Categorias
Economia

Que PIX que nada. Ibovespa dispara 2,81%; dólar cai e se aproxima dos R$ 6

Justo no dia que a gangue bolsonarista espalhou mentiras sobre o PIX, na vida real, tivemos a maior alta do IBOVESPA em um só dia desde 5 de maio de 2023 (+2,91%)

A federação de mentirosos deve ter ficado de estomago virado.

O Ibovespa acabou fechando o pregão desta quarta-feira com alta parrudaça de 2,81%, aos 122.650,20 pontos, ganho de 3.351,53 pontos.

Detalhe fundamental: É a maior alta em um só dia desde 5 de maio de 2023 (+2,91%).

Terroristas econômicos da Faria Lima, deram com os burros n’água.

Dólar cai ainda mais. Teve nessa quarta, baixa de 0,35%, encerrando as negociações a R$ 6,0252.

Categorias
Economia

Pix: governo revoga norma da Receita Federal sobre movimentações financeiras

Ministro da Fazenda disse que o governo irá editar uma medida provisória (MP) para garantir que o Pix não será taxado.

O governo federal decidiu recuar em relação à norma da Receita Federal sobre monitoramento das movimentações financeiras, incluindo o Pix, após uma onda de fake news e de repercussão negativa em torno do assunto. A nova decisão foi confirmada pelo secretário da Receita Federal, Robison Barreirinhas, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, na tarde desta quarta-feira (15).

“Nos últimos dias pessoas inescrupulosas distorceram um ato da Receita, causando pânico. Apesar de todo o nosso trabalho, esse dano é continuado. Por isso, decidi revogar esse ato”, disse ele.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo irá editar uma medida provisória (MP) para garantir que o Pix não será taxado e reforçar a gratuidade e o sigilo. “A MP equipara pagamento com PIX a pagamento em dinheiro”, disse o ministro.

Além disso, a MP vedará cobrança de valor diferente entre dinheiro vivo e Pix. “Não queremos contaminação de fake news para discutir o que está na lei. Quer discutir o texto de lei, vamos discutir. Mas inventar pretexto para querer mais uma vez manipular a opinião pública e deixar dúvida no ar enquanto tramita a medida provisória”, disse o ministro da Fazenda. “O estrago está feito por esses inescrupulosos, inclusive senador e deputado federal agindo contra o estado brasileiro”.

O assunto cresceu e ficou polêmico após a Receita Federal decidir ampliar a fiscalização sobre as movimentações financeiras de consumidores e empresas. O órgão passou a exigir que as chamadas fintechs notifiquem movimentações globais a partir de um determinado valor — algo que já era cobrado dos bancos tradicionais. A Receita passou a receber dados das operadoras de cartão de crédito (carteiras digitais) e das fintechs para movimentações acumuladas acima de R$ 5 mil por mês para pessoas físicas. Isso vale tanto para o Pix como para outras formas de transferência de recursos.

No caso dos clientes dos bancos tradicionais, que já tinham movimentações informadas, o limite foi alterado de R$ 2 mil para R$ 5 mil, que será o valor uniforme para todas as instituições financeiras. No caso de pessoa jurídica, o patamar foi elevado de R$ 5 mil para R$ 15 mil.

‘Pix: revogação da norma é para evitar distorção’
Sobre a repercussão negativa, o ministro da Fazenda disse que “essas pessoas vão ter que responder pelo que fizeram, mas não queremos contaminar a tramitação da MP, até que de fato se esclareça no Congresso o que aconteceu nos últimos dias sobre uma coisa séria que a Receita está fazendo”.

Haddad também afirmou que uma lei de 2001 garante à Receita Federal e às receitas estaduais uma série de informações. “Vamos dialogar com os governos estaduais para ter um regramento que atenda o país, não a esse ou aquele governo”, disse.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, acrescentou que o objetivo da MP é “blindar o Pix de mentiras”. “Em razão desses crimes e golpes, determinamos que a AGU ainda hoje notifique a PF para a abertura de inquérito. Para investigar os autores da desordem da informação. É crime contra a economia popular. Estamos notificando também a Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor”.

Categorias
Economia

Empresas estatais registram maior lucro da história desde 2008

Dados são do 13º Balanço das Empresas Estatais Federais, divulgado pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, do Ministério da Economia.

Com menos três companhias, que foram privatizadas, queda de 13,4% no número de funcionários, entre 2015 e 2019 e redução de despesas com empregados, corrigidas pela inflação, de 1,2%, o equivalente R$ 2,1 bilhões na folha de pagamento, somente com demissões voluntas empresas estatais tiveram o maior lucro da história, desde 2008, de acordo com os dados do 13º Balanço das Empresas Estatais Federais, divulgado pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, do Ministério da Economia.

“O resultado foi impulsionado principalmente pelo Grupo Petrobras, cujo lucro líquido passou de R$ 26,7 bilhões, em 2018, para R$ 41 bilhões”, ressaltou Amaro Gomes, secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais. Importante lembrar, segundo o secretário, que a petroleira em 2016 e 2017 teve rombos de R$ 13 bilhões e R$ 1,7 bilhão, respectivamente.

Outro destaque foi o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que evoluiu de R$ 6,7 bilhões, para R$ 17,7 bilhões no resultado líquido. O Grupo Caixa também subiu de R$ 10,4 bilhoes para R$ 21,1 bilhões. O Banco do Brasil elevou o resultado de R$ 12,9 bilhões para R$ 18,2 bilhões. Já o Grupo Eletrobras teve resultado positivo menor: dos R$ 13,3 bilhões, para R$ 10,7 bilhões, em 2019.

Elas tiveram lucros maiores, mas pagaram também mais dividendos aos acionistas, no total de R$ 27,7 bilhões, o maior montante desde 2013 (R$ 27,8 bilhões), embora inferior ao pico, que foi em 2012, quando o montante pago de dividendos chegou a R$ 30,4 bilhões. A política de pessoal, segundo o secretário-Adjunto de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, Ricardo Faria, foi um dos fatores relevantes para os resultados.

Pessoal
O quadro de contratados e efetivos teve redução de 13,4% entre 2015 e 2019, de 550.112 funcionários, para 476.644 (menos 73.468 profissionais), motivado pelos planos de demissão voluntária (PDVs), além dos óbitos e aposentadorias. Entre 2018 e 2019, a queda foi de 3.5% no total. Saíram do guarda-chuva da União 18.275 empregados (eram 494.919, em 2019). Grande parte dos Correios, que teve redução de 5,6% no número de funcionários (5,9 mil pessoas), seguido do Banco do Brasil (-4,2%), que desligou 4,2 mil empregados.

“Da redução total do quantitativo de pessoal das estatais, cerca de 3.500 posições decorreram das desestatizações do período, e o restante foi, em grande parte, resultado da implementação de programas de desligamento voluntário de empregados (PDVs), cuja estimativa de economia na folha de pagamentos é da ordem de R$ 2,10 bilhões”, informou.

O documento aponta, ainda que, quanto às despesas de pessoal – que incluem outros custos/despesas além da folha de pagamento – em relação ao ano de 2018, houve um acréscimo de R$ 2,8 bilhões (3%), em valores nominais, considerando apenas as empresas não dependentes. “Em valores reais, ajustados pelo IPCA, houve redução da ordem de 1,2%”.

Números totais
No conjunto, as estatais registraram lucro de R$ 109,1 bilhões, em 2019, com alta de 53%, em relação a 2018 (R$ 71,3 bilhões). No período, o destaque no desempenho financeiro foi incentivado, principalmente, pelas companhias do setor financeiro (R$ 59 bilhões, contra R$ 31 bilhões em 2018) e do setor produtivo (R$ 51,9 bilhões e R$ 39,2 bilhões no ano anterior). As dependentes do governo – com controle acionário direto da União –, ao contrário, após um resultado positivo de R$ 1,1 bilhão em 2018, despencaram para um prejuízo de R$ 1,8 bilhão, no ano passado.

O Brasil tem 200 empresas estatais federais ativa, entre elas 46 com controle acionário direto da União, sendo 18 dependentes do caixa do Tesouro Nacional. Eram 203, em 2018. “Nessa edição, contabiliza-se a redução de três estatais: Amapari Energia S.A. (reclassificada), Conecta – Conecta S.A. (transferida), Distribuidora de Gás Montevideo S/A (transferida)”, informa o balanço do Ministério da Economia.

Até dezembro de 2019, o executado do Programa de Dispêndios Globais (PDG – conjunto de informações econômico-financeiras das não dependentes) das empresas estatais federais totalizou R$ 2,33 trilhões. Até dezembro de 2019, as empresas estatais federais executaram 45,7% do Orçamento de Investimentos aprovado para o ano. Os grupos Petrobras e Eletrobras representaram 92% do investimento das estatais federais, até dezembro de 2019. O Grupo Setor Financeiro teve o maior nível de execução até dezembro de 2019 com 56,5%, seguido pelo Grupo Eletrobras com 50,5%. O setor financeiro investiu R$ 3,2 bilhões, no ano de 2019.

Categorias
Economia

Ao contrário da Faria Lima, Consultoria internacional faz previsão otimista para risco fiscal do Brasil

Para Gavekal Research, Brasil poderá ser uma economia que dará a volta por cima em 2025.

Enquanto agentes da Faria Lima pressionam o governo por mais corte de gastos, alegando que o país corre um sério “risco fiscal”, a Gavekal Research, uma das consultorias mais respeitadas por grandes investidores, divulgou uma análise com viés otimista sobre o Brasil.

Autor do texto, o analista Udith Simand reconhece que a relação entre dívida líquida e PIB de 85% realmente é alta para um país emergente e se assemelha mais a economias desenvolvidas como Reino Unido e Japão.

Cita ainda os embates entre o presidente Lula e Roberto Campos Neto, que dirigia o Banco Central, como um dos complicadores, além do alto custo do serviço da dívida.

Mas desse ponto em diante, a Gavekall vê boas perspectivas para o país. “A boa notícia é que o atrito com o Banco Central deverá diminuir. Gabriel Galipolo — nomeado por Lula como novo dirigente — é bem-visto pelos mercados e já votou a favor de novas altas de juros”.

De acordo com a análise, “se Lula cumprir sua promessa de conceder autonomia a Galipolo e permanecer ‘vigilante’ à necessidade de reformas fiscais, a moeda subvalorizada e sobrevendida do Brasil poderá facilmente provar ser uma ‘comeback kid’ (em tradução livre, uma economia que dará a volta por cima) em 2025.”

Edu Moreira: “Situação fiscal é menos preocupante do que fazem parecer”
O economista Eduardo Moreira, criador do Instituto Conhecimento Liberta, ressalta o contraste entre a análise da consultoria internacional e os porta-vozes do mercado financeiro instalados na Faria Lima.

“Como eu e vários outros economistas do campo progressista vimos falando há anos, a situação fiscal do Brasil é muito menos preocupante do que querem fazer parecer os especuladores de mercado, que só se beneficiam dessas grandes oscilações que conseguem gerar, impondo medo aos investidores”, comenta Edu.

A economista e historiadora Deborah Magagna, apresentadora do ICL Mercado e Investimentos, concorda. “Eu também não vejo esse risco fiscal que o mercado está apontando”, diz ela. “A análise fala que a dívida bruta do Brasil está aumentando, mas pelo custo da dívida, não porque o endividamento está crescendo. Mas o mercado usa a abordagem que lhe convém para sustentar essa história de que há risco fiscal. Eles precisam desses elementos para pressionar os juros e para pressionar o governo”.

Deborah lembra que a Faria Lima errou muitas projeções e provavelmente vai errar a projeção do déficit e da inflação do ano.

“O relatório também fala que o real está mais desvalorizado que a média das outras moedas por fatores domésticos e é possível que haja a retomada, já que o relatório fala do Gabriel Galípolo à frente do BC, que vai diminuir os atritos com o governo e pode reduzir essa percepção de risco”, afirma a economista. Com ICL.

Categorias
Economia

Bancos repetem pessimismo sobre economia em 2025; previsões erraram em 2023 e 2024

Instituições financeiras estimam inflação e juros em alta, e crescimento do PIB em baixa.

Após errarem em 2023 e 2024, os bancos insistem em previsões pessimistas para a economia nacional, desta vez para 2025. Estimativas de economistas ligados a instituições financeiras coletadas pelo Banco Central (BC) apontam que o novo ano deve ser de crescimento menor e inflação maior, juros em alta e dólar a R$ 6.

Nos dois anos anteriores, os bancos previram taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que acabaram sendo superadas, com folga, pela realidade da economia nacional. Mesmo assim, voltaram a apontar um crescimento tímido para 2025, menor do que o verificado em 2023 e 2024. Reforçam, assim, o que já é tradicional no mercado.

“O mercado é mais pessimista do que a própria realidade”, resumiu Miguel de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). “Ele esperava o fim do mundo em 2023. Depois, em 2024. Aí se viu que os indicadores são bons”, disse.

Para 2025, os bancos estimam que a economia cresça 2,02% – em 2023, ela cresceu 3,2% e, nos últimos 12 meses, 4%. Também estimam uma inflação de 4,99% ao final do ano, ou seja, acima da meta de até 4,5% estabelecida para o índice; e ainda uma taxa básica de juros de 15% ao ano em dezembro – hoje, ela está em 12,25%.

Todas as previsões estão registradas no Boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo BC justamente para dar uma ideia do ânimo do mercado sobre o país.

Para Oliveira, as previsões registradas na primeira edição do Focus de 2025 são exageradas. “Vai ser um ano desafiador, naturalmente, por conta do dólar alto e juros altos, mas eu particularmente não acho que a gente vai ter um ano tão difícil assim”.

Projeções para 2025:

Inflação (IPCA) – 4,99%
Crescimento do PIB – 2,02%
Dólar – R$ 6,00
Selic – 15% ao ano

Fonte: Boletim Focus (3 de janeiro de 2025)

Erros sucessivos

O economista Pedro Faria, economista e doutor em história pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, diz que bancos e outras instituições do mercado financeiro precisam fazer previsões sobre a economia para tomar decisões. Segundo ele, no entanto, os bancos têm adotado modelos matemáticos defasados para a elaboração de estimativas.

“Os modelos têm premissas erradas. Trata o governo como um inibidor do investimento privado, quando a gente vê que a realidade é outra”, disse Faria. “O gasto do governo cresce, gera demanda, o empresário investe porque ele está vendendo”.

Mauricio Weiss, economista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ratifica esse erro. “O mercado sempre subdimensiona o impacto da ampliação dos gastos na economia. Por isso, previu um crescimento muito mais baixo do que ocorreu em 2022, 2023 e 2024. Por outro lado, o mercado subdimensiona o impacto na redução dos custos trabalhistas, e previu muito para cima o PIB em 2017, 2018 e 2019”.

Projeções x realidade em 2024:

Inflação (IPCA)
. Projetado – 3,90%
. Apurado – 4,87% (12 meses acumulados até novembro)

Crescimento do PIB
. Projetado – 1,59%
. Apurado – 4% (12 meses acumulados até setembro)

Dólar
. Projetado – R$ 5
. Apurado – R$ 6,18

Selic
. Projetado – 9% ao ano
. Apurado – 11,25% ao ano

Fontes: Boletim Focus (5 de janeiro de 2024) e indicadores

Projeções x realidade em 2023:

Inflação (IPCA)
. Projetado – 5,36%
. Apurado – 4,62%

Crescimento do PIB
. Projetado – 0,78%
. Apurado – 3,2%

Dólar
. Projetado – R$ 5,28
. Apurado – R$ 4,85

Selic
. Projetado – 12,25% ao ano
. Apurado – 11,75% ao ano

Fontes: Boletim Focus (6 de janeiro de 2023) e indicadores

Influência na realidade

Weiss ressalta que, apesar de quase sempre equivocadas, as previsões dos bancos têm forte impacto sobre a realidade da economia nacional. Ele lembrou que nas discussões do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC sobre a taxa básica de juros, a Selic, as previsões registradas no Focus são balizadoras.

“E o BC as leva em consideração na condução da política econômica”, afirma. “Elas importam porque os detentores do dinheiro acreditam nelas. Então, por pior que sejam, impactam na vida concreta do país”.

“As instituições financeiras são quem definem o custo de endividamento das empresas, para onde vai a poupança, muita coisa real”, acrescenta Faria. “Mesmo que estejam erradas, as previsões são importantes e vão continuar sendo”.

Revisões sistemáticas

Oliveira, da Anefac, afirmou que as previsões dos bancos são revisadas frequentemente. Ele mesmo acredita que, por serem muito pessimistas sobre a economia em 2025, eles terão de ser corrigidas durante o ano.

Weiss, no entanto, diz que, por conta principalmente dos juros, a economia nacional tende a ter resultados piores em 2025 do que em anos anteriores. “Neste ano eu também estou mais pessimista por conta da elevação na taxa de juros”, reconheceu. “Talvez os bancos acertem suas previsões, mas pelo motivo errado”.

Andrew Storfer, diretor do Núcleo de Economia da Anefac, diz que o quadro para 2025 não é bom, e critica o governo. “As perspectivas são de um ano difícil principalmente porque o governo não está fazendo sua parte. Isso implica que a política monetária tem que ser mais restritiva, com juros mais altos, para conter a inflação”.

Ele ressaltou que apesar do pessimismo em 2024, os bancos estimavam uma inflação menor e um dólar mais baixo que o atual. “Segundo os bancos, a inflação ia ficar em torno de 3,8% e ficou em torno de 4,9%. O câmbio que era previsto R$ 4,9 terminou em quase R$ 6,2. Então, acho até que o mercado foi otimista no começo de 2024”.

*BdF

Categorias
Economia

Próxima crise financeira pode vir dos mercados privados, afirma Financial Times

A análise é assinada pelo colunista John Plender

Os mercados privados – que incluem fundos, capital de risco, emissão de dívida, infraestrutura, commodities e imóveis – têm crescido de forma fenomenal. Pode ser daí, no entanto, que surgirá a próxima crise financeira, segundo artigo do Financial Times. A análise é assinada pelo colunista John Plender.

Ele cita dados da consultora McKinsey que apontam que os ativos sob gestão dos mercados privados atingiram US$ 13,1 trilhões em meados de 2023 e têm crescido cerca de 20% ao ano desde 2018.

Por outro lado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) argumentou que o crescimento rápido do crédito privado, juntamente com a crescente concorrência dos bancos em grandes negócios e a pressão para empregar capital, pode levar a uma deterioração do preço e de outras qualidades, incluindo “padrões de subscrição mais baixos e convenants enfraquecidos, aumentando o risco de perdas de crédito no futuro”, escreve Plender. “Não é difícil adivinhar de onde surgirá a próxima crise financeira”, ele aposta.

O colunista avalia que, por muitos anos, os mercados privados levantaram mais em ações do que os mercados públicos. Ele cita ainda a percepção de que estes investimentos “dependem substancialmente” da capacidade de aproveitar a transparência de informações e preços nos mercados públicos. “E como os mercados públicos continuam a encolher, o mesmo acontece com o valor desse subsídio”, afirma.

*Infomoney

Categorias
Economia

Vendas líquidas do Tesouro Direto têm segundo maior valor da história

As vendas de títulos do Tesouro Direto superaram os resgates em R$ 2,462 bilhões em novembro deste ano. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Tesouro Nacional, é o segundo maior valor da série histórica, atrás do recorde do mês de outubro último, quando as emissões líquidas de títulos atingiram R$ 2,528 bilhões.

No mês passado, as vendas de títulos atingiram R$ 5,764 bilhões. Já os resgates totalizaram R$ 3,302 bilhões, sendo R$ 3.109 bilhões relativos às recompras e R$ 192,5 milhões aos vencimentos, quando o prazo do título acaba, e o governo precisa reembolsar o investidor com juros.

Os títulos mais procurados pelos investidores foram os vinculados à inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), que corresponderam a 43,4% do total. Já os papéis corrigidos pela Selic – a taxa básica de juros – tiveram participação de 40,4% nas vendas, enquanto os prefixados – com juros definidos no momento da emissão – representaram 16,2%.

Os títulos vinculados à inflação têm atraído os investidores por causa da expectativa de alta da inflação oficial nos próximos meses. O interesse por papéis vinculados aos juros básicos também é justificado pelo alto nível da Selic. A taxa, utilizada para conter a inflação, está em 12,25% ao ano e pode ser elevada a 14,25% ao ano até março de 2025, consolidando um ciclo de contração na política monetária. Com a expectativa de novas altas, esses papéis continuam atrativos.

O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 150,8 bilhões no fim de novembro, com aumento de 2,5%, na comparação com o mês anterior (R$ 147 bilhões), e de 19,5% em relação a novembro do ano passado (R$ 126,2 bilhões).

Investidores

Quanto ao número de investidores, 317.934 novos participantes cadastraram-se no programa no mês passado. O número de investidores atingiu 30.553.287, alta de 14,8% nos últimos 12 meses. O total de investidores ativos – com operações em aberto – chegou a 2.776.336, aumento de 13,6% em 12 meses. No mês, o acréscimo foi de 77.910 investidores ativos.

A procura do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo considerável número de vendas até R$ 5 mil, que corresponderam a 81,5% do total de 840.211 operações ocorridas em novembro. Só as aplicações de até R$ 1 mil representaram 58,4%. O valor médio por operação foi de R$ 6.859,84.

Os investidores têm preferido papéis de curto prazo. As vendas de títulos com prazo de até cinco anos representaram 73,3%. Já aquelas com prazo de cinco a dez anos são 4,8% do total. Os papéis de mais de dez anos de prazo chegaram a 21,8% das vendas.

O balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Nacional na internet.

Fonte de recursos

O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas adquirissem títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, via internet, sem intermediação de agentes financeiros. O aplicador só precisa pagar uma taxa semestral para a B3, a bolsa de valores brasileira, que tem a custódia dos títulos.

Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.

A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, os índices de inflação, o câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis prefixados.

Fonte: Agência Brasil

Categorias
Economia

Banco Central é autônomo do Executivo, não da Constituição econômica, diz representante da banca que acionou o STF

Ao GGN, advogada explica ação no STF para fazer Copom considerar interesses econômicos da sociedade na definição da Selic; assista

O Banco Central é uma instituição autônoma dos interesses políticos do Poder Executivo, mas não é autônomo em relação à Constituição econômica, porque é um órgão de Estado e, como tal, deve obediência aos parâmetros constitucionais. Nesse sentido é que deve observar também os objetivos fundamentais da República brasileira, inclusive, o da redução da desigualdade e da erradicação da pobreza. Esses valores devem ser considerados na definição da taxa básica de juros (Selic) pelo Copom (Comitê de Política Monetária).

O entendimento acima é o ponto central da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceitos Fundamentais) apresentada pelo partido PDT ao Supremo Tribunal Federal. Representante da banca que assina a ação – Walber Agra -, a advogado Nara Cysneiro falou com exclusividade ao GGN sobre a iniciativa que visa promover um debate institucional que reconheça a omissão do Banco Central em definir parâmetros transparentes e mais plurais do que apenas observar as expectativas do mercado financeiro na definição da Selic pelo Copom.

“Nosso propósito não é que o Judiciário se substitua à autoridade monetária. Nosso propósito é que o Judiciário promova o estabelecimento de critérios objetivos para que as decisões do Copom atendem à Constituição econômica. Não queremos que o STF passe a fixar a Selic. O que queremos é que o STF determine ao Banco Central que considere valores como, por exemplo, a manutenção de postos de trabalho como [valores] relevantes para a tomada de decisão”, disse Nara Cysneiro em entrevista ao jornalista Luis Nassif, na noite de quinta (26).

“Não tiramos nada disso da cartola, isso é parâmetro constitucional para qualquer órgão público. O Banco Central é autônomo do Poder Executivo, mas não é autônomo em relação à sociedade brasileira e à Constituição Federal. Ele ainda é órgão de Estado e, portanto, deve obediência às regras constitucionais“, acrescentou.

“O Boletim Focus reflete a expectativa de um mercado específico: ele representa a expectativa do mercado financeirizado, especulativo. Mas no plano mercadológico há ainda o mercado produtivo – indústria, comércio e setores produtivos – que sofrem com o aumento da taxa Selic. Quando falamos em parametrização dessa decisão, é claro que admitimos que tem de se levar em conta o mercado financeiro, que financia muitas atividades. Mas também é preciso levar em conta a expectativa de outros mercados econômicos brasileiros. Estamos falando de ‘retirar a exclusividade de expectativa’ e ampliar a margem de discussão sobre o quanto essa taxa deveria favorecer os objetivos que a Constituição”, defendeu Nara Cysneiro.

Na visão da representante da banca Walber Agra, “no processo de fixação da taxa básica de juros, é preciso que se considere – para além das expectativas do mercado financeiro – outras expectativas que estão no parâmetro constitucional. Estamos falando de estabilidade de postos de trabalho, de desenvolvimento industrial nacional;

*GGN

 

Categorias
Economia

Desemprego cai para 6,1% no trimestre, menor patamar em 12 anos

O total de pessoas ocupadas no país chega a 103,9 milhões, segundo o IBGE.

No trimestre móvel encerrado em novembro de 2024, a taxa de desemprego recuou para 6,1%, a menor da série histórica da PNAD Contínua do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), iniciada no primeiro trimestre de 2012. Essa taxa representa 6,8 milhões de pessoas em busca de emprego no país, menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (27) pelo IBGE.

Em um trimestre, 510 mil pessoas deixaram o desemprego. Ante o mesmo trimestre de 2023, 1,4 milhão de pessoas saíram da população desocupada.

A taxa de desocupação está 8,8 pontos percentuais abaixo do recorde da série histórica da PNAD Contínua (14,9%), que foi atingido no trimestre encerrado em setembro de 2020, enquanto o número de desocupados está 55,6% abaixo do recorde da série (15,3 milhões), registrado no primeiro trimestre de 2021, sendo ambos os períodos ainda durante a pandemia de Covid19.

Ocupação e trabalho com carteira têm novos recordes
O total de pessoas ocupadas no país bateu novo recorde, chegando a 103,9 milhões de trabalhadores. Essa população ocupada havia caído ao menor contingente na série histórica (82,6 milhões) no trimestre encerrado em agosto de 2020. De lá para cá, houve alta de 25,8%, o equivalente a 21,3 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho.

Com nova alta da ocupação no trimestre encerrado em novembro, o país tem recordes também entre os empregados no setor privado (53,5 milhões) e os trabalhadores com carteira assinada (39,1 milhões), além dos empregados no setor público (12,8 milhões). O nível de ocupação, ou seja, a proporção de pessoas com 14 anos ou mais de idade que estavam trabalhando, foi recorde, novamente, chegando a 58,8%.

Para Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, “o ano de 2024 caminha para o registro de recordes na expansão do mercado de trabalho brasileiro, impulsionado pelo crescimento dos empregados formais e informais”.

Já o número de empregados sem carteira assinada não teve variação significativa no trimestre, mantendo-se em 14,4 milhões, enquanto o total de trabalhadores por conta própria (25,9 milhões) cresceu 1,8% no trimestre e ficou estável no ano. Com isso, a taxa de informalidade ficou em 38,7%, o equivalente a 40,3 milhões de trabalhadores informais. Essa taxa está ligeiramente abaixo da registrada no trimestre anterior (38,8%) e foi menor que a do mesmo período de 2023 (39,2%).

Indústria, Construção, Administração pública e Serviços domésticos puxam ocupação
Quatro dos dez grupamentos de atividade investigados pela pesquisa puxaram a alta da ocupação frente ao trimestre móvel anterior. A Indústria cresceu 2,4% (mais 309 mil pessoas), a Construção cresceu 3,6% (mais 269 mil pessoas), o setor de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais cresceu 1,2% (mais 215 mil pessoas) e os Serviços domésticos cresceram 3,0% (mais 174 mil pessoas). Somadas, essas quatro atividades econômicas ganharam mais 967 mil trabalhadores, no trimestre.

“A expansão da ocupação por meio de diversas atividades econômicas vem permitindo que tanto os trabalhadores de ocupações elementares quanto os de serviços profissionais mais avançados sejam demandados, expandindo o nível da ocupação geral da população ativa”, explica Adriana.

Em relação ao mesmo período de 2023, sete grupamentos cresceram: Indústria Geral (3,6%, ou mais 466 mil pessoas), Construção (6,0%, ou mais 440 mil pessoas), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,6%, ou mais 692 mil pessoas), Transporte, armazenagem e correio (5,8%, ou mais 322 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (4,4%, ou mais 548 mil pessoas), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,4%, ou mais 790 mil pessoas) e Outros serviços (5,0%, ou mais 270 mil pessoas). Somadas, essas sete atividades econômicas ganharam mais 3,5 milhões de trabalhadores, frente ao mesmo período de 2023.

Por outro lado, o grupamento de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura também recuou nesta comparação (-4,4%, ou menos 358 mil pessoas), enquanto os demais grupamentos ficaram estáveis.

Massa de rendimento dos trabalhadores é recorde, com alta de 2,1% no trimestre
O rendimento real habitual de todos os trabalhos (R$ 3.285) ficou estável no trimestre e cresceu 3,4% no ano. Já a massa de rendimento real habitual foi novo recorde, chegando a R$ 332,7 bilhões, com alta de 2,1% (mais R$ 7,1 bilhões) no trimestre e de 7,2% (mais R$ 22,5 bilhões) no ano.

Na comparação trimestral, apenas o grupamento Transporte, armazenagem e correio registrou alta no rendimento médio: 4,7%, ou mais R$ 141. Não houve variações significativas no rendimento médio dos demais grupamentos de atividade.

No ano, o rendimento cresceu para três atividades: Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,9%, ou mais R$ 102) Transporte, armazenagem e correio (7,8%, ou mais R$ 229) e Serviços domésticos (3,6%, ou mais R$ 43), com estabilidade nos demais grupamentos.

Categorias
Economia

O Brasil de Lula tem bala na agulha para vender U$ 3, U$ 30, U$ 300 bilhões de dólares contra os especuladores

O quadro do Brasil atual é diametralmente oposto ao da era FHC, que viveu de truques contábeis, mas não tinha tostão de reserva para, segundo o próprio, segurar o repuxo de uma crise lá na Conchichina.

No entanto, até hoje, a mídia pinta o governo FHC como a oitava maravilha do planeta, com aquela ecomomia brocha que borrou a moeda brasileira em todo o seu segundo mandato e deixou os baratas tontas de seu governo em movimento a serviço do nada.

Resultado, o Brasi quebrou três vezes em quatro anos.

Se as reservas atuais, no Brasil, feitas por Lula e Dilma formam ou não o ideal, nesses tempos bicudos, absolutamente desleais, por conta de especuladores bolsonaristas, o risco da economia brasileira sofrer um tranco, hoje, é zero. Tanto que o BC só usou um pedaço desse carvão para colocar a especulação em seu devido lugar, logo nas primeiras horas do pregão.

Isso sim, chama-se responsabilidade fiscal, porque não depende, como na era FHC, de um arranjo letal para o país com o FMI para ter um dinheiro mixuruca no cofre, enquanto a economia brasileira respirava por aparelho

Isso indica que ataques especulativos não serão tolerados pelo BC, assim que o sabotador bolsonarista, Campos Neto, pegar o caminho da~roça.

Dias atrás, o pedante, que se dizia técnico, fechou os ohos para a especulação e a bolsa de valores virou uma tourada.

Tanto Lula quanto Dilma, juntos, tornaram o Brasil credor do FMI, não o inverso como naquele baixo astral neolieral da era FHC. Simples assim.