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Crise humanitária: 50 mil mulheres grávidas vivem ‘pesadelo’ em Gaza e 5 mil estão perto de dar à luz, aponta ONU

As 50 mil mulheres grávidas que vivem na Faixa de Gaza enfrentam um “pesadelo” com um sistema de saúde da região à beira do colapso, alertou neste domingo o representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) para a Palestina, Dominic Allen.

Em entrevista à rede americana CNN, Allen destacou que o sistema de saúde de Gaza já estava em estado crítico, o que foi agravado em meio à reação israelense à ofensiva terrorista deflagrada pelo Hamas em 7 de outubro.

— [Gaza] Está sob ataque, à beira do colapso, e estas mulheres grávidas que nos preocupam seriamente não têm para onde ir. Elas estão enfrentando desafios impensáveis — afirmou Allen.

Segundo o representante do UNFPA, que é o organismo da ONU responsável por questões populacionais, cerca de cinco mil das 50 mil grávidas devem dar à luz no próximo mês, e algumas delas podem enfrentar complicações no parto.

— Imagine passar por esse processo nessas fases finais e no último trimestre antes do parto, com possíveis complicações, sem roupas, sem higiene, sem apoio, e sem ter certeza do que o dia seguinte, a próxima hora, o próximo minuto trará para si e para seu filho ainda não nascido — disse Allen, que classificou os relatos ouvidos em hospitais como “angustiantes”.

Allen contou que uma parteira de uma maternidade em Gaza lhe disse que, desde o início do conflito, algumas profissionais não conseguiram sequer chegar à unidade de saúde para prestar assistência dada a falta de segurança e o temor de bombardeios.

— A ajuda humanitária e o fornecimento [de itens básicos] a Gaza devem poder passar. Precisa ser aberto um corredor humanitário, e o direito humanitário ser respeitado. As mulheres grávidas devem, portanto, ter acesso a esses serviços de saúde que salvam vidas — disse Allen à CNN.

Após o ataque letal do movimento islâmico Hamas, em 7 de outubro, Israel decretou estado de sítio “total” na Faixa de Gaza, já sob bloqueio há 16 anos, para que nenhum alimento, água, nem eletricidade entre neste pequeno território onde vivem 2,4 milhões de pessoas.

Os ataques israelenses na Faixa de Gaza mataram 2.329 pessoas, informou o Ministério da Saúde palestino do Hamas, neste domingo (15).

Segundo esta fonte, 9.042 pessoas também ficaram feridas nos bombardeios de represália ao ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro. Um relatório anterior informou sobre mais de 700 crianças mortas em Gaza desde essa data.

O papa Francisco lançou, neste domingo (15), um apelo à criação “urgente” de corredores humanitários para os habitantes da Faixa de Gaza, bombardeada e sitiada por Israel.

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Novo prazo termina, e Israel prepara entrada por terra em Gaza

Apesar do apelo da ONU e da comunidade internacional, forças israelenses já posicionam dezenas de tanques no sul do país, próximo a Gaza.

O novo prazo que o Exército de Israel deu para os moradores do norte da Faixa de Gaza, chamado de Cidade de Gaza, deixem suas casas se esgotou neste domingo, 15. Com isso, é iminente a entrada de tropas israelenses por terra na região, que está em guerra desde o sábado 7, quando o grupo terrorista Hamas fez ataques sem precedentes a Israel.

As forças de Israel fariam uma operação por terra já no sábado, mas diante do apelo da ONU, que falou em “consequências humanitárias catastróficas”, além de ONGs e de outros países, decidiram prolongar o prazo dado aos palestinos da região, diz o Metrópoles.

Israel se prepara para um ataque maciço por terra, ar e mar à Faixa de Gaza. A ofensiva poderá representar uma das maiores carnificinas na história da Faixa de Gaza, densamente povoada. No sábado, o primeiro-ministro do país, Benjanim Netanyahu, visitou uma base militar e anunciou que “a próxima fase está chegando”.

O Exército de Israel tem pelo menos 300 mil soldados mobilizados para o ataque às bases do Hamas. Israel tem alguns dos equipamentos mais modernos do planeta para dar suporte e apoio ás tropas terrestres, o que inclui aeronaves não tripuladas de última geração, os drones, óculos de visão noturna e jatos equipados com radares sofisticados.

No sábado, o governo de Israel acusou o Hamas de bloquear a passagem de cidadãos que tentavam fugir do norte para o sul da Faixa de Gaza após a ordem dada pelos israelenses. O governo divulgou imagens do que seriam estas barreiras. Nas imagens aéreas, supostamente feitas por um um drone (avião não tripulado) aparece o que seria uma fila de carros e palestinos barrada por muralhas que os terroristas teriam colocado na pista.

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Odor de morte se espalha por Gaza devido aos mísseis e ao cerco de Israel

O médico Ahmad Muhanna, diretor de um dos hospitais da Al Awda em Gaza, conta que foi pessoalmente contatado via celular pelas forças de ocupação israelense, ordenando que evacue seus pacientes e vá para o Sul do território. Recusou. Explicou que a unidade de Jambalia é a única alternativa para muitos. Torce para não ser atingido junto com as dezenas de funcionários e feridos.

Israel prepara a invasão terrestre em resposta aos ataques terroristas do grupo Hamas, que deixaram mais de 1,3 mil mortos e dezenas de reféns. Para tanto, cortou suprimentos, bombardeia o território palestino e ordenou a evacuação de mais de 1 milhão de pessoas para o Sul. Até agora, foram mais de 2,2 mil mortos em Gaza.

A questão é que Muhanna e sua equipe encontrarão uma barreira inexpugnável na decisão heróica, que é a falta de recursos causado pelo cerco imposto por Israel, que impede a chegada de medicamentos, suprimentos hospitalares, eletricidade, água, combustível e comida. A ajuda humanitária também não tem data para chegar pela fronteira com o Egito.

Isso por falta de garantias de Israel. Não há certeza de que os comboios de produtos não serão bombardeados pelo Exército, tal como aconteceu com um comboio de pessoas que deixava o Norte de Gaza, atendendo à ordem de evacuação. As explosões de mísseis, que atingiram as chamadas “rotas seguras de saída”, podem ser vistos em vídeos que circulam nas redes, bem como os corpos resultantes. Ao todo, 70 pessoas morreram nesse ataque, incluindo crianças.

Ambulâncias vêm sendo atingidas pelos bombardeios, tal como médicos e enfermeiros, o que reduz a capacidade de atendimento.

Profissionais de saúde de Gaza com quem conversei neste sábado, disseram que a atuação é limitada sem eletricidade e reconhecem que muitos feridos sofreriam menos se tivessem morrido imediatamente nos ataques.

Além disso, dizem que o odor de morte impregna o ar do território. Como resultado dos bombardeios, com corpos se decompondo presos nos escombros, mas também porque os necrotérios estão colapsando.

Até carros de sorvete foram empregados para guardar corpos diante da falta de espaço nos hospitais. A questão é que até eles devem parar de funcionar sem combustível, bloqueado por Israel.

“O cerco a Gaza nos últimos 17 anos enfraqueceu um já frágil sistema de saúde. Desde o segundo dia do início da agressão, a usina de energia solar parou de funcionar e não há fonte de eletricidade a não ser geradores – que consome 50 litros por hora. Estamos prestes a esgotar as quantidades de reserva de combustível”, disse à coluna neste sábado Haneen Wishah, uma das coordenadoras da Al Awda, organização que administra hospitais e serviços de emergência em Gaza.

“É claro que isto resultará em uma crise humanitária sem precedentes devido ao fechamento total de hospitais devido ao corte de energia”, explica. Ela alerta que mais de 700 crianças perderam a vida em Gaza desde o início dos bombardeios. Mais de 100, apenas neste sábado.

Os hospitais também se tornaram uma espécie de ponto de refúgio para muitas pessoas que acreditam que estarão mais seguras em suas instalações. Com tanta gente acumulada, profissionais de saúde dizem que doenças infecciosas ganharam um incentivo para se espalhar mais rápido.

Até agora não foram estabelecidos corredores humanitários para a saída de palestinos da faixa de casa. Falta a aceitação do Egito para receber os refugiados e de Israel para garantir passagem segura. Enquanto isso as Nações Unidas criticam o governo israelense por conta do bloqueio, dos bombardeios e do êxodo caótico provocado em direção sul.

Como noticiou a Al Jazeera, o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, criticou a operação em Gaza, descrevendo a ação como “além do âmbito da autodefesa” e instando o governo de Benjamin Netanyahu a “cessar a punição coletiva” dos palestinos no território sitiado. Wang fez os comentários durante ligação com seu homólogo da Arábia Saudita.

A ligação foi escolhida a dedo, pois Israel estava se esforçando para normalizar as relações com a ditadura saudita.

O governo Netanyahu conta com a ajuda dos Estados Unidos e de parte da Europa. Mas o cheiro de morte em Gaza está se espalhando rápido. Quanto mais países sentirem o odor de crime contra a humanidade, menos apoio ele terá.

*Leonardo Sakamoto/Uol

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Hospital infantil de Gaza foi atacado por Israel com fósforo branco, denuncia ministra palestina

O hospital infantil de Al-Durra foi atacado com munições de fósforo branco proibidas a nível internacional, denunciou a ministra da Saúde palestina, Mai al-Kaila.

A ministra da Saúde palestina, Mai al-Kaila, disse neste sábado (14) que todos os principais hospitais da Faixa de Gaza foram totalmente ou parcialmente destruídos como resultado dos constantes ataques de Israel.

“O hospital de Beit Hanoun, o único da província do nordeste, foi atingido, o hospital infantil de Al-Durra foi atacado com munições de fósforo branco proibidas a nível internacional. O grande hospital indonésio Al-Shifa e o Hospital Central da Faixa de Gaza foram parcialmente destruídos, com outras instituições de saúde também fora de funcionamento”, disse al-Kaila à Sputnik.

Ao mesmo tempo, uma explosão atingiu um comboio em uma rota de evacuação em Gaza após o fim do prazo definido por Israel para o potencial ataque terrestre na região. Há relato de mortes, incluindo de crianças, mas o número exato de vítimas ainda não foi informado, segundo a CNN.

*Sputnik Brasil

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Após alerta aéreo em Golã, Israel bombardeia a Síria

A artilharia israelense bombardeou a Síria, neste sábado, pouco depois de alertas antiaéreos terem sido emitidos nas Colinas de Golã, território foi anexado por Israel em 1967, disse o Exército do país em um comunicado. “Após um relato inicial de sirenes soando nas comunidades de Avnei Eitan e Alma, a artilharia israelense entrou em ação contra os pontos de origem desses tiros na Síria”, acrescentou o Exército.

Este não foi o primeiro bombardeio feito por Israel à Síria, desde o início do conflito com o Hamas. Na quinta-feira, segundo a mídia síria, os israelenses atacaram os dois principais aeroportos do país, nas cidades de Damasco e Aleppo.

O bombardeio coincidiu com a visita a Israel do secretário de Estado americano, Antony Blinken, e horas depois de o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, ligar para seu homólogo sírio, Bashar al-Assad, e pedir aos países árabes e islâmicos que cooperem “para acabar com os crimes do regime sionista contra a nação palestina oprimida”.

Na Síria, a aviação israelense ataca especialmente os grupos apoiados pelo Irã e o movimento libanês Hezbollah, que são aliados de Damasco e inimigos declarados de Israel, além de posições do Exército sírio, diz O Globo.

Neste sábado, moradores de cidades israelenses perto da fronteira com o Líbano, incluindo os kibutzim Dan, Dafna, Snir e Goshrim, foram aconselhados a ir para abrigos e permanecer nesses locais até ordem em contrário. A decisão foi tomada em meio à intensificação da tensão na região fronteiriça entre o grupo xiita libanês Hezbollah e Israel, que trocaram hostilidades pelo segundo dia consecutivo. Segundo o grupo libanês, que é liderado por Hashem Safi al-Din, um bombardeio israelense matou um de seus combatentes no Líbano.

Ataques de morteiros do Hezbollah em Mount Dov, no norte de Israel, feriram quatro israelenses, dois dos quais estão em estado crítico, segundo o jornal Haaretz. Já a mídia libanesa apontou a morte de dois idosos em Kfar Chouba, no sul do Líbano, após Israel realizar disparos para impedir uma infiltração terrorista.

O poderoso movimento xiita Hezbollah, pró-Irã, limitou-se a bombardear posições israelenses no norte, para mostrar seu apoio ao Hamas, depois do ataque terrorista lançado pelo movimento islâmico palestino em 7 de outubro, que deixou mais de 1,3 mil mortos em território israelense. Na sexta, porém, disse estar “totalmente preparado” para se somar ao Hamas no conflito contra Israel no momento certo.

 

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Pesquisadores criticam invisibilidade de palestinos na mídia tradicional e apontam tendência a uma abordagem pró-Israel

Desde o último sábado (7), noticiários de todo o mundo colocam em destaque os conflitos entre Israel e Hamas. O ponto de partida para a retomada dessa cobertura mais extensa foi o ataque do grupo islâmico Hamas contra comunidades israelenses próximas à Faixa de Gaza. São acontecimentos mais recentes de uma história complexa que remete a décadas ou a séculos, a depender da escolha interpretativa. Para alguns especialistas, no entanto, o assunto tem sido abordado de forma simplista e desequilibrada pela mídia tradicional.

Ausência de contextualização histórica, escolhas restritas de fontes e temas, atribuição de adjetivos maniqueístas para caracterizar os dois lados: diferentes elementos estariam favorecendo uma visão pró-Israel e tornando quase invisível os problemas enfrentados pelos palestinos. É dessa forma que o geógrafo e pesquisador de discursos midiáticos, Francisco Fernandes Ladeira, analisa a atual cobertura jornalística do conflito.

“É uma cobertura que não tem o contraditório, se volta apenas para um lado. São usados atalhos cognitivos que, primeiro, tentam simplificar para o cidadão comum um conflito que é muito complexo. Exemplo é criar uma batalha entre o bem, que seria Israel, e o mal, que seria a Palestina. Também se procura tirar a historicidade do conflito, que remete a séculos, e focar em acontecimentos imediatos. Assim, é noticiado apenas o ataque do Hamas a Israel”, defende Ladeira.

“Há jogos de palavras e armadilhas semânticas que mexem com as emoções. Quando você vai falar das perdas em Gaza, são perdas materiais, ataques às instalações militares. Em Israel, são enfatizadas as perdas humanas e os dramas familiares, os ataques contra a população civil”, complementa o pesquisador.

O professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Bruno Huberman, argumenta que existe uma indignação seletiva no debate público, que negligencia o lado palestino. Em publicação na rede social X (ex-twitter), ele diz que o “apartheid israelense” provoca a morte de palestinos todos os dias, sem que repercussão e comoção sejam as mesmas.

“É injustificável a morte de centenas de israelenses, assim como é a dos palestinos. Mas o grau de normalização da barbárie em Gaza pode ser visto nessa rave organizada na fronteira com Gaza. Como um festival que prega paz e amor é realizado na fronteira com duas milhões de pessoas sofrendo dia a dia? Essa é a alienação que israelenses, brasileiros e ocidentais têm em relação ao que se passa com os palestinos. A barbárie contra os palestinos não sensibiliza, são mortos sem nome, sem rosto, diferente dos israelenses”, disse Huberman.

Discordância
A pesquisadora Karina Stange Caladrin, vinculada ao Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) e ao Instituto Brasil-Israel, discorda que haja uma abordagem pró-Israel nos noticiários. Para ela, especialistas de diferentes visões têm sido chamados para comentar os conflitos, o que torna a cobertura mais completa e diversa. O ataque do Hamas no último sábado ter sido tratado de forma mais “emocional” e negativa em diferentes veículos, seria o esperado, por envolver civis mortos. Justificar os ataques é que seria condenável.

“Qualquer pessoa que defenda a morte de civis, palestino ou israelense, não está representando nada. A ideia de dar voz aos dois lados acaba colocando pessoas para falar que defendem mortes de civis, palestinos ou israelenses. E isso eu considero inadmissível. Isso não deveria ter espaço na mídia”, defende Caladrin.

Situação em Gaza
Informações sobre a situação precária da população palestina na Faixa de Gaza têm chegado com mais detalhes por meio de organizações que atuam no local. É o caso da Médico Sem Fronteiras (MSF), que denuncia uma piora das condições de vida no território depois dos bombardeios recentes. No relato de um dos coordenadores da MSF na Palestina, Léo Cans, instalações e equipamentos médicos foram destruídos pelas ações israelenses, milhares de pessoas perderam moradias e estão sem acesso aos serviços primários.

“A intensidade da violência e dos bombardeios é chocante, assim como o número de mortos. A declaração de guerra não deve, em hipótese alguma, levar à punição coletiva da população de Gaza. Cortar o fornecimento de água, eletricidade e combustível é inaceitável, pois pune toda a população e a priva de suas necessidades básicas”, disse, em nota, Léo Cans.

As condições socioeconômicas na Faixa de Gaza, segundo o cientista político e professor de Relações Internacionais Maurício Santoro, transformam a região em “um grande celeiro para organizações extremistas e movimentos violentos”.

“Essa é a quinta grande intervenção militar de Israel em Gaza desde 2008. É um número bem alto. A região é cercada por muros e grades, tem fronteiras muito controladas. O espaço marítimo também é cerceado em termos de patrulhamento de Israel. Por isso, que se usa a expressão que Gaza é uma ‘prisão a céu aberto’. É uma área muito pobre, com um nível de vulnerabilidade socioeconômica gigantesca. E nas circunstâncias atuais é inviável do ponto de vista econômico e social. Não tem realmente como ter ali o estabelecimento de um comércio internacional e de investimentos”, disse Santoro.

A Faixa de Gaza tem aproximadamente 2,3 milhões de pessoas. Pelo tamanho pequeno do território, 41 quilômetros de comprimento e 10 quilômetros de largura, tem uma alta densidade populacional. Segundo a ONU, pelo menos 80% dos que vivem ali dependem de ajuda internacional, como fornecimento de alimentos. Além das restrições sobre o espaço aéreo e marítimo, Israel também controla as mercadorias que entram no território, o abastecimento de água, energia, combustível e comida.

“O fornecimento desses serviços acaba se tornando um instrumento de pressão política. É o que está acontecendo agora, de se cortar o fornecimento de água e energia elétrica, algo proibido no direito internacional. Tanto as convenções de Genebra quanto o estatuto de Roma proíbem utilizar esse tipo de ferramenta como uma maneira de punir a população civil. Isso é uma violação do direito humanitário e das leis da guerra. É muito significativo também dessa dependência extrema que os palestinos têm do Estado de Israel”, explicou Maurício Santoro

*Com Agência Pública

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Fotos e vídeo: Milhares de pessoas saem às ruas no Reino Unido em apoio ao povo palestino

Protestos em apoio aos palestinos estão ocorrendo neste sábado (14/10) em todo o Reino Unido, inclusive nas maiores cidades do país, como Londres e Manchester. Em Londres, milhares de pessoas reuniram-se em frente à sede da BBC e mais de 1.000 agentes policiais foram mobilizados (veja vídeo no final da reportagem).

A polícia alertou que qualquer pessoa que demonstre apoio ao Hamas, uma organização considerada “terrorista” pelo governo britânico, ou que se desvie da rota, poderá ser presa.

A manifestação acontece uma semana depois que o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel.

Os combatentes do grupo militante palestino entraram em comunidades próximas à Faixa de Gaza, matando pelo menos 1.300 pessoas e fazendo vários reféns.

Mais de 2.200 pessoas foram mortas em Gaza desde que Israel lançou ataques aéreos retaliatórios. Uma ofensiva terrestre de Israel contra o território é esperada a qualquer momento.

Em Londres, no protesto organizado pela Campanha de Solidariedade à Palestina, manifestantes seguravam bandeiras palestinas e cartazes de apoio e cantavam enquanto caminhavam até Downing Street, sede do governo britânico e residência oficial do primeiro-ministro do país, Rishi Sunak.

Um manifestante, Mike, do noroeste de Londres, disse à agência de notícias AP: “A injustiça da situação é totalmente notável”.

A Polícia Metropolitana disse que certas áreas do centro de Londres estavam cobertas por uma determinação da Seção 60AA, que exige que uma pessoa remova itens como máscaras que possam ser usadas para ocultar sua identidade, até as 22h (18h de Brasília).

Os protestos estão ocorrendo em várias cidades do Reino Unido, incluindo Liverpool, Bristol, Cambridge, Norwich, Coventry, Edimburgo e Swansea.

O protesto em Londres começou na sede da BBC em Portland Place, que foi vandalizada durante a noite com tinta vermelha espalhada na entrada do edifício.

Um porta-voz da Polícia Metropolitana disse: “Estamos cientes de danos criminais a um edifício em Portland Place, W1A”.

“Neste momento não há nenhuma sugestão de que isto esteja ligado a qualquer grupo de protesto.”

Na sexta-feira, o vice-comissário assistente da Polícia Met, Laurence Taylor, disse em uma entrevista a jornalistas que houve um “aumento maciço” de incidentes antissemitas em Londres desde os ataques do Hamas.

O primeiro-ministro Rishi Sunak descreveu o aumento de “nojento” e disse que o comportamento intimidador ou ameaçador seria “enfrentado com toda a força da lei”.

Ele disse que Israel tem “todo o direito de se defender” dos ataques do Hamas, mas destacou que a segurança civil deve ser “fundamental nas nossas mentes”.

Orly Goldschmidt, porta-voz da Embaixada de Israel no Reino Unido, disse que Israel não tem como alvo civis. Em entrevista à Times Radio, falou: “Haverá pessoas inocentes que pagarão tragicamente com a vida, mas este é um estado de guerra e temos que impedir que qualquer um de nos prejudicar novamente.”

“Não temos qualquer desavença com o povo palestino. Estamos tentando nos proteger da organização bárbara Hamas, que é exatamente, se não pior, do que o ISIS (grupo autodenominado Estado Islâmico).”

Protestos pró-Palestina também foram realizados nos últimos dias em diferentes cidades do mundo.

Em Paris, a polícia usou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar uma manifestação de apoio ao palestinos, após o governo francês ter proibido qualquer protesto do tipo.

Apesar da proibição, milhares de manifestantes reuniram-se em Paris, Lille, Bordéus e outras cidades na quinta-feira (12/10).

O presidente francês, Emmanuel Macron, apelou às pessoas para não fomentarem divisões internas.

“O escudo da unidade nos protegerá do ódio e dos excessos”, disse ele num discurso em vídeo.

A proibição de comícios pró-Palestina ocorre num momento em que os governos europeus temem um aumento do antissemitismo desencadeado pela guerra entre Israel e o Hamas.

A França tem uma comunidade judaica de quase 500 mil pessoas, a maior da Europa. A comunidade muçulmana de França também está entre as maiores da Europa — cerca de 5 milhões.

Já o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, declarou “tolerância zero” ao antissemitismo.

Ele disse ao parlamento que o grupo pró-palestiniano Samidoun, que foi fotografado distribuindo doces na área de Neukölln, em Berlim, para comemorar o ataque do Hamas, seria banido. “Não toleramos o antissemitismo”, acrescentou.

Sholz disse aos deputados no Bundestag (Parlamento alemão) que a segurança de Israel era uma política de Estado alemã.

Segundo as autoridades alemãs, em várias cidades do país, incluindo Mainz, Braunschweig e Heilbronn, bandeiras de Israel hasteadas em solidariedade com o país foram derrubadas e destruídas, por vezes em apenas algumas horas.

Veja abaixo um vídeo com os protestos pró-Palestina em Londres.

https://twitter.com/i/status/1713175857529839802

*Com BBC

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Jornalistas da BBC são agredidos e mantidos sob mira das armas da polícia israelense, diz rede britânica

Incidente ocorreu quando a equipe de três jornalistas se dirigia para o hotel.

Um grupo de jornalistas da BBC que cobria a guerra de Israel com o Hamas foi detido sob a mira de uma arma e agredido pela polícia israelense em Tel Aviv na noite da última quinta-feira (12), segundo informações da rede, segundo a CNN.

O incidente ocorreu quando a equipe de três jornalistas se dirigia para o hotel em um veículo “claramente identificado como mídia”, disse a rede de notícias britânica.

A BBC afirmou que a equipe foi “arrastada do veículo”, revistada e empurrada contra uma parede durante a parada. Um dos jornalistas disse que, ao tentar filmar o incidente, um policial jogou seu telefone no chão.

O incidente ocorreu no momento em que Israel enfrenta questionamentos depois de disparar artilharia contra o sul do Líbano nesta sexta-feira (13), matando o cinegrafista da Reuters, Issam Abdallah, e ferindo outros seis jornalistas.

Nesse caso, os jornalistas usavam jaquetas que se identificavam como membros da imprensa. As Forças de Defesa de Israel reconheceram ter disparado artilharia contra o Líbano, mas não responderam a perguntas adicionais especificamente relacionadas com as vítimas.

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As crianças palestinas são o alvo preferencial dos soldados terroristas de Israel

É difícil afirmar o que é mais horroroso nos ataques genocidas que o Estado terrorista de Israel promove em Gaza. Primeiro, como cerco, considerado pela ONU crime de guerra, que é a própria expressão do terror, sobretudo em uma população em que 50% são crianças e mulheres, uma imposição macabra que cortou do povo palestino, a água, o gás, a energia, a entrada de alimentos, prática típica de um campo de concentração nazista.

A paisagem em Gaza, hoje, é dominada pelo sangue, muito sangue, sobretudo de crianças, não importando a idade.

Essa carnificina orquestrada só amplia numa velocidade exponencial, a prática e os resultado de uma limpeza étnica nunca vista pela humanidade, enquanto a mídia mundial assiste passiva o maior massacre da história, que traz como estratégia significativa, a de ter as crianças como alvo preferencial dos cachorros loucos de Israel.

Há uma documentação de gigantesca opressão, humilhação, tortura do exército de Israel a crianças palestinas.

Ou seja, não é nada abstrato, tudo está documentado. Isso ficou ainda mais explícito com a produção sem fim de cadáveres de crianças que o exército de Israel promoveu.

Agora mesmo, chega a notícia de um ataque a 12 palestinos civis, em que a maioria era de crianças de 2 a 5 anos. O mesmo hoje com um comboio com 70 palestinos em fuga, novamente, crianças e mulheres eram a maioria. Todos foram mortos.

O que fica selado é que há um grande propósito incentivador de massacres infantis, coordenados pelo governo terrorista de Israel.

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Autoridade de Israel não deixa dúvidas de que o massacre ao povo palestino é proposital

É difícil entender que a mídia brasileira tenta esconder as atrocidades nunca vistas na história da humanidade, perpetradas pelos cachorros loucos de Israel contra a Palestina.

As maiores autoridades do Estado terrorista de Israel se vangloriam de massacrar civis de Gaza, sobretudo crianças, mulheres e idosos.

As declarações genocidas da autoridade de Israel são justificadas, dizendo que a população que está sendo massacrada, porque colocou o Hamas no poder quando deveria combatê-lo.

Certamente, são as declarações de autoridades mais espúrias e macabras da história que já se viu.

Outros líderes israelenses têm feito declarações abertamente genocidas nos últimos dias, prometendo fazer Gaza virar uma “ilha deserta”.

Desde sábado, Israel já matou 1.900 palestinos em Gaza, incluindo 600 crianças. Na sexta, o governo israelense ordenou que metade da população de Gaza evacuasse suas casas em 24 horas ou que enfrentasse suas forças.

Israel também deu poucas horas para que os Médicos Sem Fronteiras evacuassem o Hospital Al Awda, o maior de Gaza.