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Vídeo – Racismo: Renato Freitas é retirado de voo para levar “geral” da polícia; “Tudo bem, fora ser humilhado”

O deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) denunciou através das redes sociais, nesta quarta-feira (10), que foi retirado de um voo para uma “inspeção aleatória” feita por policiais federais, diz a Forum.

A abordagem aconteceu no dia 3 de maio. Freitas tinha ido cumprir uma agenda em Foz do Iguaçu (PR) a convite do Ministério dos Povos Indígenas e, depois de embarcar em um avião no aeroporto da cidade para retornar a Curitiba, pouco antes da decolagem, policiais entraram na aeronave e o retiraram da cabine para que ele fosse revistado, mesmo já tendo passado, antes, pela inspeção na máquina de Raio X.

Sem encontrar nada que impedisse Freitas de embarcar, os policiais o liberaram para entrar novamente no avião e desejaram “boa viagem”.

“Bando de racistas ignorantes”, declarou o petista ao passar pelas fileiras de assentos da aeronave. Uma passageira deu “graças a Deus” que “deu tudo certo” e Freitas respondeu: “Tudo certo? Sim, tirando o fato de ser humilhado… Quantas pessoas saíram desse voo escoltados pela Polícia Federal para ser revistado?”.

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Morre Rita Lee, aos 75 anos

Rita Lee, uma das maiores cantoras e compositoras da história da música brasileira, morreu nesta terça-feira (9), aos 75 anos. Ela foi diagnosticada com com câncer de pulmão em 2021 e vinha fazendo tratamentos contra a doença.

Rita ajudou a incorporar a revolução do rock à explosão criativa do tropicalismo, formou a banda brasileira de rock mais cultuada no mundo, os Mutantes, e criou canções na carreira solo com enorme apelo popular sem perder a liberdade e a irreverência.

Sempre moderna, Rita foi referência de criatividade e independência feminina durante os quase 60 anos de carreira. O título de “rainha do rock brasileiro” veio quase naturalmente, mas ela achava “cafona” – preferia “padroeira da liberdade”.

Rita Lee Jones nasceu em São Paulo, em 31 de dezembro de 1947. O pai, Charles Jones, era dentista e filho de imigrantes dos EUA. A mãe, a italiana Romilda Padula, era pianista, e incentivou a filha a estudar o instrumento e a cantar com as irmãs.

Aos 16 anos, Rita integrou um trio vocal feminino, as Teenage Singers, e fez apresentações amadoras em festas de escolas. O cantor e produtor Tony Campello descobriu as cantoras e as chamou para participar de gravações como backing vocals.

Em 1964 ela entrou em um grupo de rock chamado Six Sided Rockers que, depois de algumas mudanças de formações e de nomes, deu origem aos Mutantes em 1966.O grupo foi formado inicialmente por Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias.

Eles foram fundamentais no tropicalismo, ao unir a psicodelia aos ritmos locais, e se tornaram o grupo brasileiro com maior reconhecimento entre músicos de rock do mundo, idolatrados por Kurt Cobain, David Byrne, Jack White, Beck e outros.

O trio acompanhou Gilberto Gil em “Domingo no parque” no 3º Festival de Música Popular Brasileira da Record, em 1967, e Caetano Veloso em “É proibido proibir” no 3º Festival Internacional da Canção, da Globo em 1968, dois marcos da tropicália.

Os Mutantes também participaram do álbum “Tropicália ou Panis et Circensis”, de 1968, a gravação fundamental do movimento.

Ela fez parte dos Mutantes no período mais relevante e criativo da banda, de 1966 a 1972. Gravou “Os Mutantes” (68), “Mutantes” (69), “A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado” (70), “Jardim Elétrico” (71) e “Mutantes e Seus Cometas no País dos Bauretz” (72).

O fim do relacionamento com Arnaldo Baptista coincidiu com a saída dela dos Mutantes. O primeiro álbum solo foi “Build up”, ainda antes de deixar a banda, em 1970. Ela também lançou “Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida”, em 1972, ainda gravado com o grupo.

A carreira pós-Mutantes tomou forma com o grupo Tutti Frutti, no qual ela gravou cinco álbuns, com destaque para “Fruto proibido”, de 1975, que tinha a música “Agora só falta você”.

A partir de 1979, ela começou a trabalhar em parceria com o marido Roberto de Carvalho, e se firmou de vez na carreira solo. Ela escreveu e gravou canções de pop-rock com grande sucesso.

Um dos álbuns mais bem sucedidos foi “Rita Lee”, de 1979, com “Mania de Você”, “Chega mais” e “Doce Vampiro”. No disco de mesmo título do ano seguinte, ela segue na direção mais pop e faz ainda mais sucesso com “Lança perfume” e “Baila comigo”.

Ela era uma roqueira popular antes e depois de o gênero se tornar um fenômeno comercial no Brasil em meados dos anos 80. Entre os álbuns de destaque estiveram “Saúde” (1981) e “Rita e Roberto” (1985), com o qual os dois subiram ao palco do primeiro Rock in Rio.

Entre 1991 ela começou um período de quatro anos separada de Roberto de Carvalho. O retorno foi em 1995, na turnê do álbum “A marca da Zorra”, quando ela também abriu os shows dos Rolling Stones no Brasil. No ano seguinte, eles se casaram no civil após 20 anos juntos.

Em 1996, ela caiu da varanda do seu sítio, sob efeito de remédios, e quebrou o recôndito maxilar. Rita começou a tentar largar o álcool e as drogas, mas disse ao “Fantástico” que só conseguiu fazer isso em janeiro de 2006.

Em 2001, RIta Lee ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa com “3001”. Ela ainda teria mais cinco indicações ao prêmio, e receberia em 2022 o prêmio de Excelência Musical pelo conjunto da obra.

Em 2012, ela anunciou que deixaria de fazer shows por causa da fragilidade física. “Me aposento dos shows, mas da música nunca”, ela escreveu no Twitter.

Em 28 de janeiro daquele ano, no Festival de Verão de Sergipe, ela fez o show anunciado como último da carreira, quando ela discutiu com um policial. Ela foi acusada de desacato à autoridade, levada à delegacia e liberada em seguida.

Rita Lee realmente nunca mais fez uma turnê. Mas ainda fez um show no Distrito Federal no fim de 2012, em que abaixou a calça para o público, e cantou no aniversário de São Paulo em 2013, ovacionada pelo público de sua cidade.

Seu último álbum de canções inéditas em estúdio saiu em abril de 2012. “Reza” era, então, seu primeiro trabalho de inéditas em nove anos. A faixa-título foi a música de trabalho, definida por ela como “reza de proteção de invejas, raivas e pragas”.

Ao todo foram 40 álbuns, sendo 6 dos Mutantes, 34 na carreira solo.

Em 2016, ela lançou “Rita Lee: uma autobiografia”. Uma das revelações do livro foi que ela foi abusada sexualmente aos seis anos de idade por um técnico que foi consertar uma máquina de costura de sua mãe em casa.

No livro, um sucesso de vendas, ela também falou com sinceridade sobre episódios da carreira, como quando foi expulsa dos Mutantes em 1972, e da vida pessoal, como a luta contra o alcoolismo.

Além da autobiografia, Rita Lee tem uma longa trajetória como escritora. A série “Dr. Alex” é de 1983, mas foi relançada em 2019 e 2020 e tem foco na luta pela causa animal e ambiental da cantora.

Ela também escreveu “Amiga Ursa: Uma história triste, mas com final feliz” na literatura infantil. “FavoRita”, “Dropz”, “Storynhas” e “Rita Lírica” são outros livros escritos pela cantora.

Na TV, Rita participou das novelas “Top Model”, “Malu Mulher”, “Vamp” e “Celebridade” em participações especiais.

Diagnóstico de câncer

Em maio de 2021, Rita Lee foi diagnosticada com câncer de pulmão. Ela seguiu tratamentos de imunoterapia e radioterapia.

Quatro meses depois, ela lançou o último single da carreira, “Changes”, em parceria com o marido Roberto de Carvalho e o produtor Gui Boratto.

Em abril de 2022, seu filho Beto Lee escreveu que ela estava curada do câncer.

Nos últimos anos, ela viveu em um sítio no interior de São Paulo com a família. Ela deixa três filhos: Roberto, João e Antônio.

*Com G1

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Morre o ex-deputado David Miranda, aos 37 anos

O ex-deputado federal David Miranda morreu no Rio na manhã desta terça-feira, aos 37 anos. Ele faria 38 anos nesta quarta (10) e deixa o marido, o jornalista Glenn Greenwald, e dois filhos.

Miranda foi internado no dia 6 de agosto de 2022 para tratar uma infecção gastrointestinal, e foi alvo de infecções sucessivas, em um quadro de septicemia.

Em março, Glenn fez um relato longo e emocionante sobre os meses de internação do marido. “Desde a primeira semana, houve três ocasiões em que seus médicos me ligaram e nos disseram para nos prepararmos para o pior, que suas chances de sobrevivência nas próximas 48 a 72 horas eram muito baixas, quase impossíveis. Nem vou me dar ao trabalho de tentar explicar como é ter que dizer a seus filhos, à família e aos melhores amigos de seu marido que é hora de ir para o hospital pelo que provavelmente será a última vez”, disse Glenn na época.

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Tapas e humilhações: polícia investiga tortura contra casal negro no Carrefour BA

Casal negro foi torturado em mercado da Rede Carrefour, em Salvador (BA), após suposto furto de pacotes de leite em .

A Polícia Civil da Bahia (PCBA) abriu inquérito para investigar as cenas de tortura contra um casal negro que supostamente furtou pacotes de leite em pó de um supermercado da rede Carrefour, em Salvador, na Bahia.

Imagens que viralizaram nas redes sociais no sábado (6/5) mostram o casal, identificado como Jeremias e Jamile, levando tapas no rosto e sofrendo xingamentos de funcionários da loja, que filmam a ação.

O homem agredido aparece sentado no chão. A mulher está em pé e segura uma mochila com pacotes de leite em pó. Ela também leva tapas no rosto. O funcionário que grava as imagens xinga Jeremias. Ele o intimida, bate em seu rosto e pergunta o nome de seus familiares.

Jamile e Jeremias teriam furtado o produto para alimentar a filha. O caso ocorreu no supermercardo Big Bompreço, ao lado do Shopping Salvador Norte. O mercado é da rede Carrefour.

O casal ainda não procurou a polícia para denunciar o caso. De acordo com a Polícia Civil, não houve registro oficial na 12ª Delegacia Territorial de Itapuã, mas a corporação iniciou as investigaçõesa partir dos vídeos divulgados na internet.

Após a repercussão do caso, a rede Carrefour informou que determinou a “imediata denúncia de agressão e lesão corporal às autoridades”. O grupo também disse que desligou toda a equipe de prevenção da loja e a liderança da unidade, e que rescindiu o contrato com a empresa responsável pela segurança da área externa da loja.

“Inadimíssivel”
Na nota divulgada nesse sábado, o Carrefour avaliou como “inadimissível e lamentável que qualquer pessoa seja tratada dessa maneira”.

“É um crime, com o qual a rede não compactua, e garante que empenhará todos os esforços para que seja esclarecido e devidamente punido”, divulgou o estabelecimento.

Nas redes sociais, a empresa também divulgou um vídeo em que Claudionor Alves, diretor de prevenção da marca, afirma que a rede está buscando o contato das duas vítimas para “pedir desculpas pessoalmente e oferecer suporte psicológico e de saúde”. Veja:

 

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Filho de Mourão é denunciado por ir trabalhar no Banco do Brasil totalmente alcoolizado

Nomeado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) para o cargo de gerente-executivo do Banco do Brasil, Antonio Hamilton Rossell Mourão, filho do ex-vice-presidente e atual senador, general Hamilton Mourão (Republicanos-RS), foi denunciado por um colega por trabalhar sob o efeito de bebidas alcoólicas, diz a Forum.

A denúncia foi apresentada à Ouvidoria do banco em janeiro de 2023 e destaca que Mourão e mais dois chefes do setor frequentemente chegavam para trabalhar no período da tarde “totalmente alcoolizados”, o que provocava constrangimento aos demais funcionários, de acordo com informações do Metrópoles.

Ainda conforme a denúncia, os funcionários se sentiam coagidos a não revelar o fato aos superiores do banco durante o governo Bolsonaro. O receio era de prováveis represálias por envolver o filho do então vice-presidente.

Banco do Brasil confirma as denúncias

A Ouvidoria do Banco do Brasil, apesar da demora, confirmou o recebimento da denúncia e informou que os funcionários acusados foram contatados por seus superiores.

Todos foram informados sobre a existência da denúncia e ouvidos sobre os fatos. Além disso, receberam orientações a respeito dos comportamentos esperados pela instituição.

O Banco do Brasil divulgou uma declaração sobre o caso, em que somente disse que abre processos internos com base em provas que justifiquem as medidas adotadas e que não divulga informações sobre o tratamento dado às denúncias, a fim de preservar a imagem dos funcionários envolvidos.

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Comunidade indígena é atacada por garimpeiros e yanomami morre após ser baleado na cabeça

Um indígena Yanomami, de 36 anos, morreu e outros dois, de 24 e 31, foram baleados na comunidade Uxiu, dentro da Terra Indígena Yanomami na tarde de ontem. Os dois feridos foram removidos à capital Boa Vista nesta manhã.

As três vítimas foram baleadas por garimpeiros ilegais que atuam na região, informou o presidente Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami.

Eles foram socorridos de Uxiu por equipes que atuam em Surucucu, onde há uma unidade de referência em saúde, por volta de 15h30 desse sábado.

Ferido gravemente na cabeça, Ilson Xirixana chegou à unidade desacordado, não resistiu e morreu às 5h33 deste domingo. Ele atuava na região como agente indígena de saúde (AIS).

“A equipe de saúde trabalhou muito a noite inteira. Ele teve cinco paradas cardíacas, foi reanimado, mas na madrugada não aguentou e morreu. Os outros dois foram levados para Boa Vista”, disse Hekurari ao G1.

Os garimpeiros, segundo as primeiras informações recebidas por Hekurari, chegaram à comunidade Uxiu e abriram fogo. “Alguns estavam encapuzados”, afirmou ele, com base no relato de um dos feridos.

Quando chegaram na comunidade, a equipe de saúde encontrou Ilson Xirixana alvejado do lado direito da cabeça e desacordado.

O jovem de 24 anos levou dois tiros no abdômen e estava com sangramento constante. O outro ferido, de 31, teve dois tiros no abdômen, dois na perna e vomitava bastante. Além disso, a equipe identificou ferimento na lombar. Ambos foram removidos para o hospital em Boa Vista.

Além disso, segundo Hekurari, o corpo de Ilson Xirixana também foi transportado à capital para que a Polícia Federal possa fazer perícia.

Assista:

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Racismo: Manoel Soares denuncia caso de mulher negra retirada à força de voo da GOL

O apresentador Manoel Soares, da TV Globo, denunciou através das redes sociais, na noite desta sexta-feira (29), um caso de aparente motivação racista: uma mulher negra foi retirada de um voo da GOL antes da decolagem em Salvador (BA) rumo a São Paulo (SP) e teria, supostamente, ficado detida no aeroporto.

“Voo 1575 de Salvador para São Paulo. Samantha ainda está, até esta postagem, detida no aeroporto e não sabe o porque. GOL, qual explicação para uma atitude dessas? Esperamos que não seja o que parece”, escreveu Manoel Soares junto a um vídeo que mostra a mulher expondo aos demais passageiros o ocorrido pouco antes de ser retirada da aeronave por agentes da Polícia Federal.

Pouco antes da publicação de Manoel Soares, a ilustradora Isabella Ismile, administradora do perfil “Maflô” (@eipretinha), havia detalhado a situação a partir de relato de seu irmão Pedro Henrique, que estava no mesmo voo.

“O voo já estava muito atrasado, entrou todo mundo e na hora que ela entrou já não tinha mais lugar para ela colocar a mochila dela no bagageiro. Ela disse que não ia despachar a mochila porque estava com um laptop e ia quebrar e os comissários só falaram que não ia decolar enquanto ela não despachasse a mochila. E aí ela, por conta própria, levantou e foi checar o bagageiro para achar um espaço e colocar a mochila dela. Passado isso, tudo se acalmou e depois ninguém sabia passar porque o voo estava atrasando, passou horas, horas e horas, e aí apareceu a Polícia Federal”, disse Pedro.

No vídeo compartilhado por Manoel Soares, a mulher que foi retirada do voo, identificada como Samantha, aparece questionando a atitude dos policiais federais.

“Se eu despachasse com meu laptop, ficaria aos pedaços. O comissários não moveram um dedo para me ajudar. Quem me ajudou foi esse senhor e essa senhora, que em 3 minutos conseguimos dar um jeito e colocar minha mochila. Os comissários falaram para mim que se a gente não pousasse em Guarulhos a culpa seria minha porque eu não queria despachar a mochila. A culpa não é porque o voo tá mais de 2 horas atrasado, a culpa é minha. Faz mais de 2 horas que coloquei minha mochila aqui e o voo ainda não decolou”, afirma.

“Agora, vem 3 homens para me tirar do voo sem falar o motivo. Eu perguntei qual é o motivo, ele disse que não vai falar e que se eu não sair desse voo ele vai pedir para todo mundo sair, que eu estava desobedecendo e cometendo um crime”, prossegue a mulher.

Assista

Segundo relatos de testemunhas, a mulher recebeu apoio dos demais passageiros do voo, mas mesmo assim foi retirada da aeronave e impedida de viajar.

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Caso de major travesti de SC é transfobia e perseguição, diz Del Monde

Isabela del Monde, do Uol, avalia como “transfobia e perseguição” o caso de Lumen Müller Lohn, major travesti que corre risco de ser expulsa da PM de Santa Catarina após o governador, Jorginho Mello, pedir para a corporação “avaliar a sua capacidade moral e profissional”.

Ela está diante de um fato de perseguição por ser travesti. A Polícia Militar é, historicamente, uma instituição heteronormativa em que há uma tremenda repressão a pessoas LGBTs. Estamos vendo um caso de transfobia, mas que obviamente jamais será admitido assim pela corporação. Isabela del Monde, colunista do UOL

Como o processo é mantido em sigilo pela PM e Lumen tem uma longa carreira na corporação sem qualquer histórico de transgressões. Del Monde vê indícios de discriminação. A colunista destacou que o pedido de apuração sobre a conduta da major veio pouco após ela fazer a transição de gênero.

Nesse momento, seria precipitado afirmar cometimento do crime, mas tudo indica que estamos diante de um processo iniciado por conta da transição de gênero da Mulen. Ela tem 25 anos de carreira e nada na sua história que a desabone como profissional. É óbvio que a corporação jamais admitirá que ela está sendo apurada por sua transição de gênero. Isabela del Monde, colunista do UOL

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Em nome de Alá: Grupo islâmico doutrina e leva indígenas do Amazonas para a Turquia

Primeiro vieram os católicos, depois os evangélicos e, agora, o grupo Asham catequiza dezenas de crianças e adolescentes de São Gabriel da Cachoeira (AM) para convertê-los em mulçumanos.

O corre-corre era intenso em uma das maiores escolas públicas de Manaus (AM). Diante do fim do ciclo escolar, uma professora decidiu chamar os formandos do ensino médio para uma roda de conversa. O objetivo era falar sobre os planos para o futuro e qual faculdade pretendiam fazer, mas o assunto ali discutido acabou culminando em uma operação de resgate da Polícia Federal.

Entre os estudantes, havia um grupo formado por indígenas, que tinha entrado recentemente na escola. Em resposta à pergunta sobre o futuro, e para a surpresa da professora, um deles disse: “O tio falou que ano que vem a gente já vai para a Turquia”.

O tio em questão era Abdulhakim Tokdemir, chefe de um grupo islâmico que, desde 2019, tem catequizado dezenas de crianças e adolescentes indígenas da Amazônia para seguir o islã. Não há registro de islamização de indígenas antes disso na história do Brasil.

Além da doutrinação em território brasileiro, esses adolescentes são levados de suas comunidades, em São Gabriel da Cachoeira (AM), cidade mais indígena do Brasil e que fica na divisa com a Colômbia e a Venezuela, e enviados para Manaus, com parada em São Paulo e destino final na Turquia, quando completam a maioridade.

O tio em questão era Abdulhakim Tokdemir, chefe de um grupo islâmico que, desde 2019, tem catequizado dezenas de crianças e adolescentes indígenas da Amazônia para seguir o islã. Não há registro de islamização de indígenas antes disso na história do Brasil.

Além da doutrinação em território brasileiro, esses adolescentes são levados de suas comunidades, em São Gabriel da Cachoeira (AM), cidade mais indígena do Brasil e que fica na divisa com a Colômbia e a Venezuela, e enviados para Manaus, com parada em São Paulo e destino final na Turquia, quando completam a maioridade.

Na capital amazonense, crianças e adolescentes vivem em um sobrado transformado em internato, onde ganham nomes em árabe. Lá, eles ficam diariamente em contato com o idioma turco e árabe. Os internos são ensinados ainda sobre o Alcorão e seguem uma rotina religiosa, que inclui cinco orações diárias e respeito ao jejum do Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos.

Alguns frequentam escolas de ensino regular, outros nem isso. Em São Paulo, ficam mais um tempo em outro tipo de internato, e os mais velhos são enviados para as cidades de Kütahya e Tarsus, interior da Turquia, onde são matriculados em escolas religiosas.

Pelo menos cinco indígenas já foram retirados do Brasil e levados para território turco de 2019 para cá. O grupo islâmico que comanda a doutrinação se autointitula Associação Solidária Humanitária do Amazonas (Asham), e só se interessa por garotos indígenas. Nenhuma menina indígena foi levada pela organização.

Vinícius Schmidt/Metrópoles

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Os pais dos alunos assinam uma autorização informal para a entrada dos filhos nesse grupo islâmico, com a promessa de fazer faculdade. Para famílias em situação de vulnerabilidade, em uma das cidades mais remotas do Brasil, a possibilidade de uma vida com mais oportunidades é um grande atrativo.

A autorização, no entanto, não vale nada na prática. A instituição islâmica não tem cadastro para funcionar como abrigo nem a guarda das crianças e dos adolescentes. De olho no grupo, a polícia desconfia das boas intenções pregadas.

A reportagem do Metrópoles foi até São Gabriel da Cachoeira, Manaus e São Paulo, conversou com 18 pessoas e andou mais de 6 mil quilômetros para entender melhor essa história e revelar, em primeira mão, o funcionamento dessa nova forma de catequização.

DA MATA PARA O ISLÃ

Mais jovem de 10 irmãos, Angelo (*nome fictício) nasceu e viveu até os 14 anos em Cucura Manaus, uma comunidade indígena no meio da Floresta Amazônica, perto da fronteira com a Colômbia. O local é tão remoto que nem está registrado no Google Maps, e só é possível chegar lá por embarcação ou avião particular.

*A reportagem optou por colocar nome fictício para evitar a exposição do adolescente na comunidade.

Filho de mãe do povo Tukano e pai Desana, o garoto indígena cresceu sob os cuidados dos irmãos mais velhos. Culturalmente, os indígenas da região recebem a responsabilidade de cuidar dos irmãos mais novos.

Em Cucura Manaus, a maior parte das moradias é de barro e de palha, interligadas por trilhas que cortam a mata. Os ribeirinhos, de diferentes etnias, vivem da roça e da pesca. Um estreito igarapé passa pela comunidade e deságua no rio Tiquié, que, por sua vez, segue ziguezagueando no sentido leste até os rios Uaupés e Negro.

Foi desse lugar que Angelo ficou sabendo de uma história vinda da cidade mais próxima, São Gabriel da Cachoeira (AM). “Minha tia disse que uma associação ajudava as pessoas carentes”, resumiu Irene, de 28 anos, uma das irmãs de Angelo, que mora no município.

Duas irmãs de Angelo já tinham deixado a comunidade para estudar e trabalhar na cidade, assim como tios e primos, mas o caçula da família saiu da aldeia por um motivo bastante atípico: ele foi enviado para ser educado por um grupo de turcos islâmicos.

Um familiar de Angelo negociou diretamente com Abdulhakim Tokdemir a ida do sobrinho para a Asham em Manaus (AM). O caminho é longo e feito pela água. Em linha reta, são mais de mil quilômetros.

O caçula da família foi acomodado na chamada voadeira (uma canoa de metal) com um pequeno motor atrás (a rabetinha). O trajeto de Gabriel da Cachoeira até o local de onde partem embarcações para Manaus dura cinco dias.

“A gente tem que levar mosquiteiros porque tem muito carapanã e pinhõ [tipos de mosquito]. Dá medo um pouco, por causa das cachoeiras. É muito cansativo”, lembra Irene, que só fez essa viagem duas vezes em toda sua vida.

Depois, são mais três dias de deslocamento até Manaus em um ferry boat (tipo de balsa) ou 24 horas em um barco menor chamado de “expresso”. A passagem custa cerca de R$ 500 por pessoa.

*Reportagem publicada originalmente no Metrópoles

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Vídeo: Mãe de entregador agredido por professora de vôlei levanta cabeça do filho após choro em frente à DP: “você vai sair dessa”

A cabeleireira Adriana de Souza Alves, moradora da Rocinha, encontrou o filho Max Angelo Alves dos Santos na porta da 15ª DP (Gávea) nesta quarta-feira.

O entregador Max Angelo Alves dos Santos, de 36 anos, emocionou-se ao deixar a 15ª DP (Gávea) nesta quarta-feira, após ser ouvido pela delegada Bianca Lima, e avistar a mãe, a cabeleireira Adriana de Souza Alves, que o consolou com um abraço e com palavras para acalmá-lo.

— Você vai sair dessa, de cabeça erguida, porque eu te dei uma boa criação, mesmo morando na favela — disse Adriana, enquanto levantava o queixo de Max, um de seus sete filhos.

Segundo ela, que criou seus filhos na comunidade da Rocinha, assistir aos vídeos em que Max é chicoteado, causam reações nela: começa a tremer e a chorar, por isso, os irmãos do entregador esconderam as imagens da mãe.

— A gente só tem que tentar acabar com esse preconceito bobo. Nós somos negros, mas temos direito de ir para qualquer lugar. Nós somos trabalhadores, não somos bandidos, nem ladrões, minha família não tem isso — narrou.

Adriana também descreve as profissões que seguiu para conseguir educar os filhos:

— Por isso você tem essa educação de hoje, porque se não você tinha perdido a cabeça. Fica calmo, você não queria estar passando por isso, mas infelizmente está passando. Infelizmente, em pleno século XXI, ainda existe esse tipo de preconceito — lamenta Adriana, que completou: — Hoje tenho osteoporose nos dois joelhos, pé é ruim, mão é ruim. Fui cabeleireira, lavei roupa para fora, fui a primeira mulher a trabalhar em obra para criar meus filhos.

Adriana estava na porta da 15ª DP (Gávea) aguardando o filho, ao lado da nora, Jaqueline dos Santos Lopes, enquanto ele era ouvido pela delegada titular da unidade, Bianca Lima.

De acordo com o advogado de Max, Joab Gama, o entregador “reafirmou algumas coisas” de seus depoimentos anteriores e deve ser ouvido futuramente, após outras pessoas serem ouvidas na unidade.

*Com O Globo

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