Categorias
Mundo

Mais de 50 mil pessoas protestam na Espanha contra guerra na Faixa de Gaza

Mais de 70 cidades da Espanha registraram protestos neste sábado (20) contra a guerra promovida por Israel na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 25 mil palestinos mortos. Os atos foram convocados pela Rede Solidária contra a Ocupação da Palestina.

Só em Madri, mais de 50 mil pessoas foram às ruas com faixas pedindo “fim ao genocídio na Palestina”, “justiça” e “S.O.S. Palestina”.

Mais de 83% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza estão desabrigados por conta dos bombardeios constantes e pelo menos 92% vivem em situação de insegurança alimentar, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Os manifestantes acusaram o governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de genocídio e também criticaram o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, por não tomar medidas para conseguir um cessar-fogo no enclave palestino.

Saímos às ruas de Madrid para exigir o fim do genocídio em Gaza. Depois de cem dias, Ayuso não conseguiu dizer uma única palavra de solidariedade para com as vítimas palestinas. Não está à altura do povo de Madrid.

Em Bilbao, manifestantes estenderam uma faixa que pedia o “fim ao comércio de armas e às relações com Israel”, ao lado de uma grande bandeira palestina. As mobilizações também ocorreram em Málaga, Toledo, Canárias e outras partes do país.

Os atos também contaram com a participação de figuras públicas como a porta-voz do partido Mais Madrid, Manuela Bergerot. Os deputados Enrique Santiago e Sumar Tesh Sidi e o deputado Enrique Santiago também foram às ruas da capital espanhola, conforme relatado pela imprensa local.

*Sputnik

Categorias
Mundo

Militares israelenses destruíram cemitérios na Faixa de Gaza

Lápides foram destruídas, o solo revolvido e corpos foram desenterrados em cemitérios palestinos; Cenas não se repetiram em cemitérios onde há judeus e cristãos enterrados, mostram imagens.

Os militares israelenses profanaram pelo menos 16 cemitérios na sua ofensiva terrestre em Gaza, descobriu uma investigação da CNN, deixando lápides destruídas, solo revolvido e, em alguns casos, corpos desenterrados.

Em Khan Younis, no sul de Gaza, onde os combates aumentaram no início dessa semana, as forças israelenses destruíram um cemitério, removendo corpos no que as Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram à CNN ser parte de uma busca pelos restos mortais de reféns sequestrados pelo Hamas durante o ataque terrorista de 7 de outubro.

A CNN revisou imagens de satélite e de redes sociais mostrando a destruição de cemitérios e testemunhou isso em primeira mão enquanto viajava com as FDI em um comboio.

Juntas, as provas revelam uma prática sistêmica em que as forças terrestres israelenses avançaram através da Faixa de Gaza.

A destruição intencional de locais religiosos, como cemitérios, viola o direito internacional, exceto em circunstâncias restritas relacionadas com o fato desse local se tornar um objetivo militar, e especialistas jurídicos disseram à CNN que os atos de Israel podem constituir crimes de guerra.

Categorias
Mundo

Gideon Levy: se não é um genocídio em Gaza, então o que é?

Principal articulista do Haaretz supõe cenário em que Estado sionista sairá ileso da ação sul-africana por crime de genocídio e contra-argumenta declarações de Israel na Corte Internacional de Justiça.

Em um artigo de opinião publicado neste domingo (14/01) pelo jornal israelense Haaretz, o colunista Gideon Levy, também israelense, especulou com um possível cenário em que o Estado de Israel saia ileso do processo que enfrenta na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, no qual é acusado de o governo de Benjamin Netanyahu é acusado de cometer um genocídio contra os palestinos residentes na Faixa de Gaza.

“Suponhamos que a posição de Israel em Haia seja correta e justa, e que Israel não tenha cometido nenhum genocídio ou algo próximo disso. Então o que é isso? Como você chama o assassinato em massa, que continua enquanto estas linhas são escritas, sem discriminação, sem restrições, em uma escala difícil de imaginar?”, foram os questionamentos de Levy que introduziram o texto.

A coluna foi redigida poucos dias após o início das audiências em Haia. A África do Sul, como país denunciante, apresentou um dossiê de 84 páginas detalhando os desastres causados pelas ações dos militares israelenses em território palestino e pedindo aos juízes do mais alto tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) para que ordenem a suspensão imediata das operações militares na Faixa de Gaza.

No entanto, mesmo com a morte de ao menos, 25 mil palestinos, Israel rebateu as acusações, classificando-as de “panfleto” e alegando “distorção de conteúdo”.

Nesse sentido, o jornalista do Haaretz mencionou a situação das crianças hospitalizadas que perderam seus parentes, idosos que lutam contra a fome, deslocados que abandonam seus lares em busca de segurança.

“Israel respirará aliviado se o Tribunal rejeitar a acusação. Se isto não for um genocídio, a nossa consciência ficará limpa novamente. Se Haia entender que não está acontecendo um genocídio, seremos mais uma vez os mais morais do mundo”, afirmou Levy.

Ainda de acordo com o colunista, os veículos de comunicação e as redes sociais israelenses deixaram transparecer sua parcialidade ao elogiar a equipe jurídica que representou Tel Aviv em Haia. Um dos indícios é que, antes mesmo do início das audiências, os meios israelenses evitaram divulgar a posição e as denúncias apresentadas pela África do Sul.

Levy avalia que essa estratégia prova “mais uma vez” que os veículos israelenses ultrapassaram “o ponto mais baixo de todos os tempos”, em sua cobertura dos acontecimentos relacionados à guerra.

Gideon Levy: se não é um genocídio em Gaza, então o que é?
“Era difícil saber se ria ou chorava [em relação à defesa israelense]. Como quando argumentam que só o Hamas é o culpado pelas condições em Gaza e que Israel não tem participação nisso. Dizer isto a uma instituição internacional de prestígio é pôr em dúvida e insultar a inteligência dos seus juízes”, expressou o jornalista, criticando as justificativas que foram apresentadas por Malcolm Shaw, chefe da equipe de defesa de Israel, de que os ataques foram operados de forma “proporcional” e que tiveram como foco “apenas as forças armadas” situadas em Gaza.

“‘Apenas contra as forças armadas’, perto de multidões de crianças mortas? Do que ele está falando? ‘Fazer ligações para evacuar os não envolvidos’. Quem ainda tem um telefone em funcionamento em Gaza e exatamente para onde é que deveriam evacuar neste inferno onde não resta um único pedaço de terreno seguro?”, criticou o colunista.

O artigo também questiona o sistema jurídico israelense, uma vez que Shaw alegou que o mesmo ouvirá “os soldados” caso eles tenham “violado as leis que regem a guerra”. Nesse contexto, o Haaretz exemplifica a Operação Chumbo Fundido, uma ofensiva militar das Forças Armadas de Israel (IDF) em Gaza que ocorreu entre 2008 e 2009. Na ocasião, apenas quatro soldados foram indiciados por crimes e, entre eles, somente um foi enviado para a prisão, tendo como motivo o “roubo de cartão de crédito”. Já aqueles que bombardearam inocentes “nunca foram indiciados”.

Levy ainda acrescenta critica às declarações de Galit Rejwan, também da delegação israelense na Corte, que afirmou que as IDF trabalham na transferência de hospitais para “um local mais seguro”. No entanto, os relatos diários da imprensa e de autoridades locais comprovam que não existe “lugar seguro” no território palestino.

“É claro que nada disto prova que Israel cometeu genocídio. O tribunal decidirá isso. Mas é possível se sentir bem com tais argumentos na defesa? Se sentir bem depois da audiência em Haia? Se sentir bem depois de Gaza?”, conclui o colunista do Haaretz.

*Opera Mundi

Categorias
Mundo

Negação de Estado Palestino por Netanyahu revela desespero diante de isolamento

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta quinta-feira (18) sua oposição à criação de um Estado palestino em um cenário pós-guerra, afirmando que tal plano entraria em conflito com a ideia de soberania de seu país. Durante uma conferência do Fórum Econômico Mundial em Davos na quarta-feira (17), o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, havia afirmado que a criação de um Estado palestino era necessária para manter a segurança genuína de Israel.

Netanyahu, em resposta a Blinken, destacou que não interromperia sua ofensiva contra Gaza até destruir o Hamas na região e resgatar os reféns israelenses mantidos pelo grupo. O líder israelense afirmou categoricamente: “Não nos contentaremos com nada menos que uma vitória absoluta”. Além disso, ressaltou que Israel deve ter controle de segurança sobre todo o território a oeste do Rio Jordão, e a criação de um Estado palestino colidiria com a ideia de soberania de Israel.

Enquanto isso, o Departamento de Estado dos EUA reafirmou seu apoio à criação de um Estado palestino como uma condição necessária para a resolução dos desafios de segurança a longo prazo no Oriente Médio e para a reconstrução de Gaza após os conflitos recentes. O porta-voz do departamento, Matthew Miller, destacou que o atual momento é visto como a melhor oportunidade para Israel aceitar a solução de dois Estados, com garantias de segurança dos países vizinhos.

A possível normalização das relações diplomáticas entre Israel e algumas nações árabes, incluindo a Arábia Saudita, poderia depender do comprometimento de Tel Aviv com a criação do Estado palestino, conforme relatos recentes. O Brasil, historicamente favorável à solução de dois Estados, observa de perto os desenvolvimentos nessa questão delicada e de longa data.

“É desespero do governo liderado por esse genocida”, diz o secretário-geral da Confederação Palestina Latino-americana e do Caribe (Coplac), Emir Mourad, em entrevista ao Portal Vermelho. Para ele, a reação drástica de Bibi, como é conhecido em seu país, é consequência da falta de vitória no campo militar, do descrédito na opinião pública israelense e mundial, dos prejuízos econômicos e das divergências com seu maior aliado, os Estados Unidos.

“Os EUA já não o suportam mais, apesar de estar sendo cúmplice. Mas o Biden está vendo que não vai se reeleger se continuar nessa mesma toada com esse governo israelense.
Então, é evidente que são palavras, como a gente diz, que ele está dando um tiro no próprio pé”, resume.

O dirigente enfatizou que o desespero de Netanyahu o levou a proferir declarações que, na visão de Mourad, são prejudiciais para o próprio governo. Ele ressaltou que a administração norte-americana liderada por Biden já não tem mais a mesma disposição de apoiar incondicionalmente Israel, o que cria uma pressão adicional sobre Netanyahu.

A visão sionista de Netanyahu

“Este conflito não é sobre a ausência de um Estado (palestino), mas sobre a existência de um Estado, o Estado judeu”, afirmou Netanyahu.

Quando questionado sobre a afirmação de Netanyahu de que é preciso escolher entre um Estado Judeu ou Palestino, Mourad ressaltou que isso está alinhado com a visão histórica do sionismo. Ele explicou que, segundo os propósitos sionistas, Israel busca uma extensão territorial que vai do rio Nilo, no Egito, ao rio Eufrates, no Iraque. Essa ideia, segundo Mourad, é representada pelas duas faixas azuis na bandeira israelense e é conhecida como “Eretz Israel” – o Grande Israel.

O militante palestino destacou que, do ponto de vista histórico do sionismo, a negação da existência de um Estado Palestino não é surpreendente. No entanto, ele ressaltou que essa afirmação ignora propostas e acordos já existentes. “No terreno político, essa afirmação dele vai no sentido contrário de todas o consenso internacional”, afirma.

Consenso Internacional

Mourad lembrou que propostas internacionais, como os Acordos de Oslo, visavam estabelecer um Estado Palestino. Ele destacou que Israel descumpriu esses acordos e que a pressão internacional deve se concentrar em alcançar um cessar-fogo total e a retirada das forças israelenses dos territórios palestinos.

A ideia de dividir a região entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo em um Estado para judeus e outro para árabes não é novidade. Em 1947, um ano antes da fundação de Israel, a Assembleia-Geral da ONU aprovou a partilha da Palestina, então sob mandato britânico. Não houve consulta à população local, e o plano não se concretizou.

A proposta ganhou novo fôlego em 1993, quando os Acordos de Oslo criaram a Autoridade Nacional Palestina (ANP), espécie de governo transitório que deveria ser sucedido por um Estado palestino na Cisjordânia, em Jerusalém Oriental e na Faixa de Gaza, territórios sob ocupação militar de Israel desde 1967. O plano, mais uma vez, não virou realidade.

Tel Aviv expandiu a presença de colonos nos territórios ocupados e, desde então, há registros de aumento na violência contra a população palestina, o que inclui restrições a movimentação, encarceramento em massa e assassinatos de sua população.

Mourad comparou a situação à recente guerra na Ucrânia e a subsequente postura da OTAN. Ele destacou que, da mesma forma que a OTAN cantou vitória na Ucrânia, mas agora enfrenta a dura realidade, Netanyahu está agindo de maneira semelhante, prometendo ir até o fim na guerra contra a resistência palestina.

“Ele está dizendo que vai até o fim, que essa guerra só vai terminar quando acabar com a resistência palestina, etc… isso é tudo para ele ganhar tempo para se manter no poder. Mas, pelo andar da carruagem, vai ser muito difícil. É uma carta fora do baralho”, avalia.

Ele enfatizou que o primeiro-ministro israelense está sob pressão, destacando que Netanyahu enfrenta desafios significativos na tentativa de libertar os israelenses detidos pela resistência palestina. Ele sublinhou que essa situação adiciona pressão sobre o líder israelense, contribuindo para seu isolamento e desgaste político.

Propostas dos vizinhos árabes

Quando questionado sobre as afirmações de países árabes vizinhos sobre a possibilidade de normalizar relações com Israel em troca da criação de um Estado Palestino, Mourad lembrou da última conferência árabe em Beirute, ocorrida em 2010. Ele ressaltou que a proposta de normalização já existe, com a condição crucial de retirada das forças israelenses dos territórios palestinos e o estabelecimento do Estado Palestino.

Mourad também mencionou os Acordos de Oslo, nos quais as fronteiras, situação dos refugiados, a capital Jerusalém, recursos hídricos e prisioneiros foram discutidos. No entanto, ele observou que Israel descumpriu totalmente esses acordos, criando a necessidade de uma pressão internacional para um cessar-fogo definitivo e a retirada das forças israelenses das áreas ocupadas.

“O mundo inteiro sabe disso. Israel descumpriu todos os acordos”, sublinha.

O secretário-geral da Ceplac conclui afirmando que, apesar das pressões e do discurso radical de Netanyahu, a comunidade internacional precisa manter o foco em buscar uma solução justa e duradoura para a questão palestina, envolvendo a retirada das forças de ocupação e o estabelecimento de um Estado Palestino. Ele enfatiza a importância de pressionar Israel a aceitar um cessar-fogo total. Ele acredita que essa é a condição fundamental para iniciar conversas sérias sobre a solução da questão palestina.

* Vermelho

Categorias
Mundo

Otan: estamos nos preparando para conflito com a Rússia

O chefe do comitê militar da Otan disse nesta quinta-feira (18) que a aliança militar do Ocidente está se preparando para um eventual conflito com a Rússia, em meio à guerra na Ucrânia. Rob Bauer disse a jornalistas que “nem tudo é planejável” e que “nem tudo será fácil nos próximos 20 anos”.

“Eu não estou dizendo que dará errado amanhã, mas temos que perceber que não é certo que estaremos em paz. É por isso que temos planos e é por isso que estamos nos preparando para um conflito com a Rússia e grupos terroristas”, continuou o militar.

Mesmo assim, Bauer deixou claro que uma eventual guerra com Moscou só aconteceria se a Otan fosse atacada. “Não estamos buscando nenhum conflito, mas se eles nos atacarem, temos que estar preparados”, reforçou o almirante.

Em Bruxelas, sede da aliança, o almirante ainda disse que a Otan precisa de uma transformação bélica para o momento. Segundo ele, no passado, os governos viviam em que tudo era “abundante, previsível, controlável e focado na eficiência”.

Ele também reforçou que a Ucrânia, em guerra com a Rússia, continuará tendo o apoio da Otan no futuro porque “o resultado deste conflito vai determinar o destino do mundo”.

Exercício militar
A declaração de Bauer ocorre na mesma semana em que a Otan anunciou que vai realizar os maiores exercícios militares da aliança desde a guerra fria. Cerca de 90 mil soldados estarão envolvidos.

Os exercícios, chamados Steadfast Defender 2024, ocorrerão até maio, disse o principal comandante da Otan, Chris Cavoli, nesta quinta-feira (18).

Será simulado, por exemplo, como as tropas dos Estados Unidos podem reforçar os aliados europeus em países que fazem fronteira com a Rússia e no flanco oriental da aliança.

Mais de 50 navios, de porta-aviões a destróieres, participarão, assim como mais de 80 caças, helicópteros e drones e ao menos 1.100 veículos de combate, incluindo 133 tanques e 533 veículos de combate de infantaria, segundo a aliança militar.

Cavoli afirmou que os exercícios irão simular a execução dos planos regionais da Otan, os primeiros planos de defesa que a aliança elaborou em décadas, detalhando como responderia a um ataque russo.

A organização não mencionou o nome da Rússia no seu anúncio, mas seu principal documento estratégico identifica a Rússia como a ameaça mais significativa e direta à segurança dos membros do bloco.

“O Steadfast Defender 2024 demonstrará a capacidade da Otan de enviar rapidamente forças da América do Norte e de outras partes da aliança para reforçar a defesa da Europa”, destacaram.

O reforço ocorrerá durante um “cenário simulado de conflito emergente com um adversário próximo”, explicou Cavoli a repórteres em Bruxelas, após uma reunião de dois dias de chefes de defesa nacionais.

Os últimos exercícios de dimensão semelhante foram o Reforger, durante a Guerra Fria, em 1988, com 125 mil participantes, e o Trident Juncture, em 2018, com 50 mil participantes, segundo a Otan.

As tropas que participarão nos exercícios, que envolverão simulações de envio de agentes para a Europa e também exercícios no terreno, virão de países da Otan e da Suécia, que espera aderir à aliança em breve.

Os Aliados assinaram os planos regionais na cúpula de Vilnius em 2023, encerrando uma longa era em que a organização não via necessidade de planos de defesa em grande escala, enquanto os países ocidentais travavam guerras menores no Afeganistão e no Iraque e sentiam que a Rússia pós-soviética já não representava uma ameaça existencial.

Durante a segunda parte do exercício Steadfast Defender, será dada atenção especial ao envio da força de reação rápida da Otan para a Polônia, no flanco oriental da aliança.

Outros locais importantes para os exercícios serão os Estados Bálticos, considerados os de maior risco de um potencial ataque russo; a Alemanha, um centro para a chegada de reforços; e países próximos à aliança, como a Noruega e a Romênia.

 

 

Categorias
Mundo

Houthis disparam mísseis contra outro navio americano horas após ataques militares dos EUA

Grupo apoiado pelo Irã no Iêmen alvejaram a embarcação comercial M/V Chem Ranger, marcando o terceiro ataque desse tipo nesta semana.

Os rebeldes Houthi dispararam mísseis contra outro navio comercial de propriedade dos EUA na quinta-feira (18), poucas horas depois de uma nova rodada de ataques militares americanos contra o grupo apoiado pelo Irã no Iêmen.

Os Houthis lançaram dois mísseis balísticos antinavio contra o M/V Chem Ranger, disseram os militares dos EUA, marcando o terceiro ataque desse tipo a um navio de propriedade dos EUA esta semana.

“A tripulação observou o impacto dos mísseis na água perto do navio. Não houve relatos de feridos ou danos ao navio”, disse o Comando Central dos EUA.

O presidente Joe Biden admitiu na quinta-feira que os ataques dos EUA contra os Houthis não estão impedindo os ataques do grupo no Mar Vermelho, que, segundo ele, só vão parar quando Israel terminar a sua guerra na Faixa de Gaza, diz a CNN.

Os comentários de Biden foram feitos depois que os militares dos EUA disseram que o quinto ataque dos EUA aos ativos Houthi em uma semana teve como alvo um pequeno número de mísseis antinavio que estavam sendo preparados para serem lançados contra rotas marítimas internacionais.

Mas a vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, disse que os EUA “conseguiram degradar, perturbar gravemente e destruir um número significativo” de capacidades Houthi.

“Nunca dissemos que os Houthis iriam parar imediatamente”, disse ela. “Isso é algo que eles terão que tomar essa decisão e fazer esse cálculo.”

 

 

Categorias
Mundo

Paquistão faz ataques contra alvos de grupo separatista no Irã; 7 pessoas morreram

O Paquistão atacou alvos de um grupo militante separatista no Irã nesta quinta-feira (18). As informações foram confirmadas por uma autoridade da inteligência paquistanesa. Segundo o governo do Irã, pelo menos sete pessoas morreram, sendo três mulheres e quatro crianças.

O governo do Irã afirmou que mísseis do Paquistão atingiram uma vila que fica na província de Sistão-Baluchistão, no sudeste do país. A região atingida fica na fronteira com o Paquistão.

O Ministério das Relações Exteriores do Paquistão disse que os ataques tiveram como alvos “esconderijos terroristas” identificados no território iraniano.

Os alvos em questão fazem parte da Frente de Libertação Balúchi, que busca a independência da província paquistanesa do Baluchistão.

Em comunicado, o governo do Paquistão disse que respeita a soberania e integridade territorial do Irã, e que os ataques tiveram como objetivo garantir a segurança paquistanesa.

“O Irã é um país irmão, e o povo do Paquistão tem grande respeito e afeição pelo povo iraniano”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão.

O bombardeio acontece dois dias após o Irã atacar uma base de um grupo rebelde no Paquistão. O governo paquistanês afirmou que os iranianos invadiram o espaço aéreo do país e que duas pessoas morreram no ataque, segundo o g1.

Após o ataque iraniano de terça-feira, o governo do Paquistão afirmou que o incidente poderia ter “sérias consequências” e que era “complementarmente inaceitável”.

Além do Paquistão, o Irã também atacou a Síria e o Iraque nesta semana. O governo iraniano disse que as ações são resposta a um atentado terrorista que matou 84 pessoas no início do mês.

Crise no Oriente Médio
A troca de ataques entre Irã e Paquistão é mais um capítulo da escalada na crise que atinge o Oriente Médio. As tensões entre os países da região cresceram desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em outubro de 2023.

Além da guerra no território palestino e israelense, grupos armados que estão presentes na região acabaram se envolvendo no conflito, espalhando a crise para outros países.

Entre eles estão o Hezbollah, no Líbano, e os Houthis, no Iêmen, que declararam apoio ao Hamas. Ambos os grupos são apoiados pelo Irã. Nos últimos meses, Hezbollah e Houthis fizeram ataques contra Israel.

Mais recentemente, os Estados Unidos e o Reino Unido fizeram bombardeios contra os rebeldes do Iêmen, em resposta a ataques conduzidos pelos Houthis contra navios comerciais no Mar Vermelho.

O Irã, por sua vez, acusa Israel de assassinar comandantes iranianos a aliados do país. Na segunda-feira (15), o Irã lançou mísseis contra alvos na Síria e no Iraque, que seriam do serviço de inteligência de Israel.

Na terça-feira, os iranianos atacaram o Paquistão — cujo governo é apoiado pelos EUA. Os alvos foram bases do grupo rebelde Jaish al-Adl. O Irã alega que esse grupo é financiado por Israel.

 

Categorias
Mundo

Israel é principal responsável por mortes em rave, afirma site britânico após investigação

Fatos revelados pelo The Cradle vão na contramão da versão de Israel, que acusa o Hamas de ter premeditado o massacre que matou 364 civis.

Uma investigação da própria polícia de Israel, relatada pelo jornal israelense Haaretz, aponta que Tel Aviv causou o maior número de mortes no festival Universo Paralello – Supernova, nas proximidades da comunidade Re’im, perto de Gaza, em 7 de outubro. As informações são do jornalista William Van Wagenen, do site britânico The Cradle.

Os fatos vão na contramão da versão apresentada pelo governo de Israel sobre o massacre, que acusou as brigadas Qassam, o braço militar do Hamas, de ter premeditado o ataque contra festa rave, em que ao menos 364 civis foram assassinados.

Segundo documentos e relatos de militares, a Polícia de Fronteira de Israel foi enviada para o local em que acontecia a festa antes do Hamas tropeçar no festival, causando a eclosão de uma grande batalha.

Embora alguns participantes da festa tenham sido de fato mortos pelo Hamas, “as evidências sugerem agora que a maioria das mortes de civis foram provavelmente infligidas pelas próprias forças israelenses, devido ao poder de fogo esmagador utilizado pelos militares, incluindo os helicópteros de ataque Apache e adoção do Protocolo Aníbal para impedir o Hamas de sequestrar israelenses”, relata o texto.

Operação Cavaleiro Filisteu
Em 7 de outubro, às 6h30, os combatentes do Hamas lançaram a sua operação militar, disparando uma barragem de mísseis contra Israel. Embora o exército de Israel demorasse horas para responder ao ataque, unidades da Polícia de Fronteira foram rapidamente mobilizadas.

Às 6h42, apenas 12 minutos após o lançamento da operação do Hamas, o comandante do Distrito Sul da Polícia Israelense, Amir Cohen, deu uma ordem com o codinome “Cavaleiro Filisteu”, enviando policiais que estavam em alerta para diversos locais de combate.

De acordo com um alto oficial israelense em conversa com o The New York Times, os primeiros reforços formais ao sul de Israel vieram de comandos que chegaram em helicópteros. Sagi Abitbol, um polícia que trabalhava como segurança no festival, foi um dos primeiros a confrontar os combatentes do Hamas e testemunhou a chegada antecipada destes helicópteros.

A investigação da polícia israelense indica ainda que o Hamas não tinha conhecimento do festival e que o alvo era Re’im, a sede da Divisão de Gaza do exército de Israel, localizada na Rota 232, a mesma estrada do local do festival.

Em meio ao combate em Re’im, o comandante da base militar coordenou ataques aéreos de helicópteros Apache na própria base, para repelir o ataque do Hamas.

O Haaretz cita uma fonte policial que afirmou que os helicópteros Apache “dispararam contra os terroristas e aparentemente também atingiram alguns dos foliões que estavam lá”.

Rota 232 bloqueada por Israel

Já após o lançamento de mísseis a partir de Gaza e antes dos combatentes do Hamas chegarem na Rota 232, os organizadores do festival Supernova interromperam o evento e emitiram ordem de evacuação do local.

De acordo com um oficial da polícia citado pelo Haaretz, a maioria das cerca de 4.400 pessoas que participavam da festa “conseguiu escapar, após a decisão de acabar com o evento, que foi tomada quatro minutos após o lançamento de foguetes”.

No entanto, quando as pessoas saíram do local do festival de carro e seguiram para a Rota 232, a polícia israelense estabeleceu bloqueios na estrada, levando a um engarrafamento que prendeu muitos foliões na área onde o Hamas e a Polícia de Fronteira entraram em conflito.

Testemunhas relataram também que, em meio ao caos, as pessoas presas na estrada fugiram para o leste, para campos abertos, em carros ou a pé. Muitos conseguiram passar pelos campos e se esconderam perto de árvores e debaixo de arbustos.

Agora, imagens de câmeras corporais mostram também que os policiais israelenses, fortemente armados, atiraram contra as árvores onde os civis se abrigavam.

Protocolo Aníbal
Indícios apontam ainda que as forças israelenses não tinham apenas o poder de fogo, mas também uma ordem oficial para matar israelenses nas proximidades do festival.

Uma das principais razões pelas quais o Hamas lançou a operação contra Israel, era a possibilidade de sequestrar civis que pudessem ser trocados pelos milhares de palestinianos mantidos em prisões israelenses.

“Mas as forças de Israel estavam determinadas a impedir o Hamas de levar os prisioneiros de volta para Gaza, mesmo que isso significasse matar os civis capturados. Uma investigação sobre o controverso Protocolo Aníbal de Israel conclui que ‘do ponto de vista do exército, um soldado morto é melhor do que um soldado cativo que sofre e força o Estado a libertar milhares presos para obter a sua libertação’”, diz a reportagem do The Cradle.

De acordo com uma investigação do Yedioth Ahronoth, até então o Protocolo Aníbal só se aplicava aos prisioneiros do exército. Contudo, em 7 de outubro, foi emitido também contra civis israelenses. O diário de língua hebraica escreveu que “ao meio-dia de 7 de outubro, as Forças de Defesa de Israel ordenaram que todas as suas unidades de combate colocassem em prática o Protocolo Aníbal, embora sem mencioná-lo explicitamente pelo nome”.

A ordem era impedir “a todo o custo qualquer tentativa dos terroristas do Hamas de regressarem a Gaza, isto é, apesar do receio de que alguns deles tenham sido raptados”, concluiu a investigação.

Categorias
Mundo

Vídeo de defesa do Reino Unido mostra Brasil como alvo de ameaças militares

Um vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa do Reino Unido gerou repercussão nas redes por mostrar que o Brasil é um ponto de ameaça de conflitos.

O material, parte de uma campanha de preparação para guerra, inclui um mapa com marcações específicas, colocando o Brasil em destaque na perspectiva britânica.

No vídeo, Grant Shapps, membro do governo, aborda as diversas “ameaças” enfrentadas pelo Reino Unido. “O mundo se tornou mais perigoso”, afirma Shapps, mencionando áreas de conflito globais.

No vídeo, são citados a Rússia, Mar Vermelho, Ucrânia, Oriente Médio, Mar do Sul da China, Coreia do Norte, África e América do Sul. Intrigantemente, o continente sul-americano é representado no vídeo com um ponto dentro do território brasileiro.

Shapps ressalta a necessidade de o Reino Unido dissuadir inimigos, liderar aliados e defender a nação. Embora o Brasil não seja mencionado nominalmente, a inclusão do país no mapa levantou especulações entre os usuários das redes sociais, diz O Cafezinho.

Alguns interpretam isso como uma visão britânica de potencial ameaça, possivelmente devido à posição não-alinhada do Brasil com a OTAN.

Contrastando com esta representação, o Brasil, sob a administração de Lula, tem adotado uma postura de não beligerância, buscando a mediação de conflitos, como os entre Rússia e Ucrânia e Israel e Palestina. Por fim, vale destacar que o Brasil tem se mantido neutro em

 

Categorias
Mundo

Irã mata com míssil bilionário aliado de Israel no Iraque

Numa sinistra demonstração de que a guerra entre Israel e Hamas já escalou para toda a região, a Guarda Revolucionária do Irã confirmou que utilizou mísseis balísticos de longo alcance contra o que chamou de “centro de espionagem” do Mossad, o serviço de inteligência de Israel, em Arbil, no vizinho Iraque.

Arbil é a capital da região autônoma do Curdistão, que mantém relações próximas com os Estados Unidos e onde o governo iraquiano, sediado em Bagdá, tem influência diminuta.

“O quartel-general era responsável por planejar e executar operações de espionagem e terrorismo na região, especialmente em nosso amado país”, disse a nota da IRGC.

Há indícios de que o ataque foi uma resposta ao assassinato por Israel, em Damasco, na Síria, do general da Guarda Revolucionária Razi Mousavi, um dos contatos do Irã com o governo aliado de Bashar al-Assad.

Teerã também confirmou que disparou mísseis balísticos contra a região de Aleppo, na Síria, onde existem bases do Estado Islâmico.

O EI assumiu um atentado em Kerman, no Irã, que matou ao menos 84 pessoas durante o memorial do general Qasem Soleimani.

Soleimani foi assassinato em Bagdá pelos Estados Unidos em 2020. Ele chefiava a Força Quds, um braço da IRGC. Era um dos responsáveis por organizar o Eixo da Resistência contra Israel. Soleimani também organizou o enfrentamento ao Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

Diferentemente do que diz a mídia comercial, o Estado Islâmico é inimigo figadal do Irã. É composto por sunitas que consideram os xiitas iranianos “infiéis”.

A ligação entre Hamas e Estado Islâmico, que Israel usa em sua propaganda para justificar o ataque a Gaza, é inexistente.

Enquanto os sunitas do Hamas lutam essencialmente pela causa palestina, o Estado Islâmico é composto por ortodoxos do salafismo que defendem um novo califado islâmico para governar o Oriente Médio e o Norte da África.