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‘Brasil sobreviveu ao que seria uma pena de morte’, diz Stiglitz sobre juros no Brasil

O Brasil vem sobrevivendo a uma “pena de morte” ao se referir à alta taxa de juros no país, afirma o economista americano Joseph Stiglitz, ganhador do Nobel de Economia em 2001. Ele foi um dos críticos que fizeram coro pela redução da Selic, às vésperas da reunião do Banco Central para decidir a nota taxa.

– É chocante a (taxa de juros) de vocês. Os números de 13,75% ao ano, ou de 8% de taxa real, são do tipo de taxa de juro que vai matar qualquer economia. Na verdade, o impressionante no Brasil é que o país sobreviveu ao que seria de fato uma pena de morte.

Ele participa do seminário realizado pelo BNDES na manhã desta segunda-feira. O evento é organizado pelo banco, Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e Fiesp.

Para Stiglitz, as políticas macroeconômicas precisam ser acertadas ou não deixam espaço “para fazer mais nada”. A razão para o Brasil estar sobrevivendo à “pena de morte” da taxa de juro nas alturas viria principalmente do fato de o país contar com bancos de desenvolvimento estatais.

– Historicamente, o Brasil teve taxas e juros mais altas que a média mundial, o que deu uma desvantagem competitiva ao país que tem de compensar isso com inovação e mais empreendedorismo – frisa o economista.

O dilema da inflação

Ele vai ainda além, dizendo que, caso o Brasil tivesse uma outra política monetária, estaria em um patamar de crescimento econômico muito maior. Ou seja, explica Stiglitz, esse teria sido um dos fatores que levaram a um desempenho fraco da economia nos últimos tempos.

– Mesmo num mundo de bancos centrais independentes, temos uma noção de responsabilidade forte. Tem de justificar o que faz para a sociedade. O banco central independente, sem representação das pessoas e olhando só para a inflação não é o melhor refletindo o bem-estar da população como um todo – defende.

No caso do Brasil, ele reforça a importância da reforma tributária, com uma estrutura de tributos que não apenas reflita os valores da sociedade, mas que ajude a levar a economia adiante, com impostos que ajudem na promoção do crescimento com sustentabilidade.

Stiglitz sustenta que situações como a da pandemia da Covid-19 deixaram claro que o mercado não dá conta de resolver problemas societários sozinho. Daí, a necessidade de haver ações coletivas, de políticas públicas, incluindo os bancos centrais.

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Nobel de economia defende Lula e diz que “taxa alta de juros no Brasil não se justifica”

“O presidente Lula está absolutamente certo sobre sua visão sobre como as altas taxas de juros reais enfraquecem a economia”, diz Joseph Stiglitz.

Joseph Stiglitz, vencedor do Prêmio Nobel de Economia, apoiou a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua luta contra as altas taxas de juros estabelecidas pelo Banco Central. Em entrevista à CNN, Stiglitz disse que as taxas elevadas não são justificáveis ​​nem no Brasil nem nos Estados Unidos, pois o aumento dos juros não é a solução para combater as causas da inflação em ambos os casos.

“O presidente Lula está absolutamente certo sobre sua visão sobre como as altas taxas de juros reais enfraquecem a economia e as taxas de juros reais brasileiras são muito, muito altas”, disse Stiglitz

O economista também comentou sobre o colapso do Sillicon Valley Bank (SVB). Stiglitz afirmou que “está surpreso” que o SVB seja um dos únicos bancos que faliram, diante do aumento recente dos juros americanos.

“Quando o Fed aumenta taxas tão rapidamente quanto aconteceu, de uma forma imprevista como foi, na verdade, estou surpreso que este seja o único banco que faliu e, claro, agora há mais alguns que faliram.”

Questionado sobre qual seria a real dimensão do problema, ele falou que é impossível saber por que não há transparência e não se sabe até que ponto os balanços de bancos são enganosos.

Na próxima semana, o vencedor do Prêmio Nobel de Economia virá ao Brasil para participar de um seminário organizado pelo BNDES e pela Fiesp, que discutirá os efeitos das taxas de juros na economia. É esperado que sua fala seja pautada pela defesa de que o nível atual das taxas é contraproducente.

“Ex-economista-chefe do Banco Mundial e presidente do Conselho de Assessores Econômicos no governo Clinton, ele é um forte crítico do pensamento liberal e da teoria de Adam Smith sobre a mão invisível e a autorregulação do mercado, segundo a qual os mercados funcionam de maneira ótima, sem a necessidade de intervenção do Estado”, destaca reportagem da CNN.

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Miriam Leitão crava: Inflação de alimentos vai despencar nos próximos meses

Na verdade, isso já está sendo sentido por muita gente, como eu, ligada a preços de alimentos em supermercados.

Miriam Leitão reforça essa percepção que já está sendo comentada pelas pessoas no mercado.

Segundo reportagem de Miriam Leitão, uma consultoria prevê uma derrubada ainda maior nos preços de alimentos no país.

De acordo com cálculos da LCA Consultores, o item Alimentação no domicílio vai cair de 7,4% em março para 1% em agosto.

Na realidade, a carne de frango vem caindo desde o início do 3º governo Lula.
O filé de peito sem osso e pele, já chega a ser encontrado nos mercados por 10,90 e o fígado de galinha a 3,90. A banana deu uma despencada, sobretudo a d’água que foi de 11, 00 pra 3,90.

Existem casos, como o do abacate,em que caiu preço de R$ 15 pra 3 reias nos últimos dias.

Mas Miriam Leitão vai mais longe e afirma, “a inflação de alimentos no domicílio vai desacelerar fortemente nos próximos meses.”
Isso é uma grande notícia porque atinge a imensa maior parte da população que vinha sofrendo muito com a subida meteórica dos alimentos com Bolsonaro.

Miriam segue: “Depois de um ano em dois dígitos, terminará este ano de 2023 em 1,1% no acumulado de 12 meses. Carne pode terminar o ano em queda de 2,9% no acumulado de 12 meses. Isso terá até um efeito político, afinal o presidente Lula prometeu carne mais barata.”

“De acordo com cálculos da LCA Consultores, o item Alimentação no domicílio vai cair de 13,2% em 2022 para 7,4% em março no acumulado de 12 meses, e vai continuar caindo até o piso de 1% em agosto. Depois oscila um pouco mas em dezembro será 1,1%, no acumulado de 12 meses.”

E por que vai desacelerar tanto? Pergunta Mirian: “A explicação vem do campo. A queda dos preços agropecuários finalmente irão chegar ao varejo. Milho, soja e até mesmo, trigo, terão queda. E a carne terá um forte alívio. Todas as carnes: bovina, suína, aves e ovos.”

Ou seja se o efeito Lula já vinha sendo sentido pelo povo, este ano de 2023 o que vamos ver é um forte alívio dos custos de alimentos para as famílias- diz LCA.

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As falsas versões sobre a Petrobras, por Luis Nassif

A redução dos investimentos nada tem a ver com os desarranjos de 2014 – conforme sustentaram alguns analistas. Se fosse assim, como explicar lucros e dividendos recordes?

Há uma enorme dificuldade da mídia em análises isentas sobre a Petrobras. Em parte, devido ao fato de ter se transformado no calcanhar de Aquiles do PT, com a operação Lava Jato. Muito mais pelos interesses diretos do mercado nos dividendos e nas subsidiárias da empresa.

Para colocar um mínimo de racionalidade na discussão, é importante anotar os seguintes dados e relativizações:

  • A corrupção descoberta representava uma parcela ínfima do faturamento da Petrobras. Eram grandes valores levando em conta os ganhos individuais de corrupção. Mas, proporcionalmente, nem arranharam o faturamento da empresa.
  • Alegam que a Petrobras se tornou a empresa mais endividada do planeta. Mas é óbvio, já que descobriu a maior reserva de petróleo do planeta e precisava investir no seu desenvolvimento.
  • Sustentam que a Petrobras esteve perto de quebrar. Um absurdo! Na época em que a mídia trombeteava essa afirmação, a Petrobras colocava títulos perpétuos de dívida no mercado de Nova York com uma demanda várias vezes superior à oferta. Esse discurso foi um álibi para a venda de subsidiárias da Petrobras, atropelando a Constituição e sem sequer submetê-las a processos de licitação.
  • A Petrobras reduziu os investimentos devido aos desarranjos provocados pela corrupção. Aí há um ponto a se analisar. Quando assumiu a presidência, Dilma Rousseff mostrou-se preocupada com a corrupção existente em algumas diretorias da empresa. Colocou como presidente uma pessoa de sua confiança, Graça Foster, mas totalmente jejuna em termos administrativos. Sem noção de compliance ou de formas modernas de controle, paralisou a empresa durante algum tempo, centralizando os pagamentos em seu gabinete – como se fosse possível identificar corrupção no momento do pagamento. Além disso, houve um subpreço dos combustíveis que afetou seu faturamento, mas sem comprometer sua solidez.

A redução dos investimentos nada tem a ver com os desarranjos de 2014 – conforme sustentaram alguns analistas. Se fosse assim, como explicar lucros e dividendos recordes? O que ocorreu foi um saque contra o caixa da empresa, tanto nas vendas de refinarias quanto na distribuição de dividendos, em valores superiores ao próprio lucro contábil, sacrificando o investimento.

Agora, esses sofismas começam a ser desmanchados, e espera-se que a Petrobras retome os investimentos, reative a cadeia de fornecedores, invista em refinarias e se prepare para a revolução verde.

*GGN

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Lula quer contribuição maior da Petrobras para conter preços de combustíveis

O presidente considera os lucros extraordinários que a empresa teve nos últimos anos.

A Petrobras anunciou uma redução de preços de combustíveis nas refinarias a partir de amanhã, quando entrará em vigor a cobrança de impostos diferenciados cujas alíquotas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciará hoje às 19 horas. Mas, segundo auxiliares, o presidente Lula quer uma colaboração maior da Petrobras para a contenção dos preços (e por decorrência, da inflação), considerando os lucros extraordinários que a empresa teve nos últimos anos.

Os preços praticados atualmente pela Petrobras estão 8% acima dos preços internacionais, que são a referência da atual política de preços, a PPI. A redução anunciada, entretanto, não queima toda esta gordura. O preço da gasolina para as distribuidoras cairá de R$ 3,31 para R$ 3,18 (-3,9%) e o do diesel, de R$ 4,10 para R$ 4,02 (-1,9%). E com isso, o consumidor não terá na bomba um aumento de preços muito impactante. Só será possível precisá-lo após a divulgação das alíquotas. Sob argumento ambiental, a da gasolina será maior que as de etanol e biodiesel.

Por conta desta “gordura” que a Petrobras ainda tem para queimar, mesmo dentro da política de paridade internacional, Lula quer uma contribuição maior da empresa, o que pode significar a não ocorrência de novos aumentos até que a paridade esteja zerada. Isso diluirá o impacto da reoneração, livrando o governo de um de seus maiores riscos de desgaste com a classe média.

Nos últimos anos, com a vinculação do preço domésticos aos preços internacionais e ao câmbio, Petrobras teve lucros elevados e fez fartas distribuições de dividendos aos acionistas privados. Relativamente ao ano passado, o desembolso total em dividendos será de quase R$ 200 bilhões. A empresa acaba de anunciar o pagamento de R$ 35 bilhões, relativos ao último trimestre de 2022. Quem garantiu estes ganhos aos acionistas fomos nós, os consumidores.

*Com 247

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Petrobras reduz preço da gasolina e diesel para distribuidoras

Medida vale a partir desta quarta-feira (1º/3). De acordo com a estatal, queda busca alinhamento com mercados nacional e internacional.

A Petrobras anunciou que vai reduzir o preço médio de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras a partir desta quarta-feira (1º/3). No caso da gasolina A, o valor passa de R$ 3,31 para R$ 3,18 por litro, numa queda de R$ 0,13 por litro.

Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, de R$ 2,32 a cada litro vendido na bomba.

Para o diesel A, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,10 para R$ 4,02 por litro, uma redução de R$ 0,08 por litro.

Nesse caso, a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do produto vendido nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, de R$ 3,62 a cada litro vendido na bomba.

Essas reduções, observou a estatal, têm como objetivo a “busca pelo equilíbrio dos preços da Petrobras aos mercados nacional e internacional, através de uma convergência gradual”.

A companhia informou ainda que, na formação de preços de derivados de petróleo e gás natural no mercado interno, busca “evitar o repasse da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”.

*Com Metrópoles

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Luis Nassif: Crise de liquidez se espalha pela economia ante BC inerte

Há dois anos o nível da água vinha subindo e agora chegou ao nariz da economia.

Os sinais estão nítidos, de um aumento exponencial da crise de liquidez, arrastando diversas empresas para a falência ou recuperação judicial. E com um nível de juros impraticável, não apenas pela Selic de 13,75% mas por toda a estrutura de crédito.

O acompanhamento do mercado de ações se limita ao Índice Bovespa. Um corte setorial mostrará vários setores em situação complicada.

Dependendo de financiamentos habitacionais de longo prazo, a construção civil mostra sinais nítidos de perda de fôlego.

Tome-se o caso da MRV. O papel fechou em R$ 7,55, 65,7% a menos que no pico de 20 de janeiro de 2020.

Já a Cyrela fechou em R$ 14,80, queda de 57% em relação ao pico de 213 de janeiro de 2020.

E a JHS com queda de 54,3% em relação ao pico de 15 de julho de 2020.

Outro setor diretamente afetado pela perda de renda é o de saúde,

A Qualicorp está em R$ 5,29, 88,2% abaixo do pico de 23 de janeiro de 2020.

E a Hapvida está em 71,8% abaixo do pico de 11 de janeiro de 2021.

*GGN

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Banco Central registra prejuízo de R$ 298,5 bi em 2022

O Banco Central do Brasil, comandado por Roberto Campos Neto, registrou um resultado negativo de R$ 298,5 bilhões em 2022. De acordo com a instituição, o prejuízo foi causado principalmente pela variação cambial no período. O balanço financeiro que relata o resultado foi aprovado nesta quinta-feira (16), pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelo próprio presidente do banco, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet.

“Essa correção cambial explica R$ 165,8 bilhões do prejuízo do BC no ano passado. E a reavaliação da carteira explica outros R$ 136,3 bilhões negativos, devido à alta de juros nos Estados Unidos e no mundo”, destacou o chefe do Departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira do Banco Central, Ailton de Aquino Santos. “Esse resultado negativo chama atenção, mas temos US$ 325 bilhões na carteira. Além disso, o ganho de R$ 79,771 bilhões com operações de swaps compensou um pouco esse resultado.”

R$ 179,1 bilhões do prejuízo total será coberto mediante reversão de reserva de resultado e R$ 82,8 bilhões serão cobertos por redução do patrimônio institucional do Banco Central. No entanto, outros R$ 36,6 bilhões terão que ser cobertos pelo Tesouro Nacional. Santos argumenta: “É importante ressaltar que, no ano passado entregamos quase R$ 72 bilhões ao Tesouro. Esse resultado negativo de agora tem uma magnitude baixa em relação ao que já foi repassado para o Tesouro nos últimos anos”.

Quando o Banco Central tem resultado positivo em seu balanço, uma parcela é transferida ao Tesouro Nacional. A transferência é financeira e não tem impacto fiscal direto, mas é utilizada para o pagamento de juros e abatimento de dívida. Já o lucro com reservas e operações cambiais é destinado à reserva de resultados do patrimônio líquido do BC. Já quando o resultado do BC é negativo, o prejuízo é compensado pelos recursos existentes na reserva de resultado e pela redução do patrimônio líquido da instituição, limitado a 1,5% do ativo total do banco. Somente quando essas duas medidas não forem suficientes para cobrir o prejuízo, o Tesouro então emite títulos públicos em favor da autoridade monetária.

*Com DCM

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Rombo da Americanas: Bradesco transfere para união 40% da dívida bilionária da Americanas

Empresas fornecedoras com seus prejuízos e trabalhadores com a perda de seus empregos sofrem com o escândalo das Lojas Americanas, após um rombo estimado em R$20 bilhões. Mas o Bradesco, segundo maior banco privado do país, segundo artigo do jornalista Cláudio Magnavita, dono do jornal Correio da Manhã, transfere sua dívida de R$1,8 bilhão para a União, ou seja, para os cofres públicos. Na verdade, quem vai pagar a transferência da dívida é o contribuinte.

BC nas mãos dos banqueiros

Segundo o texto, o Bradesco usa de um artifício no mercado financeiro chamado de “receita cessante”, expressão usada para explicar um crédito líquido e certo que “evapora”. Nestes casos, diz o autor do artigo, esta estratégia considera, fundamentada numa resolução do Banco Central, que seria “obrigação entrar nos cofres públicos o dinheiro desviado por instrumento ilegal”, o que mostra, mais uma vez, que o mercado financeiro cria mecanismos para que o setor continue a ser o mais lucrativo do país e os riscos sejam transferidos para o estado, que os donos dos bancos privados tanto criticam. O aparato legal está na Resolução 2682/1999 do BC, criada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Foi durante a gestão de FHC também que foi criado o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional), com o objetivo de socorrer o sistema financeiro em caso de crises e dívidas contraídas em investimentos e operações de risco. O calote dos bancos socorridos pela medida de FHC custa muito caro ao país e aos contribuintes.

E o chamado estado mínimo, tão decantado pelos neoliberais e pelo mercado, é apenas para cortar investimentos voltados para o trabalhador. Os banqueiros, grandes empresários e especuladores querem o estado apenas para acumularem ainda mais riqueza, transferindo dívidas bilionárias para o contribuinte. Talvez isso explique porque o cartel dos bancos defende a chamada ‘autonomia’ do Banco Central, para manterem seus privilégios e aplicarem os maiores juros do mundo sobre a população, as empresas do setor produtivo e o próprio estado.

A jogada dos PDDs

O Bradesco pretende transferir 40% da dívida bilionária das Americanas para os cofres públicos. Magnavita mostra a fórmula da transferência da dívida bilionária que acaba sendo paga pelos contribuintes. Ao determinar o lucro real do trimestre, o banco aumentou o “Provisionamento para Devedores Duvidosos (PDD), velha estratégia utilizada pelos bancos de guardar dinheiro em seus cofres alegando riscos de inadimplência, e que é abatido nos impostos a pagar.

Não por caso, o Bradesco dobrou o valor de seu provisionamento, que foi de R$14,9 bilhões, cobrindo com sobras a dívida das Americanas com o banco, que chega a R$4,8 bilhões. É deste montante da dívida que a instituição financeira quer transferir 40% para o estado brasileiro.

“Com a jogada contábil” o Bradesco paga R$1,8 bi a menos de impostos.

“Esta fórmula é lesiva à União. Os dividendos são privados e os prejuízos, socializados”, denuncia o jornalista, defendendo que a União e o BC deveriam reagir, já que do provisionamento de R$4,9 bilhões, 40% é deduzido do imposto a pagar e “não se trata da socialização da inadimplência de milhares de comerciantes” que são fornecedores das Americanas, mas do banco e da gigante do setor de e-commerce que entrou em recuperação judicial após sofrer um rombo. O escândalo deixa cada vez mais evidente que os fraudadores precisam ser responsabilizados e punidos pela Justiça. O STF (Supremo Tribunal Federal) investiga o caso das Americanas.

Santander e Itaú também

O Bradesco “fez a operação por sua conta e risco com único cliente e agora deixa de recolher aos cofres públicos dois bilhões de reais e provisiona, de uma só vez, toda a dívida para gozar do benefício fiscal”, acrescenta o artigo.

Mas não foi só o Bradesco quem provisionou para pagar menos impostos aos cofres públicos: Itaú e Santander provisionaram 30% das dívidas das Americanas, usando mais uma vez o PDD para aumentar ainda mais seus ganhos com redução tributária.

O jornalista defende que o governo não aceite essa jogada contábil e lembra ainda que, o que foi provisionado cobre o passivo um ou dois anos depois como ocorre nos descontos estratosféricos que os bancos dão ao consumidor, quando percebem que não irão recuperar mais o montante total da dívida, incluindo juros e multas.

“Lucro para poucos e prejuízo socializado e espetado na conta da União”, conclui o jornalista.

*Carlos Vasconcellos/Sindicato dos Bancários – RJ

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Pedido judicial: Light diz à Aneel que caixa é ‘insuficiente’ para garantir sustentabilidade da concessão

Resumindo, aumento absurdo da conta de luz.

Segundo a Light, Principal causa são perdas não técnicas, ou seja, furtos e inadimplência, afirma a empresa.

A Light, distribuidora de energia que atende a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, afirmou à Agência Nacional de Energia Elétrica que a sua concessão “tem apresentado geração de caixa insuficiente para garantir sua sustentabilidade”. O principal motivo, de acordo com a Light, são as chamadas perdas “não técnicas”, ou seja, furtos (gatos) e a inadimplência, informa O Globo.

“A concessão de titularidade da Light tem apresentado geração de caixa insuficiente para garantir sua sustentabilidade, sendo a diferença entre as perdas de energia reais e as perdas regulatórias definidas pela Aneel um dos principais fatores causadores desse desequilíbrio”, afirma o documento, enviado à agência nesta semana e ao qual O Globo teve acesso.

A situação da empresa despertou alerta de investidores nos últimos dias, depois que a companhia contratou a Laplace Finanças — que recentemente assessorou a Oi durante sua recuperação judicial — para ajudar a buscar “estratégias financeiras visando a melhoria da estrutura de capital.”

O colunista Lauro Jardim informou nesta segunda-feira que a empresa tem necessidade de financiamento de R$ 3,3 bilhões nos próximos dois anos e que, por isso, deve dar entrada com um pedido de recuperação judicial muito breve. A concessão da Light se encerra em 2026, o que é um dificultador para repactuar financiamentos.

Historicamente, a Light tem uma complexa estrutura de receitas. A companhia opera numa região com índice de perdas e inadimplência entre os maiores do Brasil. De acordo com a própria empresa, isso ocorre em grande parte porque tem que lidar com o tráfico de drogas e as milícias que dominam parte de sua área de concessão no Rio.

Dessa forma, a empresa não consegue entregar as metas de perdas e inadimplências estipuladas no contrato de concessão. Assim, a empresa acaba recebendo da Aneel reajustes abaixo do que precisa.

No terceiro trimestre de 2022, o índice das chamadas perdas não-técnicas, que são resultado de gato (furto de energia), foi de 53,72%. Isso quer dizer que mais da metade da energia distribuída no mercado de baixa tensão, portanto ao consumidor final, não é paga.

Cada concessão de distribuição de energia opera com valores máximos de perdas. Essas perdas são incorporadas nas tarifas dos usuários que pagam os serviços. Dessa forma, quando a perda é maior que o estipulado, a empresa fica no prejuízo.

A Light afirma que desde 2017 esses percentuais “não são mais factíveis”.

“A manutenção da trajetória de 2017 até 2022 causou grande desequilíbrio na empresa, por fatores independentes de sua atuação. É preciso evitar que esse desequilíbrio permaneça e agrave ainda mais e de forma cumulativa a insustentabilidade da concessão”, afirma a carta.

A empresa afirma que a taxa de reincidência de fraude na concessão é, em média, de 87%. A distribuidora fala ainda que houve uma redução no consumo. A Light pede à Aneel então que altere seus percentuais de perdas autorizadas.

Para a empresa, existe uma falha metodológica no mecanismo de cálculo das perdas não técnicas, “com impacto substancial na sustentabilidade econômico-financeira da concessão da Light”. A Light espera que isso ocorra no reajuste anual das tarifas da distribuidora, que ocorrerá em março.

“O caminho a ser tomado é a adequação das escolhas realizadas o quanto antes, evitando que a falha repercuta em consequências de difícil reparação para a concessionária e, por conseguinte, para a concessão”, diz o texto.

Procurada para se manifestar sobre a carta à Aneel, a empresa não se manifestou.

Uma distribuidora de energia, no caso da da Light, é responsável por manter os serviços junto aos clientes, ao contratar os serviços de geração e transmissão.

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