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Em Gaza, hospitais parecem “necrotérios”, diz imprensa francesa

Sem água ou energia, pacientes estão morrendo nos hospitais de Gaza pela impossibilidade de receberem cuidados médicos ou serem retirados.

“Um alvo impensável” é a manchete do jornal Libération que estampa sua capa com uma foto da fachada Al-Shifa, alvo de bombardeios israelenses nos últimos dias na Faixa de Gaza. A matéria explica que Tel Aviv alega que o hospital serve de base para o grupo Hamas, supostamente armazenando material bélico e servindo de abrigo a terroristas.

Ao mesmo tempo, além de doentes, o estabelecimento acolhe cerca de 8 mil pessoas que se refugiaram no local, no norte do enclave, além de 3 mil pacientes, funcionários e médicos.

“Hospitais da cidade de Gaza se transformam em necrotérios” é o título de uma reportagem do jornal Le Figaro. Segundo o Ministério da Saúde palestino, é insuportável o cheiro de putrefação no hospital Al-Shifa, onde centenas de corpos de vítimas estariam apodrecendo pela impossibilidade de serem sepultados.

O diário destaca que esse não é o único hospital a sofrer as consequências da guerra: o Al-Qods, da organização humanitária Crescente Vermelho palestino, parou de funcionar no último domingo (12/11).

Outros centros de saúde, como a Clínica Sueca, dentro do Centro de Refugiados de Al-Shati, e o hospital Al-Mahdi, foram bombardeados. Além do comprometimento de suas estruturas, médicos e enfermeiros também morreram nos ataques, reitera o texto.

“Em Gaza, o direito à vida foi extinto” é a manchete do jornal La Croix, que reproduz o testemunho do jornalista Mohamed Mhawish, correspondente do canal Al-Jazeera na capital do enclave.

Apesar da dificuldade de contato com moradores do local, o diário conseguiu reunir relatos enviados por aplicativo de conversa WhatsApp que retratam o horror da guerra e a falta de perspectiva das pessoas.

O fotógrafo Motaz Azaiza diz ao La Croix ter visto corpos enrolados em cobertores e empilhados no hospital Al-Shifa, pela impossibilidade das famílias realizarem funerais. Uma família que partiu em direção ao sul do enclave preferiu levar consigo o cadáver do seu bebê que morreu no trajeto.

“A morte ronda e chega a cada instante”, diz o impresso, salientando o cálculo da médica palestina Samah Jaber, segundo o qual, uma pessoa morre a cada cinco minutos na Faixa de Gaza.

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Hamas negocia libertação de 70 reféns em troca de trégua de 5 dias

Um porta-voz do Hamas afirmou que o grupo negocia a libertação de reféns em troca de uma trégua de cinco dias nos ataques contra a Faixa de Gaza. A informação, conforme o portal Sky News, foi divulgada pelas Brigadas al-Qassam, braço armado do grupo extremista.

A proposta teria sido repassadas a mediadores do Catar. O grupo afirmou estar pronto para libertar 70 pessoas, entre mulheres e crianças. “A trégua deve incluir um completo cessar-fogo e permitir ajuda e alívio humanitário em qualquer lugar da Faixa de Gaza”, disse o porta-voz Abu Ubaida.

Israel estimou que o Hamas capturou 242 reféns no ataque surpresa de 7 de outubro. A ação do grupo desencadeou uma escalada histórica no conflito entre Israel e o grupo extremista. Até o momento, a guerra contabiliza mais de 12 mil mortos, diz o Metrópoles.

A retaliação do governo de Israel aos extremistas tem ocorrido por meio de bombardeios e incursões terrestres à Faixa de Gaza. Diante do alto número de civis mortos e considerando a crise humanitária que atinge os palestinos, o governo de Israel passou a ser pressionado pela implementação de pausas no conflito.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou, na última sexta-feira (10/11), que “morreram palestinos demais” no conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas. “Muitos sofreram nas últimas semanas”, disse a jornalistas, na Índia.

Em 23 de outubro, o grupo libertou outras duas mulheres, de nacionalidade israelense, que foram identificadas como Nurit Yitzhak, 79 anos, e Yochved Lifshitz, 85, e teriam sido liberadas pelo grupo por razões humanitárias. Ambas saíram da Faixa de Gaza para o Egito.

 

 

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Argentina: Candidato governista Sergio Massa se impõe sobre Javier Milei e domina debate presidencial na Argentina

Relações com Brasil e presidente Lula foram ponto de forte discordância entre os candidatos.

O candidato à Presidência e ministro da Economia, Sergio Massa, conseguiu uma vantagem sobre o ultraliberal Javier Milei no debate entre presidenciáveis neste domingo (12/11), a uma semana das eleições. Sergio Massa conseguiu envolver o oponente, determinar o foco dos assuntos e ditar o ritmo do debate. As relações com o Brasil em geral e com o presidente Lula em particular foram um ponto de forte discordância entre os candidatos. A dúvida é se a vantagem de Sergio Massa no debate será suficiente para se refletir nas urnas numa disputa tecnicamente empatada.

Javier Milei até começou bem, dizendo que, “como economista liberal, era um especialista em crescimento econômico, em criar empregos de qualidade e em exterminar a inflação”.

Mas logo no primeiro capítulo do debate, justamente sobre Economia, Sergio Massa usou o seu tempo para fazer perguntas enfáticas a Milei. Em vez de abordar a economia, exigiu respostas afirmativas ou negativas sobre declarações contraditórias de Milei. Com isso, desviou o foco da economia para outros assuntos.

Milei caiu na armadilha e, quando se esperava um ataque à má gestão de Massa como ministro de uma economia em agonia, gastou o tempo tentando explicar sobre declarações polêmicas. Em vez de ganhar por nocaute, Milei passou à defensiva.

Na primeira metade do debate, Javier Milei, claramente, foi dominado. A segunda metade foi mais equilibrada, mas a sensação geral é de que Massa colocou Milei contra as cordas, tentou mostrar que Milei não está preparado para ser presidente e aproveitou a inexperiência do ‘outsider’.

Contradições expostas
Massa confrontou Milei sobre declarações em entrevistas nas quais o libertário disse que eliminaria subsídios às tarifas públicas, que acabaria com a gratuidade na educação e na saúde, que privatizaria a Previdência, que eliminaria o Banco Central, que adotaria o dólar como moeda, em substituição ao peso argentino, e até que privatizaria rios e mares.

Milei confirmou que vai eliminar o Banco Central e ‘dolarizar’ a economia, mas negou o resto da lista, surpreendendo-se com a privatização de rios e mares.

Sobre o aumento de tarifas, disse que primeiro recuperaria a economia. E sobre cobrar pelo ensino universitário, hoje totalmente gratuito, respondeu que “no curto prazo, não cobraria”, dando a entender que depois sim.

“No curto prazo, não vou cobrar. Depois, darei os recursos às pessoas para que decidam a quais universidades querem ir”, explicou.

Javier Milei tinha um “banquete” servido e Sergio Massa era o prato principal. Não apenas pela má administração da economia, mas também por recentes escândalos de corrupção e de espionagem ilegal que envolvem aliados de Massa. Mas Milei manteve um curioso silêncio.

Na única vez em que Milei acusou Massa de fazer negócios com empresários amigos, o candidato governista o convidou a irem os dois juntos a fazerem uma denúncia na Justiça.

“Ou você faz uma denúncia ou você se retrata”, desafiou Massa. Milei calou-se.

Provocar um ataque
Sergio Massa procurou o tempo todo desestabilizar emocionalmente Javier Milei, conhecido por furiosas reações em entrevista nas quais é questionado.

Logo no começo, Milei começou a elevar a voz e a chamar Massa de mentiroso. Quando Massa ironizou, pedindo que Milei ficasse agressivo porque o debate estava apenas começando, o libertário passou a controlar a habitual veemência.

“Não te agredi. Somente expresso com paixão a indignação que o teu governo gera”, defendeu-se.

Massa trouxe à tona uma informação desconhecida: a de que Javier Milei, quando jovem estudante, foi reprovado para renovar um estágio no Banco Central, dando a entender que o motivo da reprovação foi o exame psicotécnico.

“Os argentinos têm de eleger quem tem a sobriedade, o equilíbrio mental e o contato com a realidade para poder conduzir a Argentina”, advertiu Massa.

Sem reuniões pessoais com Lula
Um dos pontos fortes da noite foram as relações com a China, mas sobretudo com o Brasil, principal sócio político e comercial da Argentina.

Ao longo da campanha, Javier Milei disse que não teria relações políticas com líderes comunistas e corruptos. Nessa lista, incluiu o presidente Lula, com quem não pretende reunir-se se eleito.

“Não vamos ter relações com aqueles que não respeitam a liberdade individual e a paz. Os meus aliados serão Estados Unidos, Israel e o mundo livre”, diferenciou o libertário.

Massa alertou que romper relações com o Brasil e com a China implica à Argentina perder dois milhões de empregos. Milei, então, contra-argumentou dizendo que vai permitir que os privados tenham comércio com quem quiserem, mas que ele não terá relações políticas nem pessoais com Lula.

Também disse que, se os exportadores perderem esses mercados, poderão substituí-los por outros.

Milei lembrou a Massa que o atual presidente Alberto Fernández não falava com o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Qual é o problema se eu não falar com Lula?”, questionou Milei.

Desempate
No final do debate, Sergio Massa disse que queria ser presidente “para acabar definitivamente com a polarização política” no país, “para que os jovens continuem com universidades públicas” e para que “as mulheres possam entrar no mercado de trabalho sem medo nem discriminação”, em contraposição implícita a Milei.

Por sua vez, Milei disse que “os argentinos devem perguntar-se se querem continuar neste caminho decadente que só aumenta a quantidade de pobres, condenando o país à miséria e os jovens a irem embora do país” por culpa de “uma casta política corrupta, parasita e inútil”, em alusão ao “modelo empobrecedor de Massa”.

Milei pediu ainda que “os eleitores votem sem medo porque o medo beneficia o status quo”.

No meio desta semana, devem sair novas pesquisas de intenção de voto já com o impacto deste debate. Os números podem confirmar se o domínio de Sergio Massa no debate tende a se traduzir em votos.

Por outro lado, nesta segunda-feira sairá o índice de inflação de outubro que deve rondar os 10%, elevando a inflação a mais de 150% nos últimos 12 meses.

Até agora, a disputa está tecnicamente empatada, a seis dias da eleição do próximo domingo.

*Opera Mundi

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Refugiados ucranianos em Israel voltam ao país natal por medo do conflito na Palestina: “hoje, a situação é mais tranquila em Kiev”

“Se tenho que morrer, pelo menos que seja no meu país”. Assim como Tetiana Kocheva, os ucranianos que encontraram refúgio em Israel após a invasão russa decidiram retornar para seu país, apesar da guerra, para fugir do conflito com o Hamas.

Quando as tropas russas invadiram a Ucrânia, no final de fevereiro de 2022, Tetiana, de 39 anos, e seus três filhos, agora com 14, 10 e 3 anos, viviam em Kharkiv (nordeste), perto da fronteira com a Rússia.

Kharkiv foi um dos primeiros alvos do bombardeio russo na Ucrânia. Tetiana e seus filhos ficaram escondidos durante dez dias em um porão. Em julho de 2022, deixaram a Ucrânia para ir para Israel, onde o marido trabalhava.

— Achei que ficaríamos três meses e depois voltaríamos, mas a guerra não acabou — afirmou.

A família se estabeleceu em Ashkelon, uma cidade no sul de Israel, perto de Gaza.

Em 7 de outubro, dia do ataque do grupo palestino Hamas lançado de Gaza contra o território israelense, “minhas mãos começaram a tremer e tive a mesma sensação que senti no momento em que a guerra começou no meu país”, conta Tetiana.

Ela descreve o barulho “sem fim” das sirenes, “as explosões incessantes”, as noites nos abrigos com as crianças.

— Quando [o conflito] se intensificou […] entrei em pânico, tive medo e me dei conta de que precisava voltar para casa — explica a mulher.

A família foi levada para o centro de Israel, onde permaneceu alguns dias, antes de retornar para a Ucrânia, aonde chegou em 20 de outubro. Voltaram a se estabelecer em Kharkiv.

Kharkiv é, regularmente, alvo de bombardeios russos, mas há pouco menos de um ano já não está sob ameaça de ocupação. Desde 7 de outubro, cerca de quatro mil ucranianos fugiram de Israel, segundo números da embaixada ucraniana.

— É minha pátria, minha bandeira, não sei como expressar. Estou feliz por ter retornado — afirma Tetiana. — Se tiver que morrer, pelo menos que seja meu país.

A cerca de 400 quilômetros de distância, na capital do país, Kiev, Diana, de 8 anos, dança sobre folhas secas em um parque à beira do rio Dnieper. A menina e sua mãe, Anna Lyashko, 28 anos, retornaram de Israel em meados de outubro. Eles fugiram da Ucrânia em março de 2022, diz O Globo.

Naquele momento, eles viviam em uma cidade ocupada pelos russos perto de Kiev, “onde estavam sob bombas, sem eletricidade, sem água, sem comunicações”, enumera Anna.

“Minha filha ficou com muito medo e decidimos ir” para Israel, onde morava um primo seu, pensando que ficariam “um ou dois anos”. Em 7 de outubro, porém, “a guerra estourou lá também”.

“Os sentimentos eram os mesmos de 24 de fevereiro na Ucrânia […] Olhei para minha filha e vi medo em seus olhos”.

“Entendi que não poderíamos ficar lá”. Então, ela e a filha deixaram Tel Aviv em 14 de outubro, com a ajuda da embaixada ucraniana.

Do centro de Kiev, Oksana Sokolovska, de 39 anos, também diz estar “feliz por ter voltado para casa”, embora “seja difícil deixar uma guerra por outra”.

Ela havia partido da Ucrânia com seus três filhos em 16 de março de 2022 e escolheu Israel, porque “achava que era o país mais seguro do mundo”.

A família se estabeleceu em Rishon Le Tzion, perto de Tel Aviv. Quando o ataque do Hamas começou, “as sirenes de alerta aéreo soaram, os bombardeios maciços começaram”, e “ficamos o dia todo no abrigo antiaéreo com as crianças”, completa.

Ela rapidamente decidiu deixar Israel, “para não arriscar a vida dos meus filhos”, e eles embarcaram em um avião em 14 de outubro.

“Hoje, a situação é mais tranquila em Kiev e em sua região do que em Israel […] Esta é a única razão pela qual voltei”, admite.

 

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Vídeo: Após deixarem Gaza, brasileiros agradecem esforços do Itamaraty e do governo federal: “obrigado, presidente”

Hasan Rabee, um dos cidadãos brasileiros que deixou a Faixa de Gaza e cruzou a fronteira com o Exigido, pelo Portal de Rafah, neste domingo (12), gravou um vídeo em que agradece os esforços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da diplomacia brasileira para que o grupo pudesse deixar a região.

“Obrigado governo federal, obrigado presidente, embaixadores, todos vocês”, disse Hasan Rabee em um vídeo gravado pouco após cruzar o posto fronteiriço. Rabbe também elogiou o “grande esforço” feito pelo governo para que o grupo de 32 brasileiros pudesse atravessar a fronteira em segurança.

Ao todo, 32 brasileiros estavam retidos em Gaza desde o dia 7 de outubro, quando teve início o conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas. Duas pessoas que estavam na lista inicial decidiram permanecer em Gaza por motivos pessoais.

A previsão inicial é que o grupo durma no Egito para descansar e se alimentar. O embarque para o o Brasil deverá acontecer somente na segunda-feira (13).

https://twitter.com/i/status/1723653803755422063

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Vídeo: Caça chinês surge pela 1ª vez mostrando prontidão de combate e disparando míssil PL-10

Um vídeo inédito mostra o caça chinês J-20 lançando um míssil e demonstrando sua prontidão de combate.

De acordo com o portal Bulgaria Military, um vídeo publicado nas redes sociais evidencia o avanço tecnológico da China.

O míssil lançado provavelmente é um PL-10 de curto alcance, que oferece vantagens táticas ao caça J-20.

https://twitter.com/i/status/1722846048010272997

Primeiras imagens de um J-20 lançando um PL-10 e realizando o reabastecimento aéreo.

Essas vantagens permitem que o J-20 mantenha sua furtividade em situações de combate real.

O evento marca a primeira vez que o J-20 é flagrado lançando um míssil deste tipo.

O míssil PL-10 foi projetado para atacar aeronaves inimigas dentro do alcance visual e é considerado altamente manobrável e preciso.

*Sputnik

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Grupo de 32 brasileiros deixa Gaza, chega ao Egito, e será acolhido de volta em Brasília

O grupo de brasileiros que aguardava permissão para a passagem da fronteira entre Gaza e o Egito para serem repatriados ao Brasil cruzaram o Portal de Rafah por volta das 5h (horário de Brasília) deste domingo (12/11), diz o Opera Mundi.

“O grupo de 32 brasileiros e familiares já se encontra em território egípcio, onde foi recebido por equipe da embaixada do Brasil no Cairo, responsável pela etapa final da operação de repatriação”, atualizou sobre a situação o Ministério das Relações Exteriores do Brasil por meio das redes sociais.

https://twitter.com/ItamaratyGovBr/status/1723622085719675143?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1723622085719675143%7Ctwgr%5E9b46cef15ae9cbfc627564f76799ac63bf8c2008%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Foperamundi.uol.com.br%2Fpermalink%2F83870

O Itamaraty ainda informou que duas pessoas do grupo, formado por 34 cidadãos, que constavam na lista original para repatriação decidiram pela permanência em Gaza, de forma que o avião retornará a Brasília com 32 pessoas.

Antes da passagem no controle migratório em Gaza, a chancelaria brasileira informou que o grupo se encontrava no posto fronteiriço de Rafah 8h da manhã na hora local (3h da madrugada no horário de Brasília).

Após esse procedimento, o Itamaraty atualizou que os brasileiros e seus familiares cruzaram um percurso de 2 quilômetros de ônibus a fim de chegar ao Egito para a verificação deste país.

“Estamos saindo da Palestina e indo para o Egito. Não é muita coisa ]o tempo de trajeto]. Momento muito difícil que a gente passou, mais de 35 dias”, declarou Hasam Rabee, um dos brasileiros que aguardava repatriação de Gaza, e reportou o processo por vídeos divulgados pela chancelaria brasileira e nas suas redes sociais.

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Líderes de países árabes e muçulmanos acusam Israel de crimes contra palestinos, em cúpula na Arábia Saudita

Líderes rejeitaram o argumento israelense de ‘autodefesa’ na Faixa de Gaza e exigiram a interrupção imediata das operações militares no local.

Os líderes árabes e o presidente iraniano estão reunidos em Riad, na Arábia Saudita, neste sábado (11/11) para uma cúpula conjunta que deve enfatizar a urgência de acabar com a guerra entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas na Faixa de Gaza, um conflito que ameaça engolir a região.

As reuniões de emergência da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica (OIC) estão sendo realizadas em Riad, cinco semanas após o início da guerra desencadeada pelo ataque sangrento do movimento islâmico palestino Hamas em solo israelense, em 7 de outubro.

Líderes de países árabes e muçulmanos rejeitaram no sábado o argumento israelense de “autodefesa” na Faixa de Gaza e exigiram a interrupção imediata das operações militares israelenses no local. Eles pediram ao Conselho de Segurança da ONU que adotasse “uma resolução decisiva e obrigatória” para pôr fim à “agressão” israelense na Faixa de Gaza.

A declaração final da cúpula realizada na capital saudita diz que os membros da Liga Árabe e os países muçulmanos “se recusam a descrever essa guerra como legítima defesa ou a justificá-la sob qualquer pretexto que seja” e acrescentaram que a abstenção de “uma resolução decisiva” das Nações Unidas “encoraja Israel a continuar sua agressão brutal que está matando pessoas inocentes (…) e reduzindo Gaza a escombros”.

Cerca de 1.200 pessoas foram mortas pelo lado israelense, a maioria civis no dia do ataque do Hamas, de acordo com as autoridades israelenses. E 239 israelenses foram sequestrados e levados para a Faixa de Gaza, segundo as mesmas fontes.

Desde então, Israel tem bombardeado incessantemente o território palestino controlado pelo Hamas. Mais de 11 mil pessoas, incluindo pelo menos 4.500 crianças, foram mortas no enclave, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas.

“Crimes cometidos contra o povo palestino”
A Arábia Saudita “considera as autoridades de ocupação (israelenses) responsáveis pelos crimes cometidos contra o povo palestino”, declarou o príncipe herdeiro Mohammed bin Salmane na abertura da cúpula.

“Estamos certos de que a única maneira de garantir a segurança, a paz e a estabilidade na região é pôr fim à ocupação [israelense], ao cerco e aos assentamentos”, acrescentou.

O presidente iraniano Ebrahim Raisi, que visita a Arábia Saudita pela primeira vez desde que os dois países estreitaram seus laços em março, conclamou os países islâmicos a classificar o exército israelense como uma “organização terrorista”.

Israel diz que quer destruir o Hamas e culpa o grupo pelo alto número de mortes, acusando-o de usar civis como escudos humanos, o que o Hamas nega.

Diferenças regionais
Inicialmente, a Liga Árabe e a OIC deveriam realizar suas reuniões separadamente, mas o Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita anunciou na madrugada deste sábado que as duas cúpulas seriam realizadas em conjunto.

Dois diplomatas árabes disseram que a decisão foi tomada após divergências sobre uma declaração final para a cúpula árabe.

Rompimento dos laços com Israel?
Alguns países, principalmente a Argélia e o Líbano, propuseram o rompimento dos laços econômicos e diplomáticos com Israel e a interrupção do fornecimento de petróleo ao país e seus aliados, de acordo com os diplomatas. No entanto, pelo menos três países, incluindo os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, que normalizaram as relações com Israel em 2020, rejeitaram essa proposta.

As organizações humanitárias internacionais redobraram seus apelos por um cessar-fogo em Gaza, onde a água potável e os medicamentos são extremamente escassos.

A Jihad Islâmica, aliada do Hamas em Gaza, no entanto, disse que não esperava “nada” da cúpula por meio de Mohammad al-Hindi, seu vice-secretário geral. Até o momento, Israel e seu principal aliado, os Estados Unidos, rejeitaram os pedidos de cessar-fogo.

“É vergonhoso que os países ocidentais, que sempre falam sobre direitos humanos e liberdades, permaneçam em silêncio diante dos contínuos massacres na Palestina”, disse o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, enfatizou que Washington tinha “a maior influência sobre Israel” e que “carrega [como resultado] a responsabilidade pela ausência de uma solução política” para o conflito.

O presidente sírio Bashar al-Assad considerou que a ausência de medidas punitivas contra Israel tornaria a cúpula “sem sentido” e defendeu o não envolvimento em um processo político com Israel até que um cessar-fogo fosse alcançado em Gaza.

O Emir do Qatar, Sheikh Tamim bin Hamad Al-Thani, cujo país está envolvido em esforços para garantir a libertação de reféns israelenses e estrangeiros mantidos em Gaza, disse que “são necessárias medidas persuasivas para acabar com os crimes de guerra”.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, e o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, estão entre os participantes da cúpula. O Irã apoia o Hamas, mas também o movimento islâmico libanês Hezbollah e os rebeldes Houthi no Iêmen, que estão aumentando os temores de uma extensão do conflito.

Israel e o Hezbollah trocam tiros diariamente na fronteira entre Israel e Líbano, enquanto os houthis reivindicaram a responsabilidade por vários ataques com drones e mísseis no sul de Israel.

*Opera Mundi

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Após 11 anos, líder do Irã vai a Riad para cúpula sobre Gaza: ‘Mundo deve ver a real face dos EUA’

Neste sábado (11), Ebrahim Raisi chegou a Riad para cúpula da OCI, marcando a primeira visita em 11 anos de um líder iraniano à Arábia Saudita. Em reunião prévia ao encontro, Teerã discutiu medidas para retaliar Israel, como o fechamento do espaço aéreo de Estados muçulmanos para Tel Aviv.

Raisi e sua comitiva chegaram pela manhã para participar da cúpula extraordinária da Organização de Cooperação Islâmica (OCI, na sigla em inglês), reunião que acontece para tratar sobre a tragédia em curso na Faixa de Gaza, segundo a agência Tasnim.

O líder iraniano vai se juntar a chefes de Estados muçulmanos para avaliar planos para pôr fim à investida militar de Israel, levantar o bloqueio a Gaza e enviar suprimentos humanitários às pessoas no enclave sitiado.

Enquanto caminhava para participar da cúpula, Raisi disse que chegou a hora de agir sobre o conflito em vez de conversar.

“Gaza não é uma arena para palavras. Deveria ser para ação. Hoje, a unidade dos países islâmicos é muito importante. Os EUA disseram que não querem uma expansão da guerra e enviou mensagens ao Irã e a vários países [nesse sentido]. Mas estas declarações não são consistentes com as ações dos norte-americanos”, afirmou o líder citado pela Reuters.

O chefe de Estado do país persa ainda acrescentou que “a máquina de guerra na Faixa de Gaza está nas mãos dos EUA, que estão impedindo um cessar-fogo em Gaza e não expansão da guerra. O mundo deve ver a verdadeira face dos Estados Unidos”, complementou.

Por sua vez, o chanceler iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, afirmou que “a cúpula enviará uma mensagem forte aos fomentadores da guerra na região e resultará na cessação dos crimes de guerra na Palestina”.

Neste sábado (11), Ebrahim Raisi chegou a Riad para cúpula da OCI, marcando a primeira visita em 11 anos de um líder iraniano à Arábia Saudita. Em reunião prévia ao encontro, Teerã discutiu medidas para retaliar Israel, como o fechamento do espaço aéreo de Estados muçulmanos para Tel Aviv.

Raisi e sua comitiva chegaram pela manhã para participar da cúpula extraordinária da Organização de Cooperação Islâmica (OCI, na sigla em inglês), reunião que acontece para tratar sobre a tragédia em curso na Faixa de Gaza, segundo a agência Tasnim.

O líder iraniano vai se juntar a chefes de Estados muçulmanos para avaliar planos para pôr fim à investida militar de Israel, levantar o bloqueio a Gaza e enviar suprimentos humanitários às pessoas no enclave sitiado.

Enquanto caminhava para participar da cúpula, Raisi disse que chegou a hora de agir sobre o conflito em vez de conversar.

“Gaza não é uma arena para palavras. Deveria ser para ação. Hoje, a unidade dos países islâmicos é muito importante. Os EUA disseram que não querem uma expansão da guerra e enviou mensagens ao Irã e a vários países [nesse sentido]. Mas estas declarações não são consistentes com as ações dos norte-americanos”, afirmou o líder citado pela Reuters.

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Irã pede a países muçulmanos que cortem relações com Israel

Presidente iraniano Ebrahim Raisi afirmou que situação em Gaza deve ser tratada como a principal preocupação da comunidade muçulmana na atualidade.

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, fez um apelo aos países muçulmanos a cortarem relações econômicas e diplomáticas com Israel, como forma de pressionar o governo de Benjamin Netanyahu a interromper a ofensiva militar contra o território palestino da Faixa de Gaza.

A declaração foi feita nesta sexta-feira (10/11), durante a cúpula da Organização de Cooperação Econômica (OCE), que acontece em Tashkent, capital do Uzbequistão.

Em seu discurso, Raisi defendeu o afastamento de Israel, argumentando que esta seria “uma medida de dissuasão eficaz, visando colocar um fim a essa ofensiva criminosa contra o povo palestiniano”.

O mandatário iraniano também alertou para a possibilidade de que o conflito possa ser expandido e afetar outros países da região.

Segundo Raisi, a proposta de afastamento de Tel Aviv quando a o risco de o conflito em Gaza se difundir pela região devem ser os temas prioritários da reunião de emergência da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), que acontecerá neste sábado (11/11), na Arábia Saudita.

Vale lembrar que o governo do Irã também foi o primeiro a defender a imposição de sanções econômicas a Israel. A primeira declaração nesse sentido foi feita pelo chanceler iraniano, Hossein Amirabdollahian, no dia seguinte ao bombardeio do hospital Al-Ahli, que matou mais 500 pessoas.

“Depois do terrível crime do regime sionista, com o massacre de mulheres e crianças inocentes no hospital Al-Ahli, chegou a hora da comunidade global agir contra este falso regime e sua máquina de matar”, comentou Amirabdollahian naquela ocasião.

*Opera Mundi