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O bagaço da Laranja

A cronologia trágica da direita brasileira, é explícita. Desde quando as Organizações Globo criaram o Instituto Innovare, em 2004, ou seja, um ano depois de Lula assumir o seu primeiro mandato, com o intuito de erguer mais um embuste, como é praxe dos Marinho, para se infiltrar no sistema jurídico brasileiro e, diante das informações de seu funcionamento, entender em que tipo de piso a Globo caminharia para usar o judiciário como produto político a favor dos interesses da velha oligarquia.

Não que o judiciário brasileiro não fosse por si só o cão de guarda do patriarcado brasileiro, sempre foi e levará muitos anos para se libertar desse chiclete grudado no cromo alemão de suas Excelências.

Não se pode esquecer que quem deu o rótulo de legalidade à sanguinária escravidão dos negros no Brasil, foram os homens de preto, togados, com o perfume floral de algo realmente institucional. Mas isso é um outro assunto.

O que menos queremos aqui é fazer cera, procrastinar um assunto que já está para lá de liquidado.

Então, inicia-se a farsa do mensalão, que é, sem sombra de dúvida, a mais dantesca e funesta farsa jurídica desse país.

Enfim, para não prolongar, Zé Dirceu foi transformado no maior bandido nacional, enquanto Roberto Jeferson era elevado à condição de protetor da legalidade. Um dos maiores pilantras da história desse país, foi ouvido pela Folha, sob o comando de Renata Lo Prete, que o embalou como o homem bomba.

A história não poderia ser mais ridícula, patética, sem qualquer fundamento, mais que isso, sem um cisco que fosse de prova de crime de Zé Dirceu que, diga-se de passagem, ao contrário de Roberto Jeferson, nunca havia sido acusado de qualquer malfeito.

Mas tudo isso tinha, em tese, uma senha, a paciência da sociedade brasileira com os fracassos repetidos e contínuos da direita, havia chegado ao fim.

Remédio: para a direita voltar ao poder, golpe, que só não se consumou porque houve uma reação da sociedade em defesa de Lula. Mas as cabeças de Zé Dirceu e Genoíno, dois grandes expoentes do PT, tinha que ser sacrificadas, o que discordo francamente, sempre achei que a esquerda deveria ir para o enfrentamento com aquela escumalha golpista.

Joaquim Barbosa, um dos maiores deslumbrados da história desse país, vestiu com gosto a carapuça de torquemada, fazendo caras e bocas de frente para as câmeras da Globo para, no final, carnavalizar a tal “teoria do domínio do fato”, que significava claramente, “eu não tenho provas contra Zé Dirceu e Genoíno, portanto, vou chutar esse bate-entope jurídico e a mídia faz o resto do trabalho sujo.

Logo em seguida, vem a Lava Jato, que dispensa comentários, porque a intenção aqui é dizer que, depois do que fizeram com Dirceu, partiram para cima de Dilma e, em seguida, de Lula, para Moro sapecar na sua sentença, que não tinha nenhuma prova contra Lula e que, sem prova, inventou uma presepada jurídica chamada “Atos de Oficio”.

O que um troço desses tem de provas, além de porra nenhuma? Nada! Mas as Miriams, os Mervais, os Sardembergs, os Demétrios, as Leilanes Neubarth, etc, estão aí para dizer qualquer merda, com ar de compenetrados e fazer com que a direita não desista de tentar voltar ao poder, mesmo que seja em pelo, num jumento como Bolsonaro.

Só que, agora, até o jumento arriou os quatro pneus, sobrando apenas o rebotalho do que existe de mais nefasto no mundo neopentecostal, porque já não tem mais nada além desse bagaço humano chamado Malafaia.

Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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