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Bolsonaro abandona aliados à própria sorte para tentar se salvar

Florestan Fernandes Jr*

Numa página de frases feitas, encontro essa pérola: “Amigo é aquele que sabe tudo a seu respeito e, mesmo assim, ainda gosta de você”. É exatamente isso que Bolsonaro espera do seu prezado amigo, tenente-coronel do Exército Mauro Cid. Que não abra o bico sobre a falsificação do certificado de vacina da covid dele e de sua filha, e mais, assuma integralmente a culpa pelo crime.

Mauro Cid faz parte do seleto grupo de amigos que tombou no campo de batalha em defesa dos crimes do “Godfather” tupiniquim. O ajudante de ordens de Bolsonaro, que cometeu crime comum, está preso numa cela especial no quartel do Exército. Mesmo à distância, faz companhia a outros outrora fiéis amigos de Bolsonaro: Roberto Jefferson, Daniel Silveira e Anderson Torres.

Esses três últimos sentem na carne e na alma o abandono do “amigo e ex-comandante e chefe da Nação” que caminha pelo campo de batalha passando por cima dos corpos de soldados abandonados em combate, pelos interesses de Bolsonaro e sua família. Nega qualquer culpa nos malfeitos perpetrados antes, durante e após o seu governo. Desde as joias de diamantes presenteadas pelo monarca da Arábia Saudita, passando pelos atos golpistas de 8 de janeiro, até a falsificação de registro de vacinação da Covid.

Todos os “amigos” que amargam o abandono do “mito” nos presídios do país, demostram abatimento moral e físico. Preso há quase sete meses numa cela de Bangu 8, no Rio de Janeiro, Jefferson já teria perdido 15 quilos. O ex-presidente de honra do PTB l, tem como companheiro no xilindró o ex-deputado bolsonarista, Daniel Silveira, que em 2022 foi condenado a oito anos e nove meses de prisão e teve ontem (4/05) uma derrota no STF, que suspendeu o perdão de seus crimes concedido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Diferente de Jefferson, que ocupa uma cela de 36 metros quadrados, Silveira divide a alcova com outros cinco detentos. Já o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, pivô de uma operação para impedir o comparecimento às urnas de um eleitorado preferencialmente de Lula no Nordeste, e en cuja casa foi encontrada uma minuta de plano golpista, está há quatro meses preso numa cela em um batalhão da PM de Brasília. Nesse período de prisão, Torres, segundo seus advogados, entrou em depressão e já teria perdido 12 quilos. Para preservar a saúde do preso, o ministro Alexandre de Moraes determinou a transferência de Torres para um hospital penitenciário. Mas, rapidamente, o comado da PM do Distrito Federal declarou que não seria necessária a transferência, já que o ex-ministro tem recebido atendimento adequado.

Os quatro Bolsonaristas estão no corredor da delação. Será que falarão? Será que esclarecerão a todos nós as entranhas das muitas ações golpistas perpetradas pelos detratores da democracia? A depender da hombridade de Bolsonaro, certamente o farão. O ex-presidente, que se diz tão atento aos textos sagrados, tão terrivelmente cristão, esquece de uma das máximas do cristianismo, que é o zelo pelos seus, esquece o texto bíblico que diz que quem não cuida dos seus, nega a fé e é pior do que o descrente. Trazendo para o nosso contexto, a justa paga do abandono, é a delação! E que ela venha! Ao bem da verdade e da democracia.

*247

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Justiça

‘Rachadinha’ e Carlos Bolsonaro: peça-chave em esquema que repassou R$ 647 mil, mas vende quentinhas e acumula dívidas

Segundo o MP-RJ, que apura se vereador se beneficiou dos desvios, ex-servidora fez 219 transferências para o chefe de gabinete do filho do ex-presidente.

A ex-servidora Juciara da Conceição Raimundo da Cunha é considerada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) uma das principais peças no suposto esquema de rachadinha no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos). Lotada por 11 anos e cinco meses na Câmara do Rio, entre agosto de 2007 e janeiro de 2019, Juciara é a segunda ex-funcionária que mais fez transferências ao chefe do gabinete de Carlos, Jorge Luiz Fernandes, conhecido como Jorge Sapão. Os saques ocorreram entre 2009 e 2018, segundo O Globo.

Ex-moradora de uma comunidade pobre cercada por barricadas do tráfico em Cordovil, na Zona Norte do Rio, Juciara só não fez mais transferências do que a mulher de Jorge, Regina Célia Sobral Fernandes, responsável pelo envio de R$ 814 mil em 304 lançamentos. Postagens nas redes sociais mostram que Regina e Juciara mantêm relação de proximidade.

Hoje, Juciara aparece como proprietária de uma empresa de fornecimento de quentinhas: a Jucilegal. O comércio está registrado no mesmo endereço da residência de Jorge Sapão e Regina Célia, em um condomínio na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

Ao longo dos anos em que trabalhou com o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com salário de R$ 10 mil mensais, Juciara participou de um esquema de repasse sistemático de dinheiro. Ao todo, segundo o MP, ela fez 219 transações bancárias para o chefe de gabinete, totalizando R$ 647 mil, e 28 transferências para Regina, o equivalente a R$ 40 mil. Em algumas ocasiões, o casal mandou dinheiro de volta para Juciara: Regina enviou 11 créditos (R$ 17 mil); Jorge, 71 (R$ 110 mil).

Vida simples e dívidas

Os dados foram levantados pelo Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do Ministério Público do Rio (MP-RJ), a pedido da 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, na investigação sobre suspeita de rachadinha no gabinete de Carlos na Câmara Municipal.

Apesar do bom salário e da alta movimentação em sua conta, a ex-servidora vivia até 2021, segundo vizinhos, em uma casa de tijolo aparente que divide espaço com uma oficina mecânica em Cordovil. Ela também acumula dívidas de R$ 15,4 mil.

Atualmente, supostamente, ela estaria ganhando a vida vendendo quentinhas. Em setembro de 2021, Juciara registrou a Jucilegal. Na Receita Federal, ela cadastrou o “fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar” como atividade principal do microempreendimento.

A empreitada, no entanto, não é citada em suas redes sociais nem tem perfil próprio. O endereço da sede é o apartamento de Jorge Sapão, na praia da Barra. O GLOBO esteve no local. O funcionário do condomínio responsável pela portaria afirmou não conhecer Juciara e disse que se tratava de um “engano”. O número de telefone fixo que consta na Receita Federal não existe.

Apesar de ter trabalhado por quase 12 anos no gabinete de Carlos Bolsonaro, Juciara não segue o ex-chefe nas redes sociais tampouco é seguida por ele. Em seus perfis, não faz menção alguma à política. Apenas foi marcada em publicação com conteúdo antipetista. Para os investigadores, uma das hipóteses cogitadas é que Juciara tenha trabalhado para Jorge e Regina. Em sua carteira de trabalho, no entanto, há o registro de apenas um emprego, o da Câmara do Rio. Ela também declarou a autoridades brasileiras ter ensino superior completo, mas não há especificação de qual seria sua formação.

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Opinião

Faltará espaço: será preciso um pavilhão novo para prender o clã Bolsonaro

As cartas estão mais do que dadas e o croupier, Alexandre de Moraes, manteve, com habilidade, a mesma mão. Os próximos capítulos, embora não sejam anunciados à luz de nossa cultura noveleira (ou das séries de streaming), indicam que o cerco ao clã Bolsonaro se fechará ainda mais – sem a mínima intencionalidade de contra-ataque (a não ser como mecanismo de fuga ou prolongamento dos ritos da justiça).

A “familícia” percorre os corredores como quem tenta comprar votos para emendas parlamentares. Porém, desta vez, o foco é a possibilidade de plantar bois de piranha no afã de despistar Alexandre de Moraes. Mauro Cid é a bola vez: a defesa do ex-presidente começa a desvincular o nome de Bolsonaro do seu ex-ajudante de ordens. Caberá às instituições caírem nessa ou não. Xandão cairá? Não creio que isso aconteça, tampouco que lhe tirem o sono.

Os piores políticos, quando saem dos cargos para os quais foram escolhidos – parte por analfabetos políticos, parte por agregados, mas majoritariamente pelos piores eleitores -, devem ser defenestrados do debate público para em seguida pagarem por todos os seus delitos – que são vários. Mas enquanto isso não ocorre, cabe a nós a expectativa armada de patrulha, militância e atenção.

Sabendo que os presídios brasileiros, não raro, possuem blocos e pavilhões dominados por facções, urge a reserva de espaço para outra trupe: os asseclas de Bolsonaro. Além da família, há toda uma árvore genealógica pautada no neofascismo brasileiro que se conhece pelo nome de bolsonarismo. Nem mesmo os presídios continuarão os mesmos, após as detenções que se aproximam e que tanto esperamos.

As perguntas que ficam são: os mecanismos da justiça, não só punitivos como de ordem, ficarão à sombra das artimanhas da “familícia” – feito nau que soçobra meio a procelas, ou teremos a agilidade pautada na mesma “eficiência” dantes aplicada sobre Lula? Bolsonaro irá enfileirar uma manada de bois de piranha, ou terá seu cerco fechado antes disso? A ordem das prisões dos herdeiros seguirá a numeração pela qual são chamados pelo pai, ou o 02 pode ser encurralado antes mesmo do progenitor? E o bolsonarismo, enquanto militância [des]organizada, sobreviverá ao fim político de seu mito?

*Adriano Viaro/DCM

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Política

‘A justiça vai cuidar de Sergio Moro. A dos homens e a divina’

O ex-secretário de Finanças do PT Delúbio Soares concedeu entrevista ao jornal O Popular, de Goiás, onde falou sobre os eventos que participa pelo país para denunciar a perseguição política que sofreu no chamado Mensalão, bem como sobre o novo governo Lula e as próximas eleições.

Questionado sobre o que ele espera do ex-juiz suspeito e senador Sérgio Moro, o petista foi enfático: “a justiça vai cuidar dele. A justiça dos homens e tem uma famosa justiça divina. Tudo vai acontecer”, afirmou.

Delúbio afirmou que o mensalão foi o “avô” da Lava Jato e que haverá outras acusações. “Do mensalão não tem nenhuma prova e do petrolão teve delação premiada que incrimina quem delatou. As pessoas que delataram tinham milhões de dólares na sua conta, e aí dizem que devolveram dinheiro. Isso é batom na cueca, vamos chamar assim. Réu confesso, né? Réu confesso só existe um negócio, pedido de clemência, não tem outra coisa. As pessoas do PT que foram julgadas e condenadas indevidamente, eu, Dirceu, Vaccari, nós não tínhamos o que delatar. As nossas contas foram transparentes”, afirmou.

Delúbio Soares condenado pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa no caso do mensalão a 6 anos e 8 meses de prisão, inicialmente no regime semiaberto. Depois foi alvo da Operação Lava Jato. Em março, se livrou de uma ação relacionada ainda ao mensalão e desta última, encaminhada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) à Justiça Eleitoral. Ele enfrenta ainda ação por improbidade em caso de licença como professor efetivo do Estado de Goiás.

*Com 247

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Política

Lambança: Nome de Lula aparece em falso comprovante de vacinação de Bolsonaro

E-mail para contato na ficha de Bolsonaro é “[email protected]”. Prefeitura de São Paulo registrou boletim de ocorrência contra a falsificação.

O registro do comprovante de vacinação contra a Covid-19 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo apresentou o e-mail “[email protected]” como conta para contato. A prefeitura da capital paulista registrou um boletim de ocorrência para investigar a falsidade ideológica no registro do ex-mandatário.

No boletim de ocorrência é anexado o comprovante de vacinação em que mostra o CPF, nome, dia e mês do nascimento de Bolsonaro. Entretanto, o ano em que o ex-presidente nasceu está incorreto.

Em nota, a prefeitura de São Paulo, comandada por Ricardo Nunes, declarou que o e-mail para contato “levanta suspeita de ato criminoso” contra Bolsonaro e também contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). É para rir, não?

O comprovante de vacinação falsificado de Bolsonaro indica que o ex-presidente se vacinou com o imunizante da Janssen em 19 de julho de 2021 na Unidades Básicas de Saúde (UBS) Parque Peruche, na zona norte de São Paulo.

A prefeitura da capital paulista também apontou que não recebeu o lote da vacina registrada em nome de Bolsonaro. O boletim de ocorrência foi registrado na 3ª D.P da Casa Verde.

O ex-presidente foi alvo, esta semana, de ação da PF que investiga registros falsos de vacinação em nome dele e de pessoas próximas.

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Opinião

Vídeo: O fim da República das milícias criada por Moro e Bolsonaro

O vexame internacional com a falsificação do cartão de vacina de Bolsonaro, mostra duas coisas, que Bolsonaro não respeitou as instituições do Estado do Brasil e do exterior. E nada disso aconteceria não fosse através de um golpe armado entre Bolsonaro e o ex-juiz Moro.

Nada disso teria acontecido se Moro não tivesse prendido Lula para levar Bolsonaro ao poder e, desse poder, virar hospedeiro como ministro da Justiça e Segurança Pública.

Assista

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Justiça

Áudios revelam Golpe de Estado foi planejado dentro do Planalto

PF encontrou mensagens no celular de Mauro Cid recebidas de Ailton Barros, ambos ex-auxiliares de Jair Bolsonaro que trabalhavam na antessala do gabinete da Presidência da República, informa a Forum.

A situação do tenente-coronel Mauro Cid Barbosa está cada vez mais complicada. A Polícia Federal (PF) encontrou áudios no telefone celular do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) enviados por outro auxiliar do ex-presidente, Ailton Barros, nos quais é tramado um golpe de Estado.

A trama teria se desenrolado na antessala do gabinete da Presidência da República, local em que Mauro Cid e Barros atuavam como ajudantes do ex-presidente. A revelação do material foi feita pela jornalista Daniela Lima, da CNN, nesta quinta-feira (4).

O teor das conversas divulgadas é bombástico. Nos áudios, Ailton fala que o golpe precisaria da participação do então comandante do Exército, Freire Gomes, ou de Bolsonaro e que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deveria ser preso.

Teor dos áudios golpistas
A primeira mensagem foi enviada no dia 15 de dezembro por Barros a Mauro Cid.

“É o seguinte, entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes [então comandante do Exército] para que ele faça o que tem que fazer” […] Até amanhã à tarde, ele aderindo… bem, ele faça um pronunciamento, então, se posicionando dessa maneira, para defesa do povo brasileiro. E, se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa. Que você viu, né? Eu não preciso falar. Está abalada em todo o Brasil.”

Barros ressalta a necessidade de Gomes ou Bolsonaro realizarem o pronunciamento comentado na mensagem de voz e destaca que seja, “de preferência, o Freire Gomes. Aí, vai ser tudo dentro das quatro linhas”.

Ele prossegue que seria necessário ter, até o dia seguinte, 16 de dezembro, pela tarde, “todos os atos, todos os decretos da ordem de operações” prontos.

“Pô [sic], não é difícil. O outro lado tem a caneta, nós temos a caneta e a força. Braço forte, mão amiga. Qual é o problema, entendeu? Quem está jogando fora das quatro linhas? Somos nós? Não somos nós. Então nós vamos ficar dentro das quatro linhas a tal ponto ou linha? Mas agora nós estamos o quê? Fadados a nem mais lançar. Vamos dar de passagem perdida?”, indaga.

Barros prossegue a descrição da trama golpista.

“Se for preciso, vai ser fora das quatro linhas”. “Nos decretos e nas portarias que tiverem que ser assinadas, tem que ser dada a missão ao comandante da brigada de operações especiais de Goiânia de prender o Alexandre de Moraes no domingo, na casa dele”, adiciona.

De acordo com a mensagem de Barros para Mauro Cid no áudio, a ideia é que na segunda-feira, 19 de dezembro, fossem lidas as portarias, decretos de garantia da Lei e da Ordem e “botar [sic] as Forças Armadas, cujo Comandante Supremo é o presidente da República, pra agir”.

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Opinião

Bolsonaro desce mais alguns degraus na direção da porta da cela

Cai o sigilo de 100 anos que protegia a fraude no cartão de vacina de um mentiroso compulsivo.

São tantas as emoções… Como viveremos sem Bolsonaro, um dia, se ele for condenado, preso e sair de circulação por um longo tempo? O Rio de Janeiro viveu por muitos anos sem Sérgio Cabral porque antes dele, e depois, houve quem pintasse e bordasse no governo, alimentando a indignação ou a indiferença dos cariocas.

Mas no caso do Brasil, presidente algum, desde o enterro da Velha República em 1930, foi como Bolsonaro e a gangue que o cercou durante quatro anos, capazes de coisas inacreditáveis, e todas em prejuízo do país. E, apesar disso, pasmem, conta com o apoio de uma fatia expressiva da população cega ou à semelhança deles.

Já existiram no Congresso o Colégio dos Cardeais, o Baixo Clero e Bolsonaro. O Colégio reunia as mais distintas cabeças do Senado e da Câmara, que, em época de crises, independentemente de partidos, buscaram saídas para desinflá-las. Do Baixo Clero faziam parte, principalmente, os deputados de escassa projeção.

Nada impedia que, com a experiência e o respeito adquiridos, alguns deles se destacassem e fossem admitidos no Colégio. Bolsonaro destacou-se por sua estridência, ignorância que o incapacitava para a discussão de qualquer assunto, e assumida vocação para enriquecer ilicitamente, às favas escrúpulos e leis.

Como o acaso, porém, é o que na maioria das vezes determina nossas vidas (a propósito: recomendo a leitura do livro “O andar do bêbado”, escrito por Leonard Mlodinow), Bolsonaro estava no lugar certo e na hora certa em 2018, quando para espanto dos seus amigos, e sobretudo dele mesmo, elegeu-se presidente.

Era mais do que previsível que fosse um desastre como presidente, a empurrar o país a lugar algum, a não ser para o buraco. Mas quem imaginaria que, durante uma pandemia, ele preferisse estimular a morte ao invés de salvar vidas? Quem imaginaria que, ao invés de se vacinar, preferisse falsificar seu cartão de vacina?

Quis fazer de um dos filhos medíocres o embaixador do Brasil em Washington, e isso por si só dá a medida de sua estupidez. Quis que um jato da FAB sobrevoasse baixinho o prédio do Supremo Tribunal Federal para estilhaçar o vidro de suas janelas, e isso por si só dá a medida a medida do seu desprezo à democracia.

Quis apoderar-se de joias milionárias que entraram ilegalmente no país, um golpe que garantiria o exílio dele e da mulher por muitos anos se fracasse o golpe que deixou pronto antes de partir – jogada esperta em causa própria. Deu tudo errado. O Brasil paga por seus erros. Mentiroso compulsivo, só lhe resta seguir mentindo.

Voltou a fazê-lo diante da quebra do sigilo de 100 anos que ele decretou em torno de seu cartão de vacina. À pergunta tantas vezes repetida sobre a falsificação do cartão limita-se a responder que jamais se vacinou, só quem o fez foi Michelle. Pergunta-se uma coisa, ele responde outra. Truque antigo.

Vai sobrar para o tenente-coronel Mauro Cid, seu ajudante de ordens, que esteve à frente da tramoia, mas com o pleno conhecimento dele. Vai sobrar para outros malfeitores que, sob o comando do militar que envergonha a farda que veste, se meteram na bizarra fraude para beneficiar um presidente fraudulento.

Diz-se há muito tempo que a hora de Bolsonaro ser condenado e preso está chegando. Inverta-se o anunciado: parece estar próxima a hora de ele ser preso e, mais tarde, condenado.

*Blog do Noblat

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Política

Assessores de Bolsonaro presos por fraude no sistema de vacina estavam em Juiz de Fora no dia da facada

Joaquim de Carvalho*

Dois assessores de Jair Bolsonaro presos nesta quarta-feira acompanharam Jair Bolsonaro no evento de Juiz de Fora em que Bolsonaro foi operado, depois do ataque de Adélio Bispo de Oliveira.

Também estavam no mesmo carro que levou o então candidato a presidente para a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora depois do evento no calçadão da rua Halfeld.

Além deles e de Bolsonaro, estavam no carro que foi para a Santa Casa Carlos Bolsonaro e Gustavo Bebianno, já falecido, e que, então, era o presidente nacional do PSL.

Max falou pelo menos uma vez sobre o episódio, mas omitiu o nome de Bebianno e contou algumas inverdades, que podem ser comprovadas. A fala dele foi em uma entrevista de quatro horas para o podcast do Glauber Mendonça, que é policial penal federal.

“Estava eu e o capitão Cordeiro, outro assessor que trabalha com ele há muito tempo, desde o início. Estava brifado para a gente ir a Juiz de Fora. Eu lembro que foi no dia 6 de setembro de 2018. No dia 5 de setembro, eu estava lá na casa dele na Barra, eu e o Cordeiro. Estava fazendo aquele briefing também, de como a gente ia para lá. Então, tudo bem, a gente combinou o horário de chegar na casa dele 4 horas da manhã, porque a gente ia de carro”, afirmou.

“Aí no dia seguinte, eu parei minha moto, cheguei na casa dele de madrugada, parei a moto. O presidente abriu a porta, ele era então deputado. Já era o candidato. Ele abriu a porta, e eu percebi que ele estava meio assim na dele, meio calado”, disse.

“Ele sempre brinca, um cara assim, sabe, brinca com todo mundo. Sacaneia todo mundo, sabe, naquela brincadeira dele”, prosseguiu. “Falei: ‘E aí, chefe, tudo bem?’ Percebi que ele estava meio… Aí o Cordeiro chegou também, e a escolta da Polícia Federal. Porque todo candidato a presidente tinha segurança da Polícia Federal. E aí começou a chegar a segurança também, né? Eu fui no carro dele, estava dirigindo o carro”, recordou.

Max relatou que, no carro, além dele e Cordeiro, estavam Bolsonaro e o filho Carlos. Em nenhum momento, ele cita o general Santos Cruz, que eu entrevistei em 2021, para o documentário sobre o evento de Juiz de Fora.

“Fazia tempo que eu não falava com ele, sabia que era candidato a presidente. E o Bolsonaro me disse: ‘amanhã, vou para Juiz de Fora. Por que você não vai comigo? Aí conversamos na viagem. E eu fui, no carro dele”, respondeu-me Santos Cruz.

Na mesma conversa, por telefone, Santos Cruz disse estranhar a presença de Adélio, dois meses antes, no clube de tiro .38, local com vínculos notórios com dois filhos de Bolsonaro, na mesma data em que Carlos Bolsonaro estava na capital catarinense.

Depois de localizar Santos Cruz em uma foto tirada pelo fotógrafo do principal jornal de Juiz de Fora, A Tribuna, procurei o general e perguntei o que ele fazia na cidade naquele dia. Santos Cruz respondeu que, no dia anterior, tinha telefonado para Bolsonaro e perguntado se podiam tomar um café, já que ele estaria no Rio de Janeiro.

Mas achou natural que Jair Bolsonaro, mesmo tendo anunciado dois antes que usaria colete à prova de balas nos atos de campanha, estivesse sem a proteção em Juiz de Fora. “Eu entendo que o não uso do colete se deve à indisciplina de Bolsonaro”, declarou o general.

Max Guilherme, além de omitir que Santos Cruz acompanhava Bolsonaro no carro que ele dirigia, fez um relato no Podcast Fala Glauber que, se verdadeiro, aumentaria a necessidade de Bolsonaro usar o colete à prova de balas.

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