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Rússia lança ondas de ataques de drones em Kiev, dizem militares da Ucrânia

Destroços de drones caíram perto de prédio residencial com serviços de emergência trabalhando no local, segundo o prefeito

A Rússia lançou várias ondas de drones visando Kiev na manhã desta segunda-feira (30), com unidades de defesa aérea defendendo a cidade com sucesso durante o ataque que durou mais de cinco horas, disseram os militares ucranianos.

Testemunhas da Reuters ouviram inúmeras explosões na capital ucraniana, no que pareciam sistemas de defesa aérea em operação, e viram objetos sendo atingidos no ar.

Todos os drones que a Rússia lançou contra Kiev foram destruídos por sistemas de defesa ou neutralizados por guerra eletrônica, disse Serhiy Popko, chefe da administração militar de Kiev, no aplicativo de mensagens Telegram.

De acordo com informações preliminares, não houve vítimas nem danos relatados, ele acrescentou. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse que destroços de drones caíram perto de um prédio residencial com serviços de emergência trabalhando no local.

A força aérea ucraniana disse nesta segunda-feira que abateu 67 dos 73 drones e um dos três mísseis lançados pela Rússia durante o ataque.

O governador Ruslan Kravchenko não relatou danos à infraestrutura crítica ou residencial na região ao redor da capital. Ele disse que o ataque causou incêndios em cinco distritos da região, mas não houve vítimas.

O governador de Mykolaiv, Vitaliy Kim, disse que o ataque causou um incêndio em uma instalação de infraestrutura crítica na região sul.

A Rússia lançou vários ataques aéreos contra Kiev e Ucrânia ao longo de setembro, visando a infraestrutura energética, militar e de transporte da Ucrânia, em ataques que mataram dezenas de civis.

A Rússia nega ter como alvo civis na invasão em grande escala que chamou de “operação especial” quando foi lançada em fevereiro de 2022.

(Reportagem de Gleb Garanich, Valentyn Ogirenko, Pavel Polityuk, Sergiy Karazy e Anastasiia Malenko, em Kiev)

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Morte de líder do Hezbollah acirra conflito e põe Israel em alerta

Em mais um episódio da escalada nas tensões no Líbano, ataque de Israel à cúpula do Hezbollah matou principal líder da organização.

A crise no Líbano escalou entre a noite de sexta-feira (27/9) e o início deste sábado (28/9). Um ataque massivo do Exército israelense atingiu uma base do Hezbollah em Beirute e matou os principais líderes da organização, entre eles o chefe do grupo, Hassan Nasrallah.

Após o episódio, a preocupação em torno de um acirramento da violência no Oriente Médio cresceu. Mesmo com a perda de seu principal nome, o Hezbollah prometeu continuar a guerra contra Israel “em apoio a Gaza e à Palestina, e em defesa do Líbano”.

Israel, por sua vez, não deu trégua. Após bombardear a base do grupo xiita, militares voltaram a lançar ataques aéreos na região de Dahieh, em Beirute. Segundo o Exército, a operação matou Hassan Khalil Yassin, que integrava o núcleo de inteligência do Hezbollah, diz o Metrópo9les.

Ainda neste sábado, sirenes de alerta soaram em Tel Aviv. O governo israelense informou que tratava-se de um míssil lançado do Iêmen, que foi interceptado.

Em uma mensagem divulgada pelo seu porta-voz, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres demonstrou preocupação com o acirramento do conflito. “O secretário-geral está profundamente preocupado com a dramática escalada dos acontecimentos em Beirute nas últimas 24 horas”, diz o comunicado.

“Este ciclo de violência deve parar agora, e todos os lados devem recuar do abismo. O povo do Líbano, o povo de Israel, assim como a região mais ampla, não podem se dar ao luxo de uma guerra total”, disse.

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Israel afirma que ‘desmantelou’ comando do Hezbollah, mas vai continuar a atacar o Líbano

Porta-voz das Forças de Defesa de Israel disse que o país deve promover novos ataques no Líbano para atingir estruturas do Hezbollah mesmo em bairros super habitados

O Exército de Israel afirmou neste sábado (28) que “desmantelou” o grupo extremista Hezbollah, ao “eliminar” grande parte de seus comandantes em um ataque realizado em Beirute, no Líbano. O ataque que ocorreu neste sábado (28), além de Sayyed Hassan Nasrallah, que liderava o Hezbollah desde 1992 e teve sua morte confirmada pela organização na manhã de hoje, Israel declarou que também “eliminou” outros líderes importantes do grupo, embora ainda não tenha fornecido uma lista detalhada dos nomes ou cargos dos demais alvos atingidos na operação.

Este ataque, considerado um dos mais significativos contra o Hezbollah, intensifica ainda mais a tensão na região, já que o grupo tem sido um dos principais adversários de Israel, com o apoio do Irã e envolvimento em conflitos no Oriente Médio por décadas.

Veja a lista de mortes divulgadas por Israel:

  • Ibrahim Muhammad Qahbisi, chefe do Comando de Mísseis e Foguetes;
  • Ibrahim Aqil, chefe de Operações e comandante da Força Radwan;
  • Fuad Shukr, comandante militar de mais alta patente na organização e chefe da unidade estratégica da organização;
  • Ali Karki, comandante do Hezbollah da fronteira sul do Líbano, que faz divisa com Israel;
  • Wissam al-Tawil, comandante da Força Radwan.
  • Abu Hassan Samir, chefe da unidade de Treinamento da Foça Radwan;
  • Muhammad Hussein Srour, comandante do Comando Aerial;
  • Sami Taleb Abdullah, comandante da unidade Nasser;
  • Mohammed Nasser, comandante da unidade Aziz.

De acordo com o serviço de inteligência do Exército israelense, o Hezbollah tem ainda um outro líder do mais alto comando que está vivo, Abu Ali Rida, que é comandante da unidade Bader.

Um porta-voz das Forças de Defesa de Israel disse que o país deve promover novos ataques no Líbano para atingir estruturas do Hezbollah mesmo em bairros habitados.

Israel vem atacando o Líbano mais intensamente há uma semana, que já deixaram mais de 700 mortos e provocaram o mais êxodo do país desde a guerra de 2006, também entre Israel e Hezbollah.

O Exército de Israel informou que enviou duas brigadas para o norte de Israel e está acionando três batalhões da reserva para uma possível incursão terrestre no Líbano. Por enquanto, porém, essa incursão não foi confirmada.

Apesar das mortes e dos milhares de desabrigados, o Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse, neste sábado, que a guerra não é contra o povo libanês.

“Ele (Nasrallah) foi o assassino de milhares de israelenses e cidadãos estrangeiros. Ele era uma ameaça imediata às vidas de milhares de israelenses e outros cidadãos”, declarou o ministro. “Ao povo do Líbano, eu digo: Nossa guerra não é com vocês. É hora de mudar”.

Os conflitos no Oriente Médio começaram em 7 de outubro do ano passado, quando o Hamas, da Faixa de Gaza, atacou uma festa rave em Israel e outros pontos do país, deixando mais de 1.200 mortos e sequestrando centenas de israelenses.

Israel passou a atacar a Faixa de Gaza na sequência, alegando que o alvo eram integrantes do Hamas. No entanto, os ataques que ocorrem desde então devastaram a região da e deixaram mais de 40 mil palestinos mortos, a grande maioria de civis.

Em apoio ao Hamas, o Hezbollah também começou a atacar Israel ainda no ano passado. O conflito entre o exército israelense e o grupo libanês permanece desde então, mas se intensificou na semana passada, após explosões em série de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah, que acusam Israel pelo ataque.

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Milei leva metade da Argentina à pobreza

PIB em retração, explosão da pobreza, indigência e fome. Os resultados da política de extrema direita de Javier Milei.

O número de argentinos vivendo abaixo da linha da pobreza explodiu no primeiro semestre deste ano. A política neoliberal de austeridade do presidente Javier Milei levou 15,7 milhões de pessoas para o patamar abaixo da linha da pobreza. Os reflexos da política de extrema direita foram divulgados ontem (27) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos do país (Indec). O estudo, que abrange 31 aglomerados urbanos, aponta que mais da metade das pessoas (52,9%) estão em situação de pobreza. Isso significa também que 4,3 milhões de famílias, ou 42,5% delas, estão em situação de insegurança.

Javier Milei completou 10 meses de mandato. Agora, ele enfrenta os resultados de sua política. Uma Argentina assolada por uma grave crise econômica e social. O país sofre com altos índices de endividamento, câmbio desvalorizado, reservas internacionais escassas e uma inflação alarmante de 236%.

Durante os primeiros seis meses do governo Milei, 3,4 milhões de pessoas caíram na faixa da pobreza, um aumento de 11,2% em relação ao segundo semestre de 2023, quando 12,3 milhões de pessoas (41,7% da população) estavam nessa condição.

Milei e indigência
Para classificar quem está abaixo da linha da pobreza, o Indec calcula o rendimento das famílias e o acesso a necessidades básicas. Isso inclui alimentos, vestuário, transporte, educação e saúde. Além do aumento da pobreza, a pesquisa aponta que 5,4 milhões de pessoas (18,1% da população) estão em situação de indigência, ou seja, sem acesso a uma cesta de alimentos suficiente para suprir as necessidades diárias de energia e proteína. No segundo semestre de 2023, esse número era de 3,5 milhões (11,9%).

Quando se observam as famílias, 1,4 milhão delas foram consideradas indigentes (13,6%) no primeiro semestre deste ano, comparadas às 870 mil registradas no fim de 2023 (8,7%). A alta nos preços continua sendo um dos maiores desafios para os argentinos. No primeiro semestre, a inflação acumulada no país foi de 79,8%, gerando ceticismo nas ruas quanto à relação entre o índice geral e o custo da cesta de produtos consumidos pela população, especialmente a mais vulnerável.

Recessão e desemprego
O agravamento da crise social está ligado à recessão econômica. No primeiro trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) argentino recuou 5,1%, seguido de uma queda de 1,7% no segundo trimestre. Esse cenário recessivo tem contribuído para o aumento do desemprego, especialmente no setor privado, que demitiu cerca de 177 mil funcionários entre novembro de 2023 e abril de 2024, segundo um relatório do Centro de Estudos de Política Econômica (Cepa).

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Hezbollah confirma morte de Hassan Nasrallah, líder do grupo

Líder do Hezbollah foi atingido por ataque com mísseis em Beirute na sexta-feira (27)

O Hezbollah do Líbano confirmou neste sábado (28) que o seu líder Sayyed Hassan Nasrallah foi morto e prometeu continuar a batalha contra Israel.

A morte ocorreu durante um ataque aéreo massivo de Israel no que disse ser a “sede central” do Hezbollah no sul de Beirute na sexta-feira (27).O grupo disse que Nasrallah foi morto após um “traiçoeiro ataque aéreo sionista nos subúrbios do sul”.

O chefe do exército de Israel, Herzi Halevi, disse que o ataque foi realizado “após um longo período de preparação” e “no momento certo, de forma muito contundente”. Halevi também alertou que este não era o fim da “caixa de ferramentas” de Israel e que há “mais ferramentas no futuro”.

As FDI continuaram a atacar edifícios de Beirute na sexta-feira, alegando que foram usados ​​pelo Hezbollah como centros de comando e locais de produção e armazenamento de armas. Pelo menos seis pessoas morreram e 91 ficaram feridas nos ataques de Israel em Beirute, disse o Ministério da Saúde libanês, acrescentando que a contagem de vítimas “não era definitiva”.

Nasrallah transformou o Hezbollah numa das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio. Filho de um dono de mercearia e de sua esposa, nasceu em Beirute, em agosto de 1960, ele passou o início da adolescência sob a sombra da guerra civil do Líbano, segundo a CNN.

Quando Israel invadiu o Líbano em 1982, em resposta aos ataques da Organização de Libertação da Palestina, Nasrallah reuniu um grupo de combatentes para resistir à ocupação – que evoluiria para o Hezbollah. O grupo já estava se recuperando depois que as explosões atingiram pagers e walkie-talkies de propriedade de membros do Hezbollah.

Resposta do Irã: O Líder Supremo do Irã, Ali Khamenei, enviou uma mensagem de segurança ao Hezbollah, dizendo que “todas as forças de resistência regionais” estão ao lado do grupo. Na sua primeira mensagem desde que os militares israelenses reivindicaram o assassinato de Nasrallah, Khamenei disse que Israel era “demasiado pequeno para causar danos significativos” ao grupo libanês. O destino da região, disse ele, “será determinado pelas forças de resistência, no topo das quais está um Hezbollah vitorioso”.

Israel continuou a atacar o Líbano neste sábado (28), com Beirute novamente como alvo. Os ataques aéreos israelenses atingiram vários locais no leste e no sul do Líbano, informou a Agência Nacional de Notícias Libanesa (NNA). As áreas atingidas incluem cidades de Baalbek, no leste, e Nabatiyeh, no sul, disse a NNA, acrescentando que um número não especificado de pessoas foi morta nos ataques.

Num comunicado na manhã deste sábado, os militares israelenses disseram que conduziram “ataques extensos” nas últimas duas horas na área de Beqaa e no sul do Líbano, alegando que tinham como alvo lançadores do Hezbollah, instalações de armazenamento de armas e locais de infraestrutura.

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Enquanto massacra os palestinos e bombardeia o Líbano, Netanyahu ameaça o Irã e é vaiado na ONU

Primeiro-ministro de Israel discursou nesta sexta-feira na ONU e foi vaiado durante sua fala.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ameaçou o Irã nesta sexta-feira (27), em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), informa o jornal O Globo. Netanyahu culpou o país vizinho pela escalada na região e disse que responderá com fogo em caso de novos ataques em território israelense. Ele também justificou os massacres cometidos por Israel em Gaza e no Líbano.

“As milícias do Irã na Síria e no Iraque bombardearam Israel dezenas de vezes no último ano. Abastecidos pelo Irã, terroristas palestinos na Judeia e Samaria [como Israel chama a Cisjordânia] perpetraram vários ataques lá e por Israel. Pela primeira vez, o Irã atacou diretamente Israel a partir do seu próprio território, disparando 300 drones, mísseis de cruzeiro e balísticos contra nós. Eu tenho uma mensagem para os tiranos em Teerã: se vocês nos atacarem, nós vamos atacar vocês. Não há um lugar no Irã que Israel não possa atingir”, disparou Netanyahu.

O discurso do primeiro-ministro israelense foi boicotado por delegações de diferentes países presentes na Assembleia Geral da ONU. O presidente da sessão precisou pedir silêncio para as pessoas que vaiavam Netanyahu. Ele afirmou que nem pretendia comparecer ao evento, mas que precisava “esclarecer” as coisas.

“Eu não pretendia vir aqui neste ano. Meu país está em guerra, lutando pela sua vida. Mas após ouvir as mentiras e calúnias levantadas por muitos dos porta-vozes neste púlpito, eu decidi vir aqui e esclarecer as coisas. E aqui está a verdade: Israel busca a paz (…).Israel fez a paz e vai fazer a paz de novo”, disse Netanyahu, enquanto seu país continuava atacando pontos no Oriente Médio. As Forças Armadas de Israel (FDI) voltaram a bombardear alvos no Líbano e na Síria na manhã desta sexta-feira.

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Guerra se expande e capital de Israel é atacada por mísseis do Iêmen

Exército de Israel confirmou ataque contra áreas centrais do país, incluindo a capital Tel Aviv, nesta quinta-feira (26/9).

Envolvido na guerra da Faixa de Gaza e ameaçando iniciar um novo conflito contra o Hezbollah, no Líbano, Israel foi alvo de um ataque de mísseis disparados do Iêmen, nesta quinta-feira (26/9).

Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), os projéteis tiveram como alvo áreas centrais do país, como a capital Tel Aviv. O exército, no entanto, disse ter identificado apenas um projétil, que foi interceptado pelo sistema de defesa aéreo israelense.

Autoridades de Israel ainda não deram maiores detalhes sobre o caso. A mídia do país, no entanto, afirma que ao menos 17 pessoas ficaram feridas no ataque.

Até o momento, os Houthis – que controlam parte do Iêmen – ainda não reivindicaram o ataque. A ofensiva contra o território israelense, no entanto, aconteceu horas após o líder do grupo, Sayyed Abdul-Malik Badreddin al-Houthi, anunciar apoio ao Hezbollah em meio à intensificação dos bombardeios de Israel no Líbano.

No último dia 15 de setembro, o grupo iemenita já havia atacado Israel com um míssil supersônico, sem deixar vítimas fatais.

Os Houthis, junto de grupos que fazem parte do chamado eixo da resistência, têm realizado uma série de ofensivas contra Israel em apoio ao Hamas desde o início da guerra na Faixa de Gaza. A organização do Iêmen tem atuado, principalmente, em ataques contra embarcações no Mar Vermelho.

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Israel rejeita proposta dos EUA e aliados para cessar-fogo com o Hezbollah

Governo israelense afirmou que exército foi ordenado a ‘combater’ o grupo libanês ‘com força total’.

O governo de Israel rejeitou a proposta de cessar-fogo com o Hezbollah, uma organização política e paramilitar libanesa, feita pelos Estados Unidos e seus aliados.

“Não haverá cessar-fogo no norte. Nós vamos continuar lutando contra a organização terrorista Hezbollah com toda a nossa força até a vitória e o retorno seguro dos moradores do norte para suas casas”, escreveu o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, em suas redes sociais, nesta quinta-feira (26).

Mais cedo, uma nota divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou que o Exército foi ordenado a continuar “combatendo” o Hezbollah “com força total”.

Escalada do conflito

Os países haviam proposto uma trégua de 21 dias para frear o avanço do conflito. Na madrugada desta quinta-feira (26), 23 sírios morreram na cidade libanesa de Younine, em decorrência de ataques aéreos feitos pelas Forças Armadas de Israel contra instalações do Hezbollah. Entre as vítimas, no entanto, a maioria são mulheres e crianças, de acordo com o prefeito Ali Qusas.

Israel começou a atacar o Líbano na semana passada, quando ocorreram centenas de explosões de pagers e walk talkies, tecnologias obsoletas escolhidas justamente para evitar interceptações. Um informe do ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad, apontou para 37 mortos e 3.539 feridos.

Na segunda-feira (23), Israel iniciou os ataques aéreos, matando 558 pessoas e ferindo cerca de 1.8 mil. Segundo as autoridades libanesas, é o número mais alto em um dia desde o fim da guerra civil no país (1975-1990).

O que dizem os países envolvidos?

O governo israelense diz que a investida contra o Hezbollah é necessária para permitir que seus cidadãos voltem para o norte de Israel, quase um ano após terem deixado suas casas devido a ataques do grupo libanês em apoio aos palestinos da Faixa de Gaza. O Hezbollah é aliado do Hamas e vem lançando foguetes do Líbano em direção ao norte de Israel desde outubro de 2023.

Por sua vez, o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, afirmou que o governo de Benjamin Netanyahu vem matando civis em território libanês, durante reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), no começo da semana. “Israel está violando nossa soberania ao enviar seus aviões de guerra e drones para nossos céus”, disse Mikati.

“Os libaneses rejeitam a guerra e acreditam na estabilidade. Israel nunca parou de violar as resoluções adotadas pela ONU. O Líbano não está pedindo por caridade”, completou.

Por sua vez, o Irã, patrocinador do Hezbollah, disse nesta quarta (25) que o Oriente Médio enfrenta uma “catástrofe em grande escala” e advertiu que Teerã apoiará o Líbano “por todos os meios” caso Israel intensifique sua ofensiva contra o Hezbollah.

“A região está à beira de uma catástrofe em grande escala. Se não for controlada, o mundo enfrentará consequências catastróficas”, declarou o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, também em reunião da ONU, acrescentando que seu país “apoia o povo do Líbano por todos os meios”.

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Putin emite alerta nuclear ao Ocidente sobre Ucrânia

As inovações delineadas por Putin incluem uma ampliação das ameaças sob as quais a Rússia consideraria um ataque nuclear.

MOSCOU (Reuters) – O presidente Vladimir Putin advertiu o Ocidente nesta quarta-feira que a Rússia poderia usar armas nucleares se fosse atingida por mísseis convencionais, e que Moscou consideraria qualquer ataque a ela apoiado por uma potência nuclear como um ataque conjunto.

A decisão de mudar a doutrina nuclear oficial da Rússia é a resposta do Kremlin às deliberações dos Estados Unidos e do Reino Unido sobre a permissão ou não para que a Ucrânia dispare mísseis convencionais ocidentais contra o território russo.

Putin, na abertura de uma reunião do Conselho de Segurança da Rússia, disse que as mudanças eram uma resposta a um cenário global em rápida mudança, que havia gerado novas ameaças e riscos para a Rússia.

O chefe do Kremlin, de 71 anos, principal tomador de decisões sobre o vasto arsenal nuclear russo, disse que queria enfatizar uma mudança importante em particular.

“Propõe-se que a agressão contra a Rússia por qualquer Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um Estado nuclear, seja considerada como um ataque conjunto à Federação Russa”, disse Putin.

“As condições para a transição da Rússia para o uso de armas nucleares também estão claramente fixadas”, disse Putin, acrescentando que Moscou consideraria tal medida se detectasse o início de um lançamento maciço de mísseis, aeronaves ou drones contra ela.

A Rússia, disse Putin, também se reservou o direito de usar armas nucleares se ela ou Belarus fossem alvo de agressão, inclusive por armas convencionais.

Putin disse que os esclarecimentos foram cuidadosamente calibrados e condizentes com as ameaças militares modernas que a Rússia enfrenta — confirmação de que a doutrina nuclear estava mudando.

A atual doutrina nuclear russa publicada, estabelecida em um decreto de Putin de 2020, diz que a Rússia pode usar armas nucleares no caso de um ataque nuclear por um inimigo ou um ataque convencional que ameace a existência do Estado.

As inovações delineadas por Putin incluem uma ampliação das ameaças sob as quais a Rússia consideraria um ataque nuclear, a inclusão da aliada Belarus sob o guarda-chuva nuclear e a ideia de que uma potência nuclear rival que apoie um ataque convencional contra a Rússia também seria considerada como um ataque a ela.

Em 2022, os Estados Unidos estavam tão preocupados com o possível uso de armas nucleares táticas pela Rússia que alertaram Putin sobre as consequências do uso dessas armas, de acordo com o diretor da Agência Central de Inteligência, Bill Burns.

Há meses, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, vem pedindo aos aliados de Kiev que deixem a Ucrânia disparar mísseis ocidentais, incluindo os de longo alcance norte-americanos e britânicos, no território russo para limitar a capacidade de Moscou de lançar ataques.

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Israel e seu delírio bélico, racista e genocida chegam ao Líbano

Ataques aéreos de Israel no Líbano colocam região à beira de uma guerra em grande escala, com risco de uma invasão israelense por terra na nação libanesa.

Nos últimos dias, Israel intensificou seus ataques aéreos contra o Líbano, matando meio milhar de pessoas e lesionando mais de 1.645, no dia mais letal para o Líbano desde a guerra de 2006 entre Israel e o grupo de resistência Hezbollah. Milhares de libaneses continuam fugindo para Beirute depois dos massivos ataques de Israel na zona sul do país.

Entre os mortos havia mulheres e crianças; milhares de pessoas fugiram em automóveis e caminhonetes carregadas com pertences e cheios de passageiros – às vezes várias gerações em um veículo –, partindo do sul para Beirute, que recebeu uma nova onda de ataques mais tarde, dirigidos contra Ali Haraki, comandante da frente sul do Hezbollah, que sobreviveu à ofensiva destruidora israelense.

O ministro libanês da Saúde, Firass Abiad, declarou em conferência de imprensa que os impactos atingiram hospitais, centros médicos e ambulâncias. O governo ordenou o fechamento de escolas e universidades na maior parte do país e começou a preparar refúgios para pessoas deslocadas do sul. Israel afirmou ter atingido 800 locais no sul do Líbano, no vale oriental de Bekaa e na região norte, perto da Síria.

Israel levou a região à beira de uma guerra em grande escala e se teme que o ataque possa ser precursor de uma incursão israelense por terra no Líbano. A ameaça de uma guerra aberta aumentou nas últimas semanas.

Ingerências externas
Os Estados Unidos, que têm 40 mil soldados no Médio Oriente, enviarão um pequeno número de tropas adicionais a esta região, ante a possibilidade de que as operações bélicas se intensifiquem e se descontrolem até desembocar em uma guerra regional mais ampla, informou ontem Pat Ryder, porta-voz do Pentágono.

A missão de paz da ONU no Líbano (FINUL) advertiu que os bombardeios de Israel, “não só são violações do direito internacional, como podem constituir crimes de guerra. Qualquer nova escalada desta perigosa situação poderia ter consequências devastadoras e de grande alcance, não só para quem vive em ambos os lados da Linha Azul (a divisória entre o Líbano e Israel), como também para a região em geral”, advertiu.

*Diálogos do Sul