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O estranho papel do GSI no condomínio de Bolsonaro

No caso Marielle o que mais intriga é a livre circulação de milicianos e traficantes de armas no condomínio do presidente da república sem o GSI desconfiar de nada. Justo a pasta comandada pelo General Heleno.

O castelo de cartas fica mais sombrio quando se lembra que Ronnie Lessa, o assassino de Marielle e vizinho de Bolsonaro, só foi preso em 12 de março de 2019, ou seja, um ano depois da morte de Marielle e Anderson.

Bolsonaro foi eleito em 28 de outubro de 2018 e não se tem notícia do GSI ter impedido o fluxo de milicianos no condomínio de residência do já Presidente da República Jair Bolsonaro.

Essa constatação fica ainda mais curiosa quando se lembra que o mesmo Bolsonaro havia sofrido em Juiz de Fora, segundo ele, um atentado, uma facada desferida por um suposto lobo solitário que mirou a faca em seu abdome por um motivo que até hoje ninguém sabe.

Ora, que essa horda de fanáticos que orbita o bolsonarismo fundamentalista não questione isso, é normal, mas convenhamos, esse capítulo da história que envolve a morte da Marielle, o condomínio de Bolsonaro e os milicianos é uma clássica fotografia de uma história sem pé nem cabeça. É daquelas histórias que faltam enormes pedaços e remendos e que os fatos por si só cobram uma explicação minimamente plausível que demonstre algo razoável para justificar a gigantesca lacuna que está aí se alimentando da falta de questionamentos.

Não me parece que o GSI deixe o Presidente da República ao relento de forma tão vulnerável a ponto de conviver, em seu próprio condomínio, com o entra e sai de milicianos assassinos frios e calculistas, traficante de armas pesadas, como também foi revelado pela Polícia Civil que apreendeu 117 fuzis e munições a balde de propriedade de Ronnie Lessa, vizinho de Bolsonaro.

Não é possível tanta negligência de um Gabinete de Segurança Institucional, comandado por um general que é o braço direito de Bolsonaro, o que cristaliza uma interrogação ainda maior. Ninguém pode se antecipar a fatos pitorescos como esse sem a conclusão de uma investigação. Um fato como esse não pode ficar perdido no mundo das lendas, refugiado numa cortina de fumaça.

Outra coisa curiosa, é um general tão tagarela quanto o Augusto Heleno, não se pronunciar sobre qualquer coisa que se refira ao caso Marielle, aos milicianos e às acusações que pesam cada vez mais sobre os ombros de Bolsonaro no possível envolvimento no caso.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas