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Vídeo: Negros são discriminados na Ucrânia e impedidos de entrar na Polônia

Circulam nas redes sociais relatos de negros que foram impedidos pelas forças ucranianas ou polonesas de migrarem de país. Brasileiros também são discriminados.

Pessoas negras que moram na Ucrânia estão sofrendo discriminação por parte das Forças Armadas do país e da Polônia, para onde grande parte dos refugiados da guerra conta a Rússia estão fugindo.

Segundo o Africa Facts Zone, corroborado por um vídeo, africanos são impedidos de embarcarem nos ônibus com destino à Polônia, tendo de dar prioridade a cidadãos ucranianos.

 

Correspondente da BBC, Stephanie Hegarty compartilhou um relato de uma estudante de medicina nigeriana que está na fronteira entre a Polônia e Ucrânia: “me disse que está esperando há 7 horas para atravessar. Ela diz que os guardas de fronteira estão parando os negros e mandando-os para o final da fila, dizendo que eles têm que deixar os ‘ucranianos’ atravessarem primeiro”.

Ainda de acordo com Hegarty, as forças polonesas negam discriminação: “o porta-voz da força de fronteira polonesa me disse que a Polônia está permitindo que qualquer pessoa que chegue à fronteira da Ucrânia entre na Polônia”.

Pelo Twitter, a jornalista Nathália Urban, comentarista da TV 247, disse que “as redes sociais estão inundadas de relatos e vídeos de imigrantes africanos na Ucrânia sofrendo discriminação ao tentarem deixar o país”, e destacou: “agora estamos vendo as reclamações de brasileiros que enfrentam problemas semelhantes”.

Jogadores brasileiros do Zorya – Guilherme Smith, Cristian Fagundes, Juninho, a esposa dele, Vitória Magalhães, e o filho Benjamim, 4 – caminharam quase 10 horas a pé entre Lviv, no oeste do Ucrânia, e a fronteira, mas não conseguiram passar para o território polonês.

*Com informações do 247

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Pandemia e Ucrânia aceleram decadência da hegemonia norte-americana no mundo

“O destino dos Estados Unidos no novo século passa a ser uma incógnita”, analisa Emir Sader,

O século XX terminou com a disputa entre o declínio da hegemonia imperial norte-americana e a ascensão das forças favoráveis a um mundo multipolar no centro da luta política mundial. Se projetava já como a disputa central para o novo século.

O século XXI acelerou essas disputas. Em primeiro lugar com o surgimento da pandemia, que revelou a debilidade dos Estados Unidos para enfrentá-la e a forma muito mais exitosa da China para encarar seus efeitos. Já se revelava como um fator que acelerava o enfrentamento central no novo século.

Quando a pandemia parecia ser o fator determinante da entrada do século XXI, que marcaria todo o novo século, surgiu a guerra da Ucrânia. Porém, esta já se deu no novo marco de alianças entre a Rússia e a China, que formaliza um longo processo de aproximações entre as duas potências. Ao mesmo tempo em que o governo de Donald Trump e seus desdobramentos – incluída a invasão do Capitólio – revelavam a crise do sistema político norte-americano e a força de uma direita transformada em extrema direita nos Estados Unidos. Um elemento novo de enfraquecimento da capacidade de hegemonia política no mundo, que sempre se orgulhava do seu modelo de democracia.

A terceira década do novo século projeta assim uma nova forma de guerra fria. A primeira se assentava no equilíbrio relativo entre os Estados Unidos e a União Soviética, com a superioridade econômica e tecnológica dos EUA, e um equilíbrio entre as duas potências no plano militar.

Desde que a URSS explodiu sua bomba atômica, se impôs aos EUA um equilíbrio catastrófico, em que uma nova guerra mundial deixava de ser possível, porque as duas potências se destruíram mutuamente. Foi nesse marco que surgiu a guerra fria.

Em que os conflitos entre os dois blocos – liderados pelos EUA e pela URSS – se enfrentavam, mas em um marco de convivência, com pactos políticos e diferenças entre eles. A crise em Cuba e os conflitos em torno de Berlim foram os momentos de maior risco de enfrentamento aberto entre os dois blocos. Porém, no marco do equilíbrio catastrófico vigente, encontraram formas de resolução pacífica dos conflitos.

Na primeira guerra fria eram características a superioridade do bloco ocidental no plano econômico, apoiada nas economias norte-americana, europeia e japonesa, diante do atraso relativo da URSS e dos outros países do bloco dirigido por ela. Os EUA se valiam disso para influenciar a situação interna da URSS como propaganda do sucesso econômico do capitalismo e as tentações do consumismo de mercado.

A combinação desses fatores, mais o congelamento da situação interna da URSS, incapaz de renovar-se como economia e de democratizar-se – especialmente marcantes durante o longo governo de 18 anos de Brejnev -, terminou levando à crise interna da URSS. Pela primeira vez uma grande potência na história da humanidade praticamente se desfazia desde dentro, sem ser derrotada numa guerra.

A desaparição da URSS e do campo socialista fez o mundo voltar a um período de hegemonia unipolar em escala mundial, sob a direção dos Estados Unidos, inexistente desde a hegemonia britânica do século XIX.

Mas esse cenário teve vida curta. As transformações na Rússia sob Putin e os avanços da China impuseram rapidamente uma nova situação. A nova guerra fria é bem diferente da anterior. Os Estados Unidos estão mais fracos e as forças alternativas, favoráveis a um mundo multipolar, agrupadas nos Brics, têm uma força crescente.

O acordo estratégico entre a China e a Rússia se dá paralelamente a um enfraquecimento da própria hegemonia norte-americana sobre o seu campo. Na guerra da Ucrânia, a França e a Alemanha foram tentadas a tomar iniciativas próprias, sem confiança na oscilante atuação de Biden na coordenação do campo imperialista.

Comparado com a força que tinha na primeira guerra fria, seja no campo político, econômico, tecnológico e mesmo militar, os Estados Unidos são flagrantemente mais débeis. Na crise da Ucrânia até mesmo a superioridade militar norte-americana se revelou relativa, conforme a iniciativa e a audácia da Rússia neutralizou sua capacidade de ação.

Ao mesmo tempo, as eventuais vitórias de Lula e de Petro podem conformar uma América Latina mais forte e coordenada que nunca, que fortalece aos Brics e o surgimento de um mundo multipolar.

A nova guerra fria será assim muito diferente da primeira, menos estável no equilíbrio de forças entre os dois blocos, com tendência ao fortalecimento das forças emergentes e declínio dos EUA.

O século XXI continuará a ser um século de disputa entre o declínio da hegemonia norte-americana e a ascensão das forças favoráveis a um mundo multipolar. Mas tanto a pandemia como a guerra da Ucrânia aceleram essa disputa, acentuando o resultado favorável a estas últimas. O destino dos Estados Unidos no novo século passa a ser uma incógnita.

O eventual retorno de Donald Trump à presidência dos EUA pode representar uma forma de convivência com Putin e a própria China ou uma nova forma de enfrentamento, conforme Trump se dê conta de como o prestígio dos EUA e seus reflexos no eleitorado norte-americano têm efeitos muito importantes também eleitoralmente.

A terceira década do século XXI se revela decisiva para os destinos do mundo em toda a primeira metade do século e talvez até mesmo para todo o novo século. A disputa entre o declínio da hegemonia norte-americana e a força crescente das forças favoráveis a um mundo multipolar deve levar o mundo, já no final desta década, a um cenário político distinto, novo, com um papel determinante dos Brics.

*Publicado no 247

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Putin dá ordem para ofensiva total e aumenta tropas no entorno da Ucrânia

A ordem é intensificar a invasão. As informações foram divulgadas pelo Kremlin, sede do governo russo, em um comunicado oficial.

Sem intenções de recuar, o presidente russo, Vladimir Putin, determinou que as tropas militares façam “ofensivas em todas as direções”. Além disso, o governo aumentou em 50% a presença de soldados ao redor da Ucrânia. A ordem é intensificar a invasão, informa o Metrópoles.

O Kremlin disse que Putin ordenou que as tropas não fossem adiante na sexta-feira (25/2), mas que voltaram a avançar neste sábado, depois de supostas negativas para uma negociação. O governo ucraniano nega.

Um bombardeio russo matou 19 civis e feriu 73 pessoas neste sábado, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, informou a agência de notícias Interfax.

“100 mil soldados”

A Ucrânia vive o terceiro dia de bombardeios e assiste à presença de militares russos aumentar em seu território. O encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia em Brasília, Anatoly Tkach, apresentou um balanço sobre os ataques. Agora, segundo ele, 100 mil soldados estão no país.

“As batalhas continuam em todo o território da Ucrânia”, destacou. Neste sábado (26/2), em pronunciamento em Brasília, ele fez alertas para a forte presença militar russa e o risco de um operação falsa.

Segundo Tkach, os serviços de inteligência detectaram o planejamento russo de realizar “ação de bandeira falsa”. A iniciativa acontece quando um exército se disfarça com uniformes e equipamentos de outro para realizar atentados. “Intenção de cometer atos desumanos”, ponderou.

Os ataques

O bombardeio russo começou na quinta-feira (24/2). Em três dias, ao menos 198 pessoas morreram nos confrontos, segundo o governo ucraniano. Outras 1.115 ficaram feridas. Russos sitiaram a cidade e tentam tomar o poder.

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê o possível ingresso como uma ameaça à sua segurança.
República Tcheca, Polônia, França, Estados Unidos e Holanda concordaram em enviar ajuda estrutural de armas e dinheiro, apesar de não ordenarem apoio militar para os confrontos.

Madrugada de horror

Os confrontos em Kiev atingiram o mais alto nível de tensão na madrugada deste sábado. Rússia e Ucrânia disputam o controle da capital, coração do poder.

Mísseis foram disparados até mesmo em áreas urbanas, o que antes estava restrito a bases militares ucranianas. As sirenes de alerta voltaram a tocar.

Antes o que ficava em discursos político-diplomáticos e bombardeios em campos de batalhas, passou a afetar hospitais, orfanatos, prédios residenciais, além de escolas e creches.

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Alameda dos Anjos, a história do massacre de crianças russas por soldados da Ucrânia

Em um parque da cidade de Donetsk, na região de Donbass, leste da Ucrânia, localiza-se a “Alameda dos Anjos”. Trata-se de um memorial dedicado às crianças assassinadas por soldados e paramilitares da Ucrânia.

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Na entrada do monumento, há um arco de rosas produzido com cartuchos de munição, encimando uma placa de granito com os nomes e idades de dezenas crianças que morreram alvejadas ou atingidas por explosões de bombas e minas. As mais jovens tinham meses de vida.

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As crianças homenageadas morreram durante os ataques conduzidos pelas tropas ucranianas contra as minorias russas que habitam a região de Donbass. Segundo levantamento da Unicef, ao menos 149 crianças da região foram assassinadas por militares ucranianos entre 2014 e 2018.

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Após a ascensão do regime neofascista ucraniano durante o Euromaidan, as regiões do leste da Ucrânia, majoritariamente habitadas por descendentes de russos, passaram a reivindicar autonomia política ou unificação com a Rússia.

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Militantes pró-Rússia organizaram plebiscitos para consultar se os moradores aprovavam a autonomia. Diante do resultado positivo, proclamaram a independência das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk. O resultado foi referendado pela eleição de líderes separatistas.

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O regime neofascista ucraniano não reconheceu o resultado do referendo e acusou a Rússia de financiar movimentos separatistas para desestabilizar o país. Em seguida, despachou soldados e milícias neonazistas para reprimir brutalmente as minorias russas de Donbass.

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Vilarejos e cidades habitadas pela minoria russa foram submetidas a violentos bombardeios. O governo da Ucrânia usou até mesmo de armas químicas banidas como bombas incendiárias de fósforo e bombas de fragmentação contra alvos militares e civis de Donbass.

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Milhares de manifestantes pró-Rússia foram presos e centenas de líderes de movimentos autonomistas e membros de grupos de autodefesa foram executados. Milícias neonazistas foram enviadas para atacar as minorias russas da região.

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*Do twitter do Pensar História

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Manobras dos EUA levaram à guerra Rússia-Ucrânia, diz analista em Moscou

Ações dos Estados Unidos, por meio das chamadas “guerras híbridas”, e a expansão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no Leste Europeu catalisaram o conflito Rússia-Ucrânia, segundo afirma Andrew Korybko, analista político norte-americano, informa o Uol.

Em entrevista ao UOL diretamente de Moscou, ele compara o que vê como ingerência indireta dos EUA na Ucrânia com os protestos ocorridos no Brasil a partir de 2013, que culminaram no impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

“O Brasil e a Ucrânia foram ambos vitimados pelas guerras híbridas dirigidas pelos Estados Unidos com o objetivo de fortalecer a hegemonia unipolar norte-americana”, diz Korybko.

O que são guerras híbridas?

Segundo o analista, o conceito de guerra híbrida é uma combinação de “revoluções coloridas” —que são incitações populares, na linha do que aconteceu no Brasil a partir de 2013 e na Primavera Árabe— e guerras não convencionais, como ataques cibernéticos, contendas judiciais e retaliações econômicas, para substituir governos que não estejam alinhados aos interesses dos EUA.

Sem citar nominalmente o efeito da Operação Lava Jato, Korybko afirma que, no Brasil, “a guerra [híbrida] se concentrou, principalmente, no chamado ‘lawfare’, ou na manipulação de instrumentos legais, a fim de remover seu governo multipolar democraticamente eleito e legítimo”.

Já na Ucrânia, diz o analista, a estratégia foi organizada com base no que chama de “terrorismo urbano de extrema-direita”, conhecido hoje como a Revolução Colorida EuroMaidan.

Autor do livro “Guerras Híbridas: das revoluções coloridas aos golpes”, Korybko diz que manobras dos EUA na Ucrânia levaram “essas forças de extrema-direita ao poder, as quais ameaçaram a minoria russa indígena [povos originários que habitam a região de Donbass] devido à ideologia fascista das novas autoridades, que glorificam aqueles que colaboraram com a Alemanha nazista”.

“Isso levou os residentes da Crimeia a se reunirem democraticamente com a Rússia e as repúblicas do Donbass a declararem sua independência”, diz ele, que manifestou nas redes sociais apoio ao governo russo.

Em paralelo, o governo ucraniano se recusou a implementar os acordos de Minsk, apoiados pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

‘Conflitos por procuração’

Korybko —que é jornalista baseado em Moscou e escreve para diversos veículos de imprensa internacionais, como o russo Sputnik, o chinês CGTN e o italiano L’Antidiplomatico— afirma que as mídias sociais são as novas armas de ataque cirúrgico.

Os Estados Unidos vêm usando esses métodos para derrubar governos em todo o mundo. Segundo o padrão que foi usado na Síria e na Ucrânia, a guerra indireta é marcada por manifestantes e insurgentes, e as quintas colunas são compostas menos por agentes secretos e sabotadores ocultos e mais por protagonistas desvinculados do estado, que se comportam, publicamente, como civis.”Andrew Korybko, analista político

Para o analista, em vez de estabelecer um confronto direto, os EUA estabelecem uma espécie de “conflito por procuração”, promovido na vizinhança dos alvos para desestabilizá-los.

“As tradicionais ocupações militares dão lugar a golpes e operações indiretas para as trocas de regimes, que são muito mais econômicas e menos sensíveis do ponto de vista político”, defende.

Korybko aponta que isso ocorreu em 2014, na Ucrânia, e no Ocidente foi chamado de Revolução Ucraniana ou Revolução da Dignidade. Assim como as Jornadas de Junho de 2013 levaram à eleição de Jair Bolsonaro, as agitações na Ucrânia conduziram Volodymyr Zelensky à presidência.
Otan na Ucrânia

O presidente russo Vladimir Putin iniciou ontem o que classificou como uma “operação militar especial” na Ucrânia, com o objetivo de, segundo ele, “desnazificar” e “desmilitarizar” o país vizinho.

Nos últimos meses, Putin também citou suposta ameaça à Rússia em razão da expansão da Otan —a aliança militar liderada pelos EUA— na Ucrânia. “Esses movimentos visam, essencialmente, neutralizar as capacidades russas de contra-ataque nuclear e, assim, colocar a Rússia em uma posição perpétua de chantagem nuclear frente aos EUA”, analisa Korybko.

O presidente russo ainda mencionou a crise humanitária nas repúblicas de Donbass, que reconheceu como independentes no início da semana, como justificativa para autorizar a operação.

“Na Rússia, o sentimento geral é que as pessoas estão aliviadas por Putin não apenas ter finalmente tomado medidas decisivas para evitar uma catástrofe humanitária ainda pior, que já provocou um êxodo de refugiados em larga escala para a Rússia, mas por ele enfrentar a ameaça existencial que os planos dos EUA e da Otan na Ucrânia representam para a Rússia.”

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Massacre na Casa dos Sindicatos: O dia em que neonazistas da Ucrânia carbonizaram militantes comunistas

Ao justificar a operação militar na Ucrânia, Vladimir Putin declarou que um dos objetivos é “desnazificar” o país.

Ao se pronunciar sobre os ataques militares na Ucrânia na madrugada desta quinta-feira (25), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou um dos objetivos da ação é “desnazificar” o país.

“Vamos tentar alcançar a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia. E levar à Justiça aqueles que realizaram múltiplos crimes sangrentos contra civis, incluindo cidadãos da Federação da Rússia”, disse o líder russo em um trecho de seu discurso.

Um dos crimes sangrentos a que Putin se refere, ocorreu no dia 2 de maio, de 2014 e ficou conhecido como “Massacre na Casa dos Sindicatos”, quando grupos neonazistas, que estavam em ascensão na Ucrânia após o Euromaidan (levante que derrubou o governo de Viktor Yanukovych, que era pró-Rússia).

O ataque foi organizado pela milícia paramilitar neonazista Pravyy Sektor (Setor Direito, em português) e reuniu mais de mil pessoas que invadiram o prédio que era sede de organizações sindicais e do comitê regional do Partido Comunista da Ucrânia. Mais de mil militantes da extrema direita participaram do ataque.

O Pravyy Sektor, que contou com o apoio dos hooligans do clube Chermorets, perseguiam manifestantes pró-Rússia que se esconderam na Sede dos Sindicatos. No ataque, 39 pessoas morreram carbonizadas.

Entre as vítimas está o jovem militante comunista Vadim Papura, que tinha 17 anos.

Parte dos manifestantes que atacaram o prédio usavam suásticas e insígnias fascistas.

Aqueles que conseguiam fugir do prédio, eram cercados e espancados por nazistas. A polícia ucraniana presenciou, mas não interveio.

Um dos líderes do grupo Pravyy Sektor, Dmitry Ragovsky, declarou, à época do ataque, que o objetivo do grupo era eliminar os cidadãos pró-Rússia.

Pravyi Sektor: quem são os neonazistas da Ucrânia apoiados por bolsonaristas

As origens e motivações para o conflito entre os dois países vêm de longa data e têm relação, principalmente, com a influência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e dos Estados Unidos na região – o que para o governo russo representa uma ameaça.

Essa tensão chegou ao ápice em 2014, quando ultranacionalistas que eram contra o presidente ucraniano Viktor Yanukovych, pró-Rússia, tomaram as ruas com protestos, em um movimento que fiou conhecido com Euromaiden. O levante derrubou o governante que, aliado ao governo russo, tinha se recusado a assinar um acordo para se associar à União Europeia. Depois desse movimento que a Crimeia, que não reconheceu o novo governo, foi anexada à Rússia, após referendo.

Em meio a esses conflitos surgiu o Pravyi Sektor, grupo paramilitar, notadamente neonazista, que depois se tornou partido político. O grupo atuou diretamente para a derrubada do governo Yanukovych. A vitória dos manifestantes ultranacionalistas garantiu a incorporação de neonazistas nas forças armadas ucranianas.

Pravyi Sektor e os bolsonaristas

A bandeira usada pelo Pravyi Sektor leva o brasão de armas da Ucrânia, símbolo adotado por movimentos neonazistas, com o fundo em vermelho e preto. Eles dizem seguir a “tradição” do Exército Insurgente Ucraniano, que lutou na Segunda Guerra Mundial em cooperação com os nazistas e contra a União Soviética.

A Organização dos Nacionalistas Ucranianos, da qual derivou o grupo, introduziu elementos de fascismo, expansionismo e darwinismo social em sua ideologia.

*Com Forum

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Putin ao exército ucraniano: “tomem o poder em suas próprias mãos!”

Segundo o presidente russo, seria “mais fácil” negociar com os militares ucranianos do que com seu presidente, Volodymyr Zelensky, e “um bando de neonazistas”.

Em discurso televisionado nesta sexta-feira (25), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu que o exército da Ucrânia se volte contra o presidente do país, Volodymyr Zelensky, e o tire do cargo. “Tomem o poder em suas próprias mãos!” disse.

Segundo Putin, é “mais fácil” negociar com os militares do que com Zelensky e “um bando de viciados em drogas e neonazistas” que ele alegou terem “se entrincheirado em Kiev” e mantido o povo “refém”. O líder russo ainda acusou o governo de Kiev e os “neonazistas” de usarem civis como “escudos humanos” em meio à ofensiva da Rússia na Ucrânia.

Os militares ucranianos, prosseguiu Putin, não devem permitir que seu governo use seus “filhos, esposas e entes queridos como escudos humanos”.

Zelensky, que havia dito que se sentia abandonado pelos Estados Unidos e pela Otan, pode agora cair através das mãos dos próprios ucranianos.

Com RT/247

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Rússia quer “desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia” e libertar o povo da opressão, diz Serguei Lavrov

A Ucrânia vive o segundo dia de bombardeios. Kiev, capital do país e coração do poder, está sitiada por militares. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, defendeu a ação militar e garantiu que os russos não pretendem recuar, informa a Folha.

Nesta sexta-feira (25/2), em entrevista transmitida ao vivo de Moscou, Lavrov disse que seu país quer “libertar a Ucrânia da opressão”. A inteligência americana alertou que as tropas devem chegar ao centro de Kiev. Disparos de mísseis foram ouvidos na cidade.

O ministro argumentou a favor da operação comandada pelo presidente russo, Vladimir Putin. “Ele tomou a decisão de realizar uma operação militar especial para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia e, assim, livres da opressão, os próprios ucranianos poderão decidir seu futuro”, resumiu.

O pronunciamento foi conturbado, com direito a respostas atravessadas a jornalistas do Ocidente. Lavrov preferiu atender à imprensa de países aliados da Rússia, como a China.

O chanceler voltou a dizer que a Rússia está disposta a “buscar outras formas de negociação”, mas que a Ucrânia não aceita. Além disso, acusou o Ocidente de “matar pessoas” que seguem os costumes russos.

Lavrov reclamou das sanções econômicas impostas pelo Ocidente, admitiu que elas causam problemas à Rússia, mas garantiu que o país tem condições de resolvê-los.

O chefe da diplomacia russa ainda reclamou das negociações com a Ucrânia. Segundo ele, o presidente Volodymyr Zelensky “mente” ao propor soluções. “Ele simplesmente não está dizendo a verdade. Em termos simples, está mentindo quando declara que está pronto para discutir o estatuto neutro da Ucrânia”, finalizou.

Tanques ucranianos são vistos em cidade da região após o ataque russo -Metrópoles

Kiev tomada

O Ministério da Defesa da Ucrânia afirmou que as forças russas entraram no distrito de Obolon, distante poucos quilômetros do centro de Kiev. A informação foi divulgada pelo jornal americano The New York Times.

Autoridades municipais recomendaram que os moradores “preparem coquetéis molotov” para deter os invasores.

A Ucrânia vive o segundo dia de bombardeiros. Militares russos cercaram Kiev.

O Ministério da Defesa ucraniano diz ter abatido um avião russo e matado mais de 800 soldados.

O governo ucraniano alertou a comunidade internacional sobre o aumento da radiação nuclear radioativa na região de Chernobyl. O local está sob controle russo.

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.

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Russos tomam Chernobyl e aeroporto perto de Kiev

Militares russos dominam aeroporto perto de Kiev

Um assessor da presidência da Ucrânia afirmou que o aeroporto de Hostomel foi capturado por forças russas, informa o G1.

O aeroporto militar de Hostomel fica a cerca de 23 quilômetros da capital de Kiev.

Mais cedo, autoridades militares ucranianas haviam dito que paraquedistas russos desceram de 20 helicópteros e 8 aeronaves Mi-8 e começaram a combater os ucranianos para controlar o aeroporto.

Vídeos obtidos pelo jornal “New York Times” mostram que houve uma luta intensa na região do aeroporto —nas imagens, é possível ver helicópteros voando acima do rio Dnieper em direção à cidade de Hostomel.

Em um vídeo divulgado pelas forças armadas da Ucrânia, se vê, aparentemente, um desses helicópteros sendo derrubados.

Chernobyl é tomada pelos russos

O conselheiro da Presidência da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, informou que a usina nuclear de Chernobyl foi capturada pelas forças russas.

Ele disse que “não é possível garantir a segurança da área” onde há um depósito de resíduos nucleares e afirmou que essa é uma das “ameaças mais sérias para a Europa no momento”.

Acidente nuclear

Um dos reatores da usina de Chernobyl, na Ucrânia – então sob comando soviético –, explodiu em abril de 1986.

As emissões nucleares do acidente foram equivalentes a 400 bombas de Hiroshima.

Na ocasião, 30 pessoas morreram.

A região ao redor da antiga usina não é habitável e é conhecida como Zona de Exclusão.

OSCE, organização que monitorava a guerra civil na Ucrânia, deixará o país

A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) anunciou nesta quinta-feira (24) que decidiu retirar todos os seus membros da Ucrânia assim que isso puder ser feito de forma segura,

A decisão foi informada por um diplomata da OSCE à agência de notícias Reuters.

Mais cedo, a entidade já havia dito que iria se adaptar às novas condições, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Há centenas de observadores da OSCE há anos na Ucrânia. Eles eram encarregados de monitorar a guerra civil no leste do país, onde havia disputas entre regiões separatistas e o governo ucraniano.

A secretária-geral da OSCE afirmou que a segurança dos trabalhadores da organização é a maior prioridade.

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Mundo

Autoridades ucranianas pedem apoio ao Brasil para resistência local

Encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, disse que a invasão era esperada desde os ataques em massa de hackers contra sites nacionais e contas de autoridades do país.

“Esperamos que a comunidade internacional fortaleça as nossas defesas com armas”, disse o encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, na manhã desta quinta-feira (24/2), em entrevista coletiva on-line. Na ocasião, Tkach também disse que a invasão era esperada desde os ataques em massa de hackers contra sites nacionais e contas de autoridades locais, informa o Correio Braziliense.

Agora, de acordo com o entrevistado, a Ucrânia mantém apelos internacionais de apoio à resistência local e aguarda uma posição do governo brasileiro quanto ao conflito. “Esperamos dos países parceiros a condenação do ataque e ajuda à Ucrânia, seja financeira, de combustíveis, armas e mísseis”, explicou.

Em relação ao Brasil, que manifestou “solidariedade” à Rússia durante uma visita do presidente Jair Bolsonaro na última semana, Tkach disse estar em contato com as autoridades brasileiras. “Estamos esperando que o Brasil condene o ataque russo à Ucrânia”, reforçou.

Quanto ao resgate de brasileiros em território ucraniano, Tkach explicou que o espaço aéreo ucraniano está fechado, porém, existem conversas sobre a repatriação de pessoas oriundas de outros países que estão na Ucrânia. “Os voos estão cancelados e haverá um momento que poderão retornar. Em breve, o governo terá uma seleção de pessoas que poderão retornar para a sua casa”.

Tkach evitou, durante a coletiva, manifestar insatisfação contra o governo brasileiro. “Ainda esperamos que o governo brasileiro se manifeste”. Anteriormente, como a Ucrânia havia pedido “equilíbrio” ao governo brasileiro diante do iminente conflito, agora é preciso considerar as restrições. “Uma visita agora, com o espaço aéreo fechado, não é possível”.
Sanções

Para Tkach, os países que mantêm relações diplomáticas com a Ucrânia devem formar uma rede de apoio.”Agora, é a segurança do país ucraniano que está em questão, porém, futuramente, é a dos cidadãos europeus”, resumiu.

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