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A diferença entre os depoimentos de Trump e Bolsonaro

Sob investigação, ex-presidentes terão que se explicar às autoridades nos próximos dias.

A vida já foi mais leve para para Donald Trump e Jair Bolsonaro. Depois de serem apeados do poder, os ex-presidentes agora enfrentam problemas com a polícia.

Nesta terça, o americano terá que se explicar sobre a acusação de suborno para silenciar a atriz pornô Stormy Daniels. Na quarta, o brasileiro será ouvido pela PF sobre o escândalo das joias sauditas.

Como sempre, Trump está um passo à frente de seu imitador. O magnata já prestará depoimento na condição de réu.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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Rússia prende jornalista dos EUA por suposta espionagem

Serviço de segurança russo, o FSB, disse ter detido repórter do The Wall Street Journal Evan Gershkovich, a quem acusa de espionar sobre uma instalação militar do país. Prisão é a primeira de jornalista dos EUA na Rússia por espionagem desde a Guerra Fria.

Segundo o G1, o serviço de segurança da Rússia, o FSB, anunciou nesta quinta-feira (30) ter detido o repórter do jornal norte-americano The Wall Street Journal Evan Gershkovich por suspeita de espionagem.

O Kremlin acusa Gershkovich, que é cidadão dos Estados Unidos, de coletar informações classificadas como segredo de estado sobre uma instalação militar da Rússia. O The Wall Street Journal negou a acusação e exigiu a libertação imediata de Gershkovich.

Em um comunicado, o FSB afirma que o jornalista foi preso na cidade de Ecaterimburgo, no centro-oeste da Rússia, enquanto tentava obter informações governamentais secretas.

“Foi estabelecido que E. Gershkovich, agindo sob uma missão do lado norte-americano, estava reunindo informações classificadas como segredo de estado sobre a atividade de uma das empresas do complexo militar-industrial da Rússia”, disse o FSB em seu comunicado.

O jornalista é o primeiro repórter de um meio de comunicação dos Estados Unidos a ser preso por acusações de espionagem na Rússia desde a Guerra Fria. O caso ocorre em meio ao acirramento das tensões entre Moscou e Washington por conta da guerra na Ucrânia.

O FSB disse ainda que abriu um processo criminal por suspeita de espionagem contra Gershkovich, que escreve para o jornal.

A ministra de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que a prisão não tem nenhuma relação com as atividades jornalísticas do repórter. Zakharova disse que ele realizava “funções não jornalísticas” em Ecaterimburgo.

“O Wall Street Journal nega veementemente as alegações do FSB e busca a libertação imediata de nosso confiável e dedicado repórter, Evan Gershkovich. Somos solidários com Evan e sua família”, disse o jornal norte-americano, em comunicado.

O jornal e o governo dos Estados Unidos ainda não haviam se pronunciado sobre a suposta detenção até a última atualização desta notícia.

Segundo a agência de notícias Reuters, Gershkovich, que escreve sobre a Rússia desde 2017, já trabalhou também no jornal The Moscow Times e na agência de notícias francesa Agence-France Presse. Nos últimos meses, ele cobriu principalmente a política russa e o conflito na Ucrânia.

Seu celular não foi localizado por geolocalização na quinta-feira, e, segundo o serviço de mensagens Telegram, ele esteve on-line pela última vez na quarta-feira às 13h28, no horário de Moscou (07h29 no horário do Brasil).

Sua reportagem mais recente, publicada no The Wall Street Journal no início desta semana, falava sobre a desaceleração da economia russa em meio às sanções ocidentais impostas quando as tropas russas entraram na Ucrânia no ano passado.

A última vez em que um jornalista dos EUA foi detido na Rússia acusado de espionagem foi em setembro de 1986. Na ocasião, o repórter Nicholas Daniloff, correspondente em Moscou do U.S. News and World Report, foi preso pela KGB – a antecessora da FSB.

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Uma adolescente mata 6 pessoas em escola de Nashville, nos EUA; atiradora foi morta pela polícia

Serviços de emergência foram acionados para atender ‘vários pacientes’, sem especificar quantas pessoas ficaram feridas ou mortas. Polícia local confirmou que a atiradora está morta.

Uma mulher adolescente entrou em uma escola em Nashville, Tennessee, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (27), onde atirou matando 3 crianças e 3 adultos, segundo a polícia local. A atiradora também morreu no confronto com a polícia.

O porta-voz da polícia de Nashville, Don Aaron, disse que responderam a um chamado de um tiroteio por volta das 10h30 da manhã no horário local. Ao chegar na escola, os policiais ouviram tiros no segundo andar da escola. Lá encontraram a atiradora com dois rifles e uma pistola.

A Polícia Metropolitana de Nashville confirmou que a atiradora foi morta em um confronto com policiais. Com ela, o total de mortos no incidente são 7 pessoas.

O porta-voz disse que uma pessoa ficou ferida com estilhaços de vidro, indicando que não tinha informações de mais feridos ou vítimas.

Os outros alunos foram escoltados em segurança para uma área próxima da escola, onde foram recebidos pelos seus pais.

A Covenant School é uma instituição Presbiteriana para estudantes até 12 anos, com cerca de 200 alunos e 33 professores, de acordo com o site da escola.

*Com G1

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Coreia do Norte testa drone submarino capaz de fazer ‘tsunami radioativo’

Ação ocorre em resposta aos exercícios militares realizados nos últimos dias por EUA e Coreia do Sul.

De acordo com a Folha, o teste ocorreu em resposta aos exercícios militares conjuntos de EUA e Coreia do Sul. Desde a semana passada, as potências aliadas vêm realizando treinamentos que figuram como os maiores entre as nações nos últimos cinco anos para fortalecer as capacidades de defesa e resposta dos países.

Segundo a KCNA, a “arma secreta” de Pyongyang, apelidada de “Haeil” —tsunami—, foi colocada sob a água em frente à província de Hamgyon do Sul na última terça (21). Ela teria navegado debaixo d’água a uma profundidade de 80 a 150 metros por mais de dois dias. Nesta quinta, uma ogiva de teste foi detonada ao largo da costa leste.

“Esse drone de ataque submarino pode ser implantado em qualquer costa e porto, ou ser rebocado por um navio de superfície para o seu funcionamento”, reportou a agência, reforçando a capacidade do equipamento de fazer ataques furtivos em águas inimigas.

Não se sabe se a Coreia do Norte desenvolveu ogivas nucleares miniaturizadas para caber em armas menores. Aperfeiçoar essas ogivas, segundo analistas, provavelmente seria um objetivo importante caso o país retomar os testes nucleares.

A tensão na região se acentuou com demonstrações de força militar das três nações envolvidas. A Coreia do Norte diz que os exercícios realizados pelos sul-coreanos e pelos americanos são uma preparação para invasão e afirma considerar que as potências estão levando a situação na península a um “ponto irreversivelmente perigoso”.

Os movimentos, ressalta o regime de Kim Jong-un, exigem que o país “se prepare para uma guerra total e reforce sua força nuclear, tanto em qualidade como em quantidade”.

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Professor brasileiro e família são presos e deportados do México. “Nos ‘sequestraram’, nos deixaram incomunicáveis por quase 10 horas. Fui tratado pior do que bandido”, denuncia

Estes flagrantes foram registrados no aeroporto El Dorado, Bogotá, Colômbia, dia 28 de janeiro deste ano.

No foco, uma família de brasileiros deportada sumária e ilegalmente no dia anterior pelo serviço de imigração do aeroporto internacional Benito Juarez, na capital do México.

A acusação é de que os vistos deles para entrar no país eram falsos.

No momento das fotos, estavam à espera de encaixe em voo para o Brasil.

Durante as cerca de 12 horas que durou a escala, a família ficou sob vigilância permanente de seguranças colombianos.

É visível o desconforto pelas ”acomodações”.

Ajeitam-se como podem nos “aposentos’’ disponíveis.

Na cadeira dura, Diego de Oliveira Souza (36 anos) recorre à mochila para repousar a cabeça como se ela fosse travesseiro.

A esposa Neuzianne (36), os filhos Valentim (1 ano) e Joaquim (3) e a sogra Neuza (67) usam o chão como cama, a exemplo de milhares de brasileiros forçados a dormir nas ruas de todo o País.

Sentada, Neuzianne amamenta Valentim, enquanto, deitado, Joaquim brinca com o tablet.

Noutro flagrante, dona Neuza cochila junto com Joaquim.

BOGOTÁ, AEROPORTO: CONFINAMENTO, VIGILÂNCIA E HUMILHAÇÃO

Diego e a família ficaram nessas condições no aeroporto de Bogotá até o embarque para o Brasil.

Para piorar, tiveram que ficar restritos à área que se vê nas fotos. Confinamento compulsório, mesmo.

Também não podiam circular sozinhos pelo aeroporto como os demais passageiros.

Para fazer qualquer coisa, eram escoltados por seguranças.

“Até para ir ao banheiro ou à lanchonete!”, diz, indignado, Diego, em entrevista exclusiva ao Viomundo.

“Teve um horário que o meu filho [Joaquim] chorou de fome. Naquele momento não tinha ninguém para ir comigo. Ele ficou chorando por mais meia hora”, lamenta. “Só pude sair para comprar algo para ele comer quando um policial chegou para me acompanhar.”

”Afora tudo isso, a vergonha, o vexame”, revolta-se. ”É muito humilhação andar com seguranças a teu lado, com todo mundo olhando”.

“Mas, ao contrário dos truculentos agentes da imigração mexicana, os seguranças colombianos foram cordiais, não nos trataram mal”, pontua Diego.

BOLSA DO CNPQ E ACEITE DA UNIVERSIDADE MEXICANA

Diego de Oliveira Souza é pesquisador e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Leciona na graduação e na pós-graduação dos cursos de enfermagem e serviço social.

Saúde do trabalhador é sua área de investigação.

Em 2022, após processo seletivo (edital nº 26/2021), foi contemplado com uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), para pós-doutorado no exterior.

Também não podiam circular sozinhos pelo aeroporto como os demais passageiros.

Para fazer qualquer coisa, eram escoltados por seguranças.

“Até para ir ao banheiro ou à lanchonete!”, diz, indignado, Diego, em entrevista exclusiva ao Viomundo.

“Teve um horário que o meu filho [Joaquim] chorou de fome. Naquele momento não tinha ninguém para ir comigo. Ele ficou chorando por mais meia hora”, lamenta. “Só pude sair para comprar algo para ele comer quando um policial chegou para me acompanhar.”

”Afora tudo isso, a vergonha, o vexame”,  revolta-se. ”É muito humilhação andar com seguranças a teu lado, com todo mundo olhando”.

“Mas, ao contrário dos truculentos agentes da imigração mexicana, os seguranças colombianos foram cordiais, não nos trataram mal”, pontua Diego.

BOLSA DO CNPQ E ACEITE DA UNIVERSIDADE MEXICANA

Diego de Oliveira Souza é pesquisador e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Leciona na graduação e na pós-graduação dos cursos de enfermagem e serviço social.

Saúde do trabalhador é sua área de investigação.

Em 2022, após processo seletivo (edital nº 26/2021), foi contemplado com uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), para pós-doutorado no exterior.

Seu sonho era fazer parte do pós-doutorado na Universidade Autônoma da Cidade do México (UACM).

O mais difícil conseguiu. Foi aceito na UACM.

Ofício de 21 de outubro de 2022, assinado pela própria reitora, a UAMC autoriza a sua estadia lá.

A mensagem (na íntegra, abaixo) destaca (o negrito é nosso):

As atividades pós-doutorais fazem da parte da pesquisa do projeto Riscos e exigências do/no trabalho em Enfermagem frente à Pandemia de Covid-19 em Alagoas. Esta investigação faz parte do edital do CNPq: Apoio à Investigação Científica, Tecnológica e de Inovação: Bolsas no exterior

O professor Diego é o coordenador da pesquisa citada.

Confirmadas a bolsa do CNPq e a autorização da UAMC, o professor Diego passou a se programar para o pós-doutoramento no México.

A preparação incluiu a família, que o acompanhou. Neuzianne, por exemplo, teve de ajeitar a sua vida profissional.

A previsão era ficar lá cerca de 40 dias.

“Imaginávamos uma grande experiência acadêmica para mim e pessoal/cultural para todos nós; por isso, a família foi junto”, explica.

“A universidade abriu as portas me receber, organizando tudo lá”, relembra. “Estávamos muito entusiasmados”.

De fato, entre as várias atividades previstas, o professor Diego apresentaria a sua pesquisa no Seminário Permanente do Centro de Estudos da Cidade, da UAMC, e daria aulas no curso Metrópoles e saúde (veja abaixo).

Nos dias 6 e 16 de fevereiro, falaria sobre A determinação social no processo saúde-doença.

Teria, portanto, que viajar no final de janeiro, início de fevereiro.

CONSULADO DO MÉXICO NO RIO: ENTREVISTAS E VISTOS APROVADOS

O professor mora em Arapiraca, a segunda maior cidade de Alagoas.

Já as entrevistas para obtenção do visto aconteceram no Consulado do México do Rio de Janeiro.

Foram agendadas para a manhã de 23 de janeiro.

Por precaução, ele, a esposa, os filhos e a sogra (acompanhou-os para ajudar a cuidar da rotina das crianças) viajaram para o Rio na noite de 22 de janeiro.

Abaixo, os horários de cada entrevista.

A do professor foi a primeira, às 10h.

O consulado fica à avenida Atlântica, nº 1.130, 5º andar, Copacabana, edifício ABC.

A família chegou às 9h30.

Mas só poderiam subir às 9h45, informaram-lhes na portaria do prédio.

Voltaram para fila na calçada.

No horário autorizado subiram.

Às 9h54min, Neuzianne pagou as taxas dos vistos.

Valor total: R$ 1.410, como mostra o documento abaixo.

Ou seja, o pagamento das taxas aconteceu antes das entrevistas.

A primeira, como já dissemos, foi a do professor, agendada para as 10h.

Seguiram-se:

Joaquim, 10h30

Dona Neuza, 11h

Neuzianne, 11h30

Valentim, 12h

Com os vistos aprovados, deixaram o consulado por volta de 12h30, 13h.

“Não me lembro com exatidão a hora da saída’’, diz Diego. “Almoçamos ali perto, já eram mais de 13h30.”

SONHO DECOLOU NO GALEÃO, DESABOU NO BENITO JUAREZ

Finalmente, marcada a data da tão sonhada viagem: 27 de janeiro.

A família madrugou no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.

Às 3h20, check-in. Às 6h20, embarque. Às 7h30, decolagem rumo ao México, com escala em Bogotá.

Bilhetes do voo Brasil-Colômbia-México, realizado em 27 de janeiro

Catorze horas depois chegaram ao tão almejado destino.

A diferença de fuso horário é de 3 horas para menos em relação ao Brasil.

Os relógios da cidade do México marcavam 18h05 (no Brasil, 21h05), quando a família (cansada mas entusiasmada) desembarcou no aeroporto Benito Juarez.

Em minutos, porém, o entusiasmo deu lugar a uma profunda consternação.

Sem maiores explicações, Diego, Neuzianne, Neuza, Joaquim e Valentim foram retidos, presos e sumariamente deportados pela polícia mexicana de imigração,

— Em algum momento cogitou tal pesadelo?

Não, a gente se organizou muito para essa viagem. Fiz tudo com antecedência, planejado, para que nada atrapalhasse. Estranhamente, ao passarmos pela polícia mexicana de imigração, tudo veio abaixo.

— Como foi?

Fui o primeiro a passar pela polícia de imigração. Fui retido. O mesmo aconteceu com a minha família. Acusaram-nos de estar usando visto falso para entrar no México.

Nesse momento, me separaram da minha família. Eles [agentes do serviço de imigração] me levaram para um dormitório, a minha família para outro. Alegaram que precisava ter separação de gênero. Não era verdade. Minha esposa contou que no dormitório que ficou tinha homem também.

Fui revistado, todos os meus pertences retirados, inclusive celular e cadarço do tênis. Fizeram o mesmo com a minha família.

Me jogaram então no dormitório junto com contrabandistas, coiotes tentando passar para os Estados Unidos…

— O que disse aos agentes da imigração?

De pronto, já disse: Sou pesquisador, estou viajando a convite da Universidade Autônoma da Cidade do México e a serviço do governo brasileiro.

Apresentei as cartas-convite oficiais, assinadas pelas autoridades da UACM.

Disse-lhes também que poderia estar havendo algum mal-entendido.

Foram inflexíveis. Nem a idade dos meus filhos, 1 e 3 anos de idade, os sensibilizou.

Não me ouviam nem explicavam o que estava acontecendo.

Fui detido mais ou menos às 18h15, horário do México, e não dormi mais.

A última imagem que a minha esposa teve de mim foi eu sendo cercado por três policiais. Ela tentou ir atrás. Eles a impediram, e, com truculência, ficaram me empurrando.

A partir daí, a gente ficou por quase 10 horas sem se falar, sem saber o que estava acontecendo nem o que iria acontecer.

Eu só pensava nos meus filhos pequenos. Será que tinham comida? Como estava a questão das fraldas? Estavam sendo trocadas?

— Teve direito a fazer uma ligação a algum conhecido?

Não!

— Pediu para ligar para o Consulado do México no Rio de Janeiro ou que as próprias autoridades migratórias fizessem o contato com o consulado aqui?

Pedi, sim. Ignoraram.

— Foi possível contatar a UACM? Afinal, foi a instituição mexicana que o levou para lá!

Também não.

— A polícia mexicana de imigração tratou-o como bandido então?

Pior do que bandido. Porque o bandido ainda tem o direito de fazer uma ligação. Direito que nem eu nem a minha família tivemos.

Nós estávamos ali com os direitos humanos violados, inclusive os meus filhos.

Eles nos ”sequestraram”, nos deixaram encarcerados e incomunicáveis. A gente ficou totalmente desorientado.

Só às 4h da manhã do dia seguinte (horário do México), eu pude reencontrar a minha família.

Aí, já nos levaram direto para o avião, para sermos deportados para o Brasil, fazendo escala em Bogotá.

— Alguma foto do que enfrentaram no aeroporto mexicano?

Não, porque eles nos privaram de tudo, inclusive do celular.

Na hora da deportação, as autoridades mexicanas de imigração arrancaram a página do passaporte do professor Diego que continha o visto do Consulado no Rio de Janeiro. Além disso, obrigaram-no a assinar documentos sem a devida leitura.

Fizeram o mesmo nos passaportes dos pequenos Valentim e Joaquim.

Atente aos rasgos da parte inferior da montagem. Aí, estavam as páginas arrancadas do passaporte de Diego, Joaquim e Valentim, contendo os vistos aprovados pelo Consulado do México no RJ

No passaporte de sua esposa e da sogra, escreveram em letras garrafais: CANCELADO.

DESAMPARADOS POR MAIS DE 33 HORAS!

Da detenção, no México, ao desembarque, no aeroporto do Galeão, transcorreram mais de 33 horas.

É só fazer as contas de todo o sufoco:

Detenção no aeroporto Benito Suarez, no México: quase 10 horas

Trecho México-Bogotá: 4 horas e meia

Escala no aeroporto de Bogotá, que mostramos no início desta reportagem: 12 horas

Trecho Bogotá-Galeão, Rio de Janeiro: ao redor de 6 horas e meia

As autoridades migratórias do México, além de submeter Diego, esposa, sogra e filhos (de 1 e 3 anos) à violência física e psíquica, inviabilizaram qualquer tipo de apoio à família.

Inclusive é um dos pontos da carta pública de professores e pesquisadores da UAMC (na íntegra, aqui) às autoridades migratórias e aos responsáveis pela Política Externa do Governo do México:

“O corpo jurídico de nossa Universidade não pôde intervir por meio de um amparo, visto que recebemos comunicação da situação após as 8h da manhã de 28 de janeiro de 2023. Às 10h da mesma manhã, quando recebemos nova comunicação, o Sr. Diego de Oliveira Souza já havia sido deportado’’.

A carta é dura.

Nela, os professores e pesquisadores manifestam indignação pelos maus-tratos sofridos por Diego e família, violando os seus direitos humanos.

Repudiam o fato de as autoridades migratórias terem ignorado as cartas-convite oficiais apresentadas pelo professor Diego, assinadas inclusive pela reitora da UACM.

Também denunciam o desrespeito ao artigo 78 da Lei de Migração do México, que diz:

No caso de ser determinada a rejeição de uma pessoa estrangeira, a autoridade de imigração entregará uma cópia da resolução a essa pessoa e à empresa que motivou a sua chegada ao território nacional“.

As autoridades policiais, relembramos, obrigaram Diego a assinar documentos sem ler.

“É alarmante que o obrigassem a assinar documentos sem a oportunidade de lê-los e sem responder ou explicar o que estava acontecendo”, condenam os signatários da carta pública.

A UAMC foi a primeira instituição a sair em defesa do professor Diego (na íntegra, aqui).

Além da carta pública, fizeram abaixo-assinado online.

Na sequência, várias instituições brasileiras se manifestaram (leia todas aqui)

CÔNSUL EM BRASÍLIA CONVOCADO A DAR EXPLICAÇÕES

O Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, e a Embaixada do Brasil no México acompanham o caso, disseram-nos em resposta aos questionamentos que fizemos acerca do lamentável caso.

A Embaixada do Brasil revelou ainda que enviou comunicados a órgãos mexicanos, “manifestando indignação”. Também que o cônsul do México em Brasília foi convocado para prestar esclarecimentos.

Abaixo, a íntegra da resposta da Embaixada do Brasil no México ao Viomundo:

CONSULADO NO RIO NÃO RESPONDE PERGUNTAS DO VIOMUNDO

Tentamos de várias formas contatar o Consulado do México no Rio.

Os números disponíveis no próprio site não atendiam.

Deixamos mensagens no Facebook e no Twitter do consulado.

Também mandamos vários e-mails.

Inicialmente, para o endereço eletrônico geral.

Depois, três vezes, direto, para cônsul-geral Hector Humberto Valezzi Zafra.

Nenhum retorno.

Na segunda-feira da semana passada, 6 de março, o consulado, em mensagem ao professor Diego, finalmente reconheceu que o visto dele e de seus familiares eram verdadeiros.

Na prática, a declaração acima responde a primeira pergunta que fiz ao cônsul:

— Estaria o Consulado do México na cidade do Rio de Janeiro fornecendo vistos falsos?

Abaixo, reproduzo as demais não respondidas:

— O que de fato aconteceu? Por que Diego e família foram detidos e deportados?

— O que senhor cônsul tem a dizer a respeito do lamentável episódio?

— Professor Diego e família serão ressarcidos pelas perdas financeiras e emocionais?

Agora, acrescento mais duas:

— Por que o Consulado do México no Rio de Janeiro demorou 36 dias para reconhecer a autenticidade dos vistos, tirados no próprio consulado?

— Quem errou, as autoridades mexicanas de migração ou o consulado no Rio de Janeiro?

“NÃO TRATAM EUROPEU OU ESTADUNIDENSE COMO ME TRATARAM”

— E, agora, professor Diego?

Fico pensando nas pessoas que passam por situação semelhante à nossa e não têm dinheiro para comprar a comida. Sem dinheiro e sem apoio, vão passar fome. Na imprevista escala de 12 horas em Bogotá, se eu não tivesse dinheiro, nós íamos passar fome também.

— E os teus filhos como seguraram essa barra?

Ainda bem que a inocência da infância os protege. Como são bem pequenos, não entendiam o que estava acontecendo, ficaram brincando. No aeroporto de Bogotá, dormindo no chão.

Mas para mim é muito revoltante toda a humilhação vivida, a violação dos meus direitos humanos, da minha liberdade, da minha dignidade.

— Como fica o seu pós-doutorado?

Vou adiar o sonho do pós-doutorado para um outro momento, quando eu estiver recomposto.

— Pretende voltar ao México?

Pelo menos a médio prazo, de maneira alguma. Embora eu tenha feito amigos lá, a UAMC tenha aberto generosamente as portas para mim, a política de imigração do México tem um trato muito questionável com os latinos e eu não pretendo me submeter a isso novamente.

— Como ficam os danos acadêmico, emocional e financeiro?

Os danos são inegáveis. A gente estuda, faz mestrado, doutorado, faz uma carreira como pesquisador, acha que está dando um passo a mais. E, de repente, parece que estão tirando tudo de você.

Mas não retiraram, não. Eu tenho a minha família, tenho os meus amigos, tem o pessoal me apoiando.

Em função do apoio recebido de todos eles, vou seguir em frente.

Estou convencido de que autoridades migratórias do México não tratam europeu ou estadunidense da forma como me trataram, sendo latino.

*Reportagem exclusiva do Viomundo

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Indicados ao Oscar 2023 recebem estátua Yanomami como alerta para perigos da extração ilegal de ouro

Agência Brasil — Uma campanha sobre o impacto do garimpo ilegal em terras indígenas deve movimentar o tapete vermelho, neste domingo (12), na noite de Cerimônia do Oscar 2023.

Chamada de The Cost of Gold – O Preço do Ouro, em tradução livre, a intenção da campanha foi lembrar que a extração ilegal do ouro pode significar o extermínio dos indígenas no Brasil.

A Urihi Associação Yanomami enviou aos indicados da maior premiação do cinema, uma estatueta, como símbolo da luta contra a extração ilegal de ouro na Amazônia.

A estatueta de madeira não tem ouro em sua composição e foi confeccionada no formato da divindade Omama que, para os Yanomami, é a divindade responsável pela criação do ser humano, floresta e animais, e significa proteção.

Campanha “The Cost Of Gold” (O Preço do Ouro)tem o intuito de conscientizar as estrelas de Hollywood para a crise de saúde que o povo Yanomami enfrenta devido ao avanço de garimpos ilegais de ouro. 20 indicados receberam a estátua que representa o deus Omama.

Além da estatueta, um vídeo da campanha, no Youtube, fala sobre os problemas sociais e econômicos causados pelo garimpo ilegal. No vídeo, Junior Yanomami, líder da Associação Yanomami afirma que o ouro assumiu o sentido de “morte e destruição” para os indígenas e para a floresta.

Maior território indígena do Brasil, a terra Yanomami vive uma crise humanitária sem precedentes devido ao avanço do garimpo ilegal nas terra indígenas nos últimos anos.

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A Política Externa dos EUA para a China, por Pedro Costa Júnior

Os Estados Unidos demoraram demasiadamente para perceber o tamanho do desafio chinês. Foi tão somente neste século que começaram a despertar.

“O ciclo, que é interminável, se desenvolve do desequilíbrio para o equilíbrio e daí novamente para o desequilíbrio. Cada ciclo, contudo, conduz a um nível mais alto de desenvolvimento. O desequilíbrio é normal e absoluto, enquanto o equilíbrio é temporário e relativo.” Mao Tsé-Tung

A Política externa norte-americana, neste século XXI, apresenta dois pilares estruturantes muito bem definidos. Ambos partem de uma agenda bipartidária consensual, de republicanos e democratas. O primeiro, de caráter estrutural, pautado no “excepcionalismo histórico”, a saber, a crença fundamental de que não existe nem pode vir a existir nem uma nação acima dos Estados Unidos em termos de poder no Sistema Internacional. O que se traduz em uma política deliberada de sua supremacia militar inconteste. O segundo, intimamente ligado ao primeiro, é a contenção da China nas disputas pelo poder global no Sistema Mundial Moderno.

Os Estados Unidos demoraram demasiadamente para perceber o tamanho do desafio chinês. Foi tão somente neste século que começaram a despertar, tardiamente, para o elefante na sala.

Foi só no o governo Obama/Biden, que se intenta uma reformulação na política externa americana, para priorizar não mais o Médio Oriente, entrementes o “desafio asiático”. A China, naquele momento, era um desafio evidente como sol do meio-dia. O então presidente democrata formulou assim, o “pivô para Ásia” e a “Aliança para o Pacífico” (TPP). Ambos fracassos retumbantes. O pivô asiático não saiu do papel porque os Estados Unidos não conseguiram sair do Oriente Médio. As “Guerras Gêmeas”, no Afeganistão e Iraque, se tornaram infinitas. Posteriormente, veio a “Guerra na Líbia”, o Iraque da Hilary. E ainda a “Guerra na Síria”, humilhante para o governo Obama. Além do surgimento do grupo terrorista ISIS. Tudo isto, no contexto da Primavera Árabe. Já o TPP (Trans-Pacific Partnership), o tratado de livre comércio que reuniria os EUA e as principais encomias da Ásia e do Pacífico, numa tentativa clara de isolar a China, foi implodido pelo governo Trump.

A Política Externa de Trump foi marcada por um isolacionismo arrogante. Com o desprezo às “Organizações Multilaterais” e até mesmo a aliados tradicionais dos EUA, como Alemanha e França. No entanto, foi na administração Trump que se iniciou a nominada “Guerra Comercial a China”. A partir da eleição de Trump, em 2016, formou-se um consenso no Departamento de Estado dos EUA, sejam democratas, sejam republicanos, militares, políticos, congressistas de alto e baixo escalão, secretários de Estado, diplomatas, think tanks, diversas universidades e grupos de pesquisa, intelectuais a serviço do Estado, jornalistas e a mídia em geral, etc… que o grande desafio dos EUA não são mais o “terror” ou “terrorismo”, e sim, a China, e que é preciso contê-la tenazmente.

O governo Biden/Harris, após a desastrosa retirada dos EUA do Afeganistão, começou finalmente a realizar o outrora esboçado pivô para o Pacífico, a fim de conter a expansão da China. Biden passou a movimentar as peças no tabuleiro geopolítico. Criou o “QUAD” (Parceria Quadrilateral sobre Segurança entre Estados Unidos, Índia, Austrália e Japão), e posteriormente, a “AUKUS”: uma aliança de cooperação tecnológica e militar, envolvendo Estados Unidos, em conjunto com Reino Unido e Austrália. Ambos, uma evidente estratégia de contenção da China no Indo-Pacífico.

Um ponto decisivo na reorganização da geopolítica do poder, que está ocorrendo no sistema-mundo, é o envolvimento umbilical dos EUA na “Guerra da Ucrânia”. O enfrentamento à Rússia alcançou proporções sistêmicas, implicando as grandes potências globais, o que desencadeou no estreitamento de uma “aliança sem limites” sino-russa – que acabou de completar um ano neste mês de fevereiro – segundo Henry Kissinger, o pior dos cenários para a Política Externa Americana.

Os dois países anunciaram uma aliança de nível superior e sem precedentes na história do Sistema-Mundo: “As novas relações interestatais entre Rússia e China são superiores às alianças políticas e militares da época da Guerra Fria. A amizade entre os dois Estados não tem limites, não há áreas ‘proibidas’ de cooperação”, diz o documento.

O Governo Biden deu passo decisivo na contenção ao poder chinês. A “Guerra Tecnológica” contra a China. Biden divulgou um amplo conjunto de controles de exportação que proíbem as empresas chinesas de comprar chips avançados. As recentes sanções dos EUA contra a China são sem precedentes nos tempos modernos. Autoridades dos EUA falaram sobre a medida como um ato a fim de proteger os interesses de segurança nacional. Os chips que os Estados Unidos tentam controlar são semicondutores, os processadores que movem celulares, carros autônomos, computação avançada, drones, equipamentos militares – e se tornaram essenciais para a disputa tecnológica desta década.

Em síntese, a gestão Biden não só continuou a “Guerra Econômica” com a China, iniciada por Trump, como a elevou a uma “Guerra Tecnológica” e ainda a uma “Guerra Humanitária”, bem ao estilo dos democratas. Trata-se de um caminho sem volta.

Pedro Costa Júnior é doutorando do Departamento de Ciências Políticas (DCP) da USP e autor do livro “O Poder Americano no Sistema Mundial Moderno: Colapso ou Mito do Colapso?”, Curitiba: Appris, 2019.

*GGN

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Mundo

Mulher vai receber do ex-marido mais de R$ 1 milhão de salário por trabalhos domésticos

Justiça da Espanha considerou que a mulher se dedicou essencialmente aos afazeres da casa desde que se casou. Se a moda pega no Brasil…

De acordo com a Folha, um tribunal da Espanha condenou um homem a pagar à sua ex-mulher mais de € 200.000 (cerca de R$ 1,1 milhão), resultado da soma de mais de duas décadas de salário por trabalho doméstico no período em que permaneceram casados. A sentença foi divulgada nesta terça-feira (7).

A notícia foi recebida como um sinal de avanço na luta contra o machismo e pela igualdade de direitos na véspera do Dia Internacional das Mulheres, celebrado em 8 de março.

A Justiça espanhola decidiu que Ivana Moral será “indenizada com € 204.624,86, quantificando o referido valor mediante a aplicação do Salário Mínimo Interprofissional em cada ano desde 1996”, segundo a sentença de 15 de fevereiro de um tribunal de Vélez-Málaga (Andaluzia, no sul da Espanha). A defesa explicou que o período de cálculo foi de junho de 1995 a dezembro de 2020, o equivalente aos 24 anos e meio de duração do casamento.

No julgamento ficou provado que a mulher, mãe de duas filhas, e casada em regime de separação de bens, se dedicou “essencialmente ao trabalho doméstico” desde que se casou, “isto é, cuidando da casa e da família com tudo que isso implica”, justifica a sentença. O homem deve ainda pagar uma pensão mensal às filhas, acrescenta a sentença.
Dependência financeira

Em entrevista à rádio Cadena Ser, a mulher explicou que o marido não queria que ela trabalhasse fora, embora ela o ajudasse nas academias das quais era proprietário, encarregada de “relações públicas, atuando como monitora, enfim, com tudo o que podia”. Além disso, disse ter se dedicado exclusivamente aos afazeres domésticos, a cuidar do marido e da casa.

“Era totalmente dependente financeiramente. Sentia como se toda minha capacidade estivesse diminuída e limitada. Isso me fez sentir ameaçada, sem valor e com minha autoestima perdida. Me senti muito isolada”, explicou à emissora espanhola.

“[Estou] muito feliz porque acho que” a sentença “foi bem merecida”, disse Ivana, lembrando que durante o casamento não se sentia maltratada. “Mas com o tempo fui abrindo meus olhos […] A dependência econômica também é uma forma de maltrato”, concluiu.

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Mundo

Novo terremoto de magnitude 6,3 graus atinge Turquia e Síria

Terremoto voltou a sacudir a região de fronteira na tarde desta segunda-feira (20/2), duas semanas após o último tremor, pior da década.

A região de fronteira entre a Turquia e a Síria foi novamente atingida por um terremoto, de magnitude de 6,3 graus, nesta segunda-feira (20/2). O abalo sísmico ocorre duas semanas depois do tremor considerado o pior das últimas décadas, que deixou mais de 40 mil mortos.

O Centro Sismológico Europeu do Mediterrâneo (EMSC) afirma que o terremoto ocorreu a uma profundidade de 2 km. O abalo provocou pânico na região, que ainda enfrenta os impactos do tremor de 6 de fevereiro.

Vítimas na Síria encontram dificuldades para receber ajuda humanitária em razão do conflito no país.

Sacos de corpos em frente a hospital de Hatay, na Turquia. Como não foi possível encontrar sacos para todos os mortos, alguns foram cobertos com cobertores, após terremoto.

Operações de busca e resgate são conduzidas em edifícios desmoronados após um terremoto em Aleppo, na SíriaOmer Alven/Anadolu.

*Com Metrópoles

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Mundo

Putin faz gesto a Lula

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, envio um telegrama ao presidente Lula nesta segunda-feira, para registrar suas “mais sinceras condolências” decorrentes das inundações no Estado de São Paulo (leia íntegra abaixo). O gesto vem num momento em que as iniciativas do Brasil, de se colocar como voluntário para tentar ajudar no conflito entre Rússia e Ucrânia foram muito bem recebidas. Além do telegrama, o chanceler russo, Sergei Lavrov, telefonou para o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, a fim de parabenizá-lo pela posse em janeiro e aproveitou para dizer que vem ao Brasil em abril.

O telegrama de Putin a Lula ocorre dois dias depois da participação do chanceler Mauro Vieira na Conferência de Seguranca da ONU, em Munique, na Alemanha. O Brasil não participava desde 2016 desse encontro, considerado de suma importância, uma espécie de Davos da política externa na área de segurança. Lá, o chanceler brasileiro participou de 21 reuniões e dois painéis.

A guerra na Ucrânia dominou os debates e a conclusão é a de que o conflito ainda levará alguns meses. Na semana que vem, a ONU vota uma resolução que conclama as partes a cessarem hostilidades, sugestão, aliás, feita pelo Brasil. Obviamente, o governo brasileiro e a diplomacia presidencial que o país exercerá daqui para frente não ditarão o ritmo das negociações para o fim de guerra. Mas o canal de diálogo com os russos __e também com aqueles contrários ao governo de Vladimir Putin __, põe Lula no papel de um parceiro importante para ajudar, se for chamado.

Eis a íntegra da mensagem de Putin a Lula:

TELEGRAMA
20 de fevereiro de 2023, às 12h30
Ao Senhor Presidente do Brasil
Luiz Inácio Lula da Silva
Prezado Senhor Presidente,
Aceite as mais sinceras condolências por motivo das consequências trágicas das inundações no Estado de São Paulo.
Na Rússia compartilhamos o pesar das pessoas que perderam seus parentes e familiares e temos esperança da mais rápida superação das consequências desta catástrofe natural.
Cordialmente,
Vladimir Putin

*Com Correio Braziliense

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