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Assessores de Bolsonaro presos por fraude no sistema de vacina estavam em Juiz de Fora no dia da facada

Joaquim de Carvalho*

Dois assessores de Jair Bolsonaro presos nesta quarta-feira acompanharam Jair Bolsonaro no evento de Juiz de Fora em que Bolsonaro foi operado, depois do ataque de Adélio Bispo de Oliveira.

Também estavam no mesmo carro que levou o então candidato a presidente para a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora depois do evento no calçadão da rua Halfeld.

Além deles e de Bolsonaro, estavam no carro que foi para a Santa Casa Carlos Bolsonaro e Gustavo Bebianno, já falecido, e que, então, era o presidente nacional do PSL.

Max falou pelo menos uma vez sobre o episódio, mas omitiu o nome de Bebianno e contou algumas inverdades, que podem ser comprovadas. A fala dele foi em uma entrevista de quatro horas para o podcast do Glauber Mendonça, que é policial penal federal.

“Estava eu e o capitão Cordeiro, outro assessor que trabalha com ele há muito tempo, desde o início. Estava brifado para a gente ir a Juiz de Fora. Eu lembro que foi no dia 6 de setembro de 2018. No dia 5 de setembro, eu estava lá na casa dele na Barra, eu e o Cordeiro. Estava fazendo aquele briefing também, de como a gente ia para lá. Então, tudo bem, a gente combinou o horário de chegar na casa dele 4 horas da manhã, porque a gente ia de carro”, afirmou.

“Aí no dia seguinte, eu parei minha moto, cheguei na casa dele de madrugada, parei a moto. O presidente abriu a porta, ele era então deputado. Já era o candidato. Ele abriu a porta, e eu percebi que ele estava meio assim na dele, meio calado”, disse.

“Ele sempre brinca, um cara assim, sabe, brinca com todo mundo. Sacaneia todo mundo, sabe, naquela brincadeira dele”, prosseguiu. “Falei: ‘E aí, chefe, tudo bem?’ Percebi que ele estava meio… Aí o Cordeiro chegou também, e a escolta da Polícia Federal. Porque todo candidato a presidente tinha segurança da Polícia Federal. E aí começou a chegar a segurança também, né? Eu fui no carro dele, estava dirigindo o carro”, recordou.

Max relatou que, no carro, além dele e Cordeiro, estavam Bolsonaro e o filho Carlos. Em nenhum momento, ele cita o general Santos Cruz, que eu entrevistei em 2021, para o documentário sobre o evento de Juiz de Fora.

“Fazia tempo que eu não falava com ele, sabia que era candidato a presidente. E o Bolsonaro me disse: ‘amanhã, vou para Juiz de Fora. Por que você não vai comigo? Aí conversamos na viagem. E eu fui, no carro dele”, respondeu-me Santos Cruz.

Na mesma conversa, por telefone, Santos Cruz disse estranhar a presença de Adélio, dois meses antes, no clube de tiro .38, local com vínculos notórios com dois filhos de Bolsonaro, na mesma data em que Carlos Bolsonaro estava na capital catarinense.

Depois de localizar Santos Cruz em uma foto tirada pelo fotógrafo do principal jornal de Juiz de Fora, A Tribuna, procurei o general e perguntei o que ele fazia na cidade naquele dia. Santos Cruz respondeu que, no dia anterior, tinha telefonado para Bolsonaro e perguntado se podiam tomar um café, já que ele estaria no Rio de Janeiro.

Mas achou natural que Jair Bolsonaro, mesmo tendo anunciado dois antes que usaria colete à prova de balas nos atos de campanha, estivesse sem a proteção em Juiz de Fora. “Eu entendo que o não uso do colete se deve à indisciplina de Bolsonaro”, declarou o general.

Max Guilherme, além de omitir que Santos Cruz acompanhava Bolsonaro no carro que ele dirigia, fez um relato no Podcast Fala Glauber que, se verdadeiro, aumentaria a necessidade de Bolsonaro usar o colete à prova de balas.

*247

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Lula diz que Bolsonaro vai tomar um golpe em 2 de outubro: “golpe de eleição democrática”

Líder nas pesquisas, Lula faz discurso defendendo a segurança das urnas eletrônicas e crítica reajuste do diesel pela Petrobras.

O ex-presidente Lula (PT) disse nesta quarta-feira (11), durante plenária pública em Juiz de Fora (MG), que o País vai dar um “golpe de eleição democrática” em Jair Bolsonaro no dia 2 de outubro.

A declaração ocorreu na mesma semana em que a tensão entre Forças Armadas e Tribunal Superior Eleitoral escalou de nível, com o Ministério da Defesa cobrando divulgação de documentos sigilosos sobre a segurança das urnas e mudanças na comissão eleitoral que acompanha os preparativos para o pleito.

Lula mostrou que está atento à cobertura da imprensa sobre a iminência de um golpe de Bolsonaro, com eventual apoio da facção das Forças Armadas que faz parte do governo, ganhando salários exorbitantes. Bolsonaro está atrás de Lula nas pesquisas. Segundo a Genial/Quaest de maio de 2022, se a eleição fosse hoje, Lula teria chances de ganhar no primeiro turno. Diante da provável derrota, Bolsonaro tem incitado a opinião pública a desconfiar das urnas eletrônicas.

“O Bolsonaro fala em golpe todo dia. A imprensa fala em golpe todo dia. Ele vai ver um golpe. Ele vai sofrer um no dia 2 de outubro. O povo brasileiro vai dar um golpe no autoritarismo dele e vai restabelecer a democracia no País. Vai ser o primeiro golpe democrático-popular. Um golpe sem fuzil, sem metralhadora. É um golpe da eleição democrática”, disparou Lula no evento para a militância.

Em resposta a Bolsonaro, Lula ainda disse que confia na segurança do processo eleitoral. “Eu confio na urna eletrônica porque se pudesse roubar na urna, um torneiro mecânico não teria sido presidente da República duas vezes.”

O ex-presidente fez um discurso voltado inicialmente para as mulheres, já que a pesquisa Quaest apontou que metade do segmento votaria em Lula se a eleição fosse hoje. Ele também criticou a carestia, inflação, descontrole de preços, desemprego e outros resultados negativos do governo Bolsonaro. Sobre a mudança no Ministério de Minas e Energia após um novo reajuste no preço do diesel pela Petrobras, Lula disse que Bolsonaro “não sabe o que está fazendo” na cadeira de presidente.

*Com GGN

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VÍDEO: Policial intimida e aponta arma para militantes pró-Lula em Juiz de Fora

Segundo os militantes, à espera do ex-presidente Lula na cidade, policial agiu a pedido de apoiadores de Bolsonaro, que não tiveram arma apontada; “É previsível que haja movimentação da minoria bolsonarista”, disse a prefeita Margarida Salomão (PT).

Militantes do movimento Sem Terra e apoiadores do ex-presidente Lula (PT) foram intimidados por um policial na frente do aeroporto de Juiz de Fora (MG) nesta quarta-feira (11). O agente chegou a gritar e apontar uma arma para os manifestantes simpáticos ao PT.

“Policial nos ameaçou, apontando arma, sem nenhuma necessidade, na entrada do aeroporto de Juiz de Fora, a pedido de bolsonaristas. Absurdo!”, disse um dos militantes em relato enviado à Fórum.

Nas imagens, é possível ver que o policial grita e aponta a arma para os manifestantes pró-Lula, enquanto manifestantes pró-Bolsonaro, vestindo verde e amarelo, apenas observam.

Nesta terça-feira (10), Lula, inclusive, teria sido alertado sobre um suposto ataque contra ele que estaria sendo tramado por bolsonaristas.

Sobre uma suposta movimentação de apoiadores de Bolsonaro, Margarida Salomão afirma que “é possível que a grande maioria da população de Juiz de Fora venha a reagir de forma mais contundente”. “Nosso objetivo é cumprir a excelente agenda programada, para alegria e entusiasmo do eleitorado lulista da cidade”, completa.

*Com Forum

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Joaquim de Carvalho: Novas informações reforçam necessidade de reabrir inquérito da fakeada

A matéria é extensa, mas é importante a leitura.

Joaquim de Carvalho publica documentos do inquérito e revela bastidores do documentário que escancarou as inverdades da narrativa oficial sobre o episódio que levou Bolsonaro à Presidência da República.

Em julho deste ano, após conversarmos sobre um projeto de reportagem, disse a Leonardo Attuch, do 247, que a ideia de investigar o episódio da facada em Juiz de Fora não daria em nada, já que todas as evidências divulgadas levavam à conclusão de que houve, sim, um atentado contra Jair Bolsonaro. Dois meses depois e após dezenas de entrevistas e análise de peças do processo, não tenho receio de dizer que o inquérito sobre a facada precisa ser reaberto, já que há indícios fortíssimos de que houve fraude. A Polícia Federal não considerou a hipótese plausível de que ocorreu em Juiz de Fora um auto atentado, uma armação para interferir na campanha eleitoral

Com a compromisso de que o 247 publicaria o resultado da minha apuração, mesmo que ela confirmasse a versão oficial, fui a Juiz de Fora, Montes Claros, onde Adélio Bispo de Oliveira nasceu e se criou, e Florianópolis, onde ele morava até dez dias antes da facada ou suposta facada. Em Juiz de Fora, ao conversar com pessoas envolvidas na investigação, minha primeira surpresa foi descobrir que a faca apresentada como o instrumento do crime tinha percorrido um caminho tortuoso naquele 6 de setembro de 2018 antes de chegar à mesa do delegado Rodrigo Morais, e de ser encaminhada para a perícia.

Ela não foi apreendida com Adélio, mas entregue à Polícia Federal por um PM do serviço reservado e por um paramédico vinculado a uma rede de militares e de seguranças que compunham uma espécie de célula bolsonarista na cidade, um troço bem esquisito. Renato Júlio dos Santos é o nome do paramédico. Ele deu depoimento à Polícia Federal e, quase três anos depois, eu o localizei por telefone. Depois de atender à minha ligação e ser informado do assunto, pediu dez minutos para estacionar o carro e não atendeu mais às minhas ligações nem respondeu às minhas mensagens por WhatsApp.

Mas eu consegui entrevistá-lo, depois de ficar três horas de plantão em frente à sua casa, em um condomínio para pessoas de baixa renda no Jardim de Alá, periferia de Juiz de Fora. Uma seguidora da TV 247 me reconheceu e comentou que ali perto um jovem tinha sido assassinado por traficantes alguns dias antes. Era, portanto, um lugar perigoso, mas, depois de interfonar para a casa dele, sem sucesso, e também para vizinhos, ele acabou me retornando, para uma conversa gravada de quase uma hora, que fiz no próprio carro.

Renato fez um relato que, mais tarde, eu descobriria ter inconsistências.

Ele disse ter pisado em cima de uma faca no calçadão da rua Halfeld, local do crime, depois que Adélio tinha sido levado por seguranças voluntários de Bolsonaro para o segundo andar de um prédio onde funcionavam (e funcionam) um chaveiro e uma escola profissionalizante. Em vez de entregar o objeto para a polícia — havia muitos ali, tanto federais quanto militares e civis, alguns à paisana, outros não —, ele deixou com um vendedor de frutas que trabalha num carrinho instalado na esquina.

Renato Júlio dos Santos-fakeada-facada-Adélio-Bolsonaro

O segurança Renato Júlio e a faca apresentada depois do episódio(Photo: Reprodução)Reprodução

“Guarda isso”, teria dito a Luiz Perensin, o vendedor de frutas, um homem já idoso, segundo me relatou o dono do carrinho, patrão de Perensin na época. Algum tempo depois — Luciano, o patrão, não soube precisar quanto, mas disse que foi no mesmo dia —, Renato voltou com outro homem e pediu a faca, que foi colocada em uma sacola plástica e levada para a Polícia Federal, onde foi periciada.

Os peritos não encontraram as digitais de Adélio na faca — nem nenhuma outra; a conclusão dos investigadores é que ela tinha sido tocada por muita gente e, portanto, havia digitais sobrepostas, o que não permitiu identificar nenhuma delas.

Na época, alguma autoridade vazou à imprensa que a faca era de uso comum na pensão onde Adélio morava e talvez isso justificasse a ausência de digitais rastreáveis. No inquérito, entretanto, está registrada a informação de que a faca teria sido comprada por Adélio em Florianópolis, e fazia parte de um conjunto com outra, nunca apresentada. Portanto, se verdadeira a informação, a faca não tinha sido manipulada por muitas pessoas, já que não era de uso comum. Mas vá lá, as digitais sobrepostas poderiam ser do próprio Renato, do policial que o acompanhou, do empregado e do dono do carrinho de frutas

Mas aí surge outra contradição. “Quando peguei a faca, ela tinha sangue na lâmina”, me disse o Renato. “Não tinha sangue nenhum, eu mesmo entreguei a faca para os homens que vieram buscar”, declarou o dono do carrinho. Luiz Perensin, que tem 74 anos de idade, já não trabalha mais como vendedor de frutas. Ele teve um bar no bairro Fábrica, perto de sua residência, um sobrado num conjunto de moradias precárias que parece uma favela, a que se tem acesso por uma viela.

Localizei Perensin e travei com ele um diálogo tenso, eu na viela, ele no segundo andar da casa. “Você não levou facada nem eu, então não vou falar nada”, disse. Quando insistia para conversar com ele, apareceu a filha, muito nervosa, e tentou nos expulsar da viela (eu e o cinegrafista), um local público. Logo depois, ela desceu correndo, passou por mim e pelo cinegrafista e trancou o portão da viela. Quando tentei abrir, ela me agrediu com vários golpes com o celular na minha mão, ela do lado de fora do portão. Com esforço e, mesmo com a mão machucada, eu afinal consegui abrir aquele portão.

Por que ela queria me prender ali? Era para chamar a polícia? Se não tinha invadido o local — a viela é um acesso público —, a presença da polícia era desnecessária. Se fosse esse o caso, seria muito fácil me localizar, já que, mesmo de longe, eu me identifiquei como repórter do 247 e mostrei minha carteira de identidade, expedida pela Federação Nacional dos Jornalistas, que por lei tem o mesmo valor do RG. Dias depois, eu recebi o telefonema de uma pessoa que se dizia amiga dela e com uma ameaça velada para que não publicasse nada sobre Luiz Perensin.

Renato Júlio dos Santos, o homem que teria entregue a faca para Perensin, disse ainda na entrevista gravada que estava no ato de Bolsonaro como segurança dos vereadores bolsonaristas Charles Evangelista e Delegada Sheila, que acabariam se elegendo respectivamente deputado federal e deputada estadual. Charles confirmou que estava no ato, mas garantiu que a Delegada Sheila, hoje sua namorada, nem estava ali.

Vi centenas de fotos tiradas pelo jornalista Felipe Couri, do jornal A Tribuna, o único fotógrafo profissional que registrou toda a caminhada de Bolsonaro e apoiadores, do início, na Câmara Municipal, até o cruzamento da Halfeld com a Batista de Oliveira, onde ocorreu o episódio da facada ou suposta facada. E não localizei Renato nas fotos, em que é possível ver Charles Evangelista.

Procurei também outro integrante dessa rede de militares e paramilitares em Juiz de Fora que estava no ato como segurança voluntário, Hugo Alexandro Ribeiro. Foi ele quem protegeu Adélio logo depois do facada ou suposta facada, juntamente com um jovem musculoso, que estava de camiseta regata de bloco carnavalesco.

Os dois levaram golpes de apoiadores de Bolsonaro, mas preservaram a integridade física de Adélio. Hugo prestou depoimento à polícia, mas o jovem musculoso não —uma pessoa a quem mostrei a foto disse que ele é policial militar de um município vizinho, mas não soube dizer o nome, e ele não aparece no inquérito.

Adélio-Bolsonaro-fakeada-facada-seguranças-Juiz de Fora

Seguranças protegem Adélio logo depois da suposta facada(Photo: Foto: Felipe Couri)Foto: Felipe Couri

Também não aparece um jovem de cabelos cortados no estilo modernoso, como um DJ, que nas fotografias aparece o tempo todo ao lado de Adélio e, depois da facada ou suposta facada, em vez de procurar socorrer Bolsonaro, como outros fizeram, ou de agredir o autor do atentado, se aglomera ao lado dos seguranças, apenas para observar Adélio, sem agressividade.

Quando cheguei à casa do Hugo, o único entre eles que prestou depoimento, soube que havia falecido em fevereiro deste ano. A viúva, muito nervosa, falou por telefone e me ameaçou processar se escrevesse sobre o marido. Hugo tinha 44 anos e em fevereiro foi encontrado sem vida no prédio em que trabalhava de madrugada como porteiro. Ele estava sentado e, de acordo com médicos, teve um ataque cardíaco, me revelou um dos dois amigos que entrevistei, um bolsonarista fanático, outro apoiador hoje sem muito entusiasmo. Este, que sucedeu Hugo na presidência da associação de moradores do bairro de Costa Carvalho, contou que dias antes de falecer ouviu dele uma queixa sobre Bolsonaro.

“Ele me disse que estava magoado porque Bolsonaro nunca o procurou para agradecer pelo que fez naquele dia”, afirmou. Em 2019, Hugo chegou a registrar um boletim de ocorrência contra uma mulher que publicou no Twitter post em que levantava a hipótese da facada ter sido armação. Ele também foi atacado por bolsonaristas, por ter sido presidente do PSOL em Juiz de Fora antes da guinada para a extrema direita e de aderir a um grupo que se intitula Direita de Minas Gerais. Foi aí que acendeu a luz amarela. Adélio também foi do PSOL.

Se Hugo foi capaz de mudar radicalmente, o que garante que Adélio fosse mesmo um militante de esquerda quando, segundo depoimento dele, ouviu Deus lhe ordenar que esfaqueasse Bolsonaro. A apuração revelaria a hipótese de que uma ordem nesse sentido poderia ter sido mesmo dada a ele, mas não de Deus, mas de uma voz bem humana, a de Carlos Bolsonaro, mas esta é uma história que será relatada mais adiante. Fiquemos, por enquanto, com o perfil de Adélio.

Em seu primeiro depoimento ao delegado Rodrigo Morais, Adélio disse que atentou contra Bolsonaro por ter uma “ideologia diametralmente oposta” à do então candidato. Na sentença sobre o caso, o juiz destacou esse ponto, a partir da denúncia do Ministério Público Federal. “A motivação declarada pelo denunciado, com a ressalva da ilegitimidade da conduta que perpetrou, é compatível com seu histórico de militância”, afirmou o magistrado, para em seguida, com base na denúncia do MPF e o inquérito policial, lembrar que Adélio foi filiado ao PSOL, entre 2007 e 2014.

Mas o que a sentença não destaca é que Adélio, depois de sua desfiliação ao PSOL, procurou abrigo no PSD, que nunca foi um partido para brasileiros com “ideologia de esquerda”. Em 2016, Adélio enviou uma carta à justiça eleitoral em Uberaba, onde morava, para pedir desfiliação do partido de Gilberto Kassab e, em seus pertences, foi encontrado um cartão do então deputado Marcos Montes, do PSD, e um dos mais atuantes parlamentares da bancada ruralista até o fim de 2018.

Adélio-PSD-facada-Gilberto Kassab-Jair Bolsonaro

Nesta carta, Adélio pede à Justiça Eleitoral em 2016 desfiliação do PSD(Photo: Reprodução do inquérito da PF)Reprodução do inquérito da PF

Montes foi o autor de um projeto de lei que altera o processo de demarcação de terras indígenas e outro que pretendia criar uma CPI para investigar a atuação da Funai e do Incra durante o governo de Dilma Rousseff. Em 2018, ele perdeu a eleição, mas foi contemplado em 2019 por Jair Bolsonaro com um cargo importante no Ministério da Agricultura. Foi nomeado secretário-executivo, o número 2 da pasta.

A referência ao PSD e a Marcos Montes nunca foi destacada pela imprensa, talvez em razão de não haver autoridade que vazasse essa informação. Com a luz amarela acionada, minha atenção se concentrou para esclarecer a dúvida. E se Adélio, assim como o segurança que o protegeu, não fosse mais um militante de esquerda?

Numa noite de insônia, no hotel em Juiz de Fora, voltei a assistir aos vídeos de um enigmático canal do YouTube, o True or not, e encontrei a resposta. O autor fez um vídeo com postagens de Adélio no Facebook que o aproximavam da ideologia de Jair Bolsonaro.

Em 8 de setembro de 2013, quando já estava afastado do PSOL, mas ainda não formalmente desligado, ele defendeu pedágios militares nas fronteiras do Brasil, inclusive com a Venezuela, na época já uma obsessão dos bolsonaristas, para impedir a entrada de armas e drogas, ao mesmo tempo em que as instituições religiosas assumissem o trabalho de recuperação de dependentes químicos.

Em 2014, ano em que Bolsonaro já iniciava suas andanças pelo Brasil com vistas à eleição presidencial em 2018, Adélio defende que a Engenharia do Exército assuma a construção e a manutenção das rodovias federais. No mesmo ano, ele propõe a construção de mais hospitais militares, para que 50% dos seus leitos sejam destinados ao SUS. “Até a sociedade comum estaria usufruindo de seus serviços”, escreveu.

Em 18 de agosto, ele fez um post que poderia ser escrito por Bolsonaro ou um de seus filhos. Chamou Renan Calheiros, então presidente do Senado, de canalha, por supostamente ter escolhido o “melhor momento” para colocar em votação o projeto de emenda constitucional que reduzia a maioridade penal para 16 anos.

Para Adélio, foi “um tiro contra o cidadão de bem deste país”. Pouco antes, deputado estadual no Rio de Janeiro, Flávio tinha feito um discurso muito parecido. Adélio ainda escreveu que os policiais fizessem uma greve para forçar o governo — na época, Dilma Rousseff era presidente — a realizar um referendo para aprovar a redução da maioridade penal.

“89% dos brasileiros querem esta mudança”, destacou. E registrou que a polícia teria força para “obrigar o governo federal a fazer um referendo”. No post, ele ainda diz que a polícia já “está cansada de prender hoje e a Justiça solta amanhã”. Ele conclui o texto com uma mensagem dirigida aos “policiais do Brasil”: “Que Deus vos abençoe”.

Bolsonaro também dava muitas entrevistas sobre o tema e lembrava que o autor da proposta de redução da maioridade penal era ele. Ao falar do apoio da sociedade, citou um número pouco diferente do de Adélio: 90%.

Adélio escreve seus textos num português ruim, mas curiosamente suas postagens tem ilustrações que parecem sair de banco de imagens. “Um servente de pedreiro como ele não saberia usar esses recursos”, diz Fábio Morato, formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina, hoje morador da Nova Zelândia.

Ele pesquisou as redes sociais de Adélio e fez uma descoberta alarmante. Em 18 de julho deste ano, mesmo trancado num presídio de segurança máxima e proibido de usar a internet, o perfil de Adélio foi desativado no Facebook.

“Nesse mesmo dia, você e o Leonardo Attuch anunciaram numa live do 247 que fariam um documentário sobre o caso da facada”, disse-me ele, depois encaminhar dois prints. Um do horário em que fez a pesquisa, no dia da live, outro de algumas horas depois, quando retornou da academia e não encontrou mais as postagens de Adélio.

Uma postagem que já tinha sido salva pelo canal True or not mostra outra obsessão de Adélio ligada à ideologia de Bolsonaro, o projeto que criminaliza a homofobia. Ele publicou uma ilustração, falsamente atribuída a movimentos LGBTs, em que aparecem duas crianças se beijando e a frase “Ninguém nasce homofóbico”. Em texto próprio, Adélio rebateu.“Ninguém nasce gay, mas pode ser induzido a ser, inclusive nas escolas públicas”.

Adélio-Bolsonaro-homofobia-Jean Wyllys

Um militante de esquerda escreveria algo desse tipo? Fábio Morato suspeita que o Facebook de Adélio poderia já estar sendo usado naquela época como parte de uma rede favorável a Bolsonaro, uma espécie de embrião do gabinete do ódio. Mas não há dúvida de que o próprio Adélio concordava com o ideário, como diz um sobrinho dele, Jéfferson Ramos de Souza.

Jéfferson me contou que acompanhou o tio em várias pregações dele em igrejas evangélicas de Montes Claros e ouviu Adélio falar sobre o kit gat (fake news muito difundida pelos bolsonaristas) e também atacar projeto que tramitava no Senado para criminalizar a homofobia.

“Ele falava muito sobre a liberdade religiosa e alertava para a ameaça dos pastores serem obrigados a realizar casamento homossexual”, disse. “As bandeiras do meu tio eram bolsonaristas. Ele só poderia ser chamado de esquerda por ser pobre e por defender maiores salários para os trabalhadores. Só nisso havia identificação alguma bandeira que poderia ser chamada de esquerda”, acrescentou.

Mesmo assim, minutos depois da facada ou suposta facada em Juiz de Fora, Adélio Bispo de Oliveira já era apresentado em rede nacional como o militante-de-esquerda-que-tentou-matar-Bolsonaro e pipocou a pergunta ainda hoje frequente entre os bolsonaristas: “Quem mandou matar Bolsonaro?”

Cacau Menezes, jornalista conhecido por suas posições de direita em Florianópolis, publicou em sua coluna na imprensa a foto de Adélio Bispo de Oliveira ao lado do ativista Luciano Mergulhador, e o texto:

“Adélio Bispo De Oliveira, de camisa vermelha na foto, suspeito de esfaquear o candidato Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (6) em Juiz de Fora, andou por Floripa seguindo a turma do ‘”Fora Temer’”.

Logo depois, o site O Antagonista, na época apoiador entusiasmado da candidatura Bolsonaro, publicou a notícia de que Adélio visitara a Câmara dos Deputados em agosto de 2013 e tinha um registro de entrada naquele mesmo dia. Logo surgiu a tese de que ele tinha contatos no parlamento e alguém teria tentado criar um álibi para ele, caso conseguisse sair com vida e sem ser notado do episódio em Juiz de Fora.

Esse registro, muito explorado pela imprensa, não faz sentido algum, pois foi criado por volta das 18 horas daquele 6 de setembro, quando Adélio já tinha sido preso. Porém cumpriu uma função na narrativa que se seguiu ao episódio em Juiz de Fora. Em live, um dos diretores do Antagonista, Cláudio Dantas, disse que poderia ser um álibi para livrar Adélio da acusação de um crime.

Adélia-Câmara dos Deputados-Bolsonaro-portariaRegistro da entrada de Adélio na Câmara dos Deputados(Photo: Reprodução)reprodução

Radialistas e jornais menores repercutiam raciocínios estapafútdios como este. O que nenhum jornalista procurou saber é quem procurou os registros de entrada na Câmara justamente para encontrar o nome de Adélio.

O inquérito da Polícia Federal informa que foram dois policiais legislativos, que agiram por iniciativa própria, sem que houvesse uma investigação formal sobre o caso. É razoável supor que alguém tenha dado a informação a eles, que foram buscar registro para vazar a veículos alinhados a Bolsonaro.

O funcionário que fez a busca a pedido dos policiais legislativos disse à PF ter gerado um novo registro de Adélio porque era a única forma de saber se ele tinha passado antes pela portaria. Esse funcionário disse que criou um segundo registro por ter feito nova pesquisa, por “curiosidade”.

Adélio estava prestando seu primeiro depoimento ao delegado Rodrigo Morais quando a “pesquisa” foi feita. Não foi o delegado quem solicitou, mas os policiais legislativos já tinham os dados sobre Adélio.

Logo surgiu a especulação de que Adélio teria ido à Câmara para visitar Jean Wyllys, do PSOL, desafeto de Bolsonaro. Foi uma fake news que se encaixou à narrativa que já estava sendo construída, a do militante-de-esquerda-que-tentou-matar-Bolsonaro.

De novo: em agosto de 2013, Adélio já estava distante do PSOL, mas continuava muito interessado em política, se aproximando do PSD e fazendo postagens de bandeiras conservadoras no Facebook.

A imprensa também não procurou saber quem era Luciano Mergulhador, o ativista que segurava um cartaz Renuncia Temer e Políticos Inúteis quando tirou foto com Adélio, em frente à Catedral de Florianópolis.

Luciano Carvalho de Sá é de Canoas, no Rio Grande do Sul, filho de um empresário do setor de calçados e que morou na Nova Zelândia, depois de fazer um curso de Ciências Sociais no estado gaúcho.

Ele se tornou amigo do jornalista Oswaldo Eustáquio quando foi para o Paranaguá para denunciar vereadores, liderando uma campanha que forçou a renovação do Parlamento nas eleições de 2016.

Logo depois, ele foi para Brasília, numa caravana de ultradireitistas, que invadiram o Congresso Nacional. Eu o entrevistei por quase duas horas no mesmo local onde tirou foto com Adélio. Luciano contou que treinou aqueles militantes para a invasão do Parlamento e mostrou uma foto publicada na primeira página da Folha de S. Paulo, em que aparece tentando impedir o deslocamento de um ônibus da Polícia Legislativa, que tentava dispersar os invasores.

Na foto, ele aparece com pés apoiados no pára-choque e com as mãos segurando o limpador do pára-brisa. Ele e os demais manifestantes pediam intervenção militar. Era a pauta da extrema direita na época.

Bolsonaro se manifestaria mais tarde, em maio de 2018, favorável à renúncia de Temer. Uma semana depois, Luciano Mergulhador acrescentava a sua lista de cartazes a mesma mensagem, encampada por Adélio ao tirar foto com o ativista.

Luciano diz que não conhecia Adélio, mas apresentou uma versão inconsistente ao dizer porque se encontrou com ele. O ativista disse que havia naquele dia duas manifestações, uma dos vestidos de amarelo e outra dos vestidos de vermelho. Adélio estaria entre os vestidos de vermelho e se aproximou dele, que estava no meio, para tirar a foto.

Ele não foi apenas fotografado, mas fotografou outras pessoas com Luciano Mergulhador. Uma delas é Leninha, que Luciano Mergulhador disse estar ali também participando da manifestação de esquerda. Ele próprio me passou o contato dela. Eu a procurei.

Leninha contou que não participava de manifestação alguma naquele dia.

“Eu trabalhava no centro, ali pertinho. Era horário de almoço, eu e minha colega fomos ali na Catedral comer um pastel e toar um caldo de cana. O Luciano Mergulhador estava lá, e eu já o conhecia de vista. Aí o Adélio pediu para eu tirar uma foto dele com o Luciano Mergulhador, e eu bati a foto, porque eu queria conhecer mais o Luciano. Eu bati a foto e foi só. Eu não participava de manifestação nenhuma. Eu só estava lá e o Adélio veio, bem gentil, e pediu para eu bater uma foto dele com o Luciano, e foi o que eu fiz”, disse Leninha ao 247.

Joaquim e Luciano Mergulhador

Joaquim e Luciano Mergulhador(Photo: Imagem: Eric Monteiro)Imagem: Eric Monteiro

Ao aparecer na foto ao lado de Adélio, Luciano Mergulhador, que tem proximidade com Luciano Hang, dono da Havan e investigado no inquérito sobre financiamento dos atos democráticos, foi alvo de ataques de bolsonaristas que não o conheciam.

“Eu tive que sair de Florianópolis e ficar escondido um tempo, porque poderia ser alvo de alguma violência”, afirmou. Mergulhador reclamou da falta de solidariedade de Bolsonaro e de seus filhos. “Eles poderiam ter se manifestado e dito que me conheciam e sabiam que eu não tinha nada a ver com a ideologia de Adélio”, disse. Em 2014, contou, ele se manifestou publicamente em defesa de Bolsonaro, quando o então deputado (e já em andanças pelo país com vistas à campanha de 2018) era criticado por ataques a mulheres.

Se Luciano fosse defendido pela família Bolsonaro — como ocorreu em relação a um dos seguranças atacados por bolsonaristas por aparecer dando um soquinho no então candidato a presidente quando este era carregado depois da suposta facada —, a narrativa de que Adélio era um militante de esquerda perderia força.

Luciano Mergulhador acha que foi abandonado à própria sorte, e foi mesmo. No entanto, continua na militância de direita — ele convocou seus seguidores para o protesto organizado por Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro. Ele também apoiou o ato deste dia 12 organizado pelo MBL.

Em abril de 2020, Luciano Mergulhador deu entrevista a Oswaldo Eustáquio, em que falou ter ouvido de Adélio elogio a Jean Wyllys. Ele depois se retratou perante a Polícia Federal, e não fazia nenhum sentido este elogio de Adélio. Em seu Facebook, Adélio, fiel da Igreja do Evangelho Quadrangular, criticava as posições defendidas por Jean Wyllys sobre homofobia. No Facebook , ele não critica Jean Wyllys, mas uma das principais bandeiras que este defendia.

Florianópolis foi o palco de fatos que precisam ser devidamente investigados, não apenas o que está por trás daquela foto, tirada quatro meses antes do episódio em Juiz de Fora. Carlos Bolsonaro e o Clube Ponto 38 tentaram esconder que o filho de Bolsonaro dividiu o mesmo estande de tiro com Adélio. Na dinâmica normal das relações sociais, a probabilidade desse encontro seria muito pequena. Adélio era uma pessoa que vivia em condições quase miseráveis, mas muito focado em política.

Ao falar sobre o caso para a jornalista de extrema direita Leda Nagle, Carlos Bolsonaro diz que esteve em Florianópolis no último dia do curso de Adélio, 5 de julho de 2018. Ele omite que esteve no mesmo local que o autor do suposto atentado.

A porta voz do Clube de Tiro .38, Júlia Zanatta, mentiu à imprensa ao dizer que Adélio esteve uma única vez no local, e fez um cadastro e nunca mais voltou. Também declarou que Adélio não teria encontrado Carlos Bolsonaro no clube.

Chamado a depor, um dos donos da escola, Tony Eduardo de Lima e Silva Hoerhann, admitiu o encontro, e o instrutor de tiro, Rafael Machado, também depoente, narrou até o comportamento de Adélio naquele dia, o último de seu curso.

Carlos Bolsonaro, o dono do clube de tiro e trecho do inquérito

Carlos Bolsonaro, o dono do clube de tiro e trecho do inquérito(Photo: Reprodução)Reprodução

O instrutor de tiro de Adélio e trecho do depoimento à PF

“Adélio, durante o intervalo, não permaneceu com o grupo (de que fazia parte Carlos Bolsonaro), tendo ido sentar em uma poltrona localizada a poucos metros de onde estavam os demais”, afirmou.

Procurei a escola, falei com o responsável pelo marketing e, por orientação dele, enviei e-mail. Pedi entrevista aos dois e também imagens do circuito interno do dia 5 de julho de 2018. Ninguém respondeu à minha mensagem.

O Clube de Tiro .38 surgiu depois de um escândalo que envolveu o desaparecimento de jóias que em R$ 660 mil. Em 1980, um avião da Transbrasil se chocou contra o Morro da Virgínia, em Ratones, no norte da Ilha de Santa Catarina, onde fica a maior parte de Florianópolis.

O titular da Delegacia de Homicídios da capital, Tim Omar de Lima e Silva, ficou responsável pelas jóias legais apreendidas da bagagem de um dos mortos, Manoel José do Nascimento, que estava se mudando para Florianópolis com o objetivo de abrir uma joalheria. Ele já tinha até sala alugada no Ceisa Center.

Dois anos depois, quando houve troca no comando da Secretaria de Segurança Pública do Estado, a caixa lacrada onde as jóias tinham sido guardadas foi aberta, e encontraram ali apenas pedras e dois blocos de argamassa. As jóias — guardadas sob a responsabilidade de Tim Omar de Lima e Silva — foram furtadas e jamais encontradas.

O policial José Paulo Martins Cardoso foi apontado por Tim como culpado pelo sumiço e o prendeu, mas o policial, em entrevista, disse ser inocente.

– Me sequestraram e me deixaram nove dias preso, incomunicável e sob tortura para eu confessar. Eu era o culpado perfeito, eles me odiavam porque eu era contra o sistema, era de esquerda – afirmou Matins Cardoso no documentário Transbrasil PT-TYS Voo 303, O Acidente que Florianópolis não Esqueceu, de Gilson Gihel.

O Clube de Tiro .38, dirigido hoje por dois filhos do delegado Tim Omar de Lima e Silva, é um dos dois em atividade na capital catarinense e municípios vizinhos, como São José, onde está sediado. O .38 é o maior e frequentado pela elite da região. A ligação com Carlos Bolsonaro fica evidente logo na entrada.

Na parede à esquerda, existem três quadros com homenagens que Carlos, em nome do Poder Legislativo do Rio de Janeiro, deu aos proprietários da empresa.

Depois de dividir com Adélio o mesmo espaço em 5 de julho de 2018, Carlos é visto dois meses depois a cerca de quatro metros de distância de Adélio. Foi no Parque Halfeld, Juiz de Fora, onde Bolsonaro iniciava a caminhada para, 300 metros adiante, ocorrer o episódio da facada ou suposta facada.

Uma gravação em vídeo mostra Adélio atrás do carro onde Bolsonaro, em cima do capô de uma Pajero preta, discursava. Atrás de Adélio havia policiais militares, que observavam um grupinho que protestava contra o então candidato. Adélio caminhava de um lado para o outro, com um jornal enrolado na mão. Ao ver Adélio, ele para e olha para o filho do candidato, que dá as costas e entra no carro rapidamente.

A Leda Nagle, ele diz que viu quando Adélio caminhava na sua direção. Ele diz que não saiu mais do carro. Estranho. Se suspeitou das intenções de Adélio, poderia chamar um dos muitos seguranças que o acompanham, juntamente com o pai. Além disso, como tinha dividido o mesmo espaço com Adélio no Clube de Tiro (um espaço pequeno, diga-se), ele poderia se lembrar dele.

A cena mais parece a reação de um homem preocupado em não ser visto conversando com Adélio naquele dia, 30 minutos antes da cena no cruzamento do calçadão da Halfeld com a rua Batista de Oliveira. Adélio, efetivamente, olha para ele, mas não parece ameaçador. Parece mais uma pessoa à espera de alguma orientação.

O caso, definitivamente, precisa ser reaberto, para seguir a linha de investigação que a Polícia Federal desprezou, a do auto-atentado.

*Joaquim Carvalho/247

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Vídeo: A farsa da facada 2 viraliza nas redes sociais

Na época da farsa da facada em Juiz de Fora, avisado por um jornalista, Eduardo Bolsonaro, que se encontrava no Rio, não demonstrou qualquer sentimento de aflição ou pânico, o que seria natural e coerente com a gravidade do fato, ao contrário, o deputado falou de forma absolutamente serena e fria que seu pai “estava eleito”. Hoje, esse comportamento pouco cuidadoso com o estado de saúde do pai, foi percebido pelos que assistiam à CPI com a fala tranquila de Flávio Bolsonaro, ou seja, fala e semblante de quem não estava nem um pouco preocupado com o pai. Soma-se a isso o fato de, há meses, estar agendada uma cirurgia para correção de uma hérnia abdominal para o mês de agosto e mais o bilhetinho que ele escreveu, em pleno hospital, sem demonstrar qualquer stresse, o que seria normal numa situação como essa que, no final das contas, dá para ler, “a farsa da facada 2, o retorno”.

Assista:

*Da redação

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Por lockdown, prefeita de Juiz de Fora é ameaçada de morte: discurso de ódio de Bolsonaro deu frutos

“O ocorrido em Juiz de Fora mostra bem o que o discurso de ódio que Bolsonaro prega nestes seus pouco mais de dois anos de governo tem disseminado país a dentro”, analisa o jornalista Marcelo Auler sobre as ameaças à prefeita Margarida Salomão (PT).

Mesmo que se considere verdadeira a mudança de posicionamento de Jair Bolsonaro frente às vacinas e às máscaras necessárias ao combate à pandemia – algo que poucos acreditam verdadeiro e quase todos creditam ao efeito da fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – o discurso de ódio e de intolerância que o presidente e sua trupe plantaram no país já fincou raízes e vem dando frutos. Podres, é verdade. Mas a reprodução acontece.

Basta verificar-se o que acontece em Juiz de Fora, cidade mineira na Zona da Mata, com uma população em torno de 570 mil habitantes. Nela já faleceram pela Covid-19, até a noite de quarta-feira (10/03), 869 pessoas, entre os 21.502 oficialmente contaminados. Mas o número de juiz-foranos com suspeita da doença ultrapassa os 10% da população. Eram, até a mesma quarta-feira, 63.514. Quantidade que tem aumentado exponencialmente, provocando a ocupação de quase 94% dos leitos de UTI na rede do SUS.

A crescente disseminação da doença pelo município – na quarta-feira, 436 pessoas estavam internadas em enfermarias e leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em hospitais públicos e privados e ocorreram nove novas mortes – levou a prefeita Margarida Salomão (PT), domingo passado (07/03), suspende o funcionamento de todas atividades no município (“lockdown”), por uma semana.

Foi o suficiente para fazer brotar os “frutos podres” do discurso de ódio bolsonarista na cidade. Tal como já revelou Denise Assis, no Brasil247, em Empresários de Juiz de Fora informam que vão romper isolamento e exigem troca por “tratamento precoce”. No próprio domingo, Margarida e o seu vice-prefeito, Kennedy Ribeiro (PV), começaram a ser ameaçados. Inclusive com ameaça de morte, como registrada em Boletim de Ocorrência na delegacia de polícia local, na noite de segunda-feira. Ameaça que falava em utilização de arma de fogo, explicou o secretário Municipal de Segurança Urbana e Cidadania, Fernando Tadeu David, através da página oficial da Prefeitura nas redes sociais.

“Queixa-crime é da Pedagogia da Paz”

“Tomamos conhecimento de uma denúncia de ameaças recebidas nas mídias sociais por uma determinada pessoa, encaminhamos a Inteligência da Guarda Municipal e certificamos da existência dessa denúncia, inclusive envolvendo a utilização de armas e isso a gente não permite de forma alguma”, disse.

Como a própria Margarida explicou em vídeo, o registro da ameaça na polícia fez-se necessário para combater o fascismo que confunde oposição política com ameaças físicas. No cargo, ela se diz obrigada a praticar a “Pedagogia da Paz”. Esta, por sua vez, prega a intolerância contra a retórica do ódio:

“A queixa-crime é pedagógica. Faz parte da Pedagogia da Paz (…) Independentemente de a ameaça ter ou não fundamento, é fato que não se pode aceitar que alguém faça uma disputa de posição política ameaçando a eliminação do outro“, explicou a prefeita no vídeo (ouça abaixo).

*Marcelo Auler/247

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Vídeo: Bebianno sugere que a farsa da facada foi armada por Carlos Bolsonaro e o pai

Comecemos pelo começo. Por que Vera Magalhães, em plena guerra pública com Bolsonaro, resolveu chamar para entrevista no Roda Viva o ex-homem de seus sete segredos de Bolsonaro, Gustavo Bebianno? Do nada é que não foi.

Vera Magalhães pode ser tudo, menos tola e sabe, principalmente, mostrar os dentes e dizer ao ex-aliado na guerra antipetista, que ela nunca escondeu de ninguém, para mostrar os dentes e mandar um sinal de fumaça lembrando a Bolsonaro que ela sabe o que ele fez no verão passado.

Certamente, Vera não é a única que esconde o que sabe sobre a eleição que levou Bolsonaro à Presidência da República. As lacunas dessa trama macabra, que deram a faixa presidencial a um sujeito inclassificável, mas perigoso são maiores que as crateras que se abriram com as grandes chuvas que vêm acontecendo no Sudeste. E a mídia industrial nunca quis investigar ou, pelo menos, se investigou, não abriu para o seu público. Mas que sabe, sabe.

Pois bem, Bebianno não é um boboca qualquer, é um sujeito muito bem articulado que assa suas presas em fogo brando como quem assa uma picanha no final de semana, entre uma conversa agradável e umas atitudes negadas pelo próprio, que foi o cabeça da campanha de Bolsonaro. Bebianno é um indivíduo completo para tratar do submundo da política diante da hipocrisia que assola a imprensa nacional.

Por isso não se vê um cara com essa especialidade gaguejar, propor nada além do que está estabelecido pelo moto perpétuo. Bebianno é daqueles sujeitos tão oportunistas, mas também tão polido, que não coloca questões delicadas de forma escancarada, ele apenas sugere, destilando seu veneno, a priori, para provocar dor e não a morte de sua presa.

E assim foi Bebianno em tabelinha com Vera Magalhães no Roda Viva. Quando, por exemplo, ele diz que um dia antes da “facada”, Bolsonaro lhe fez uma espécie de confidência profética quando, segundo Bebianno, disse a Bolsonaro que a forma com que ele se atirava para seus fãs, uma hora receberia uma estocada.

Isso mesmo, uma estocada, dizendo que não era só ele que utilizava este termo, mas toda a equipe de segurança do então candidato. Bebianno praticamente declara que a facada foi uma armação quando diz, “quando alertei ao presidente que ele corria risco de levar uma estocada, ele não me respondeu nada, manteve-se em silêncio de olho no seu celular, achei até que ele não tinha me ouvido e, de repente, ele me respondeu, é, mas nós temos que continuar”. Bebianno “interpretou” que ali Bolsonaro fazia uma profecia do que aconteceria com ele no dia seguinte em Juiz de Fora.

Duas coisas chamam a atenção, primeiro, por que todos da equipe de segurança de Bolsonaro utilizavam o termo “estocada” e não tiro ou bomba, já que 99% dos assassinatos políticos no país, sobretudo em período eleitoral, acontecem com tiro e não com facada.

Segundo, até o mundo mineral sabe que Adélio Bispo frequentou o mesmo clube de tiro de Carlos e Eduardo Bolsonaro em Florianópolis, Santa Catarina.

“Adélio Bispo vivia na cidade de Montes Claros (MG) até 2017, mas em 2018 ele começou a viajar pelo Brasil e chegou até a cidade de São José (SC), Região Metropolitana de Florianópolis.

No dia 5 de julho de 2018, Adélio praticou uma hora de tiro esportivo no clube .38. Dois dias depois Carlos Bolsonaro desembarcou na mesma cidade e passou um final de semana inteiro confinado no mesmo clube de tiro, conforme postado pelo próprio vereador em seu Instagram.

Foi neste mesmo clube, inclusive, que Carlos se refugiou quando brigou com o pai depois que foi obrigado a retirar do canal do YouTube oficial da presidência um vídeo de Olavo de Carvalho.

A imprensa tradicional já havia noticiado, timidamente, que os filhos de Bolsonaro, como Carlos e Eduardo, frequentavam o mesmo clube de tiro que Adélio treinou. A mídia não revelou, porém, que Carlos e Adélio estiveram no mesmo local durante o mesmo período.” (Pragmatismo Político)

Mas a coisa não para aí. Perguntado por que Bolsonaro não utilizou, no dia da facada, o colete à prova de balas, Bebianno contou a seguinte história: Carlos Bolsonaro nunca participou da campanha do pai nas ruas, não foi a comício nenhum, ficava no sofá de casa tuitando e fazendo campanha para o pai. Mas nesse dia de Juiz de Fora, ele decidiu ir e levou um drone com ele, o que impediu que o próprio Bebianno e dois seguranças viajassem no carro de Bolsonaro e que, por um motivo que ele diz desconhecer, Carlos e Bolsonaro decidiram ir para o comício sem colete, porque Carlos não sabia colocar, o que é uma piada tosca.

Em outras palavras, Vera Magalhães sabe que Bebianno sabe muito mais do que diz. O dois, no entanto, formaram um circo de meia lona para abrir novamente o debate sobre a farsa da facada e dizer a Bolsonaro que eles têm munição suficiente para detonar o miliciano e os três filhos delinquentes.

Como se diz por aí, para quem sabe ler, pingo é letra. Foi isso que Vera Magalhães e Gustavo Bebianno deixaram explícito.

Assista:

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Governo Bolsonaro injeta R$ 60 milhões em construção de colégio militar em São Paulo

O governo do presidente Jair Bolsonaro incluiu R$ 60 milhões no orçamento para o início da construção de um colégio militar em São Paulo neste ano.

A instituição de ensino, que será a primeira do estado e a 14ª do Brasil, terá administração exclusiva do Exército Brasileiro.

A administração será exclusiva do Exército, como ocorre com os outros 13 colégios instalados em cidades como Manaus, Belém, Recife, Salvador, Rio, Santa Maria, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba.

O estabelecimento estará fora do projeto lançado no ano passado pelo Ministério da Educação (MEC), que prevê convênios com escolas civis já existentes.

A Fiesp patrocinará o projeto arquitetônico do Exército, que deve ficar pronto em meados do ano. Depois disso, começam as obras. O colégio será construído no Campo de Marte e deve ficar pronto até 2023, informa o jornal Folha de S.Paulo.

Até o término da construção, turmas funcionarão provisoriamente no CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de SP), em Santana.

 

 

*Com informações da Folha de S. Paulo

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O estranho papel do GSI no condomínio de Bolsonaro

No caso Marielle o que mais intriga é a livre circulação de milicianos e traficantes de armas no condomínio do presidente da república sem o GSI desconfiar de nada. Justo a pasta comandada pelo General Heleno.

O castelo de cartas fica mais sombrio quando se lembra que Ronnie Lessa, o assassino de Marielle e vizinho de Bolsonaro, só foi preso em 12 de março de 2019, ou seja, um ano depois da morte de Marielle e Anderson.

Bolsonaro foi eleito em 28 de outubro de 2018 e não se tem notícia do GSI ter impedido o fluxo de milicianos no condomínio de residência do já Presidente da República Jair Bolsonaro.

Essa constatação fica ainda mais curiosa quando se lembra que o mesmo Bolsonaro havia sofrido em Juiz de Fora, segundo ele, um atentado, uma facada desferida por um suposto lobo solitário que mirou a faca em seu abdome por um motivo que até hoje ninguém sabe.

Ora, que essa horda de fanáticos que orbita o bolsonarismo fundamentalista não questione isso, é normal, mas convenhamos, esse capítulo da história que envolve a morte da Marielle, o condomínio de Bolsonaro e os milicianos é uma clássica fotografia de uma história sem pé nem cabeça. É daquelas histórias que faltam enormes pedaços e remendos e que os fatos por si só cobram uma explicação minimamente plausível que demonstre algo razoável para justificar a gigantesca lacuna que está aí se alimentando da falta de questionamentos.

Não me parece que o GSI deixe o Presidente da República ao relento de forma tão vulnerável a ponto de conviver, em seu próprio condomínio, com o entra e sai de milicianos assassinos frios e calculistas, traficante de armas pesadas, como também foi revelado pela Polícia Civil que apreendeu 117 fuzis e munições a balde de propriedade de Ronnie Lessa, vizinho de Bolsonaro.

Não é possível tanta negligência de um Gabinete de Segurança Institucional, comandado por um general que é o braço direito de Bolsonaro, o que cristaliza uma interrogação ainda maior. Ninguém pode se antecipar a fatos pitorescos como esse sem a conclusão de uma investigação. Um fato como esse não pode ficar perdido no mundo das lendas, refugiado numa cortina de fumaça.

Outra coisa curiosa, é um general tão tagarela quanto o Augusto Heleno, não se pronunciar sobre qualquer coisa que se refira ao caso Marielle, aos milicianos e às acusações que pesam cada vez mais sobre os ombros de Bolsonaro no possível envolvimento no caso.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

 

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Fracassam as manifestações de Bolsonaro convocadas para a parte da manhã em todo o Brasil

Em Brasília, por exemplo, por volta de 10h30, as estimativas apontavam para uma adesão entre mil e 2 mil pessoas na Esplanada.

Jair Bolsonaro não passou no teste de força que representaram as manifestações de rua favoráveis ao seu governo. Pelo menos, no período da manhã deste domingo (26), os atos foram um fracasso, em quase todas as cidades.

Em Brasília, por volta das 9 horas, parte do grupo se concentrou no Museu da República, região central da capital federal, e outra parte foi para o gramado do Congresso Nacional. De acordo com estimativas, às 10h30, apenas entre mil e 2 mil pessoas estavam na Esplanada.

No Rio, a manifestação se concentrou na Avenida Atlântica, orla de Copacabana. Manifestantes usavam, principalmente, roupas com verde e amarelo e carregavam bandeiras do Brasil. Até 11h30 não havia sido divulgada estimativa de público.

No interior de São Paulo, a adesão também foi baixa. Em Campinas, por exemplo, manifestantes se dirigiram ao Largo do Rosário, na região central. Às 10h15, a Polícia Militar (PM) estimava a participação de 500 pessoas.

Em São Carlos, os manifestantes se reuniram na Praça do Mercadão. Segundo a PM, por volta das 10h30, cerca de 300 pessoas participavam do ato.

Foram registrados atos também em São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Belém, São Luís, Recife entre outras cidades.

 

 

 

 

*Com informações do A Postagem