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Vídeo: Multidão acompanha Lula na Caminhada do 2 de Julho de Salvador em comemoração ao bicentenário da independência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pousou em Salvador, capital da Bahia, às 9h deste domingo (2.jul.2023) para participar da cerimônia de obliteração de selos comemorativos do bicentenário de Independência do Brasil na Bahia. Informa o Agenda do Poder.

Os baianos comemoram a independência em julho porque a data marca o fim do conflito com colonos portugueses na região, que resistiam ao término do controle português sobre a ex-colônia.

Em seu perfil no Twitter, o presidente disse que esta é uma data para “lembrarmos da luta do nosso povo por sua liberdade e soberania, e nos inspira na busca por mais direitos e dignidade”.

O petista desembarcou na base aérea da cidade, acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva. Lula participa da caminhada do 2 de Julho ao lado do governador Jerônimo Rodrigues. Ao meio-dia, tem marcada em sua agenda oficial ida para Ilhéus, também na Bahia, com chegada prevista às 12h30.

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Curiosidades

Vídeo: Em Salvador, Padre puxa música de carnaval no meio da missa

Cena inusitada foi registrada na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e para muita gente é o símbolo da volta da alegria ao país. Confira a festa na casa de Deus.

Uma cena inusitada circula nas redes sociais nas últimas horas e ela foi registrada numa histórica igreja de Salvador, a capital da Bahia. Um padre, em meio à homilia de uma missa realizada na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, desata a cantar uma emblemática música de carnaval.

A atitude surpreendente e o ritmo sereno dos versos de “Prefixo do Amor”, sucesso desde o início dos anos 90 na interpretação da Bamdamel, contagiaram os fiéis presentes na ‘casa de Deus’ e, juntos, passaram a entoar o cântico que não é exatamente sagrado, mas uma das mais conhecidas marcas musicais da capital mais negra do Brasil.

“Salve, Salvador… Me bato, me quebro tudo por amor… Eu sou do Pelô… O negro é raça é fruto do amor”, diz o coro de fiéis.

Veja o registro do padre Lázaro Muniz e dos católicos que presenciavam sua missa cantando empolgados e esfuziantes uma das mais marcantes músicas de carnaval da Bahia, o que para muita gente foi um sinal de novos tempos de alegria que chegam ao Brasil:

*Com Forum

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Em caminhada com o povo baiano, Lula atrai multidão

O ex-presidente Lula está em Salvador para uma série de encontros com o povo e lideranças locais e nacionais.

Pela manhã, o petista participou do tradicional cortejo pelo bairro da Lapinha, juntamente com sua esposa, Janja, o governador Rui Costa, o pré-candidato ao governo pelo PT, Jerônimo Rodrigues. e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

“Eu acho que seria importante que o povo brasileiro conhecesse o que é o 2 de Julho na Bahia. Aqui, a Independência foi feita com sangue, com morte de negros, indígenas, padres, freiras e o povo trabalhador que lutou para expulsar os portugueses. Então é isso que você vê, não é um desfile militar, é um desfile do povo, isso que significa independência”, disse Lula durante a caminhada na Lapinha.

Lula participará do Grande Ato pela Independência no estacionamento da Arena Fonte Nova, com horário de início previsto para as 11h00. O evento celebra a luta de independência na Bahia –iniciada em 19 de fevereiro de 1822 e durou até a expulsão definitiva dos portugueses em 2 de julho de 1823.

Os pré-candidatos Jair Bolsonaro, Ciro Gomes e Simone Tebet também estão em Salvador neste sábado, 2. O chefe de governo participou de um passeio de moto na capital baiana.

Ciro e Tebet se encontraram durante a caminhada. O pedetista publicou uma foto do momento, afirmando que democracia é “convivência harmônica e respeitosa”.

A senadora também compartilhou o momento em seu Instagram. “Adversário não é inimigo. O Brasil precisa de tolerância e respeito”, disse ela.

*Com 247

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Política

Vamos tolerar uma deputada louvar um ato terrorista e pregar o motim policial?

Não acredito que algum delírio golpista será bem-sucedido, mas isso não apaga o fato assombroso de que a democracia, embora resista, esteja sob ataque constante.

Um policial militar de Salvador, em surto psicótico, se rebela contra o pelotão e, armado de fuzil, passa a gritar enraivecido e a atirar para o alto. Gritava supostamente em defesa de trabalhadores e contra o lockdown, mas isso não o impediu de jogar as mercadorias e bicicleta de ambulantes no mar. Depois de mais de três horas de negociação com integrantes do Bope, disparou na direção dos policiais. Aí foi preciso agir. O PM foi alvejado, recebeu atendimento médico, mas não resistiu.

Há apenas uma palavra para descrever essa sequência de acontecimentos: uma tragédia. A palavra certa, no entanto, para descrever o ato posterior de lideranças políticas bolsonaristas que usaram essa tragédia para alimentar seu discurso golpista é outra: crime.

Foi o que fez a deputada Bia Kicis ao publicar um tuíte em homenagem ao PM: “Soldado da PM da Bahia abatido por seus companheiros. Morreu porque se recusou a prender trabalhadores. Disse não às ordens ilegais do governador Rui Costa da Bahia. Esse soldado é um herói. Agora a PM da Bahia [p]arou. Chega de cumprir ordem ilegal!”.

Horas depois, apagou o post, se desculpou pelo afobamento sincero e pediu moderação. Mas o dano já está feito, a mensagem já foi passada aos milhares de militantes que infestam as redes sociais e os grupos de WhatsApp com o intuito único de promover paixões sediciosas na população, ao estilo da horda de trumpistas que invadiu o Capitólio americano em janeiro.

Parece um pesadelo, um delírio febril, e é. Mas é também um projeto real: a ala mais alucinada do governo, a militância olavista —à qual pertence Bia Kicis, os filhos do presidente, o ex-chanceler e o assessor Filipe Martins— quer incitar um levante de policiais e soldados amotinados, caminhoneiros e cidadãos de bem armados que derrube Congresso e Supremo e conceda poder absoluto a Bolsonaro.

No mundo real, a banda toca outra música. Enquanto escrevo esta coluna, o governo vai se dissolvendo, e o centrão —e não os olavistas— deve sair fortalecido dessas trocas. Caíram o ministro de Relações Exteriores, o ministro da AGU, a secretária nacional de Educação Básica, um executivo da Petrobras. A demissão que mais chama a atenção, contudo, foi a do ministro da Defesa, Fernando Azevedo.

Em sua carta de demissão, Azevedo diz: “Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado”. Ou seja, admite que a institucionalidade das Forças Armadas precisou ser preservada.

Segundo o que ele próprio teria dito a pessoas próximas, saiu para evitar outro “maio de 2020”, quando Bolsonaro aderiu ao golpismo descarado de manifestantes em Brasília para fechar o STF.

Até agora, nossas instituições e a política têm segurado os piores excessos vindos do governo. Ele tem, inclusive, ficado mais fraco. Não acredito que algum delírio golpista será bem-sucedido. Mas isso não apaga o fato assombroso de que a democracia, embora resista, esteja sob ataque constante, tanto do governo quanto de seus panos de chão no Congresso.

Mesmo mantida a ordem democrática, é aviltante para ela ter uma deputada que chefia a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara louvando o ato terrorista de um policial em surto psicótico e pregando abertamente o motim das polícias. Por sua reiterada promoção de fake news e defesa aberta do golpe violento, Bia Kicis não pode continuar deputada federal. O Conselho de Ética precisa agir.​

*Joel Pinheiro da Fonseca/Folha

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Política

Rejeição a Bolsonaro só cresce nas maioria das capitais

Salvador é a cidade que mais repudia Jair Bolsonaro, onde ele tem apenas 18% de aprovação. Seus índices são também muito baixos em cidades como Porto Alegre (26%), São Paulo (27%) e Recife (29%).

Pesquisa Ibope divulgada neste sábado (17) aponta que ao governo Jair Bolsonaro é reprovada pela maioria da população em boa parte das capitais do país. Segundo o estudo, os maiores índices de rejeição a Bolsonaro estão localizados em Salvador, Teresina, Porto Alegre, Fortaleza, São Paulo, Recife, Belém, Vitória e Florianópolis. O levantamento, realizado em 25 municípios, é o primeiro feito pelo instituto após o registro oficial das candidaturas que disputam as eleições municipais deste ano.

Em Salvador, o índice dos que consideram o governo Bolsonaro como ruim ou péssimo chega a 62%. Os índices também são muito baixos em cidades como Porto Alegre (26%), São Paulo (27%) e Recife (29%). Para o professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Pedro Mundim, as questões locais exercem influência sobre a avaliação geral.

“Em Salvador, há uma tradição de lideranças do PT na capital ou de partidos de esquerda que talvez explique essa reprovação alta. Ou seja, o que é possível dizer é que há questões locais que afetam esses percentuais. Mas, no geral, as capitais estão relativamente dentro da média geral da pesquisa nacional”, observou Mundim, em entrevista ao G1.

Segundo a última pesquisa nacional realizada pelo Ibope, em setembro, a aprovação do governo Bolsonaro chegou a 40%, contra 29% dos que avaliavam a gestão como regular.

Os maiores índices de aprovações, ainda de acordo com a pesquisa, estão em Boa Vista, Manaus, Porto Velho, Cuiabá e Rio Branco. Já as estão Goiânia, Palmas, João Pessoa, Maceió, Macapá, Belo Horizonte e Natal.

 

*Com informações do 247

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Vídeos: Panelaços contra Bolsonaro explodem no Brasil inteiro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi alvo de novos protestos durante um pronunciamento feito na noite de hoje sobre a pandemia do novo coronavírus. Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis, moradores foram às janelas para bater panelas e pedir a saída de Bolsonaro da Presidência.

No discurso, Bolsonaro disse que a rotina do País deve retornar à realidade e que a imprensa brasileira ajudou a iniciar o pânico em torno da covid-19. Ele também criticou governadores e voltou a se referir à doença, que já deixou 46 mortos no Brasil, como “gripezinha”.

https://twitter.com/st_lemke/status/1242594787271868419?s=20

 

https://twitter.com/andredemoraes/status/1242595807943176192?s=20

https://twitter.com/bcarvalhobc/status/1242595574945366016?s=20

 

 

*Com informações do Uol

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Coincidência?: Eduardo Bolsonaro foi para Bahia, justamente quando mataram o miliciano ligado à sua família

Filho do presidente Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro vai desembarcar novamente em Salvador para mais uma sessão solene na Câmara Municipal.

De acordo com o site Política Livre, o deputado federal vai participar da sessão em homenagem aos ex-combatentes brasileiros da 2ª Guerra Mundial, no dia 7 de fevereiro, às 10h.

A última vez que Eduardo esteve na capital baiana foi para discutir o projeto “Escola sem Partido”, também no Legislativo municipal. Na época, grupos foram até a Câmara protestar contra ele.

Escreve Patrícia Lélis no twitter:

https://twitter.com/lelispatricia/status/1226525277817311232?s=20

 

 

*Com informações do Parasitas Brasil

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Governo Bolsonaro injeta R$ 60 milhões em construção de colégio militar em São Paulo

O governo do presidente Jair Bolsonaro incluiu R$ 60 milhões no orçamento para o início da construção de um colégio militar em São Paulo neste ano.

A instituição de ensino, que será a primeira do estado e a 14ª do Brasil, terá administração exclusiva do Exército Brasileiro.

A administração será exclusiva do Exército, como ocorre com os outros 13 colégios instalados em cidades como Manaus, Belém, Recife, Salvador, Rio, Santa Maria, Juiz de Fora, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba.

O estabelecimento estará fora do projeto lançado no ano passado pelo Ministério da Educação (MEC), que prevê convênios com escolas civis já existentes.

A Fiesp patrocinará o projeto arquitetônico do Exército, que deve ficar pronto em meados do ano. Depois disso, começam as obras. O colégio será construído no Campo de Marte e deve ficar pronto até 2023, informa o jornal Folha de S.Paulo.

Até o término da construção, turmas funcionarão provisoriamente no CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de SP), em Santana.

 

 

*Com informações da Folha de S. Paulo

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O milionário mercado de sentenças judiciais no Brasil

Em São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador, uma decisão judicial para livrar um político de uma acusação de corrupção saiu por R$ 400 mil. Em Xinguara, no Pará, um habeas corpus para um acusado de assassinato, por R$ 70 mil. Na pequena Ceará-Mirim, no interior do Rio Grande do Norte, o valor foi mais humilde: R$ 750 cada liminar.

Esses são apenas alguns exemplos do lucrativo mercado de venda de sentenças envolvendo juízes e desembargadores – alguns até corregedores – que encontrei em dezenas de processos investigados pelo Conselho Nacional de Justiça. Há casos em nove tribunais estaduais e três tribunais federais.

Como o crime “venda de sentenças” não existe tipificado dessa forma no Código Penal nem na Lei Orgânica da Magistratura, solicitei ao CNJ, por meio da Lei de Acesso à Informação, todos os casos de juízes e desembargadores investigados por corrupção, prevaricação ou outros crimes em que a expressão “venda de liminares” ou “venda de sentenças” pudesse se encaixar.

Cheguei a uma lista com 140 processos administrativos disciplinares instaurados pelo conselho desde a sua criação, em 2005 – o levantamento pode ser acessado aqui. Mais de um terço deles está relacionado a algum tipo de corrupção e exatos 21 tratam da tal venda de sentenças, com valores que vão de R$ 750 a R$ 400 mil envolvendo sete juízes e 14 desembargadores. Há ainda outros 13 casos em que os relatores dos processos não deixam claro que o magistrado recebeu dinheiro em troca de uma decisão – mas há fortes indícios de que isso tenha ocorrido. Tocantins, Bahia e o Ceará são os estados campeões: têm quatro casos cada um. Como alguns casos seguem em andamento, optamos por citar apenas os magistrados já condenados pelo conselho.

Extorsão, suborno e cargo para a namorada do filho

A sentença mais cara foi cobrada pelo desembargador Rubem Dário Peregrino Cunha, do Tribunal de Justiça da Bahia: R$ 400 mil.

Em 2007, o então prefeito de São Francisco do Conde, Antônio Pascoal Batista, do PDT, recorreu ao desembargador para ajudá-lo a se livrar de uma acusação de corrupção. Ele havia sido denunciado pelo Ministério Público do estado por roubar cerca de R$ 1,5 milhão dos cofres da prefeitura e corria o risco de perder o cargo e ser preso. O processo foi parar no gabinete do desembargador Cunha, que, além do dinheiro, ainda pediu um cargo para a namorada do filho.

Depois de ter pago cerca de R$ 300 mil em parcelas, o ex-prefeito enviou um funcionário da prefeitura com um gravador a um encontro com o filho do desembargador, o advogado Nizan Gomes Cunha Neto, que fazia a ponte entre eles. O servidor gravou a conversa com o advogado na hora em que entregava mais uma parcela de R$ 50 mil pela sentença. Foi o próprio ex-prefeito, de acordo com o processo no CNJ, que decidiu denunciar o desembargador ao MPF, alegando que se sentiu coagido pela cobrança de um valor tão alto. O prefeito morreu em 2015, após uma cirurgia de câncer de próstata. O desembargador Cunha foi condenado em 2012.

Em Ceará-Mirim, o negócio era no atacado, e o juiz José Dantas de Lira se contentava com receber R$ 750 por liminar – valor ainda dividido com outras cinco pessoas. No esquema, descoberto em 2007, o grupo, formado por Lira, o filho dele, um amigo advogado, um funcionário do tribunal e dois corretores de empresas de empréstimo, ganhava um “extra” com uma espécie de consórcio de decisões. A margem era pequena, mas eles lucravam na quantidade de liminares, que saíam entre R$ 750 e R$ 1,8 mil cada. Em seis meses, por exemplo, Lira concedeu 22 liminares a apenas três pessoas.

Os principais clientes eram servidores públicos que buscavam aumentar, via judicial, seu limite de crédito e, assim, conseguir fazer novos empréstimos consignados. Nessa modalidade, as parcelas de pagamento ao banco credor são descontadas diretamente no contracheque do servidor e, por isso, os juros são mais baixos.

Os corretores cooptavam, segundo a investigação do CNJ, servidores sabidamente endividados e apresentavam os possíveis clientes ao advogado Ivan Holanda Pereira. Amigo do juiz, era ele quem preparava as ações, mas, para evitar que o magistrado tivesse que se assumir impedido de julgar os casos devido à amizade pública entre os dois, as peças eram assinadas por outros advogados. Como a maioria dos servidores vivia em Natal e as ações judiciais precisavam ser julgadas pela comarca de Ceará-Mirim para o esquema funcionar, o advogado ainda falsificava os endereços dos clientes.

As reuniões do grupo aconteciam no escritório do filho do juiz, e a contabilidade ficava por conta de um assessor, funcionário do tribunal. Somente de 2007 a 2009, o Ministério Público do Rio Grande do Norte descobriu que foram movimentados mais de R$ 3 milhões na conta de um dos envolvidos no esquema. Lira foi condenado em 2017 a aposentadoria compulsória.

Aluguel também entra na conta

Em tese, cabe aos corregedores dos tribunais fiscalizar a garantir o trabalho dos outros magistrados. Mas encontramos dois deles envolvidos no “mercado de sentenças”.

Jovaldo dos Santos Aguiar, corregedor do Tribunal de Justiça do Amazonas, que chegou a ser presidente interino da corte, foi afastado após ser denunciado por um empresário e advogado que pagou, mas não recebeu a decisão negociada. O desembargador ainda foi condenado por deixar parados, durante o período em que foi corregedor, 31 processos contra outros juízes. Aguiar, aposentado compulsoriamente em 2010, também foi o primeiro corregedor a ser investigado pelo CNJ.

Já o desembargador Antônio Fernando Guimarães, do TRT de Minas Gerais, não viu problema em deixar que um escritório de advocacia “subsidiasse” o aluguel de seu apartamento. Guimarães, que também foi vice-presidente do TRT, passou dez anos pagando a bagatela de R$ 200 reais por um apartamento de luxo em Lourdes, um dos bairros mais caros de Belo Horizonte. Os 380 metros quadrados em que o desembargador morou entre 2001 e 2011 hoje não sairiam por menos de R$ 8 mil por mês, em média. Em troca, o escritório Vilhena&Vilhena tinha a segurança de contar com a mão amiga do magistrado.

Ele deu ganho de causa a pelo menos nove reclamações dos advogados, que alegavam erros ou vícios em decisões judiciais de outros magistrados, e ainda aceitou 89 recursos, patrocinados pelo mesmo escritório, que questionava sentenças recebidas em processos. Com isso, os casos foram encaminhados ao Tribunal Superior do Trabalho, o TST. Em dez anos, segundo a investigação do CNJ, o desembargador deixou de gastar, em valores corrigidos, mais de R$ 1 milhão com aluguel e taxas. Ele também foi aposentado compulsoriamente em 2011.

A punição mais grave que um magistrado pode receber do CNJ é a aposentadoria compulsória.

Em meio às dezenas de processos que analisei não faltaram ainda casos de venda de habeas corpus, decisões, no geral, tomadas por um magistrado em caráter de urgência. O juiz José Admilson Gomes Pereira, da comarca de Xinguara, no interior do Pará, por exemplo, cobrou R$ 70 mil pelo habeas corpus que garantiu a liberdade de Carlos José Campos Souto, acusado de contratar dois pistoleiros para matar um homem que ele acreditava ser amante da sua esposa. Não havia nem muita preocupação em esconder o esquema. Uma investigação do CNJ, concluída em 2016, revelou que o dinheiro foi pago por uma irmã de Souto, que mandou um motoboy depositar o valor na conta do irmão magistrado.

Togas penduradas

órgão responsável por punir administrativamente os desvios de conduta dos juízes é o CNJ. Os processos podem ser instaurados tanto a partir de denúncias das corregedorias dos tribunais e do Ministério Público quanto de qualquer cidadão. O próprio Conselho também pode optar por investigar os magistrados, após realizar inspeções nos tribunais. O andamento é parecido com o de uma ação judicial: são ouvidos representantes do Ministério Público, o juiz investigado e testemunhas de defesa e de acusação. O julgamento ocorre no plenário do CNJ, composto por 15 membros, incluindo o presidente do STF, um ministro do STJ e um ministro do TST.

Não é fácil, no entanto, saber o que acontece nesses julgamentos — os processos administrativos contra juízes e desembargadores costumam correr sob sigilo. Em boa parte dos casos do levantamento, só consegui chegar ao conteúdo das investigações assistindo às horas de julgamentos gravados disponíveis no canal do YouTube do CNJ.

A punição mais grave que um magistrado pode receber do CNJ é a aposentadoria compulsória. Não que seja realmente um castigo: o magistrado segue com a mamata de receber um salário vitalício proporcional ao tempo de serviço.

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Dos 21 magistrados investigados pelo CNJ por venda de sentença, 11 foram obrigados pelo conselho a se aposentar. Só em junho deste ano, o desembargador Cunha, aquele que vendeu uma sentença por R$ 400 mil, recebeu brutos R$ 45,7 mil como membro inativo do Tribunal de Justiça da Bahia. Já o juiz José de Lira, que trocava liminares por meros R$ 750 no Ceará, ganha cerca de R$ 30 mil brutos por mês, o triplo do que recebia 12 anos atrás, quando era juiz da comarca de Ceará-Mirim. O desembargador Antônio Guimarães, do TRT mineiro, vive com R$ 37 mil brutos mensais depois de que foi descoberto que um escritório de advocacia pagava seu aluguel, e o juiz José Pereira, do Pará, ganha quase R$ 25 mil mesmo condenado por cobrar R$ 70 mil por um habeas corpus. O corregedor Jovaldo Aguiar é quem tem o rendimento mais humilde – R$ 13 mil por mês de aposentadoria da justiça do Amazonas, mesmo depois de ter dado um calote em um advogado que havia comprado uma decisão.

Em média, os juízes e desembargadores investigados pelo CNJ por venda de sentenças recebem R$ 32 mil* por mês de aposentadoria.

A investigação do conselho independe dos processos em outros tribunais, mas somente o CNJ pode aposentar um juiz ou desembargador. O órgão funciona como o patrão de uma empresa: pode demitir, mas não prender. Para sofrer uma punição mais severa, como prisão, o juiz suspeito precisa ser denunciado e virar réu de uma ação penal na justiça comum. O corregedor Guimarães, por exemplo, foi alvo de um inquérito policial, que acabou morrendo depois dele ter sido aposentado pelo CNJ. Já um processo contra Cunha correu paralelamente no Tribunal de Justiça da Bahia e no CNJ – enquanto o conselho optou por aposentá-lo, os colegas do tribunal baiano preferiram extinguir o caso.

Entre os magistrados afastados por venda de sentenças há um recordista: o desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Edgard Antônio Lippmann Júnior. Ele acumula não uma, mas três aposentadorias compulsórias por venda de sentenças, recebendo R$ 35 mil por mês. Lippman foi condenado em 2012, 2013 e 2015 por desvios de conduta e por receber dinheiro para determinar a urgência no pagamento de uma dívida que o governo do estado do Rio Grande do Sul tinha com uma empresa.

Além das 11 aposentadorias compulsórias por venda de sentenças, outros dois magistrados foram punidos com “censura”, uma advertência por escrito que os impede de serem promovidos por um ano. Oito casos seguem em andamento.

No total de 140 casos que investiguei, há também 11 magistrados aposentados por “quebra de imparcialidade”, uma das formas como eles são enquadrados quando há indícios da venda de sentença, mas não provas suficientes para confirmar o benefício financeiro. Desde 2005, 24 investigações foram motivadas por suspeita de que o juiz ou desembargador agiu “parcialmente”. Mas, em pelo menos nove desses processos, não foi o dinheiro que influenciou a sentença, e, sim, os vínculos familiares ou de amizade dos magistrados.

Para o cientista político Moisés Lazzaretti Vieira, que pesquisa a corrupção no Judiciário, a falta de publicidade dos processos incentiva a corrupção. Outro ponto é o “espírito de corpo”, o forte corporativismo presente nas decisões do CNJ. Na dissertação de Vieira, que considera dados de 2008 a 2017, a venda de sentenças aparece em terceiro lugar como o principal motivo que levou magistrados à aposentadoria compulsória, punição máxima a que um magistrado pode ser submetido pelo Conselho. Parcialidade e desvio de recursos ficam com as primeiras posições. Nesse cenário de pouca transparência e pouca punição, não surpreende que a troca de dinheiro por decisões aconteça com tanta frequência em tantos tribunais. Afinal, são os magistrados que fazem as regras e que definem suas próprias punições.

 

*The Intercept Brasil

 

 

 

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Vídeos: De preto, estudantes tomam as ruas do Brasil em repúdio a Bolsonaro

Como disse Luis Fernando Veríssimo, o Brasil começa a reagir fortemente contra a bandalha fascista que é o governo Bolsonaro. No plano jornalístico, não é diferente. A capa da Folha neste sábado (7) é histórica, o livro que traz um casal gay se beijando, mostra a necessidade de reagir contra os coturnos de Bolsonaro e congêneres, como Crivella e Witzel e por que não dizer Dória, que segue a mesma trajetória fascista que os três exploram.

Há uma nova força política surgindo nas ruas sabendo da importância de seu papel, com gestos e palavras contra a onda fascista que varre o país.

Guga Chacra soube definir bem o governo de Bolsonaro que é horrível e está sendo repudiado nas ruas pelos brasileiros, “Um presidente que celebra ditaduras. Um ministro dá entrevista a supremacista branco. Outro repete presidente e insulta primeira-dama francesa. Governantes restringem liberdade de expressão ao não aceitar diversidade. Um país extremista e mal educado”.