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Política

A lembrança macabra do governo fascista do psicopata Bolsonaro

Desemprego, fome, desamparo, desesperança, colapso ambiental, racismo, misoginia, homofobia, desinformação, fanatismo e iniquidade.
Isso no barato.

Bolsonaro assassinou mais de 700 mil brasileiros por Covid, sabotando a vacinação, de forma fria e calculada, em busca da propina de um dólar por vacina, como denunciou a CPI do genocídio.

Na verdade, esse pulha só chegou ao poder em 2018 por uma fraude criminosa que teve com o parceiro Sergio Moro.

Na troca da cabeça de Lula que venceria esse trapo moral, Moro, outro vigarista recebeu um ministério para iniciar sua carreira política funesta.
Os dois deveriam estar presos.

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Brasil

Racismo é um dos grandes obstáculos no enfrentamento à doença no Brasil

Dados indicam que população negra tem menos acesso a diagnóstico precoce e tratamento e está mais sujeita a óbitos.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que o Brasil registra mais de 700 mil casos de câncer por ano desde 2023 e, neste ano, a estatística deve se manter. Embora não existam dados específicos sobre a prevalência da doença por grupo étnico, a população negra é a que mais sofre com casos graves e situações que evoluem para óbito.

No Dia Mundial de Combate ao Câncer – 4 de fevereiro – o país reafirma a desigualdade racial como um dos principais fatores para esse cenário. O racismo se impõe como um obstáculo considerável para a diminuição dos casos graves da doença e se manifesta de maneira cruel no cenário oncológico brasileiro.

Diversos estudos corroboram essa conclusão e demonstram o impacto direto do preconceito racial no diagnóstico, tratamento e sobrevida de pacientes. Em conversa com o Brasil de Fato, o oncologista e pesquisador Jesse Lopes da Silva afirma que a falta de acesso e informação e as condições econômicas estão na lista de fatores que mais exercem influência nessa realidade.

“Essas desigualdades se manifestam na disponibilidade limitada de serviço de saúde, na qualidade dos serviços oferecidos e nas barreiras financeiras que dificultam o acesso a tratamentos eficazes. Fatores econômicos e socioeconômicos, como baixo nível de escolaridade, desemprego, condições de vidas mais precárias e falta de acesso à informação exacerbam essa vulnerabilidade e levam diagnósticos mais tardios e piores desfechos de saúde”, alerta.

Pesquisador do Inca, o especialista também atua no Grupo Oncoclínicas e é fundador do Comitê de Diversidade da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Ele está entre os autores e autoras de alguns dos estudos que corroboram a percepção de que a população negra é a que mais sofre com as consequências do câncer no Brasil.

Uma dessas pesquisas mostra que, em comparação com as mulheres brancas, as mulheres negras apresentaram 44% mais chances de incidência do câncer de colo do útero. O risco de morte é 27% maior. O dado relativo às mulheres indígenas é ainda mais preocupante e chega a 82%.

“Esses dados impressionam e mostram como fatores sociodemográficos e esses medidores impactam negativamente nos desfechos clínicos dessas pacientes, principalmente de mortalidade”, ressalta o especialista.

O câncer de mama também apresenta uma face mais perversa quando acomete mulheres negras. Uma pesquisa internacional indica que elas têm mais chance de morte, independentemente do subtipo da doença. O chamado triplo-negativo, conhecido por sua maior agressividade, é mais frequente nessa população. Jesse Lopes da Silva salienta que fatores biológicos podem até aparecer, mas novamente, o principal problema está nas barreiras de acesso.

“Em um estudo que publicamos no ano passado sobre padrões de disparidade étnica no Brasil, avaliamos o registro de bancos de dados populacionais e vimos que mulheres negras eram mais propensas a viver em áreas subdesenvolvidas, tinham níveis educacionais mais baixos e maior consumo de álcool quando comparadas a mulheres brancas. São fatores que podem explicar a velocidade mais significativa da taxa de mortalidade nessa população específica”.

Estudos também mostram incidência maior de câncer de próstata entre homens negros. Nesse caso o risco de morte também é mais exacerbado. Adicionalmente, a população negra também é mais afetada por câncer de estômago e fígado, doenças frequentemente associadas a condições como hepatites e infecção por H. pylori, mais comuns em populações vulneráveis.

Em todos os casos, há estudos que indicam o peso de predisposições biológicas nos dados. No entanto, isso também demonstra que essas populações precisam contar com mais assistência, diagnóstico precoce e acesso à informação e prevenção. Novamente, o cenário sofre impacto de fatores sociais.

A solução para esses problemas, segundo Jesse Lopes, passa por uma série de ações, que vão desde a geração de dados por meio de pesquisas até campanhas específicas para a população negra, focadas na detecção precoce e no acesso ao tratamento oncológico. O pesquisador também aponta a urgência de proporcionar formação antirracista a profissionais de saúde e o estabelecimento de alianças com organizações para o direcionamento de recursos.

“Eu costumo dizer que a nossa principal arma é gerar dados. Dessa forma, nós temos como desvendar e tornar público esses desfechos tão díspares, quando se comparam populações vulneráveis com populações mais privilegiadas do ponto de vista racial. Capacitação de profissionais de saúde, promover e proporcionar treinamento sobre diversidade, inclusão para profissionais de saúde, elevando o nível de letramento desses profissionais e ajudando a reconhecer e abordar questões relacionadas ao acesso ao tratamento em diferentes grupos vulneráveis.”

Baixa escolaridade

A baixa escolaridade emerge como um fator de risco adicional, impactando negativamente o enfrentamento do câncer no Brasil. Dados do Observatório da Saúde Pública (OSP) da Umane revelam que, em 2022, 56,3% das pessoas que morreram de câncer de traqueia, brônquios e pulmão tinham até 7 anos de estudo.

Elas também enfrentam mais dificuldades em acessar informações sobre prevenção e tratamento e chegar ao sistema de saúde. Em contrapartida, apenas 9,2% das vítimas desse tipo de câncer possuíam 12 anos ou mais de estudo.

A prevalência do tabagismo, um fator de risco para diversos tipos de câncer, também é maior entre pessoas com menor escolaridade. Em 2023, 12,1% dos fumantes nas capitais brasileiras tinham até 8 anos de estudo, enquanto a média nacional era de 9,3%.

Historicamente mais afetada pela falta de acesso à educação, a população negra é, consequentemente, mais vulnerável aos efeitos nocivos do tabagismo e outros fatores de risco relacionados ao câncer. O racismo estrutural perpetua um ciclo de desigualdade em que a falta de oportunidades educacionais contribui para piores indicadores de saúde.

*BdF

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Política

PGR denuncia Gustavo Gayer por racismo contra Silvio Almeida

A denúncia surgiu após Gayer dizer, em um podcast, que africanos não têm a “capacidade cognitiva” adequada para participar da democracia.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) (foto em destaque). As acusações incluem injúria contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e racismo contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. O documento foi assinado pela vice-procuradora-geral da República interina, Ana Borges, e protocolada na Corte na última sexta-feira (17/11), diz o Metrópoles.

As deputadas federais do PSol Erika Hilton (SP), Luciene Cavalcante (SP), Célia Xakriabá (MG) e Talíria Petrone (RJ) foram as responsáveis pela denúncia. As acusações surgiram após Gayer afirmar, durante um podcast, que os africanos não têm “capacidade cognitiva” para exercer a democracia.

“O Brasil está emburrecido. Aí, você pega e dá um título de eleitor para um monte de gente emburrecida. Aí, você vai ver na África: quase todos os países são ditaduras. Quase tudo lá é ditadura. Democracia não prospera na África. Por quê? Para você ter democracia, é preciso ter o mínimo de capacidade cognitiva para entender o bom e o ruim, o certo e o errado. Tentaram fazer democracia na África várias vezes. O que acontece? Um ditador toma tudo e o povo. O Brasil está desse jeito. O Lula chegou à Presidência e o povo burro: “Eeee, picanha, cerveja!”, disse o deputado.

No documento enviado ao STF, a PGR alega que Gustavo Gayer incentivou e instigou “a discriminação e o preconceito de raça, cor e procedência nacional”.

 

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Mundo

Vini Jr. detona Espanha após racismo e deixa futuro no Real em aberto

Vinicius Júnior, alvo de racismo durante Valencia x Real Madrid na tarde de hoje, se manifestou pela primeira vez após os insultos — ele acabou expulso em meio à uma confusão desencadeada pelos ataques. No texto, o brasileiro diz que “vai até o fim contra os racistas, mesmo que longe da Espanha”, deixando seu futuro em aberto.

Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”. Vinicius Júnior em seu Twitter 

Torcedores do Valencia começaram a gritar “mono” (“macaco” em espanhol) nos momentos em que o brasileiro esteve perto da lateral. O jogo estava nos 15 minutos do segundo tempo.

Cerca de dez minutos após o início dos gritos, o árbitro paralisou a partida depois que os torcedores repetiram o gesto.

O jogo foi interrompido por aproximadamente cinco minutos, e foi necessário que o locutor do estádio pedisse para que os torcedores parassem por risco da partida ser encerrada.

Vinicius Junior começou a discutir com os torcedores do Valencia, e o técnico Carlo Ancelotti chamou o brasileiro no banco de reservas pedindo que ele se acalmasse. O brasileiro foi expulso após a reação. A partida foi reiniciada pelo árbitro e o Real Madrid perdeu por 1 a 0.

Vinicius Júnior foi atrapalhado pela presença de uma segunda bola em campo quando partiu para a jogada na esquerda.

A torcida do Valencia começou a hostilizar os jogadores do Real Madrid, que ficaram indignados com a situação.

O brasileiro foi xingado por parte da torcida do Valencia perto do local do lance e logo apontou para o setor de onde partiam os gritos de “macaco”.

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Cotidiano

Vídeo – Racismo: Renato Freitas é retirado de voo para levar “geral” da polícia; “Tudo bem, fora ser humilhado”

O deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) denunciou através das redes sociais, nesta quarta-feira (10), que foi retirado de um voo para uma “inspeção aleatória” feita por policiais federais, diz a Forum.

A abordagem aconteceu no dia 3 de maio. Freitas tinha ido cumprir uma agenda em Foz do Iguaçu (PR) a convite do Ministério dos Povos Indígenas e, depois de embarcar em um avião no aeroporto da cidade para retornar a Curitiba, pouco antes da decolagem, policiais entraram na aeronave e o retiraram da cabine para que ele fosse revistado, mesmo já tendo passado, antes, pela inspeção na máquina de Raio X.

Sem encontrar nada que impedisse Freitas de embarcar, os policiais o liberaram para entrar novamente no avião e desejaram “boa viagem”.

“Bando de racistas ignorantes”, declarou o petista ao passar pelas fileiras de assentos da aeronave. Uma passageira deu “graças a Deus” que “deu tudo certo” e Freitas respondeu: “Tudo certo? Sim, tirando o fato de ser humilhado… Quantas pessoas saíram desse voo escoltados pela Polícia Federal para ser revistado?”.

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Cotidiano

Professora negra tira a roupa em protesto contra perseguição racista no “Atacadão”, do grupo Carrefour (vídeo)

Apenas no feriado, grupo Carrefour é acusado de cometer duas ações racistas, em São Paulo e no Paraná.

De acordo com o 247, a atriz, professora e pesquisadora em Teatros Negros, Isabel Oliveira tirou a roupa e ficou só de calcinha e sutiã para mostrar que não oferecia perigo após ser perseguida por um segurança do supermercado Atacadão localizado no bairro Portão, em Curitiba, no Paraná. O grupo foi adquirido pelo grupo Carrefour.

Digo, o Carrefour se foi, mas o racismo ficou.

Após a humilhação, ela gravou um vídeo em seu Instagram, aos prantos, relatando a situação: “Fui tratada como se eu fosse um marginal, fui sendo seguida por um segurança por mais de meia hora dentro do Atacadão. Isso não pode ser normal, eu perguntei para ele se eu estava oferecendo algum risco”.

Também neste feriado, outra situação ganhou destaque na mídia: Na última sexta-feira (7), o cantor e apresentador Vinicius de Paula, casado com a bicampeã olímpica de vôlei Fabi Claudino, denunciou nas redes sociais o caso de racismo ao relatar que foi preterido de ser atendido em um caixa preferencial, mesmo sem ninguém na fila.

A situação ocorreu em Alphaville, bairro de classe alta da cidade de São Paulo.

Em 2020, João Silveira Freitas, conhecido como Beto, foi espancado até a morte por seguranças do local. Na época, a delegada Roberta Bertoldo, responsável pelo caso, salientou que o racismo estrutural presente na sociedade naturaliza a violência contra pessoas negras.

https://twitter.com/valneifils/status/1644828690457538562?s=20

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Cotidiano

Pais pedem expulsão de professor de Joinville ironizou ataque a creche de Blumenau e disse que “mataria uns 15, 20”

Alunos e pais denunciam que o mesmo profissional “faz frequentemente comentários preconceituosos e de ódio, incluindo casos de racismo, homofobia, misoginia e apologia ao suicídio.

Pais e alunos da escola estadual Georg Keller, em Joinville, pedem a expulsão de um professor que teria feito comentários agressivos sobre o ataque a creche em Blumenau, que resultou na morte de quatro crianças. A informação é do portal Nsc Total.

Um vídeo gravado pelos alunos mostra o professor dizendo que “mataria uns 15, 20. Entrar com dois facões, um em cada mão e ‘pá’. Passar correndo e acertando”. A Secretaria de Estado de Educação informou que está tomando medidas apropriadas e investigando o caso.

Segundo dois alunos e a mãe de um estudante consultados pela reportagem do AN/NSC Total, “o professor faz frequentemente comentários preconceituosos e de ódio, incluindo casos de racismo, homofobia, misoginia e apologia ao suicídio”. Uma aluna do primeiro ano do ensino médio contou que a turma discutiu a tragédia de Blumenau e o professor disse que “mataria mais do que quatro pessoas, pois a população está muito grande”. Os estudantes afirmam que o professor também desrespeita as mulheres e usa termos ofensivos na sala de aula.

A garota também relatou que o professor sugeriu que uma estudante se suicidasse para “poupar oxigênio no mundo”. Outro aluno afirmou que o professor ri após fazer comentários violentos e pratica xenofobia com alunos venezuelanos e intolerância religiosa com outros alunos. Os estudantes estão desanimados e descontentes com as aulas do professor, considerando que o que ele ensina é errado.

A Secretaria de Estado de Educação garante que está investigando o caso e tomando medidas apropriadas para resolver a situação. Os pais e alunos esperam que o professor seja punido pelas suas ações e que a escola tome medidas para garantir a segurança e a qualidade do ensino.

Confira o posicionamento da secretaria

“A Secretaria de Estado da Educação (SED), por meio da coordenadoria regional de Joinville, informa que está ciente da situação envolvendo um professor na EEB Dr. Georgi Keller e está tomando todas as medidas cabíveis.

Neste primeiro momento, será realizada a escuta junto a direção da escola para verificação dos fatos para dar andamento ao processo.

A SED salienta que, visando o fortalecimento socioemocional, o currículo catarinense trabalha com competências e habilidades que ampliam o respeito e a empatia na sociedade. As coordenadorias regionais também contam com profissionais como psicólogos e assistentes sociais, que compõem o Núcleo de Prevenção às Violências Escolares (NEPRE), para dar suporte às escolas e estudantes.”

*247

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O racismo por trás do código bolsonarista “festa da Selma”

Entenda o que há por trás da expressão usada por golpistas para combinar a invasão do Poderes, em Brasília.

As conotações simbólicas por trás do código bolsonarista “festa da Selma” para combinar a invasão da Praça dos Três Poderes vai além de uma alusão à “Selva”, um cumprimento usado pelo exército brasileiro. Apuração do GGN mostra que o termo escolhido pelos golpistas é carregado de racismo. Entenda abaixo.

De acordo com a Agência Pública, o código “festa da Selma” vinha sendo usado há dias pelos golpistas apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais, antes da invasão terrorista. A expressão, inclusive, foi utilizada no Twitter junto à hashtag #BrazilianSpring — Primavera Brasileira, em inglês.

Segundo a reportagem, o termo teria sido lançado pelo estrategista da extrema-direita norte americano Steve Bannon, logo após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.

“O termo é uma apropriação dos movimentos em países árabes pró-democracia, e foi compartilhado por Bannon para levantar dúvidas falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro”, diz a Pública.

A apuração do GGN, no entanto, mostra que o simbolismo sobre o termo vai além, o que não é uma novidade, tendo em vista que, ao longo de todo o mandato, o governo Bolsonaro tomou para si expressões supremacistas e nazistas.

Nesse caso, o simbolismo do termo “festa da Selma” tem uma ligação direta, já alertada por internautas no Twitter, com a cidade de Selma, no estado americano de Alabama, local do massacre contra negros conhecido como “domingo sangrento” na década de 1960.

A luta por direitos civis em Selma 

Em 7 de março de 1965, pelo menos 600 manifestantes partiram pacificamente de Selma para Montgomery. A passeata, no entanto, foi bloqueada na Ponte Edmund Pettus, sobre o Rio Alabama, ainda na cidade de Selma. No local, o grupo foi atacado violentamente pela polícia com gás lacrimogêneo e cassetetes, no que ficou marcado como “domingo sangrento”.

Na ocasião, uma das principais reivindicações dos militantes era o reconhecimento do direito de voto dos negros, que foi assegurado pela constituição desde 1870, mas que na época não garantiria que negros pudesse votar.

Os manifestantes também protestavam contra o assassinato do ativista negro, Jimmie Lee Jackson, morto em fevereiro de 1965, durante uma marcha noturna em Marion, também no Alabama.

Esses movimentos de incentivo ao recenseamento eleitoral começaram em 1963. Em meio ao racismo, os ativistas reuniram líderes que apoiavam os direitos civis e também contaram com o reverendo e futuro Nobel da Paz Martin Luther King para contribuir com as ações.

Dois dias depois do “Domingo Sangrento”, em 9 de março de 1965, os manifestantes fizeram uma segunda tentativa de empreender a marcha, com a participação de Martin Luther King. Nesta ocasião, os policiais e manifestantes ficaram frente a frente. Para evitar novos confrontos, King voltou com os manifestantes à igreja.

Pela terceira vez, em 16 de março de 1965, a marcha foi retomada. Mesmo cercados por soldados, o grupo avançou 16 quilômetros ao longo do dia. Em 24 de março, o grupo chegou em Montgomery e no dia seguinte alcançou o Capitólio do Estado do Alabama .

Após os protestos, no dia 7 de agosto de 1965, o Presidente Lyndon Johnson assinou a Lei sobre o Direito de Voto, uma das mais importantes dos Estados Unidos.

*Ana Gabriela Sales/GGN

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Racismo

Funcionária da Renner acusa injustamente mulher negra de furto no Shopping Madureira, RJ

Empresa afirmou que o episódio é ‘inaceitável’ e informou que a colaboradora foi demitida.

Clientes da Renner situada no Shopping Madureira, na zona norte do Rio, filmaram o momento no qual uma mulher negra foi abordada no provador por uma funcionária da loja, neste sábado. No vídeo, a vítima aparece indignada após a equipe do estabelecimento pedir para ela mostrar o que havia em sua bolsa e sugerir que a mulher tinha furtado um casaco.

O caso repercutiu nas redes sociais na manhã deste domingo. Procurada pelo Globo, a empresa classificou o episódio como “inaceitável” e informou que a funcionária que fez a abordagem “já não faz mais parte do quadro de colaboradores da companhia”.

 

Imagens que circulam nas redes sociais mostram a vítima no provador. Uma outra cliente, que experimentava roupas na cabine em frente, faz a filmagem. No vídeo, a vítima afirma que a funcionária pediu sua bolsa e pediu para ela devolver algo que supostamente havia furtado na loja.

Outras clientes afirmam no vídeo que testemunharam a abordagem e confirmam a versão da vítima. Uma outra mulher afirma que aquele tratamento foi dado em função da cor da pele da jovem intimidada.

“Gente, minha prima estava no provador da renner quando de repente entrou uma funcionária coagindo ela EMPURRANDO ela na parede mandando ela tirar tudo que ela ‘pegou’, ela assustada abriu a bolsa perguntando ser do casaco q ela estava falando, ela disse que o casaco era da redley, a mulher disse que não, que era da renner e que ela havia roubado!”, escreveu Julliana Costa, prima da vítima, que também estava na loja e compartilhou as imagens nas redes sociais.

A Polícia Militar foi chamada ao local da ocorrência. Um outro vídeo que circula nas redes sociais mostra um policial conversando com a vítima. Ele chama a cliente para resolver a situação em um lugar reservado, diz que os direitos dela serão preservados, mas não estava ali para “fazer circo para ninguém”. A declaração do agente também causou indignação nas testemunhas.

Em nota, a PMERJ afirmou que “as partes foram conduzidas para a delegacia”. A Polícia Civil disse que “os agentes ouvem testemunhas e realizam outras diligências para esclarecer as circunstâncias do fato.” O caso foi registrado na 29ª DP, em Madureira.

— O policial não chegou querendo a situação, mas querendo abafar tudo, querendo ir para um lugar reservado, bem como a gerente da administração do shopping, que queria ir para um lugar reservado acabar com o tumulto que a gente estava fazendo ali — disse Julliana, ao GLOBO.

— Mas o tumulto era para não passar em branco, para não passar batido. Porque ela passou um constrangimento na frente de todo mundo e eles queriam resolver no privado. Aí a gente falou que não ia, que iria resolver ali, porque ela foi constrangida ali, no meio de todo mundo — acrescentou.

A empresa enviou um comunicado no qual sustenta que a “abordagem realizada foi totalmente inadequada e não está alinhada aos valores da Lojas Renner”. O estabelecimento acrescentou que a funcionária envolvida no caso já foi desligada.

“Nos sensibilizamos, lamentamos profundamente o ocorrido e daremos apoio à cliente, nos colocando à sua disposição. A empresa não tolera racismo ou qualquer tipo de preconceito e discriminação”, diz o texto.

Leia a íntegra do comunicado abaixo:

O episódio ocorrido no Madureira Shopping é inaceitável. A abordagem realizada foi totalmente inadequada e não está alinhada aos valores da Lojas Renner, por isso a colaboradora responsável já não faz mais parte do quadro de colaboradores da companhia. Nos sensibilizamos, lamentamos profundamente o ocorrido e daremos apoio à cliente, nos colocando à sua disposição.

A empresa não tolera racismo ou qualquer tipo de preconceito e discriminação. Reforçamos que temos uma política de Direitos Humanos, além de um Código de Conduta e um programa de diversidade que buscam promover a inclusão, o que passa pela sensibilização e capacitação constante das nossas equipes.

Continuaremos empenhados em avançar na conscientização de nossos times e no aprimoramento de nossos processos, reforçando os treinamentos e com atuação imediata na loja em questão, com o objetivo de garantir que o respeito e a equidade sejam aplicados em todas as nossas relações.

*Com O Globo

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Opinião

Prestar solidariedade a Vera Magalhães envolve visitar um passado recente

Vera Magalhães virou alvo da violência bolsonarista. Não são lobos solitários que investem contra o corpo e a dignidade da jornalista. São agentes bem orientados por um tipo de lógica de morte que há mais de quatro anos controla esse país em todos os níveis.

O bolsonarismo precisa da violência de gênero como um vampiro precisa de sangue. Esse é um dos pilares que estruturam a sociedade que bolsonaristas querem erguer.

Bolsonaro tem, mais do que um plano de governo, um projeto de sociedade.

Nessa sociedade bolsonarista, homens andam armados, mulheres se curvam. Homens mandam, mulheres obedecem.

Nesse projeto de sociedade, florestas viram pó, corrupção tá liberada (chamam rachadinha que é para não assustar), pessoas negras não apitam muito, LGBTQs podem morrer porque não fazem falta.

Vera Magalhães foi escolhida por essa turma covarde para virar, literal e simbolicamente, o rosto do inimigo.

A experiente jornalista foi, durante os 13 anos de administrações petistas, oposição bastante eloquente. E, ainda assim, seguiu podendo falar abertamente o que pensava de Lula, de Dilma e do PT sem ser agredida.

Também dizia o que achava de Sergio Moro, tão veementemente adorado que chegou a ser chamado por ela de enxadrista.

A Lava Jato nunca teve um olhar mais atento por parte dela, que deixou de ver o enviesamento escancarado da operação.

Não precisaríamos da Vaza Jato para notar que alguma coisa errada estava se passando. Não precisaríamos da Vaza Jato para perceber quem era Sergio Moro. Bastava recorrer ao episódio do Banestado, aliás.

Enquanto Dilma foi alvo da fúria covarde da extrema-direita, Vera calou. Quando Cora Ronai e Miriam Leitão ridicularizaram a roupa e o andar de Dilma na posse, Vera calou.

Quando a caravana de Lula foi recebia a pauladas no sul do Brasil, Vera disse que pedradas faziam parte da política.

Quando Lula foi ao velório de dona Marisa, Vera debochou e sugeriu que casássemos com alguém que não fosse fazer comício em seu velório.

Quando Manuela D’Avila foi 62 vezes interrompida no Roda Viva, Vera disse que era do jogo e que estava acostumada a atuar em ambientes cheios de homens, indicando que Manuela fazia drama ao reclamar da impossibilidade de concluir um pensamento sequer.

Quando Boulos foi contratado como colunista da Folha, Vera democraticamente sugeriu que ele fosse desligado dado que, segundo ela, Boulos estava associado ao banditismo.

Prestar solidariedade a Vera envolve resgatar como viemos parar aqui. Visitar o passado não é nossa maior qualidade e, justamente por evitarmos a viagem, repetimos e aprofundamos os erros.

Mas só podemos crescer e melhorar se olharmos para o que fizemos e entender como e por que erramos. Isso vale para nossas vidas pessoais e vale para nossa história enquanto sociedade e nação.

Como, afinal, viemos parar nesse lugar de tanta dor e violências?

Viemos parar aqui quando naturalizamos a candidatura de um homem como Jair Bolsonaro e, para não eleger mais o PT, fingimos que ele era parte aceitável da política.

Viemos dar aqui quando, em 2018, entrevistamos Jair Bolsonaro como se ele fosse um candidato absolutamente normal, apenas mais um na disputa.

Viemos parar aqui quando deixamos de nomear a proximidade de Bolsonaro com horrores como o fascismo, o nazismo e o racismo.

Viemos dar aqui quando elevamos Paulo Guedes à categoria de alguém inteligente e preparado.

Viemos dar aqui quando resolvemos dizer que havia uma certa “ala moderada” entre os militares.

Viemos parar aqui quando apoiamos o Impeachment absurdo de uma presidente legitimamente eleita.

Quando elevamos os chiliques de Aécio Neves ao lugar do aceitável.

Quando buscamos de todas as formas legitimar o afastamento de Dilma e fingimos não estar vendo o machismo e a misoginia nos ataques que ela sofria. Vera Magalhães não poderia estar passando pelo que está passando.

Sua ideologia, suas simpatias políticas e seus afetos não justificam agressões, ataques, abusos, assédios. Apenas um país que já não mais opera democraticamente tolera esse tipo de violência.

Prestar solidariedade a Vera Magalhães exige que refaçamos o caminho até aqui para que ele nunca mais se repita, e para que nenhuma outra mulher tenha que passar pelo que ela está passando.

Que Lula seja eleito para que Vera possa, outra vez, fazer oposição sem ser destruída em sua dignidade e no seu direito de opinar.

*Milly Lacombe/Uol

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