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Educação

MEC anuncia mudanças na formação de professores após resultado do Pisa

O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciaram nesta terça-feira (5/14) que vão promover diversas mudanças na área de formação dos professores, como a reformulação das diretrizes curriculares dos cursos e do Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes (Enade).

As medidas foram divulgadas em uma coletiva de imprensa, após a publicação dos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022, que mostrou que o Brasil está entre os 20 piores países em matemática e ciências.

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que as alterações nas diretrizes curriculares devem ser feitas ainda neste ano, para que seja possível fazer a revisão da licenciatura em 2024. Ele também afirmou que o Enade vai mudar e que os cursos de ensino a distância (EAD) das licenciaturas sofrerão restrições, .

Santana destacou que as mudanças visam valorizar e qualificar os professores, que são os principais responsáveis pela qualidade da educação. Ele citou o debate sobre o tema no G20, grupo das 20 maiores economias do mundo.

O Pisa é uma avaliação internacional que mede o desempenho dos estudantes de 15 anos em leitura, matemática e ciências. O estudo é realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a cada três anos.

“Uma razão para a disparidade social ser grande no Brasil é porque muitas vezes as escolas em áreas mais pobres têm menos recursos quando se fala de educação e professores. O Brasil não é um dos extremos, mas é um país onde é claramente visível que escolas em locais mais pobres tem menos professores e menos recursos materiais. Então, estamos ansiosos para alinhar essas necessidades e atrair os melhores professores para os locais com mais dificuldade”, explicou um dos responsáveis pelo Pisa, Andreas Schleicher.

A conclusão do estudo mostra que o apoio aos docentes é fundamental na construção da Educação, de acordo com o secretário geral da OCDE, Mathias Cormann.

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Política

Homem da mala do MEC entregou pacotes a deputado federal do DF e a subordinado de Pazuello

Polícia Federal fez o flagrante durante investigação sobre desvio milionário de verbas. Antes, os entregadores fizeram saques em bancos.

A investigação da Polícia Federal (PF) que apura o desvio de recursos do Ministério da Educação (MEC) descobriu que o homem da mala do esquema tinha uma rotina de entrega de pacotes que incluiu visitas a Laurício Monteiro Cruz, diretor de Imunização da gestão do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, e ao deputado federal pelo Distrito Federal Gilvan Máximo, do Republicanos. Ao Metrópoles, o deputado admitiu que o pacote continha dinheiro, mas afirmou que o valor se referia ao pagamento de dois relógios Rolex que ele havia vendido ao entregador.

No pedido que a PF fez à Justiça, requerendo prisões e outras medidas contra suspeitos do caso, não há detalhes sobre o envolvimento dos dois citados – assim como não há explicação sobre o motivo para o recebimento das entregas registradas. O Metrópoles apurou que os investigadores seguem o trabalho de apuração e podem incluir tanto o deputado federal quanto o ex-diretor do Ministério da Saúde em outros inquéritos.

Ao monitorar os investigados na suposta venda superfaturada de material de robótica para escolas de Alagoas, que envolve um assessor do presidente da Câmara Arthur Lira (Progressistas), os policiais federais montaram um cerco para fazer imagens dos saques de dinheiro e da entrega de valores supostamente relacionados ao esquema.

Dois dias após o Natal do ano passado, a PF seguia os passos do casal Pedro e Juliana Salomão, presos por supostamente serem um braço financeiro do esquema. Foi aí que surgiu o flagrante das entregas dos pacotes a Máximo e a Monteiro Cruz.

O subordinado de Pazuello
Logo cedo, às 11 horas, Pedro vai até uma agência da Caixa na Asa Sul, em Brasília, com uma bolsa azul. Ele fica no banco por quinze minutos e, segundo os investigadores, nesse meio tempo faz um saque de “grande quantidade de dinheiro”.

Da agência, seguindo a rotina observada pelos policiais em outros dias, Pedro vai até uma churrascaria nas proximidades da Vila Planalto, bem perto da Esplanada dos Ministérios.

Um outro veículo chega ao local e dele sai, segundo a PF, Laurício Monteiro Cruz, que de agosto de 2020 até julho do ano passado foi diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, nomeado pelo então ministro Eduardo Pazuello, hoje deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro.

Laurício Cruz vai até o carro de Pedro. Recebe “um objeto” e em seguida deixa o volume em seu carro. Depois, entra na churrascaria para almoçar. A PF registrou em vídeo o encontro.

A nomeação e a exoneração de Laurício foram marcadas por polêmica. Ao assumir, ele enfrentou críticas por ser médico veterinário. E foi exonerado após ser mencionado no escândalo que envolveu uma suposta compra de vacinas superfaturadas — foi ele quem deu aval para que, em plena pandemia, um reverendo negociasse a venda de vacinas contra a Covid-19 supostamente superfaturadas ao governo federal.

O deputado federal
Cerca de um mês antes de registrar o encontro com Laurício, os policiais flagraram outra entrega feita pelo mesmo grupo investigado sob suspeita de distribuir as propinas do esquema do MEC. Foi em 22 de novembro de 2022. Dessa vez, o destinatário era o atual deputado federal Gilvan Máximo, do Republicanos do Distrito Federal.

Juliana foi então até o Basic Lounge, bar que adquiriu no começo do ano passado, e de lá seguiu para uma agência do Itaú na vizinha Taguatinga, onde encontrou o marido. Pedro ficou na fila de atendimento do banco segurando uma “bolsa vermelha”, segundo os policiais que o monitoravam.

Mais tarde, ele vai até uma churrascaria no Lago Sul. Ao chegar, cumprimenta o hoje deputado federal Gilvan Máximo e senta-se em outra mesa, em frente ao parlamentar. Segundo a PF, Máximo aponta para um carro no estacionamento. Depois disso, ainda de acordo com os policiais, Pedro “retira algo de dentro de sua bolsa vermelha” e coloca no porta-malas do carro de preta que o deputado havia indicado. Depois, Gilvan Máximo embarca no veículo e deixa o local.

Máximo tinha acabado de ser eleito para a Câmara dos Deputados — ele assumiria o mandato meses depois, em fevereiro. Antes, havia sido secretário de Ciência e Tecnologia do DF na gestão de Ibaneis Rocha.

Naquela manhã, Juliana, mulher de Pedro, saiu de casa foi para uma agência bancária, mas não saiu do carro. Fez uma ligação telefônica e seguiu para Águas Claras, cidade do DF localizada a cerca de 20 quilômetros da região central de Brasília.

Delivery de dinheiro
A investigação da PF que flagrou o deputado federal e o ex-subordinado de Pazuello recebendo os pacotes começou mirando, especificamente, suspeitas de desvio de recursos do MEC destinados à compra de kits de robótica. Os policiais apuram se o mesmo sistema de delivery servia a outros esquemas de desvio de dinheiro.

No caso do MEC, as verbas usadas nas aquisições tinham origem em emendas do orçamento paralelo e a suspeita é de que, na ponta, os recursos desviados iam parar em esquemas ligados aos parlamentares responsáveis pela alocação dos recursos.

“Vendi dois Rolex”
Ouvido pelo Metrópoles nesta terça-feira, o deputado federal Gilvan Máximo confirmou que, na data do registro feito pela PF, recebeu dinheiro do chamado homem da mala. O parlamentar, no entanto, alega que foi o pagamento por dois relógios da marca Rolex que ele havia vendido anteriormente a Pedro Magno Salomão. “Vendi dois relógios Rolex de acervo pessoal. Indicaram para ele que eu estava vendendo dois relógios. E recebi o dinheiro dele. Não sabia que ele mexia com kit de robótica”, disse.

O parlamentar afirmou ainda que, enquanto foi secretário de Ciência e Tecnologia do DF, nunca comprou kit de robótica.

“Quando estive à frente da Secretaria de Ciência e Tecnologia do DF nunca firmei contratos para aquisição de kits de robótica. Vendi dois relógios, de minha propriedade, a Pedro Magno. Mas não tenho ideia por que ele decidiu fazer os pagamentos em dinheiro. Na época dos fatos, também não tinha nenhuma razão para desconfiar da idoneidade do comprador. Espero que ele prove a sua inocência ao final da investigação aberta contra ele”, reafirmou o deputado em nota enviada pouco depois de falar com a reportagem.

*Matéria publicada com exclusividade pelo Metrópoles

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Educação

Irresponsabilidade: MEC pode ficar sem pagar milhares de residentes e bolsistas da Capes

Situação, decorrente de bloqueio do governo, foi tratada em reunião da equipe de transição com o ministro da Educação nesta segunda (5/12).

O Ministério da Educação (MEC) pode não ter recursos para pagar, em dezembro, 14 mil bolsas de residência médica e cerca de 100 mil bolsistas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A preocupação foi tratada na primeira reunião da equipe de transição com o atual ministro da Educação, Victor Godoy, nesta segunda-feira (5/12), na sede da pasta. A informação foi confirmada pelo Metrópoles com fontes da reunião.

Na semana passada, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) determinou o bloqueio de recursos de universidades e institutos federais.

Segundo fontes, a equipe do MEC levantou os números e os apresentou na reunião. As 14 mil bolsas a médicos residentes têm custo de R$ 65 milhões. Não há informações sobre o valor das bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado da Capes.

No encontro, o ministro Victor Godoy comentou a dificuldade orçamentária e o trabalho para reverter a situação.

*Com Metrópoles

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Justiça

Investigadores do escândalo do MEC dizem que há uma “bomba” sobre interferência de Bolsonaro na PF

O material inédito já foi enviado para a ministra Cármen Lúcia, responsável pelo caso no STF.

Segundo o GGN, os investigadores do esquema de corrupção no Ministério da Educação (MEC) afirmaram que na apuração sigilosa, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), há uma “bomba” sobre a interferência do governo de Jair Bolsonaro (PL) no caso. As informações são da coluna de Rodrigo Rangel, no site Metrópoles.

Os policiais teriam feito o recado chegar a seus superiores. “Trata-se de uma prova tão explosiva a ponto de dirimir todas as dúvidas que cercam as suspeitas de que dirigentes da Polícia Federal e figurões do governo Jair Bolsonaro agiram para interferir no rumo das investigações”, escreveu o colunista.

O material inédito já foi enviado para a ministra Cármen Lúcia, responsável pelo caso no STF. Também está nas mãos da ministra um pedido para que Bolsonaro seja incluído entre os investigados por ter supostamente alertado o ex-ministro Milton Ribeiro de que ele seria alvo de uma operação.

Também está com a magistrada um pedido feito pelo delegado Bruno Calandrini, responsável pela investigação, para que a cúpula da PF seja presa por impor obstáculos ao bom andamento da investigação.

“Fontes a par do assunto ouvidas pela coluna dizem esperar que Cármen Lúcia decida sobre os pedidos apenas depois das eleições, para não dar margem a questionamentos relacionados aos possíveis efeitos do caso sobre a campanha”, relatou o jornalista.

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Matéria

Gestão de Milton Ribeiro no MEC teve pedido de propina escondida em pneu; ouça a denúncia

Empresário Gilson da Trindade diz que então ministro deu aval para que pastores do ‘gabinete paralelo’ negociassem ‘ajuda a igreja’ em troca de favorecimento à construtora do Pará. Propina seria de R$ 5 milhões e deveria ser paga em dinheiro vivo. Milton Ribeiro nega envolvimento e promete processar empresário.

Segundo o Estadão, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro deu aval para que contratos de obras federais de escolas fossem negociados em troca de propina para os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, disse ao Estadão o empresário do setor da construção civil Ailson Souto da Trindade, candidato a deputado estadual pelo Progressista no Pará. O acordo previa que o dinheiro vivo, segundo Trindade, seria escondido na roda de uma caminhonete para ser levado de Belém (PA) até Goiânia (GO), onde está a sede da igreja dos pastores. A propina cobrada era de R$ 5 milhões.

A denúncia traz novos elementos para o inquérito que tramita sob sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF) por indícios de interferência de Jair Bolsonaro (PL) na investigação contra o ex-ministro da Educação. O caso já resultou na prisão de Milton Ribeiro e de dois pastores. A investigação policial foi aberta após o Estadão revelar, em março, a existência de um “gabinete paralelo” no MEC controlado por Gilmar e Arilton para facilitar o acesso à pasta. Prefeitos relataram que os pastores cobravam propina em dinheiro, compra de bíblias e até em ouro para liberar verbas e acesso ao ministro.

O empresário é a 12ª pessoa a relatar esquema de corrupção na pasta. Em entrevista gravada concedida ao Estadão, ele sustentou ter ouvido do então ministro, no MEC, em 13 de janeiro do ano passado, que obras públicas estariam garantidas a ele. Segundo relato do empresário, o ministro teria dito que ele precisaria em troca “ajudar” a igreja dos pastores. O acerto, diz Ailson da Trindade, foi lhe dito em seguida pelo pastor Gilmar: o repasse de R$ 5 milhões em dinheiro vivo.

“Funcionou assim: o ministro fez uma reunião com todos os prefeitos (no prédio do MEC, dia 13 de janeiro de 2021). Depois houve o coquetel, num andar mais acima. Lá, a gente conversou, teve essa conversa com o ministro. Eu não sabia nem quem era o ministro. Ele se apresentou: ‘Eu sou Milton, o ministro da Educação, e o Gilmar já me passou o que ele propôs para você e eu preciso colocar a tua empresa para ganhar licitações, para facilitar as licitações. Em troca você ajuda a igreja. O pastor Gilmar vai conversar com você em relação a tudo isso’, relata o empresário.

A propina seria mascarada por meio de um contrato fictício firmado entre a igreja de Gilmar e a empresa de Trindade. “Eles falaram: ‘existe uma proposta para tu fazer isso (as obras)’. Aí eu disse: ‘que proposta?’. ‘Bom, a gente está precisando reformar umas igrejas e estamos precisando também construir alguns templos, no Maranhão, no Pará, e também outros lugares. Então estamos precisando de R$ 100 milhões para fazer isso’. Aí eu falei: ‘mas o que que eu vou ganhar em troca? Como é que vai acontecer? A igreja vai contratar minha empresa?’ ‘Não, a gente faz um contrato, entendeu? Faz o contrato com a empresa, a igreja contrata a tua empresa e eu consigo articular para tua empresa fazer as obras do governo federal’”, teria dito Ailton, conforme narrou o empresário.

Trindade é candidato a deputado estadual do Pará pelo Progressista e responde por crime de estelionato depois de ser acusado de aplicar golpes com promessa de liberação de empréstimos para beneficiários do Bolsa Família. Ele diz que jamais foi intimado judicialmente e por isso ainda nem recorreu. Também afirma que não há impedimento eleitoral.

As datas dos encontros relatados pelo empresário batem com o registro de entrada dele no ministério, em Brasília, com fotos nas redes sociais e com a agenda de Milton Ribeiro e dos pastores. Parte da negociação teria ocorrido durante um almoço com prefeitos, após a reunião no MEC, em um restaurante tradicional do DF. Em seguida, finalizada com Gilmar e Arilton no escritório da Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Ministério Cristo para Todos, em Goiânia. A reportagem confirmou a participação de quatro prefeitos no almoço.

Registro de entrada e saída do empresario Ailson Souto no Ministério da Educação

Para que as obras fossem garantidas, o primeiro repasse deveria ser quase imediato. “Eles queriam R$ 5 milhões em dois dias. Eu falei: ‘mas eu não posso fazer esse tipo de negócio, eu sou empresário, eu não vou fazer uma coisa assim sem nenhum contrato’. E eles queriam que eu colocasse no pneu de uma caminhonete e mandasse para lá. Eu disse: ‘não, gente, vamos fazer em conta porque como é que eu vou saber… se não der certo, como vou provar que eu paguei?’ Aí eu fiquei com medo desse tipo de negociata. Daí queriam 5 milhões logo e depois de 15 dias queriam mais R$ 50 milhões”, disse.

Proposta de contrato entre empresa de Ailson da Trindade e igreja dos pastores acusados de operar o "gabinete paralelo" no MEC

Proposta de contrato entre empresa de Ailson da Trindade e igreja dos pastores acusados de operar o “gabinete paralelo” no MEC

O documento tratava da contratação da AST Empreendimentos Imobiliários pela Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Ministério Cristo para Todos, de Goiânia. A AST foi aberta por Trindade em 2006, em Belém, e hoje tem sede em São Paulo. “O objetivo desse contrato é o fornecimento de mão de obra em serviços do ramo de construção e reformas (…) O presente contrato é de duração indeterminada, vigendo a partir de sua assinatura”, dizem as cláusulas, que fazem referência, mas não especificam valores.

A reportagem teve acesso ao arquivo enviado para o Botelho Advogados, escritório de advocacia de Belém que à época prestava serviços para a empresa de Trindade. Os metadados do documento indicam que ele foi criado em 19 de janeiro do ano passado, seis dias após a reunião no Ministério da Educação. Procurado para informar o nome do remetente do arquivo, o escritório alegou que não poderia revelar por razões éticas e contratuais.

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Corrupção

Email aponta que Planalto fez pedido ao MEC pra receber pastor investigado

Mensagens foram enviadas pelo gabinete do então chefe da Casa Civil, general Braga Netto, cotado para a vice de Bolsonaro, segundo o Uol.

A Presidência da República solicitou oficialmente ao MEC (Ministério da Educação) que recebesse um dos pastores ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e suspeitos de atuar em um esquema de corrupção no governo e ainda cobrou retorno da pasta sobre as providências adotadas sobre o caso.

O pedido de reunião ao MEC e a cobrança do Planalto sobre os encaminhamentos estão em email obtido pela Folha. A mensagem​, de janeiro de 2021, partiu do gabinete do então ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto, cotado para vice na chapa à reeleição de Bolsonaro.

Em 7 de janeiro do ano passado, o gabinete de Braga Netto encaminhou ao MEC por email uma solicitação de audiência em nome do pastor Arilton Moura para que a pasta avaliasse a “pertinência em atender”. O texto ainda cobra retorno sobre as “providências adotadas por esse ministério”.

Questionados, MEC, Planalto e o ex-ministro não responderam.

As mensagens reforçam as suspeitas de respaldo do Planalto para a atuação dos pastores, peças centrais no balcão de negócios do MEC. Em áudio revelado pela Folha em março, o agora ex-ministro da Educação Milton Ribeiro disse que priorizava pedidos dos pastores sob orientação de Bolsonaro.

Os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos negociavam, desde o início de 2021, a liberação de recursos federais da Educação com prefeitos, mesmo sem cargo no governo.

Ambos foram presos em 22 de junho, assim como Milton Ribeiro, um ex-assessor do MEC e o genro de Arilton —todos acabaram soltos no dia seguinte.

A Polícia Federal apura o escândalo e, na Justiça, o caso foi submetido para o STF (Supremo Tribunal Federal) após indícios de que Bolsonaro haveria interferido nas investigações e avisado seu ex-ministro da possibilidade de operação contra ele.

De acordo com as mensagens obtidas pela Folha, a assessora dos pastores, Nely Carneiro da Veiga Jardim, pede —em email para Casa Civil às 9h47 do dia 7 de janeiro de 2021— “uma audiência com Gen.Braga Netto”.

A assessora dos religiosos insiste, em nova mensagem às 15h13 do mesmo dia, alegando que Arilton tinha um voo já reservado.

Nely atuava como assessora dos pastores e também foi alvo de mandados de busca e apreensão da operação Acesso Pago da PF, que prendeu o grupo. Além de cuidar da agenda dos religiosos, ela abordava prefeitos em nome dos pastores, segundo relatos.

A Casa Civil, por sua vez, encaminha ao MEC, às 17h40, mensagem para que o MEC avalie a possibilidade de receber o pastor. O título da mensagem é: “DERIVAÇÃO: Pastor Arilton Moura, Assessor do Presidente das Igrejas Evangélicas Cristo para Todos”. O presidente da instituição é o pastor Gilmar Santos.

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Matéria

Empresário dá detalhes da cobrança de propina para obter repasses do MEC

Edvaldo Brito, que denunciou esquema no Ministério da Educação, revelou pedido de R$ 100 mil por parte de pastor próximo a Jair Bolsonaro.

O empresário Edvaldo Brito, responsável por denunciar o esquema de corrupção no Ministério da Educação (MEC) que levou à prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, deu detalhes sobre como funcionava a cobrança de propina para receber repasses do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em entrevista ao Fantástico neste domingo (26), segundo o 247.

O FNDE é responsável por distribuir verbas do MEC para estados e municípios. A polícia entende que, por intermédio dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, próximos de Milton Ribeiro e Jair Bolsonaro (PL), era cobrado o pagamento de propina para organizar reuniões e direcionar os recursos do FNDE.

“Eu descobri que o ministro tinha um gabinete itinerante. Os técnicos do FNDE iam para um determinado município, organizavam um evento em parceria com os municípios, e aí todos os outros municípios eram atendidos”, disse Brito.

O empresário e radialista, então, conseguiu o contato de Gilmar Santos e agendou reunião em Brasília, em maio de 2021. “Eu vi que realmente tinha uma mesa lá em que ele atendia, conversava. Depois, chamava o outro na mesa.” Após a conversa, foi aprovada a ida do gabinete itinerante a Nova Odessa, cidade de Brito.

No entanto, depois disso, os pastores fizeram dois pedidos ao empresário: que ele e o prefeito do município interiorano fossem a Brasília para gravar um vídeo com o então ministro Milton Ribeiro, e o pagamento de uma propina no valor de R$ 100 mil, sob o pretexto de uma ‘doação para uma obra missionária’.

“O próprio Arilton disse: ‘Olha, eu preciso que você faça uma doação. É para uma obra missionária’. Eu falei: ‘Tudo bem. E de quanto é essa doação?’, aí ele falou: ‘Ah, por volta de R$ 100 mil reais é a doação’. Eu falei: ‘É muito. Eu não tenho. Eu não tenho condição. Mas eu tenho amigos, pessoas, empresários que costumam investir na obra e que eu vou pedir a doação’”, detalhou Brito.

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Após insistência de Ribeiro em manter pastores na pasta, assessores pediram demissão

Relatório de 23 de maio da Controladoria-Geral da União (CGU) revela, segundo Thaís Arbex, da CNN Brasil, que assessores do Ministério da Educação pediram demissão após o ex-ministro da pasta Milton Ribeiro insistir em manter os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos dentro da pasta.

Segundo investigações da Polícia Federal, Ribeiro comandava, com a ajuda de Moura e Santos, um esquema no MEC de recebimento de propinas em troca de liberação de recursos do ministério, diz o 247.

“Os assessores chegaram a relatar, ‘em tom de desabafo’, que alertaram o ministro, por diversas vezes, em relação ‘ao perigo’ que a atuação dos pastores trazia para a imagem do ministro e do MEC. A CGU diz que as ações adotadas por Ribeiro foram contrárias ao que foi recomendado”, explicou a jornalista

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Opinião

Tentando segurar com as mãos os novos ventos que virão, mídia faz críticas vazias a Lula.

A ordem que chega nas redações da grande mídia é um olho no peixe e outro no gato.

A podridão do lamaçal do MEC no governo Bolsonaro não é pouca.

Agora foi anabolizada com um grampo que mostra um presidente vidente que consegue prever as ações da PF e avisar a Milton Ribeiro que o bicho ia pegar pra ele para se livrar correndo de qualquer prova que pudesse comprometer o ex ministro, mas sobretudo o presidente Nostradamus que, entre tantas atribuições que as badernas lhe cobram, ainda é capaz de fazer profecias sobre os passos da PF.

Sim, a mídia está cobrindo o que Bolsonaro quer encobrir.

Mas sem tirar os olhos de cada passo dado por Lula.

A ordem superior é publicar críticas a um programa de governo que foi anunciado e, por isso mesmo, precisa ser atacado para tentar restringir o novo mandato de Lula a um governo de redução de danos.

Ou seja, a papa-fina do dinheiro grosso também está incomodada com os escândalos que envolvem Bolsonaro que foi colocado no poder por ela.

Isso não significa que a mídia vai deixar de amesquinhar o debate fazendo críticas. qualquer crítica a Lula, para que não se sinta totalmente livre para dar esperanças que o país sonha a partir dos desejos do povo.

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Opinião

Chafurdado até o pescoço no lobby do MEC, Bolsonaro diz que a prisão de Ribeiro vai respingar nele

Se Bolsonaro está admitindo que a prisão de Ribeiro vai respingar nele, é porque está enlameado de cima abaixo nessa história. Afinal não dá para dizer, como lhe é de costume, que ele não conhecia o suposto criminoso.

Ribeiro era um dos mais prestigiados ministros de Bolsonaro, o homem certo para comandar uma tropa de pastores evangélicos que utilizam o púlpito dos templos para fazer propaganda política permanente de Bolsonaro. Disso, todos sabem.

Fazer propaganda política permanente de Bolsonaro em troca de verbas do MEC, incluindo até barras de ouro, como foi exibido por reportagens em hotel em Brasília.

Bolsonaro está até o pescoço nessa história e isso foi dito pelo próprio Milton Ribeiro, em gravação vazada, deixando claro que a frase dita por Pazuello valia também para o Ministério da Educação, “Bolsonaro manda, a gente obedece”.

Aliás, naquela fatídica reunião ministerial de botequim, Bolsonaro deixou claro que move o mundo, derruba quem tiver que derrubar, senão cumprir as suas ordens, isso em qualquer escalão.

Ou seja, estamos falando de metodologia, que Bolsonaro chama de compliance, que otimizou o maior escândalo de corrupção da história no Ministério da Educação, o que só constata, quem usa o próprio punho é o dono birosca. Não há punho alheio nessa lama que foi flagrada em conversa vazada do próprio Milton Ribeiro.

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