quatro pontes e dois edifícios, segundo O Globo.

Com as reservas de petróleo mais abundantes da África, a Líbia enfrenta um cenário de caos desde a queda do regime de Muamar Khadafi em 2011, abalada por divisões e violência.

Há um ano e meio, dois governos disputam o poder: o liderado por Abdelhamid Dbeibah na região oeste, reconhecido pela ONU, e o designado pelo Parlamento e apoiado pelo homem forte da região leste, Khalifa Haftar.

Durante um conselho extraordinário de ministros exibido ao vivo pela televisão nesta segunda-feira, Dbeibah anunciou “três dias de luto nacional”.

A missão da ONU na Líbia afirmou que está “monitorando de perto a situação” e expressou “solidariedade às famílias das vítimas”.

No vizinho Egito, as autoridades recomendaram precaução aos moradores da costa norte, perto da fronteira com a Líbia, e anunciaram o início dos preparativos para minimizar o impacto da tempestade Daniel.

https://twitter.com/i/status/1701212733796937863

Apoie o Antropofagista com qualquer valor

Pix: 45013993768

Agradecemos o seu apoio

Coronel de SP pivô de crise no 7/9 ganha superpoderes na PM de Tarcísio

Polícia diz não haver impedimento para oficial exercer ‘funções inerentes ao seu posto hierárquico’.

Integrantes das cúpulas do Ministério Público e da Polícia Militar de São Paulo se reuniram, no início de agosto, para tratar de “diversos temas de interesse institucional”. No registro oficial do encontro, o procurador-geral Mario Sarrubbo aparece ladeado por dois coronéis: à esquerda está o comandante-geral, Cássio Araújo de Freitas, e, à direita, Aleksander Toaldo Lacerda, subchefe do Estado Maior, segundo a Folha.

A imagem que eternizará esse encontro é também uma demonstração pública do status alcançado por Lacerda na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Em agosto de 2021, o coronel foi pivô de uma grave crise institucional entre a PM e o governo paulista ao convocar pelas redes sociais participação nos atos em apoio ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) na “guerra” contra o STF (Supremo Tribunal Federal).

O envolvimento de um oficial da ativa da maior PM do país, com cerca de 80 mil homens, aumentou o clima de tensão daquele 7 de Setembro em razão de rumores sobre a possibilidade de um golpe de Estado com apoio de policiais militares.

A adesão de Lacerda sinalizava a possibilidade de rompimento de PMs paulistas com a gestão João Doria (então no PSDB) e, com ele, o fim do Estado democrático de Direito.

O envolvimento do coronel com o bolsonarismo foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Em redes sociais, além da convocação de atos pró-Bolsonaro no 7 de Setembro, o oficial fazia ataques a Doria e aos ministros do STF, em especial a Alexandre de Moraes, ex-secretário da Segurança de SP.

Após a reportagem, Lacerda foi afastado do comando da região de Sorocaba e virou alvo de investigação interna. O então comandante-geral Fernando Alencar Medeiros ainda determinou que policiais militares de folga não participassem de manifestações políticas naquele feriado, algo inédito na corporação. A ordem foi cumprida, mas a imagem da contaminação política da tropa permaneceu.

Com o início da gestão Tarcísio, Lacerda foi nomeado subchefe do Estado Maior –uma das funções mais importantes da PM por ser o responsável pela condução de todos os estudos estratégicos da corporação e pela materialização das decisões tomadas pelo comando.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor

Pix: 45013993768

Agradecemos o seu apoio