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Mundo

Governo recebe autorização para levar avião próximo à fronteira do Egito a fim de resgatar grupo de brasileiros na Faixa de Gaza

O governo brasileiro foi autorizado pelo Egito a pousar em Al Arish, cidade egípcia a 53 km da Faixa de Gaza, para resgatar o grupo de brasileiros que aguarda permissão para deixar Gaza. O Itamaraty informou que os brasileiros devem ser autorizados a sair de Gaza ainda hoje (10).

Os estrangeiros civis que querem deixar Gaza, em razão do conflito do Israel com Hamas, estão concentrados ao sul da Faixa, na passagem de Rafah, única saída permitida para saída de estrangeiros na fronteira com o Egito.

A passagem, porém, não é aberta para todos. Uma lista tem sido preparada por autoridades da região desde o dia 1 de novembro para determinar quem pode sair e em qual dia. Até agora, o grupo de brasileiros – 34 pessoas – não recebeu a autorização.

A autorização do Egito para a FAB pousar em Al Arish é um indicativo de que a passagem dos brasileiros possa ocorrer nos próximos dias. A expectativa é que embarquem no sábado (11).

No atual planejamento do governo brasileiro, o grupo, depois de embarcar em Al Arish, no sábado, chegará ao Brasil no domingo (12).

O avião brasileiro, cedido pela Presidência da República para essa missão, é um VC-2, modelo Embraer 190, e atualmente está no Cairo, capital do Egito.

Equipes da Embaixada do Brasil no Egito devem viajar ainda nesta quinta até a passagem de Rafah para receber os brasileiros.

 

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Brasil

Governo prepara seis aviões para resgatar brasileiros na zona de conflito entre Israel e Hamas

No sábado, Itamaraty contabilizava um brasileiro ferido e dois desaparecidos. Voos devem sair de Israel a partir desta segunda; governo estuda acesso a outros aeroportos na área.

A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou neste domingo (8) o início de uma operação de repatriação de brasileiros que estão na área de conflito em Israel e na Palestina, diz o G1.

Um avião KC-30, com capacidade para 230 passageiros, será enviado ainda neste domingo de Natal (RN) para a Itália – onde ficará aguardando orientações para buscar brasileiros no Oriente Médio e devolvê-los ao solo brasileiro.

“Não sabemos ainda se essa primeira decolagem será amanhã [segunda, 9] ou na terça, dependendo da montagem dessa lista de passageiros que desejam voltar ao Brasil”, afirmou o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno.
Segundo Damasceno, a coordenação dessa operação é feita em conjunto com as embaixadas do Brasil na região.

Há uma expectativa também de normalização das operações no Aeroporto Ben-Gurion – o principal em Israel –, o que permitiria que brasileiros deixassem o país em voos comerciais, sem precisar da ajuda do governo.

O governo ainda avalia outros aeroportos, além do próximo a Tel Aviv, para repatriar os brasileiros que não estão em Israel ou podem correr risco ao tentar chegar à capital israelense.

Segundo Damasceno, a lista de passageiros deve ser fechada na manhã desta segunda-feira (9), no horário de Brasília. Os voos podem decolar já na segunda – de preferência, saindo do Oriente Médio no turno da tarde.

“À tarde, porque facilita o transporte terrestre de todas as localidades até os aeroportos. Logicamente, num momento de crise como este, os transportes terrestres têm acesso mais difícil. Se decolássemos de manhã, teríamos nossos brasileiros fazendo deslocamentos complicadíssimos durante a madrugada”, explicou o comandante da Aeronáutica.

Ainda segundo o governo, há seis aeronaves prontas para a missão:

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Política

Reparação histórica: Governo publica sentença que culpa Estado por torturar e assassinar o jornalista Vladimir Herzog durante ditadura

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC)publicou a íntegra da sentença condenatória de março de 2018, da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que responsabilizou o Estado brasileiro pela detenção arbitrária, a tortura e o assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 1975, em uma cela do Departamento de Operações de Informação — Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), subordinado ao Exército Brasileiro.

O DOI-CODI, ativo no período da ditadura militar no país (1964-1985), é considerado um dos principais centros de torturas e assassinatos de pessoas consideradas opositoras ao regime ou investigadas pelos militares.

A corte internacional condenou o Brasil a uma série de medidas. Em nota, o Ministério respondeu à reportagem da Agência Brasil que entre as medidas determinadas pela CIDH está a publicação da decisão internacional no Diário Oficial da União. A portaria foi publicada dia 29 de setembro, um mês antes de a morte do jornalista conhecido como Vlado completar 48 anos.

A nota à imprensa esclarece que o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, determinou a retomada dos casos de condenações internacionais, o que vem sendo feito desde o início do ano para cumprir as sentenças pendentes.

“O Estado brasileiro seguirá realizando esforços para avançar na implementação de cada caso e considera o cumprimento deste ponto da sentença uma manifestação importante sobre o compromisso com a democracia, o estado de direito, a proteção de jornalistas e a liberdade de expressão.”, esclarece a nota do MDHC.

Neste ano, o ministro Silvio Almeida já realizou audiência com representantes de organizações em defesa dos direitos humanos e parentes dos perseguidos políticos pelo Estado brasileiro, com o objetivo de retomar as ações de reparação da memória e justiça social às vítimas.

Condenação do Brasil
Além de reconhecer a responsabilidade do Estado brasileiro pela detenção arbitrária, tortura e assassinato de Vladimir Herzog e pela dor de seus familiares, a CIDH considerou que o país é responsável pela falta de investigação, de julgamento e de punição dos responsáveis pela tortura e pelo assassinato do jornalista, bem como pela aplicação da Lei de Anistia ( 6.683/1979) no caso. O Tribunal também responsabilizou o Brasil pela violação dos direitos a conhecer a verdade e a integridade pessoal dos familiares de Vladimir Herzog. As vítimas são a esposa, Clarice Herzog; a mãe, Zora Herzog; e os filhos Ivo Herzog e André Herzog.

Na sentença, a Corte Interamericana de Direitos Humanos também recomendou ao Estado brasileiro realizar uma investigação judicial completa e imparcial dos fatos, a fim de identificar e punir penalmente os responsáveis por essas violações, e publicar os resultados dessa investigação.

O Estado deverá considerar que os crimes de lesa-humanidade são imprescritíveis e não podem ser anistiados. E mais, a chamada Lei de Anistia e outras disposições do direito penal brasileiro não podem continuar representando um obstáculo para a ação penal contra graves violações de direitos humanos.

Ainda deve ser oferecida a reparação aos familiares de Vladimir Herzog, com os devidos tratamento físico e psicológico e a realização de atos de importância simbólica, com o objetivo de evitar a repetição de casos como o de Vlado.

O processo foi iniciado na corte internacional em julho de 2009, após o caso ser apresentado pelo Grupo Tortura Nunca Mais, de São Paulo; pelo Centro pela Justiça e o Direito Internacional (CEJIL); pela Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos (FidDH); e pelo Centro Santos Dias, da Arquidiocese de São Paulo.

Vladimir Herzog
Vlado Herzog nasceu em 1937, em Osijek, antiga Iugoslávia, atual Croácia. Ele se naturalizou brasileiro e iniciou a carreira de jornalista em 1959. Em 1975, Vladimir Herzog dirigia o jornalismo da TV Cultura, depois de ter passado pelas redações do jornal O Estado de S. Paulo, da revista Visão; e da BBC, em Londres (UK). Herzog ainda foi professor de telejornalismo na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e na Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA-USP).

De acordo com Instituto Vladimir Herzog (IVH), organização da sociedade civil criada em 2009 para celebrar o legado de Herzog, agentes do Exército convocaram Vlado, em 24 de outubro de 1975, para prestar depoimento sobre supostas ligações dele com o Partido Comunista Brasileiro (PCB).

No dia seguinte, Vlado compareceu espontaneamente ao prédio do DOI-CODI, no bairro do Paraíso, em São Paulo. No local, foi preso com mais dois jornalistas: George Duque Estrada e Rodolfo Konder.

Em depoimento, Vlado teria negado qualquer relação com o PCB. Os outros dois jornalistas, que estavam no mesmo prédio do Exército, testemunham que ao serem levados para um corredor, escutaram a ordem para que trouxessem a máquina de choques elétricos.

Vladimir Herzog nunca mais foi visto com vida. A versão oficial do Estado brasileiro à época, apresentada pelos militares, foi a de que o preso teria se enforcado com um cinto, nas grades de uma das celas do DOI-CODI.

Uma foto do jornalista morto na cela, de autoria do fotógrafo Silvaldo Leung Vieira, foi divulgada e a veracidade da imagem foi questionada pela sociedade, desde então. Em depoimento à Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, em 2013, o fotógrafo disse aos vereadores que era estudante de um curso de fotografia da Polícia Civil e não se sentiu cúmplice da mentira contada pelos militares. Ele também disse ter percebido a farsa, no cenário que teria sido montado para o registro fotográfico. A família de Herzog discordou da versão de não cumplicidade apresentada por Silvaldo.

Em 2016, na representação feita à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), os familiares do jornalista assassinado apontaram a violação de direitos, em razão da falsa versão de suicídio e da ocultação de informação sobre este caso.

Em março de 2013, em uma audiência da Comissão Nacional da Verdade, em São Paulo, a família de Vladimir Herzog recebeu, uma segunda certidão de óbito do jornalista. No novo documento, passou a constar como causa da morte de Herzog “lesões e maus tratos”, o que substituiu, formalmente, a versão de “asfixia mecânica”, divulgada pela ditadura militar à época.

*Com informações da Agência Brasil.

 

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Economia

Governo estima em US$ 93 bilhões superávit da balança comercial em 2023, maior da história

De janeiro a setembro desde ano, o saldo positivo é de US$ 71,309 bilhões, o melhor resultado para o período e para um ano.

O governo estimou que a balança comercial brasileira registrará um superávit de US$ 93 bilhões em 2023, informou nesta segunda-feira, 2, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Se confirmado, esse será o maior resultado da série histórica, que começou em 1989.

De janeiro a setembro desde ano, o saldo positivo é de US$ 71,309 bilhões, também o melhor resultado para o período e para um ano.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Mdic, em 2023, as exportações devem totalizar US$ 334 bilhões e as importações mais US$ 241 bilhões. Com isso, a corrente de comércio deverá ser de US$ 575 bilhões.

Resultado de setembro
Em setembro as exportações somaram US$ 28,431 bilhões e as importações, US$ 19,527 bilhões, com saldo positivo de US$ 8,904 bilhões e corrente de comércio de US$ 47,958 bilhões.

No ano, as exportações totalizam US$ 253,009 bilhões e as importações, US$ 181,7 bilhões, com saldo positivo de US$ 71,309 bilhões e corrente de comércio de US$ 434,709 bilhões.

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Economia

Governo anuncia redução de até 95% em tarifas nos portos do Rio e de Santos; objetivo é baixar os custos de produção

O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, anunciou que o governo Lula (PT) vai reduzir as tarifas de embarque e desembarque dos portos de Rio de Janeiro e Santos (SP) para baixar os custos de produção, segundo a Folha de S. Paulo.

Os descontos serão de até 65% em Santos e 95,5% no Rio de Janeiro. O percentual será definido com base no número de escalas que a embarcação fará, a pontuação no Índice Ambiental de Navios e o tipo de produto transportado.

O anúncio foi feito por França e Lula em vídeo publicado no sábado (17) nas redes sociais. “Nós, em seis meses, estamos fazendo a redução das tarifas dos portos do Rio de Janeiro e de São Paulo, de Santos, que é muito importante para reduzir a inflação porque os portos privados aumentaram os impostos”, disse o ministro.

O presidente disse que o caso mostra a importância de o Estado ter “ascendência” sobre alguns serviços e produtos.

“Veja o que o Márcio falou: os portos privados aumentaram os impostos e os portos que são administrados pelo Estado baixaram os impostos. Por que isso? Porque nós queremos baratear o custo da produção nesse país. Nós queremos facilitar que aqueles que produzem, aqueles que plantam, aqueles que colhem, aqueles que exportam, possam ganhar um pouco mais”, completou Lula.

O Ministério de Portos e Aeroportos elaborou uma apresentação para detalhar como serão estipulados os descontos para as embarcações. O texto diz que o objetivo da proposta é “aumentar a eficiência portuária, por meio da modernização e inovação, tornando os terminais públicos mais competitivos”.

As regras são diferentes nos portos do Rio de Janeiro e de Santos.

Em Santos, os descontos poderão chegar a até 65%. O cálculo terá como base o tipo de navegação e a frequência do uso do terminal pela embarcação.

 

Se a embarcação faz trajetos de longo curso, o desconto varia de 0% a 65%, com uma variação com base no número de escalas que o navio fará. Para os casos de transporte por cabotagem, a base de desconto será de 30%, e o teto, 65%.

Haverá ainda um adicional no desconto, a depender da pontuação ESI (sigla em inglês para Índice Ambiental de Navios). O percentual varia de 0% a 12% de acordo com o escore da embarcação.

Na PortosRio, autoridade portuária responsável pela gestão dos portos públicos do Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói e Angra dos Reis, os descontos podem chegar a até 95,5%.

Nesses portos, são considerados dois critérios para definir a taxa de desconto: a tonelagem e o produto transportado.

Em operações de longo curso, os descontos são para granéis sólidos (52,2%), granéis líquidos (44%), petróleo (61%), outros combustíveis (40,2%) e com outros fins (69,6%). O percentual varia ainda de acordo com a tonelagem de porte bruto da embarcação, com o desconto máximo (95,5%) para navios com mais de 80.001 toneladas.

Os descontos sofrem pequena variação para os casos de operação de cabotagem ou navegação interior.

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Política

Após cassação de Deltan, governo posta imagem de PowerPoint com realizações

Após decisão de cassação do mandato de Deltan Dallagnol (Podemos-PR) pelo TSE, a conta do governo federal fez uma publicação de um PowerPoint na qual destaca realizações da administração atual. A imagem relembra a montagem da primeira denúncia da Operação Lava Jato contra Lula – que foi alvo de críticas e virou meme nas redes sociais à época.

O governo compartilhou a imagem e disse que “segue trabalhando para melhorar a vida da população”, destacando alguns feitos até aqui. Nos comentários do Twitter, pessoas lembraram do PPT feito por Deltan.

Em 2016, ao apresentar denúncia contra Lula, o então procurador da República apresentou uma reprodução gráfica do que chamou de “propinocracia”. O procurador disse: “No ápice dessa pirâmide está o núcleo político, e no centro desse núcleo político está o Lula.”

Em 2020, em entrevista ao UOL, Deltan disse que poderia ter feito o PowerPoint assim como a apresentação da acusação de “modo diferente para evitar críticas”, mas reafirmou que o conteúdo refletia o que trazia a denúncia contra Lula.

Para o TSE, Dallagnol fraudou a Lei da Ficha Limpa
Deltan Dallagnol escapou de eventuais punições que poderiam resultar em sua demissão, o que o tornaria inelegível, avaliou o ministro Benedito Gonçalves, relator do caso no TSE. A cassação foi decidida com base na Lei da Ficha Limpa.

O deputado saiu do MPF em novembro de 2021 com processos administrativos pendentes contra ele no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).

Em um dos recursos que resultou na cassação, também foi citado que Dallagnol foi condenado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) em um processo que avaliou o pagamento de diárias a procuradores da Lava Jato.

Dallagnol pode recorrer da decisão, mas a perda do mandato tem efeito imediato. O ex-procurador pode apresentar embargos contra o entendimento dos ministros do TSE e até levar o caso ao Supremo Tribunal Federal.

*Com Uol

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Política

Governo aguarda Congresso para montar programa de reforma agrária

Governo Lula anunciou a integrantes do MST que lançará programa nacional de reforma agrária; gesto abre caminho para desocupações.

O governo Lula avisou a parlamentares que só planejará um programa nacional de reforma agrária depois que o Congresso confirmar o novo desenho da Esplanada dos Ministérios. Os parlamentares têm até o fim de maio para votar a reestruturação dos ministérios, feita por meio de uma medida provisória, diz Guilherme Amado, Metrópoles

Um dos impasses do texto é a definição dos órgãos que serão controlados pelo novo Ministério do Desenvolvimento Agrário, como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O Ministério da Agricultura tenta evitar uma desidratação maior ainda da pasta, que perdeu espaço também para o Ministério da Pesca.

Depois que o desenho da Esplanada dos Ministérios for sacramentado, o Ministério do Desenvolvimento Agrário começará a estruturar um programa nacional de reforma agrária.

Anunciado na última semana a interlocutores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o programa abre caminho para que o movimento desocupe áreas em Pernambuco e no Espírito Santo. Essas ocupações trazem desgaste ao governo, especialmente entre grandes empresários do setor agropecuário.

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Política

Lula integra MST ao “Conselhão” do governo em meio à crise com o agro

Governo Lula vive uma crise na relação com o agronegócio, envolvendo a participação e patrocínio ao Agrishow. Setor é resistente ao MST.

Em meio à crise na relação com o agronegócio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) integrou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o chamado “Conselhão”. A informação foi confirmada neste sábado (29/4) por Alexandre Padilha, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), segundo o Metrópoles.

“O presidente Lula convidou o MST para o Conselhão e o convite foi aceito. O trabalho na agricultura familiar vai contribuir com políticas para a produção de alimentos saudáveis no nosso país”. disse Alexandre Padilha, no Twitter. O conselho foi formado em março para auxiliar o Executivo sobre políticas públicas.

O movimento acontece em meio à disputa envolvendo o governo federal e representantes do agronegócio, setor com alta resistência à atuação do MST por reforma agrária. Nesta semana, Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, foi “desconvidado” a participar da Agrishow, evento que contará com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na abertura.

Como retaliação, o governo federal cancelou o patrocínio do Banco do Brasil ao evento. Fávaro pretendia utilizar o evento para o lançamento oficial de uma linha de financiamento em dólar para o agronegócio, que será operada pelo BNDES, e para anunciar mais recursos para o Plano Safra deste ano. A feira começa em 1º de maio, em Ribeirão Preto (SP).

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Política

Ataques às escolas passam à violência digital e governo avança com medidas

Ministério da Justiça adota medidas para combater a violência nas escolas e a disseminação de ameaças nas redes sociais.

Os ataques às escolas de todo o país passaram a correr nas redes sociais de alunos, professores e pais, desta vez em forma de ameaças. Apesar de boa parte dos conteúdos serem falsos, as mensagens vêm gerando pânico entre a comunidade escolar. Diante do cenário, o Ministério da Justiça prepara medidas para combater esse tipo de disseminação.

Os falsos alertas de ataques em diversas escolas e universidades do país foram narrados por alunos, pais e professores nesta terça (11). Com medo, parte dos estudantes e inclusive professores deixaram de comparecer às aulas.

Em algumas instituições, os educadores narram encontrar alunos chorando ou em pânico, com medo de serem alvos dos ataques. Tanto a disseminação de conteúdos falsos, como ameaças pelas redes sociais são consideradas crimes.

A pena para os criadores e disseminadores de tais mensagens é de 15 dias a 6 meses de prisão, além de multas. Com diversas medidas já anunciadas nas últimas semanas, o Ministério da Justiça se prepara para também combater esse tipo de violência, a virtual, que vem afetando o ambiente escolar.

Nesta terça (11), o ministro Flávio Dino já havia publicado a liberação de R$ 150 milhões, em edital, para ser repassado a estados e municípios com o objetivo de combater a violência nas instituições de ensino.

Esses recursos contemplam patrulhas e rondas de segurança, mas também medidas de prevenção que devem ser estabelecidos pelas escolas, além de pesquisas e monitoramento do cenário. O edital estabelece que as medidas sejam aplicadas por, pelo menos, 2 anos, com os recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública.

A medida foi anunciada por Dino na comissão da Câmara dos Deputados, na manhã desta terça (11). Na Casa, o ministro foi alvo de constrangimento e ataques pelos demais temas tratados, como o decreto de armas e as falhas na segurança no dia 8 de janeiro.

Aos deputados, o ministro também falou sobre os ataques nas escolas: “Os projetos serão apresentados ao longo do mês.”

Ele afirmou que a pasta também estava dialogando com as plataformas de tecnologia, como as redes sociais, mas afirmou que enquanto “algumas colaboram muito, outras, infelizmente, menos que o necessário para a moderação dos conteúdos de ódio, violência e apologia de violência contra crianças e adolescentes”.

Ainda na noite desta terça, após os relatos da disseminação de ameaças online nos ambientes escolares, Dino também decidiu preparar uma portaria para criar condutas para enfrentar os ataques nas redes sociais e plataformas de tecnologia.

O objetivo, segundo o ministro, seria estabelecer medidas e critérios que essas empresas de tecnologia deverão seguir, a partir de então, para conter a disseminação desses tipos de mensagens e conteúdos de violência. A proposta ainda não foi detalhada e deverá ser anunciada em breve.

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Opinião

O governo faz cem dias. A imprensa errou no período muito mais do que Lula

Reinaldo Azevedo*

O governo faz cem dias hoje. É bom ou é mau? Mais acertou do que errou ou o contrário? É verdade que lhe falta uma marca? É claro que os que me leem aqui no UOL ou me acompanham em “O É da Coisa” (BandNews FM), na Folha, no Podcast “Reconversa” e nas redes conhecem as respostas secas e objetivas para tais indagações. Mas quero aqui fazer um percurso com vocês. E começo lembrando que inexiste no empíreo uma ordem perfeita, de que a terrena seja um espelho deformado. Não há, no mundo das ideias, um governo arquetípico — que sirva de modelo, de padrão, de paradigma — para governos terrenos. Logo, dizer se uma gestão é boa ou má remete a uma questão de valores, critérios e desejos. A resposta não revela apenas algo do governo. Também diz muito do respondente: quer o quê?; gosta de quê?; dá importância a quê? A avaliação que mais vai contar, daqui a quatro anos, será a do povo, é claro! A mais influente nos cem dias é a da imprensa. E esta errou no seu ofício, na média e com as exceções de sempre, bem mais do que Lula no dele. Vamos lá.

O que é, para esse tal Reinaldo Azevedo, um bom governo? Respondo:
1 – fortalece o estado democrático e de direito, com especial atenção aos direitos humanos;
2 – busca fazer com que a democracia caiba na economia, para não descambar para o populismo, e com que a economia caiba na democracia, para dar resposta à obscena desigualdade que há no Brasil;
3 – olha também para o futuro, não se deixando consumir apenas pelas urgências da hora.

Fossem os cem dias um retrato antecipado do que serão os quatro anos, e eu não teria receio de afirmar: teremos um governo excelente. Mas vocês também sabem que não dou, assim, tanta atenção a esse negócio. No Brasil, poucas coisas mudam tanto quanto o passado, não é mesmo? Onde estão as vozes do Apocalipse que previram em novembro um déficit primário, neste ano, de R$ 260 bilhões? Hoje, projeta-se algo em torno de R$ 100 bilhões. E não que tenha havido algum formidável “fato novo”. O que se fez foi previsão errada mesmo. Porque vertida pelo fel da ideologia, do preconceito e de interesses contrariados fantasiados de apego à racionalidade.

MARCA DOS CEM DIAS
Os analistas, críticos, cronistas e opinadores fazem seus balanços. Também faço o meu. Com uma diferença em relação a alguns enfezados: exponho os meus critérios. Sei lá que diabo buscam com a tal “marca”. Li um texto, de involuntário apelo cômico, segundo o qual a de Bolsonaro foi, por exemplo, a privatização. É sério? Qual? Aquela da Eletrobras? Escrevi a respeito. “E a reforma da Previdência?” Goste-se dela ou não, foi herança do governo Temer. A ascensão do bolsonarismo atrasou a sua aprovação em quase um ano.

Esse governo apresentou uma proposta de “arcabouço fiscal” que, aprovado como está — e noto que críticos precipitados começam a se dar conta dos quilômetros de bobagens que escreveram —, entregará previsibilidade ao país, substituindo o teto de gastos, que já havia caducado há muito. Como a expectativa, e apontei isto aqui, era de que viria uma proposta vertendo keynesianismo ou desenvolvimentismo a cada vírgula — e observo que não estou demonizando tais palavras —, foi difícil fazer o cérebro abandonar o preconceito e pegar no tranco. “Onde está o corte de gasto?” De quais gastos? A imprensa tem de dizer, santo Deus! Até adolescente de Enem está obrigado a apresentar resposta para o problema que aponta. Mais: o corte que alguns querem fazer, seja qual for, passará pelo Congresso?

Se querem a uma “nova marca” em cem dias, podem me dizer por que o marco fiscal não serve? O que há de errado numa proposta que faz a despesa crescer necessariamente menos do que a receita e que, adicionalmente, mesmo que as vacas da arrecadação deem muito leite, impõe um teto para a expansão do gasto, mas também estabelece um piso para evitar o sucateamento dos aparelhos públicos em caso de dias ruins?

Anotem porque tem a sua graça: alguns medalhões do liberalismo e do conservadorismo estão sendo convocados para opinar sobre a proposta. E, ora vejam, estão gostando. Afinal, muitos deles têm lá suas convicções e ideologia, mas também têm uma biografia. A 5ª Série do Liberalismo Enfezado ficou pendurada na brocha.

Querem saber? Uma imprensa realmente responsável deveria, a esta altura, fazer a defesa do texto, tentando protegê-lo de interferências do Congresso que venham a desfigura-lo. Mas quê… A 5ª série queria fazer barulho.

1 – DEMOCRACIA, ESTADO DE DIREITO E DIREITOS HUMANOS
Um bom governo, segundo os critérios deste escriba, fortalece a democracia, o estado de direito, com ênfase especial nos direitos humanos. Estou nessa profissão há 37 anos. Numa mirada de décadas, acho verdadeiramente

assustador que, num balanço de cem dias, se dê tão pouca importância à forma como o governo enfrentou uma tentativa de golpe de Estado, com evidente infiltração nas Forças Armadas e nas Polícias — com o destaque conhecido da PM do Distrito Federal.

Poucos, ocupando a cadeira presidencial, teriam resistido à tentação de convocar as Forças Armadas para uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) — e não faltou quem aconselhasse o presidente a fazê-lo —, hipótese, então, em que o governo se tornaria, doravante, uma espécie de refém daquelas que não moveram um coturno para evitar a ocupação ilegal de áreas de segurança do Exército país afora, muito especialmente em Brasília. Lula sentiu o cheiro da desestabilização de seu governo e da tentativa de transformá-lo em boneco de mamulengo de obscuras vontades fardadas. E comandou a resistência civilista à ação golpista, em parceria com o Judiciário e com o Legislativo. Venceu os golpistas e trocou o comando do Exército. Em vez de se intimidar, fez valer a autoridade que lhe é conferia pela democracia e pela Constituição.

Observem: essa questão desapareceu dos tais “balanços”. Se, numa mirada de décadas, posso me assustar que a imprensa dê tão pouco destaque a essa questão, olhando a sua trajetória da Lava Jato para cá, bastante contaminada por correntes de pressão das redes, não há surpresa nenhuma. Ela se deixou contaminar, e não é pouco, pela confusão promovida pela extrema-direita entre crime e liberdade de expressão.

O novo governo assumiu, e fomos confrontados com o horror na Terra Yanomami. Por ação e omissão, promovia-se em Roraima o extermínio de um povo. E a indústria da morte e da destruição estava em curso em área que nem está “sub judice”. Não há pendengas de natureza legal sobre a reserva. Tratava-se apenas da expressão mais escandalosa e maligna do modo como as populações mais vulneráveis foram tratadas no governo de Jair Bolsonaro. Lula reestruturou a Esplanada também para que o governo para que indígenas, mulheres, negros, cultura, diversidade sexual e os excluídos de maneira geral tenham voz em ministérios. Lembro trecho do discurso de Silvio Almeida (Direitos Humanos) no dia da sua posse: “Por isso, permitam-me, como um primeiro ato, como ministro, dizer o óbvio, que, no entanto, foi negado nos últimos quatro anos. Trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, vocês existem e são valiosos para nós. Mulheres do Brasil, vocês existem e são valiosas para nós. Homens e mulheres pretos e pretas do Brasil, vocês existem e são pessoas valiosas para nós. Povos indígenas deste país, vocês existem e são valiosos para nós. Pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, travestis, intersexo e não-binárias, vocês existem e são valiosas para nós.”

Um governo que enfrentou e venceu o golpe; que interveio para pôr fim ao genocídio yanomami; que resolveu enfrentar a tara armamentista do bolsonarismo; que ousa dar voz a quem não tem, sem temer a indústria de difamação nas redes sociais, bem, meus caros, esse governo existe e é valioso para o Brasil.

2 – DEMOCRACIA E ECONOMIA
O secretário-executivo do Ministério da Economia, Gabriel Galípolo, foi criticado por muitos dia desses porque afirmou, ao defender o texto do arcabouço fiscal, que “a democracia deve caber na regra econômica”. Não vejo nada de errado na frase. Até porque, convenham, invertam-se os termos, e dá na mesma: também a regra econômica tem de caber na democracia, o que, por exemplo, não aconteceu durante o governo Bolsonaro. Jair Bolsonaro se aproveitou do seu particularíssimo entendimento com o Congresso e enfiou goela abaixo do Supremo duas PECs inconstitucionais — a dos benefícios sociais e a dos combustíveis — para tentar ganhar a eleição. O mixuruca superávit primário de Paulo Guedes custou a paralisia da máquina pública. O Orçamento que esses dois gigantes enviaram ao Congresso para 2023 previa R$ 34 milhões para o Minha Casa Minha Vida, cortava R$ 16 bilhões da Saúde e R$ 12 da Educação, reduzia Ciência e Tecnologia à miséria, entre outras delicadezas.

Sim, “a democracia tem de caber na regra econômica” porque é evidente que o atendimento às múltiplas carências do país sem olhar para as contas produz o efeito contrário ao pretendido. Mas isso não implica, por si, menos democracia. Também supõe que mudem regras, métricas, procedimentos, alocação de recursos. Não é isso o que propõe o novo arcabouço fiscal?

Pergunto: o então apenas presidente eleito não estava fazendo a “economia caber na democracia” quando propôs a PEC da Transição, numa articulação muito bem-sucedida com o Congresso, recebendo a crítica unânime da imprensa — que abrigou opiniões divergentes, mas sempre minoritárias —, o que classifico de mais um erro histórico?

Erro da imprensa, não do petista, que fique claro!

Nesses cem dias, não se está fazendo “a economia caber na democracia” — com evidente acento social — quando se refundam (esse é o verbo correto) o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família, o Mais Médicos, o Programa de Aquisição de Alimentos? Acho absurda, escandalosa mesmo, a avaliação de que tais programas são velharias, mera reciclagem de antiguidades, um verdadeiro museu de novidades. Tal opinião desperta em mim o que chamo de “fascínio às avessas”, que é a estupefação. Quantos milhões de pessoas são atendidas eles? Qual foi o custo social da sua desestruturação (Bolsa Família), destruição (Minha Casa Minha Vida) ou abandono (Mais Médicos)? São programas com cheiro. De povo.

Naquela minha mirada de 37 anos de profissão, é surpreendente que a tese da velharia seja quase um consenso na grande imprensa. Olhando a trajetória dos anos recentes, infelizmente, nada há de surpreendente. Entendo que esses programas não devem ser nem velhos nem novos, mas permanentes. Parte da destruição do atendimento aos vulneráveis ajudou a fazer aquele superávit primário pilantra e mixuruca que tanto orgulho deu a Paulo Guedes.

Um governo que buscou, antes mesmo de tomar posse, fazer com que a democracia coubesse na economia, e a economia, na democracia é valioso para o Brasil.

3 – O FUTURO, ALÉM DA URGÊNCIA DA HORA
O presidente já conversou com 27 chefes de Estado em três meses, embarca amanhã para a China e vai participar da reunião do G7, o que já aconteceu entre 2004 e 2009, em dois primeiros mandatos. O Brasil volta a ser um ator importante no cenário mundial. Como esquecer o vácuo que se abriu em torno de Bolsonaro quando foi à reunião do G20, na Itália, em 2021. Transcrevo trecho da reportagem de Jamil Chade, neste UOL:
“Cada um deles [chefes de estado], ao entrar no local e antes da cúpula oficial começar, encontrava rapidamente um velho amigo, um aliado ou um parceiro comercial. Quando o brasileiro chegou, não teve opção: cruzou o salão e foi diretamente para uma mesa onde garçons serviam um café. Nesse trajeto, não foi cumprimentado por ninguém, não parou para apertos de mão. Com um dos garçons, puxou conversa: “Todo mundo italiano aí?”. Sem graça, o senhor que servia apenas fez um gesto positivo com a cabeça. Bolsonaro não desistia e falou de suas origens italianas. Mas não conseguia atrair a atenção dos garçons. Começou então a fazer uma piada com a final entre Brasil e Itália, na Copa de 1970. Ninguém entendeu.”

Lula continua a ser uma sensação no mundo, gostem ou não do que diz. De certo modo, Bolsonaro colaborou porque a vitória sobre a arruaça qualificou ainda mais o currículo do petista.

Há mais: a questão ambiental volta a ser prioridade. Nos cem dias, é um acerto e tanto. Tudo indica que isso servirá, vamos ver, para atrair investimentos que vão gerar emprego e renda. O país sai da condição de pária e volta a ser um dos principais interlocutores na questão da emergência climática. Não se trata apenas de coibir o desmatamento — e esse “apenas” quer dizer que não se resume a isso: o meio ambiente também é uma oportunidade de negócio e um compromisso com um novo desenvolvimento. “Ah, ainda não aconteceu…” Mas são cem dias apenas, certo?

ERROS
“Ah, então não há erros nesses cem dias, Reinaldo?” Aqui e ali, percebi mais erros de condução do que de fundamento. Eu definitivamente, não considero que Roberto Campos Neto é dotado da infalibilidade papal, por exemplo. Ou que a paridade de preços dos combustíveis aplicada pela Petrobras seja cláusula pétrea. Ou que se trata de um pecado mortal discutir taxa de juros mais baixas do BNDES — depende da atividade, não é? É ou não um banco de fomento? Trecho da Lei das Estatais tem de ser mesmo mudado porque inconstitucional. As críticas aos decretos sobre o marco do saneamento são mera escandalização do nada. Voltarei a esses pontos, marcados por crispação exagerada no noticiário, em outro texto. Este já vai longe.

Com todas as vênias aos que pensam de modo diferente, insisto: fossem os cem dias um prenúncio dos quatro anos, Lula se reelegeria ou elegeria alguém com os pés nas costas, seja por aquilo que já fez — e que terá desdobramentos — seja por aquilo que já encetou e que terá consequências. A imprensa, na média, errou e erra bastante:
– erra quando ignora, em seu balanço, a vitória sobre o golpe e suas consequências;
– erra quando ignora que o arcabouço fiscal já é marca dos cem dias;
– erra quando ignora a retomada da política de direitos humanos e de proteção aos vulneráveis;
– erra quando ignora que a reestruturação de programas sociais dá a necessária dimensão social à democracia;
– erra quando ignora a reinserção do Brasil no mundo.

Errou quando atacou a PEC da Transição e erra absurdamente quando busca estabelecer falsas simetrias entre petismo e bolsonarismo. Mas também isso é matéria para outro texto.

Afinal, essa imprensa, com todas as suas diferenças, quer o quê?, gosta de quê?, dá importância a quê?

Já disse o quero, do que gosto e a que dou importância.

*Uol

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