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Humor

Vídeos: O Charlatão

Assista e conclua quem é Pablo Marçal

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Opinião

Pablo Marçal e Silas Malafaia, a guerra santa de dois charlatães

A vida realmente não está fácil para ninguém do umbral bolsonarista, tanto que, num ato de desespero por falta de pauta para atacar o governo Lula, o diminuto Nikolas Ferreira, mesmo com farto material, que mostra o entusiasmado Domingos Frazão fazendo uma campanha vigorosa para Bolsonaro em 2022, o deputado bolsonarista disse que Brazão é petista, virando chacota nas redes sociais.

Hoje, uma série de postagens, mostra a ira nada santa de Pablo Marçal contra Malafaia e vice-versa. Os dois manjados charlatães também fazem parte do núcleo duro do fascismo paratatá. Um ameaçou levantar a latrina do outro para mostrar à sociedade a podridão de cada um.

Na verdade, os dois têm a mesma solução química e, logicamente, uma folha corrida com o mesmo odor.

Então, os dois têm razão nas agressões mútuas, o que revela o que é muito comum no mundo dos ratos quando começa a faltar queijo.

Nós, claro, ficamos na torcida pela guerra, porque ela acaba sendo uma arma de implosão dos restos mortais do bolsonarismo.

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Opinião

A precariedade assustadora do charlatão, Pablo Marçal

Existem charlatães e charlatães, mas a catadura totalmente destemperada do coach Pablo Marçal, é, em certa medida, recreativa, sobretudo quando conta as suas vantagens de um Davi que derruba o gigante à unha.

Detalhe, quem duvidar dos milagres do lírio goiano, em suas palestras e seminários, enfrentará a ira santa do honradíssimo charlatão. O sujeito, cheio de pombos e pompas, vive numa guerra santa contra qualquer coisa que cheire verdade.

A agitação mavórtica do romancista dos bilhões se compara quase ao cálculo de um rodopio do Saci, principalmente quando fica sisudo, se confrontado.

Então, pergunta-se, quem dobra os joelhos pela honra do ilustríssimo doutor, senhor, político e charlatão, Pablo Marçal?

Sim, porque as suas sessões de cascatas em eventos grandiloquentes, ficam abarrotadas de pessoas que, certamente, promovem uma guerra contra si para, de antemão, dar como verdade e elevação visionária,. todas as patacoadas do guru dos bilhões, que nada vale.

Claro que um sujeito como esse, não só exalta a riqueza, tratando de podre de chique, como trata os pobres como ralé.

Lógico que, o instrutor dos trouxas tem no exercício voluntarioso uma guerra particular que engorda as falas do boquirroto, quando vende revoluções pessoais para quem se render ao martírio do sistema. Aí sim, o resultado será triplo para o boca aberta que paga uma fortuna para ser tapeado pelos espertos.

Seja como for, essa figura, que murmura ou berra mentiras a peso de ouro, para Candocas e Liseus, é o canto do poço sem saída no qual a direita brasileira está enfiada até o talo.

Não foi sem motivos que o coach, junto com Bolsonaro, tomou um baile quando quis bancar o conselheiro do derrotado por Lula, porque, perto de Lula, o coach dos bilhões ficou raquítico e trôpego, careteando, zarolho, tonto e espingolado nanico.

 

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Justiça

Coaf identificou 42 movimentações financeiras suspeitas do coach bolsonarista Pablo Marçal

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou 42 movimentações financeiras consideradas suspeitas nas contas de Pablo Marçal, coach que se candidatou a deputado federal nas eleições de 2022, mas teve sua candidatura posteriormente indeferida pela Justiça Eleitoral. Marçal foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, no âmbito de um inquérito que apura a ocorrência de crimes eleitorais e lavagem de dinheiro.

O inquérito tramita em sigilo na 1ª Vara Eleitoral de São Paulo. De acordo com documentos a que o GLOBO teve acesso, Marçal começou a ser investigado pela PF após o recebimento, pelo Coaf, de um relatório de inteligência financeira que verificou as movimentações financeiras suspeitas.

Ao instaurar o inquérito, a PF destacou que Marçal é sócio de mais de 20 empresas, a maioria criada em 2021, e três dessas empresas teriam supostamente sido “utilizadas para trânsito de valores com a finalidade de ocultar a sua real destinação”, ou seja, foi identificada um repasse de dinheiro entre as campanhas presidencial e para deputado às empresas do coach. O Ministério Público Eleitoral concordou com a abertura da investigação.

Pablo Marçal era inicialmente candidato à presidência da República pelo PROS, mas o partido decidiu apoiar Lula (PT) e o coach passou a disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Ele foi eleito, mas teve sua candidatura indeferida.

O juiz Antônio Maria Patiño Zorz autorizou a busca e apreensão com a finalidade de apreender aparelhos celulares, documentos e mídias eletrônicas que pudessem conter informações sobre as movimentações financeiras na casa de Marçal e mais três pessoas e na sede de suas três empresas, todas em Barueri e Santana de Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo.

De acordo com as receitas e despesas declaradas na Justiça Eleitoral, a campanha de Marçal para presidente recebeu ao todo R$ 1,4 milhões em doações, sendo que a maior parte (R$ 968 mil) foi doada por ele mesmo. Depois, o coach transferiu dinheiro da campanha presidencial para a campanha de deputado.

A PF apontou, porém, que há suspeitas em como este dinheiro foi gasto, já que na declaração de despesas da campanha presidencial há diversos pagamentos feitos para empresas em que o próprio candidato era sócio. O inquérito destaca a contratação, por sete vezes, da Marçal Participações LTDA, da qual é dono junto com a esposa Ana Carolina Carvalho, pelo valor de R$ 288 mil, para prestar serviços de locação de veículos, auditórios, aeronaves e helicópteros.

Em outras duas ocasiões, ele declarou como gasto de campanha (no total de R$ 112 mil) a locação de aviões da empresa Aviation Participações LTDA, da qual Marçal é sócio junto com Marcos Paulo — que foi o maior doador de sua campanha para deputado federal.

Outro problema apontado pela PF é que, na campanha para o Congresso, foi declarado como receita um valor de R$ 407 mil, que seria doação da campanha presidencial de Pablo Marçal à sua campanha de deputado federal. Entretanto, o mesmo valor também consta no campo de despesas, como repasse da campanha de deputado à campanha presidencial. Há ainda divergências entre valores doados de uma campanha para a outra, em que a candidatura presidencial declarou ter doado R$ 387 mil para a candidatura a deputado, valor que não consta da mesma forma como receita na segunda campanha.

Em um trecho do inquérito, a PF destaca que o relatório do Coaf identificou que uma “movimentação milionária entre as empresas administradas por Pablo, sua pessoa física e sua campanha presidencial”. Entre 1º de agosto e 9 de outubro de 2022, durante o período eleitoral, a empresa Marçal Holding LTDA enviou à conta física de Pablo, por meio de Pix, um total de R$ 3,6 milhões. No mesmo período, Pablo enviou à Marçal Participações LTDA um total de R$ 1,6 milhões. A Aviation Participações LTDA, que recebeu R$ 112 mil da campanha presidencial, enviou a Pablo R$ 154 mil entre agosto e outubro.

As suspeitas da Polícia Federal ainda pairam sobre outras pessoas ligadas a Pablo. Isso porque o administrador financeiro da campanha, Silas Carvalho, recebeu R$ 78 mil de Pablo via Pix, segundo o relatório do Coaf. Mas a prestação de conta eleitoral de Marçal informa que ele recebeu R$ 8.450 pelos “serviços de administração financeira” das campanhas presidencial e de deputado federal.

“Observa-se que o montante efetivamente declarado é bem menor ao valor detectado no Relatório de Inteligência Financeira do Coaf. Essa divergência entre os valores recebidos em conta e o valor constante nas prestações de contas são indícios de que pode ter havido o pagamento de despesas de campanha não contabilizadas nas prestações de contas eleitorais”, destacou o juiz Antônio Maria Patiño Zorz, que autorizou as buscas contra Pablo Marçal, segundo O Globo.

A reportagem contatou a advogada de Marçal, mas ela informou que não irá se manifestar no momento.

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Política

Pablo Marçal, coach bolsonarista é alvo de operação da Polícia Federal

PF faz operação em SP contra crimes eleitorais e lavagem de dinheiro; coach Pablo Marçal é um dos alvos.

Marçal era pré-candidato do PROS à Presidência da República em 2022. Após conflitos internos na legenda, ele mudou o registro da candidatura para deputado federal. Segundo a PF, ele e o sócio realizaram doações milionárias às campanhas e boa parte desses valores foi remetido posteriormente às empresas das quais são donos, segundo o G1.

A Polícia Federal em São Paulo realiza nesta quarta-feira (5) uma operação que apura crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita eleitoral e lavagem de dinheiro ocorridas durante as eleições de 2022.

Um dos alvos é o coach Pablo Marçal. No pleito do ano passado, Marçal foi pré-candidato do PROS à Presidência da República. Após conflitos internos na legenda, ele mudou o registro da candidatura para deputado federal.

O G1 entrou em contato com a defesa de Marçal e aguarda retorno.

Segundo as investigações, ele e o sócio dele realizaram doações milionárias às campanhas, sendo que boa parte desses valores foi remetido posteriormente às empresas das quais são donos.

Ainda de acordo com a PF, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e nas sedes das empresas supostamente envolvidas.

Histórico
Marçal se lançou candidato à presidência da República pelo PROS (Partido Republicano da Ordem Social), no ano passado. Na ocasião, ele declarou ter um patrimônio de quase R$ 17 milhões à Justiça Eleitoral.

Quando se filiou à legenda, Marçal sinalizava a intenção de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, mas o partido oficializou o nome dele ao Palácio do Planalto em maio, durante um evento na Arena Barueri.

A candidatura, porém, foi retirada pelo partido em agosto, contra a vontade dele, que, depois de tentativas de derrubar a decisão da sigla, decidiu apoiar o então candidato Jair Bolsonaro, do PP.

Quem é Pablo Marçal

Em janeiro de 2022, Marçal havia ganhado destaque na mídia após colocar 32 pessoas em risco durante uma expedição motivacional ao Pico dos Marins, na cidade de Piquete, no interior de São Paulo.

As 32 pessoas foram resgatadas pelos Bombeiros após uma tempestade que deixou o grupo preso no topo da montanha.

Na época, os bombeiros que participaram do resgate criticaram a ação do coach. Eles afirmaram que Marçal “foi totalmente irresponsável” e “colocou as pessoas em risco de morte” durante a condução do grupo.

A subida do Marins, segundo os bombeiros, é recomendada apenas nos períodos de estiagem (meses de abril a agosto), com guia e equipamentos de segurança.

Nas redes sociais, Marçal minimizou as críticas e afirmou que “quem não quer correr risco fica em casa vendo stories”.

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Cotidiano

Morte na maratona escancara a falácia da “superação dos limites” pregada aos seguidores de Pablo Marçal

Correr 42 km não requer vontade, e sim disciplina e treinamento.

Pensei muito se deveria escrever sobre Bruno da Silva Teixeira. A morte do jovem de 26 anos já está sendo exaustivamente explorada pela mídia. Não tenho interesse nos detalhes dessa tragédia pessoal, nem me importo com a audiência que esse assunto traz.

Passados alguns dias, criei coragem e decidi tratar do tema. Afinal, Bruno morreu correndo, e a corrida é a razão deste blog existir.

Se você não sabe da história, aqui vai um pequeno resumo.

Jovem sentado sorri recostado em uma parede com um livro nas mãos

Jovem morre em corrida ligada a Pablo Marçal; família pede investigação -  20/06/2023 - UOL TAB

Teixeira, morto aos 26 anos após um mal súbito durante uma maratona ‘surpresa’ – Instagram/Reprodução
Bruno era colaborador da XGrow, uma plataforma de ensino criada pelo coach e ex-candidato à Presidência da República Pablo Marçal, e atualmente administrada por seu sócio Marcos Paulo de Oliveira.

A XGrow é o braço digital do trabalho de Marçal, o polêmico coach que estimula seus alunos e seguidores a “superar seus limites”. No ano passado, em um episódio tragicômico, Marçal levou um grupo de funcionários e seguidores para uma escalada no Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira, em um dia de chuva. O grupo, fisicamente despreparado para a empreitada e surpreendido pelo clima adverso, precisou ser resgatado pelos bombeiros quando alguns dos participantes começaram a apresentar sinais de hipotermia. Faltou juízo, mas sobrou sorte, e a tragédia foi evitada.

O programa “educacional” de Marçal, batizado de “O Pior Ano da sua Vida”, leva os participantes a vivenciarem situações extremas. E foi nesse contexto que, no início do mês, os funcionários da XGrow foram instados a correr uma maratona de surpresa em Alphaville, em Barueri (SP).

Bruno, acostumado a correr pequenas distâncias, teve uma parada cardíaca após percorrer 15 quilômetros. Levado às pressas ao hospital, ele não resistiu e morreu.

Os aspectos legais e penais do caso eu deixo para a Justiça, e torço sinceramente para que desta vez ela não falhe.

Eu queria tratar aqui da parte psicológica do caso. Especificamente, quero abordar a “superação de limites” e o poder da “força de vontade”. Coloco os dois termos entre aspas para reforçar a importância das expressões e registrar minha abominação por elas. Explico.

Correr não é sobre superar limites.

Por definição, limite determina até onde se pode ir. Superar o limite de velocidade implica violar a lei e assumir riscos. Colocar peso além do limite sobre uma ponte significa aumentar exponencialmente o risco que ela caia.

Todos temos um limite. E treinamos para empurrar esse limite um pouco mais para frente. O treino visa aumentar a nossa capacidade, e não superá-la. Na corrida, superar os limites significa colocar a saúde em risco. Foi o que aconteceu com o Bruno.

Um bom corredor se faz com disciplina. Com melhoras progressivas, que não são fruto da vontade, da superação, mas do trabalho duro.

Bruno foi desafiado a correr uma maratona. A distância de 42km representa um desafio hercúleo, quase sobre-humano. Não fomos feitos para correr tanto de maneira ininterrupta. Depois dos 30 km, a energia estocada nos músculos acaba, o cérebro quer desligar, as pernas pesam toneladas. Correr dói, andar dói, parar também dói. Enfrentar a distância requer meses de treinamento e todo tipo de suporte – hidratação a cada 3 quilômetros, além do consumo de carboidratos, sal e demais suplementos durante a prova.

Na lenda do surgimento da maratona, o soldado grego Pheidippides percorreu os 42 quilômetros para levar a notícia sobre a vitória em uma batalha contra os persas. Após completar a missão, ele morreu.

Pois bem. Bruno e os demais correram uma maratona sem qualquer preparo. Cada um levava sua água. Planejamento zero. A síntese do que não deve ser feito. Tudo em nome da “força de vontade” e da “superação dos limites”.

Por isso, quando ler ou ouvir sobre “superação de limites”, desconfie. “Basta querer”, “com força de vontade você consegue tudo”. Todas essas frases são variações do mesmo tema. Uma mistura de picaretagem com irresponsabilidade.

Esporte é saúde. Não supere seus limites.

E você, o que acha? Deixe seu comentário abaixo ou escreva para [email protected]. Se quiser me acompanhar nas redes sociais, meu instagram é @rodrigofloresnacorrida .

*Rodrigo Flores/Folha

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Cotidiano

Pablo Marçal: mentor de milhões ou manipulador?

Numa noite gelada de abril, cerca de 5.000 pessoas se aglomeravam para participar do evento “Desbloqueio da mente milionária” no ginásio da Portuguesa, no centro de São Paulo. O objetivo era transformar cada cérebro presente em uma “máquina de prosperidade”.

Quem apontava os caminhos do “desbloqueio” era o coach Pablo Marçal, 36. Para além do círculo de seus milhões de seguidores nas redes sociais, ele ficou conhecido por liderar uma expedição que quase terminou em tragédia ao Pico dos Marins (SP), na Serra da Mantiqueira, e pela tentativa frustrada de concorrer à Presidência da República em 2022.

“Alguém aqui duvida que eu posso comprar 2.000 Camaros hoje?”, perguntou Pablo aos “generais”, como chama seus fãs —homens jovens principalmente.

Entre gritos de “amém” e “glória a Deus”, o público repetia cada palavra dita pelo coach, que é evangélico e adota um tom messiânico em suas falas. Entre elas uma sentença recorrente: “Vítimas não prosperam.”

Um participante que saiu de Várzea Paulista (SP) assistia de pé ao monólogo de pouco mais de seis horas.

Desde que assinei uma mentoria [de Pablo Marçal], em 2022, comecei a realizar tarefas diárias e desenvolvi o hábito da leitura”, contou o jovem, que trabalha como soldador e sonha com abrir a própria empresa.

Pablo —que não gosta de ser chamado de coach; prefere mentor ou estrategista digital— começou a falar às 20h em ponto. Terminou no dia seguinte, perto das 2h. Mais de 180 mil assistiam ao encontro pelas redes sociais.

Quem conseguiu ficar até o fim recebeu grãos de feijão “para semear a prosperidade”.

Mas descobriu que, para passar de fase no jogo do milhão, era preciso assinar um outro curso, de R$ 3.000 ao ano.

Sermão da montanha
Para muitos dos espectadores no evento na Portuguesa, chegar perto de Marçal era uma chance de chamar sua atenção – disputada literalmente no grito. “Um dos sócios do Pablo conta que se jogou na frente do carro dele e implorou por uma chance. Ele gostou disso e chamou para trabalhar”, relata um aluno. “Muita gente quer fazer isso agora. E ele já disse, brincando, que na próxima vai atropelar.”

A anedota ajuda a explicar como o influencer convenceu 32 pessoas a escalar uma montanha em um dia de chuva e ventos de 100 km/h sem o treinamento adequado. Deu tudo errado, e uma operação de resgate do Corpo de Bombeiros foi necessária.

O caso rendeu a Pablo Marçal um processo por tentativa de “homicídio privilegiado” —quando se comete o crime impelido por relevante valor moral ou social. Em nota, a defesa de Marçal afirma que colabora com todas as investigações, “manejando inclusive os recursos jurídicos cabíveis para ver logo encerrado esse caso”.

Ele está proibido de voltar às escaladas sem autorização da Defesa Civil.

E essa não é a única encrenca judicial em que esteve envolvido. Em 2010, Pablo foi condenado por participação em uma quadrilha que desviava dinheiro de bancos. Apesar da condenação, a pena foi prescrita em 2018.

Procurado, ele não atendeu aos pedidos de entrevista da reportagem do UOL.

Em suas apresentações, Pablo Marçal narra que nasceu num carro, em 1987, a caminho do hospital, em Goiânia, e demorou a chorar, levando a mãe a pensar que estava morto.

O culto à própria personalidade envolve histórias sobre triunfos em competições esportivas, brigas com sócios e decisões acertadas.

No evento da Portuguesa, ele contou que certa vez foi agredido quando trabalhava em uma empresa de telefonia e decidiu não acionar a Justiça.

A indenização renderia, segundo ele, R$ 1 milhão. “Hoje, é o que tenho só neste braço”, disse, mostrando o relógio suíço Patek Philippe que trazia no pulso e dizendo que seus negócios “alcançam” dez dígitos em valor de mercado.

Um antigo colega de trabalho, que prefere não se identificar, diz duvidar que o caso de agressão tenha acontecido. E afirma que Marçal, desde sempre, exagera em seus relatos.

Por exemplo, ele não teria nascido pobre, como diz, mas numa família de classe média em Goiânia. E não teria tanto sucesso quanto vende por aí.

“Repara que ele não diz que tem R$ 1 bilhão. Usa as palavras ‘acesso’, ‘alcanço’, ‘posso comprar’. É uma tática dele”, diz um observador.

Em 2022, quando decidiu entrar para a política, o coach declarou à Justiça Eleitoral possuir quase R$ 97 milhões em bens. Aos 36 anos, ele hoje está à frente ou tem participação em empresas de eventos, cursos digitais, uma incorporadora e um resort.

Após o episódio nos Marins, em janeiro de 2022, Pablo dobrou o número de seguidores no Instagram, onde divulga sua agenda e ostenta uma vida de luxo.

Meses após a escalada frustrada, lançou a pré-candidatura à Presidência e, depois, a deputado federal, mas os planos esbarraram em uma disputa entre caciques do seu partido, o Pros, e no paredão da Justiça Eleitoral. O coach goiano acabou fazendo campanha para Jair Bolsonaro (PL), candidato derrotado à reeleição.

No dia 11 de maio, Marçal foi condenado a pagar multa de R$ 5.000 e a retirar de suas redes um vídeo relacionando o presidente Lula (PT) ao “kit gay”.

Hoje, afirma, não tem mais o sonho de ser presidente. Seu propósito, diz, é ajudar as pessoas a enriquecer.

Dinheiro, segundo ele, tem valor apenas se estiver a serviço do “Reino”.

Dos centavos ao milhão
Pablo gosta de contar que se propôs a juntar R$ 1 milhão quando leu, aos 12 anos, o best-seller “Pai Rico, Pai Pobre”, de Robert Kiyosaki e Sharon L. Lechter.

Queria atingir a meta antes dos 60 anos e afirma que conseguiu aos 27 —embora pessoas próximas desconfiem do feito. “Ele já deveria ter mais de 30 anos quando atingiu R$ 1 milhão. A não ser que levasse em conta a valorização futura de alguma propriedade”, avalia um amigo, também sob condição de anonimato.

Os caminhos até a fortuna eram improváveis. Ele queria ser pastor, mas não conseguiu. Fez direito, mas não se tornou juiz nem delegado, como queria.

Na empresa de telefonia onde foi atendente de call center, chegou a liderar mais de mil funcionários, mas deixou o posto após dar uma bronca considerada desproporcional na própria equipe, relata uma testemunha.

O coach também trabalhou na empresa do sogro e tentou a carreira como consultor. Mas a escalada financeira só aconteceu mesmo depois que começou a promover eventos, cursos online e seus próprios livros motivacionais.

Em meio à ascensão evangélica no país, Pablo Marçal formou seu público falando em espiritualidade, família, empreendedorismo e segredos do sucesso.

Entre a fé e o cifrão
O estilo workaholic e verborrágico de Marçal não rende apenas cifras, mas atritos. Ele é admirado no meio neopentecostal, onde há fiéis que abraçam com mais facilidade o discurso da prosperidade. Marçal ocupava cargos de liderança na Igreja Videira, em Goiânia, quando aprendeu técnicas de coaching e decidiu seguir carreira, dando seu primeiro curso para frequentadores da igreja.

“Era um curso muito apelativo, com manipulação de emoções, para as pessoas saírem de lá com pensamentos positivos e a crença de que eram capazes de tudo”, diz um desafeto, para quem Marçal é “um excelente manipulador”.

Críticos citam como exemplo da megalomania o dia em que tentou fazer uma mulher sair de uma cadeira de rodas e andar no palco em um evento em Goiânia, em 2021.

Quem trabalhou com o coach antes da fama diz, porém, que ele sempre foi “extremamente compromissado” com o trabalho e a família. Um ex-subordinado o considera “meio doidão, mas com grandes ideias” e talento para se comunicar, apesar das diferenças políticas.

A maior crítica de quem acompanhou a sua ascensão é a de que ele vende algo que não consegue entregar.

“Ele realmente acha que pode fazer as pessoas mudarem de vida”, diz um ex-colega. “E muitos mudam mesmo, deixam vícios. Mas as pessoas não vão virar um Pablo Marçal comprando os cursos dele. É como se o Neymar ensinasse outras pessoas a serem o Neymar. Não tem como.”

Em sites de reclamações, alunos se queixam do conteúdo “repetitivo”, que serve para vender um curso atrás do outro, e também do tom político adotado nos tempos de campanha. A bronca, porém, é pequena perto do fascínio exercido sobre a maioria dos mentorados, segundo pessoas próximas.

Teologia da prosperidade
Coaches religiosos como Marçal são fruto da “cultura gospel” que emergiu na virada do século 20 para o 21, explica Magali Cunha, doutora em ciências da comunicação e pesquisadora do Iser (Instituto de Estudos da Religião). Essa cultura absorve noções das teologias da prosperidade, da guerra espiritual e da confissão positiva – o hábito de dizer coisas positivas para alcançar objetivos.

Para Pedro Pamplona, teólogo e pastor batista em Fortaleza (CE), Marçal é parte de um fenômeno que ele denomina como “teologia coaching”, que veio para substituir a própria teologia da prosperidade. “Em vez de barganhar com Deus no âmbito sobrenatural, essa teologia traz a prosperidade para os ‘meus’ atos”, analisa.

O problema é que a dimensão da meritocracia não alcança os chamados perdedores. O processo de coaching, explica a estudiosa, não leva em conta a estrutura em que as pessoas vivem, nem desenvolve empatia diante do revés. “Não importa quem não consegue. O fracasso do outro é problema do outro.”

*Do Uol Prime

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Após idas e vindas, Pros revoga candidatura de Pablo Marçal à Presidência e deve declarar apoio a Lula

Em convenção na sexta-feira (5), partido aprovou por unanimidade retirar a candidatura de Pablo Marçal. Executiva nacional pretende apoiar Lula no primeiro turno.

Segundo o G1, após decisões judiciais, a nova direção do Pros definiu pela retirada da candidatura presidencial do coach e influenciador digital Pablo Marçal. A formalização ocorreu em Brasília, na sexta-feira (6), último dia para os partidos realizarem as convenções partidárias que definem os nomes para a disputa de 2022.

A retirada da candidatura própria ocorreu de forma unânime em votação feita com os 29 presentes na reunião, segundo ata registrada pelo Pros no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Sem Marçal na disputa, a nova executiva do Pros pretende declarar apoio a Lula (PT) já no primeiro turno da eleição à Presidência da República — que será realizado no dia 2 de outubro.

Até 11h45 desta segunda-feira (8), o registro da candidatura de Pablo Marçal ainda consta no site DivulgaCand, em que o TSE compila informações de todos os candidatos.

Na última semana, a direção do Pros mudou de mãos por três vezes. No domingo (31), a Justiça determinou que a ala liderada por Eurípedes Júnior retomasse ao comando — ele estava afastado acusado de desvio de recursos.

Eurípedes foi novamente afastado em decisão na quarta-feira e devolveu o cargo de presidente do Pros para Marcus Holanda, responsável pela primeira convenção do partido e pela indicação de Marçal como presidenciável.

Houve nova troca e, na quinta-feira, o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Ricardo Lewandowski recolocou Eurípedes à frente da sigla.

Pablo Marçal disse que pretende recorrer da retirada de sua candidatura, movimento que define como um golpe.

“Minha candidatura é um ato jurídico perfeito, dentro do prazo hábil. Tem que ter um prazo para divulgação o que está rolando agora é um golpe, estão fazendo uma reunião de maneira escusa”, afirmou.

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Pros retira candidatura de Pablo Marçal e declara apoio a Lula, que ganha mais tempo de TV

Ex-presidente vem reunindo apoio dos mais variados setores. Além de Marçal, Janones (Avante) também deverá deixar a disputa, aliando-se a Lula.

Em reunião nesta quinta-feira (3) com coordenadores da campanha de Pablo Marçal à Presidência da República, a direção histórica do partido decidiu e declarou apoio à candidatura do ex-presidente Lula (PT), líder em todas as pesquisas eleitorais. Ainda que Marçal tenha registrado somente cerca de 1% das intenções de voto nas pesquisas eleitorais ao longo dos últimos meses, o apoio de seu partido ao petista pode ser decisivo para que Lula vença o pleito já no primeiro turno. A candidatura de André Janones (Avante) também pode ser retirada e ajudaria o ex-presidente no mesmo sentido.

Participaram da conversa Eurípedes Junior, presidente da sigla, Felipe Espírito Santo, presidente da Fundação da Ordem Social, e Bruno Pena, advogado do PROS. Eles estiveram com Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo da chapa Lula-Alckmin, e Geraldo Alckmin, candidato a vice-presidente do movimento Vamos Juntos Pelo Brasil (PT, PSB, PCdoB, PV, REDE, PSOL e Solidariedade). O encontro ocorreu na sede da Fundação Perseu Abramo, em São Paulo, nesta quarta-feira (3/8).

*Com 247

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