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Após 11 anos, líder do Irã vai a Riad para cúpula sobre Gaza: ‘Mundo deve ver a real face dos EUA’

Neste sábado (11), Ebrahim Raisi chegou a Riad para cúpula da OCI, marcando a primeira visita em 11 anos de um líder iraniano à Arábia Saudita. Em reunião prévia ao encontro, Teerã discutiu medidas para retaliar Israel, como o fechamento do espaço aéreo de Estados muçulmanos para Tel Aviv.

Raisi e sua comitiva chegaram pela manhã para participar da cúpula extraordinária da Organização de Cooperação Islâmica (OCI, na sigla em inglês), reunião que acontece para tratar sobre a tragédia em curso na Faixa de Gaza, segundo a agência Tasnim.

O líder iraniano vai se juntar a chefes de Estados muçulmanos para avaliar planos para pôr fim à investida militar de Israel, levantar o bloqueio a Gaza e enviar suprimentos humanitários às pessoas no enclave sitiado.

Enquanto caminhava para participar da cúpula, Raisi disse que chegou a hora de agir sobre o conflito em vez de conversar.

“Gaza não é uma arena para palavras. Deveria ser para ação. Hoje, a unidade dos países islâmicos é muito importante. Os EUA disseram que não querem uma expansão da guerra e enviou mensagens ao Irã e a vários países [nesse sentido]. Mas estas declarações não são consistentes com as ações dos norte-americanos”, afirmou o líder citado pela Reuters.

O chefe de Estado do país persa ainda acrescentou que “a máquina de guerra na Faixa de Gaza está nas mãos dos EUA, que estão impedindo um cessar-fogo em Gaza e não expansão da guerra. O mundo deve ver a verdadeira face dos Estados Unidos”, complementou.

Por sua vez, o chanceler iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, afirmou que “a cúpula enviará uma mensagem forte aos fomentadores da guerra na região e resultará na cessação dos crimes de guerra na Palestina”.

Neste sábado (11), Ebrahim Raisi chegou a Riad para cúpula da OCI, marcando a primeira visita em 11 anos de um líder iraniano à Arábia Saudita. Em reunião prévia ao encontro, Teerã discutiu medidas para retaliar Israel, como o fechamento do espaço aéreo de Estados muçulmanos para Tel Aviv.

Raisi e sua comitiva chegaram pela manhã para participar da cúpula extraordinária da Organização de Cooperação Islâmica (OCI, na sigla em inglês), reunião que acontece para tratar sobre a tragédia em curso na Faixa de Gaza, segundo a agência Tasnim.

O líder iraniano vai se juntar a chefes de Estados muçulmanos para avaliar planos para pôr fim à investida militar de Israel, levantar o bloqueio a Gaza e enviar suprimentos humanitários às pessoas no enclave sitiado.

Enquanto caminhava para participar da cúpula, Raisi disse que chegou a hora de agir sobre o conflito em vez de conversar.

“Gaza não é uma arena para palavras. Deveria ser para ação. Hoje, a unidade dos países islâmicos é muito importante. Os EUA disseram que não querem uma expansão da guerra e enviou mensagens ao Irã e a vários países [nesse sentido]. Mas estas declarações não são consistentes com as ações dos norte-americanos”, afirmou o líder citado pela Reuters.

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Irã pede a países muçulmanos que cortem relações com Israel

Presidente iraniano Ebrahim Raisi afirmou que situação em Gaza deve ser tratada como a principal preocupação da comunidade muçulmana na atualidade.

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, fez um apelo aos países muçulmanos a cortarem relações econômicas e diplomáticas com Israel, como forma de pressionar o governo de Benjamin Netanyahu a interromper a ofensiva militar contra o território palestino da Faixa de Gaza.

A declaração foi feita nesta sexta-feira (10/11), durante a cúpula da Organização de Cooperação Econômica (OCE), que acontece em Tashkent, capital do Uzbequistão.

Em seu discurso, Raisi defendeu o afastamento de Israel, argumentando que esta seria “uma medida de dissuasão eficaz, visando colocar um fim a essa ofensiva criminosa contra o povo palestiniano”.

O mandatário iraniano também alertou para a possibilidade de que o conflito possa ser expandido e afetar outros países da região.

Segundo Raisi, a proposta de afastamento de Tel Aviv quando a o risco de o conflito em Gaza se difundir pela região devem ser os temas prioritários da reunião de emergência da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), que acontecerá neste sábado (11/11), na Arábia Saudita.

Vale lembrar que o governo do Irã também foi o primeiro a defender a imposição de sanções econômicas a Israel. A primeira declaração nesse sentido foi feita pelo chanceler iraniano, Hossein Amirabdollahian, no dia seguinte ao bombardeio do hospital Al-Ahli, que matou mais 500 pessoas.

“Depois do terrível crime do regime sionista, com o massacre de mulheres e crianças inocentes no hospital Al-Ahli, chegou a hora da comunidade global agir contra este falso regime e sua máquina de matar”, comentou Amirabdollahian naquela ocasião.

*Opera Mundi

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ONU pede apuração sobre armas de ‘alto impacto’ usadas por Israel; divergência EUA-Tel Aviv eleva

Segundo as Nações Unidas, uso de “armas de alto impacto” por Israel está produzindo “ataques desproporcionais a civis em Gaza”. No mesmo dia em que Netanyahu reafirma que pós-guerra será sob controle das FDI, EUA comentam que “palestinos demais estão morrendo”.

O secretário-geral da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, pediu nesta sexta-feira (10) uma investigação sobre o que chamou de uso por Israel de “armas explosivas de alto impacto” em Gaza, que ele disse estar causando destruição indiscriminada no enclave palestino sitiado.

Turk disse que Israel deve acabar com o uso de tais armas na área densamente povoada, onde vivem 2,3 milhões de palestinos, metade dos quais foram deslocados pelos combates no último mês.

Segundo as Nações Unidas, uso de “armas de alto impacto” por Israel está produzindo “ataques desproporcionais a civis em Gaza”. No mesmo dia em que Netanyahu reafirma que pós-guerra será sob controle das FDI, EUA comentam que “palestinos demais estão morrendo”.

O secretário-geral da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, pediu nesta sexta-feira (10) uma investigação sobre o que chamou de uso por Israel de “armas explosivas de alto impacto” em Gaza, que ele disse estar causando destruição indiscriminada no enclave palestino sitiado.

Turk disse que Israel deve acabar com o uso de tais armas na área densamente povoada, onde vivem 2,3 milhões de palestinos, metade dos quais foram deslocados pelos combates no último mês.

“O extenso bombardeio israelense sobre Gaza, incluindo o uso de armas explosivas de alto impacto em áreas densamente povoadas […] está claramente tendo um impacto humanitário e de direitos humanos devastador. Os ataques devem ser investigados […] temos sérias preocupações de que estes constituam ataques desproporcionais, em violação do direito humanitário internacional”, disse Turk em entrevista coletiva na Jordânia. No entanto, ele não especificou a quais armas ele estava se referindo, escreve a Reuters.

A autoridade das Nações Unidas ainda acrescentou que “qualquer uso por grupos armados palestinos de civis e objetos civis para se protegerem de ataques é uma violação das leis da guerra, mas tal conduta por parte dos grupos armados palestinos não isenta Israel da sua obrigação de garantir que os civis sejam poupados”.

*Sputnik

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A guerra de Israel contra os palestinos envolve áreas de petróleo em Gaza e o neoliberalismo em queda

Análise geopolítica sobre a guerra em Israel e suas implicações para o Brasil e o mundo multipolar em desenvolvimento, por Pedro Augusto Pinho no Monitor Mercantil.

A verdade, filha do céu, como a luz não se apaga. No seio da escuridão mais densa jaz a centelha que afinal propaga a chama. Em todos os tempos, quando a corrupção invade a sociedade e o vício contamina as fontes da vida pública, Deus suscita um apóstolo para salvar no meio da geral dissolução a dignidade da razão humana. Às vezes é um historiador, como Tácito, ou um poeta como Juvenal; outras é Demóstenes orador, ou Sêneca filósofo. Através do zumbir da lisonja, do riso aparvalhado das turbas, do resfolgo opresso das consciências, no meio das bacanais públicas, ergue-se vibrante e sonora a voz da verdade, semelhante ao canto do cisne de uma sociedade que sucumbe

José de Alencar, “Cartas de Erasmo”, “Ao Imperador”, 17 de novembro de 1865, em “José de Alencar, Ficção Completa e Outros Escritos”, Aguilar Editora, RJ, 1965, volume III

A guerra que Israel move contra os palestinos se insere no projeto geopolítico de colocar sob domínio anglo-estadunidense e israelense cerca de dois terços das reservas de petróleo do mundo, entre outros interesses políticos, econômicos e, por que não reconhecer, raciais, que levam à formação dessa união.

Em 31/12/2022, estavam computados 1.535 bilhões de barris de petróleo no mundo.

Nesta conta se excluem o que se poderia obter com o processamento de areias betuminosas e folhelhos de xisto, principalmente no Canadá, nos Estados Unidos da América (EUA) e na Federação Russa.

Aproximadamente 998 bilhões estavam na área ao sul da Turquia, no Irã, no Egito e na Península Arábica.

A perspectiva de desconstruir a importância do petróleo – óleo e gás natural – já tem início ao serem divulgadas estatísticas que separam o óleo, que é denominado petróleo, do gás natural, como se este viesse de outro lugar que não dos reservatórios de hidrocarbonetos.


Esses mapas indicam reservas eventuais de petróleo na região de Gaza. O da esquerda mostra áreas marítimas para exploração. O da direita, as áreas já autorizadas para execução da exploração. Os dois mapas constam do documento ‘’The Economic Costs of the Israeli Occupation for the Palestinian People: The Unrealized Oil and Natural Gas Potential”, de 2019, da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento)

O neoliberalismo, que passou a dominar o mundo ocidental e influenciar o oriental a partir da década de 1980, tem na comunicação uma de suas armas mais importantes. Especialmente quando a comunicação virtual ganha força, como ocorre simultaneamente com as desregulações financeiras e a imposição da ideologia neoliberal, pelo Consenso de Washington.

Este “Consenso” será o instrumento de avaliação dos organismos internacionais de empréstimos e de acompanhamento econômico: Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial (WB), Organização Mundial de Comércio (OMC), dentre outros.

Vejamos os 40 anos que vão de 1973 a 2013, com informações da Agência Internacional de Energia (AIE), para o consumo de energia.

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que agrupa o mundo desenvolvido ocidental, caiu de 61,3% para 39,2%.

A China, que percorreu caminho diferente do preconizado pelo Consenso de Washington, cresceu de 5,5% para 12,2%. O Oriente Médio, seguindo o exemplo chinês, passou de 0,8% para 5,1%.As Américas, fora da OCDE, ficaram praticamente estáveis no consumo de energia: 3,5% e 4,6%, início e fim do período.

Neste século 21, constatou-se a decadência na produção e no emprego pelo lado do Atlântico.

Mesmo reduzindo os encargos trabalhistas e previdenciários, com a nova escravidão dos “microempreendedores individuais” e a uberização do trabalho, reduziram-se os empregados com “carteira assinada”, e, simultaneamente, avançaram a fome e a miséria, inclusive nos países industrializados e desenvolvidos.

Há mais um dado para ser analisado com a guerra movida por Israel: a revelação da falácia das energias alternativas que fariam a transição energética.

Hoje, após mais de duas décadas de fechamento de usinas atômicas e da substituição de petróleo por energia eólica e solar fotovoltaica, já não resta dúvida da ineficiência desta substituição, quer pelo preço elevado, quer pelo uso abundante de minerais estratégicos, quer pela intermitência do fornecimento, quer mesmo pelos problemas ambientais que provocam.

Por outro lado, o mundo unipolar, do dólar estadunidense, vê-se superado, em todos aspectos, pelo mundo multipolar, construído em torno da República Popular da China (China), da Federação Russa (Rússia) e de países asiáticos e africanos organizados em instituições internacionais como a Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR), os Brics, agora aumentados para 11 países, a Organização para Cooperação de Xangai e outras.

O cenário de guerra fica cada vez mais possível com a decadência dos EUA, melhor dir-se-ia do Atlântico Norte.

Ao mesmo tempo em que a China e Rússia vão congregando países, mesmo com divergências históricas, como no recente Brics+.

A Iniciativa do Cinturão e Rota, reunida no 3º Fórum para Cooperação Internacional, em outubro de 2023, contava mais de 150 países e 30 organizações internacionais, de uma forma ou de outra, envolvidos na implementação desta iniciativa chinesa.

Único representante brasileiro convidado para o Fórum estava neste evento, o diretor responsável do Monitor Mercantil, jornalista Marcos de Oliveira. Lembrando que a Organização das Nações Unidas (ONU) possui, hoje, 193 países-membros.

Existe, é óbvio, o aspecto cultural nesta virada para o oriente, mas há a nítida decadência do Ocidente, que se envolve em guerras de conquista como se ainda vivêssemos no século 19.

A questão energética é bem um exemplo. Substituir o petróleo pelo vento e pelo sol é retroceder, enquanto a China busca na fusão nuclear o avanço na geração de energia.

Muito poder-se-ia discorrer sobre energia e guerra. Porém, neste artigo, buscamos vincular a guerra de um Estado contra uma população, a falência em menos de meio século de ideologia farsante e suas consequências para o Brasil.

E a tudo isso se soma a dívida imensa e sem lastro que acompanha o dólar estadunidense, presente na guerra das forças armadas, protegidas institucionalmente, contra população organizada pela necessidade de se defender do massacre e do extermínio e o cenário do ocidente em crise contra o oriente em desenvolvimento.

Uma percepção do Brasil neste belicoso cenário

Fundamentalmente, falta soberania ao Estado Nacional brasileiro.

Vive o País muito mais tempo como colônia dos portugueses, ingleses, estadunidenses e dos capitais apátridas do que como Estado independente soberano e altivo.

A denominada redemocratização se deu com a vitória neoliberal no Ocidente e o desaparecimento da questão nacional no cenário das discussões políticas. Era a globalização em vez dos Estados nacionais e também o identitarismo no lugar da cidadania.

Saído de 21 anos de governos autoritários, os brasileiros não perceberam que a criança estava na bacia de água suja.

Com os militares foi-se também o interesse nacional, muito bem demonstrado pela ação da diplomacia brasileira, voltando seus olhos para a vizinhança sul-americana e para a África, e reconhecendo as vitórias lá ocorridas nas lutas pelas independências políticas.

A bem da verdade, esta virada da diplomacia teve início com o curto governo Jânio Quadro (Afonso Arinos de Melo Francos), sofreu um revés com Castelo Branco (Juracy Magalhães), retomou a autonomia com Médici, Geisel e Figueiredo (Mário Gibson Barbosa, Antônio Azeredo da Silveira, Ramiro Saraiva Guerreiro) e retroagiu ao acompanhamento acrítico e automático dos EUA na Nova República até a volta de Celso Amorim, com Lula, em 2003.

Deve-se recordar o servilismo do Itamaraty no governo de Fernando Henrique Cardoso, sendo chanceler Celso Lafer, ao perseguir o corajoso e digno embaixador José Maurício de Figueiredo Bustani, quando, tendo sido eleito para primeiro diretor-geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), já reeleito para novo período, se recusa a participar da farsa das “armas de destruição em massa” no Iraque, para justificar a invasão, a guerra de conquista daquele País, pelos EUA.

Fato imortalizado no filme Sinfonia de um homem comum, de José Joffily. O autor deste artigo se orgulha da amizade, surgida no curso secundário e até hoje mantida, com o diplomata e pianista Bustani.

Hoje, a diplomacia brasileira é pouco afirmativa, hesita na identificação dos interesses nacionais como da multipolaridade, e isso tem reflexo nesta questão da guerra de Israel contra os palestinos.

Um cenário possível, que já é objeto de debate acadêmico, está no reconhecimento da derrota do neoliberalismo globalizante e de sua concentração do quintal estadunidense: as Américas.

Os capitais anglo-israelense-estadunidenses assumiriam o poder pelos países das Américas, derrotando as veleidades brasileiras de governança nacional e procurando submeter Cuba, Venezuela, Nicarágua e Bolívia ao encolhido Império.

Sendo este o desfecho da guerra no Oriente Médio e na Ucrânia sairiam vitoriosos o petróleo, como principal fonte primária de energia, e os Estados Unidos da América, como feitor dos capitais financeiros nas ricas e dominadas Américas, do Alasca à Patagônia.

Porém, o Brasil pode e deve reagir.

A população, em sua maioria, não aplaude o covarde nem o agressor dos mais fracos, ela estará contra ou a favor do governo conforme este a esclareça dos reais acontecimentos, não deixe o brasileiro refém das mídias hegemônicas e antinacionais, dos sites de relacionamento coordenados do exterior, e assuma sua responsabilidade em favor da justiça, da verdade, da paz e, principalmente do Estado e da Nação Brasileira.

*Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado, trabalhou por 25 anos na Petrobrás, foi membro do Corpo Permanente da Escola Superior de Guerra (ESG) e consultor das Nações Unidas na África (UN/DTCD 1987/1988).

*Viomundo

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Mauro Vieira: situação em Gaza impede cravar data da saída de brasileiros

Ministro das Relações Exteriores falou sobre a situação dos brasileiros na Faixa de Gaza, após fronteira para escapar da guerra ser fechada.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o governo brasileiro segue mobilizado para repatriar os 34 brasileiros que ainda estão na Faixa de Gaza, em meio à guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas. O grupo havia sido autorizado a cruzar a fronteira para o Egito, mas a passagem de Rafah não chegou a ser aberta, diz o Metrópoles.

“Nossa embaixada no Cairo está mobilizada para recebê-los. Dois ônibus foram contratados para levá-los, quando passarem para o Egito tem serviço de ônibus para o aeroporto mais próximo, onde avião da FAB está há praticamente um mês”, disse em uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (10/11).

Vieira disse esperar a autorização dos brasileiros “o mais rápido possível”, mas falou não conseguir dar uma data de quando seria isso. No grupo, metade é criança, segundo ele.

“A situação de Gaza não me permite dizer se será hoje, amanhã ou quando, são números e questões que dificultam a abertura. O governo brasileiro tem mantido contato com as autoridades, sempre examinando a possibilidade da libertação dos brasileiros no menor tempo possível”, disse.

O ministro relembrou a expectativa de que os brasileiros poderiam escapar da guerra nessa última quarta-feira (8/11), mas eles precisaram ficar em Gaza, “porque não houve abertura”. Segundo Vieira, funcionários de Israel haviam confirmado a passagem dos brasileiros nesta sexta.

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Governo recebe autorização para levar avião próximo à fronteira do Egito a fim de resgatar grupo de brasileiros na Faixa de Gaza

O governo brasileiro foi autorizado pelo Egito a pousar em Al Arish, cidade egípcia a 53 km da Faixa de Gaza, para resgatar o grupo de brasileiros que aguarda permissão para deixar Gaza. O Itamaraty informou que os brasileiros devem ser autorizados a sair de Gaza ainda hoje (10).

Os estrangeiros civis que querem deixar Gaza, em razão do conflito do Israel com Hamas, estão concentrados ao sul da Faixa, na passagem de Rafah, única saída permitida para saída de estrangeiros na fronteira com o Egito.

A passagem, porém, não é aberta para todos. Uma lista tem sido preparada por autoridades da região desde o dia 1 de novembro para determinar quem pode sair e em qual dia. Até agora, o grupo de brasileiros – 34 pessoas – não recebeu a autorização.

A autorização do Egito para a FAB pousar em Al Arish é um indicativo de que a passagem dos brasileiros possa ocorrer nos próximos dias. A expectativa é que embarquem no sábado (11).

No atual planejamento do governo brasileiro, o grupo, depois de embarcar em Al Arish, no sábado, chegará ao Brasil no domingo (12).

O avião brasileiro, cedido pela Presidência da República para essa missão, é um VC-2, modelo Embraer 190, e atualmente está no Cairo, capital do Egito.

Equipes da Embaixada do Brasil no Egito devem viajar ainda nesta quinta até a passagem de Rafah para receber os brasileiros.

 

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PF avalia que Israel quis faturar politicamente com operação no Brasil

Integrantes da Polícia Federal (PF) avaliam que governo de Israel quis “faturar politicamente” ao citar atuação do Mossad no Brasil.

Integrantes da Polícia Federal (PF) ouvidos pela coluna avaliam que o governo de Israel quis “faturar politicamente” ao citar a participação do Mossad, serviço secreto israelense, na operação que prendeu terroristas ligados ao Hezbollah no Brasil.

A divulgação, feita pelo próprio primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não estava nos planos. O tom usado por Israel, citando uma “célula” do Hezbollah no Brasil, também foi vista como alarmista e “exagerada” por integrantes da PF.

Em entrevista à CNN, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, chegou a falar em “quebra de confiança” com o governo de Israel. O abalo, contudo, não deverá afetar a cooperação entre PF e Mossad, que mantêm diversas parcerias na área de segurança pública.

 

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Carta de um detento palestino

Em carta coletiva, prisioneiros palestinos dão testemunho da vida em prisão israelense desde o 7 de outubro.

Há relatos de que Israel prendeu palestinos residentes dos territórios ocupados de 1948 por causa de publicações nas redes sociais. Estima-se também que Israel tenha detido milhares de trabalhadores palestinos de Gaza, cujas autorizações de trabalho foram revogadas após 7 de outubro. O número e o estado destes prisioneiros são desconhecidos devido ao fato de Israel ter emitido uma ordem para os considerar “combatentes ilegais”; o que permite à administração mantê-los detidos por um período ilimitado, sem controle judicial efetivo. De acordo com a Comissão Palestina de Detidos, Israel detém atualmente mais de 11 mil prisioneiros políticos palestinos, o dobro do número de prisioneiros antes de 7 de outubro.

Além disso, Israel iniciou uma campanha repressiva terrível contra os prisioneiros políticos palestinos, empregando políticas sistêmicas contra eles e seus direitos. O país suspendeu completamente todas as visitas de familiares e da Cruz Vermelha e limitou severamente as visitas de advogados. Também retirou a grande maioria dos direitos e concessões conquistadas pelos prisioneiros ao longo de décadas de luta, especificamente por meio de greves de fome, desobediência e boicotes a tribunais militares. Os prisioneiros estão descrevendo as condições nas prisões israelenses como semelhantes àquelas observadas em 1968. Israel restringiu severamente o acesso à água e aos alimentos, fechando os refeitórios dos prisioneiros, confiscando equipamentos de cozinha e limitando as refeições àquelas fornecidas pelo Serviço Prisional. E em uma série de ataques violentos, a administração da prisão israelense confiscou todos os pertences pessoais e comunitários dos prisioneiros, inclusive sapatos, a maioria das roupas e equipamentos de limpeza. Dispositivos elétricos foram confiscados e a eletricidade foi cortada das celas. O tempo no pátio foi restrito a menos de 15 minutos por dia e impediu que os prisioneiros de celas diferentes dentro das mesmas alas se comunicassem.

Em meio a esse embargo, dois prisioneiros foram mortos, Omar Daraghmeh, de 58 anos, que estava em detenção administrativa na prisão de Megiddo, e Arafat Hamdan, de 25 anos, que estava detido na prisão de Ofer. O testemunho a seguir foi coletado de vários relatos de prisioneiros por meio de visitas recentes de advogados, bem como de prisioneiros recentemente libertados. Os nomes dos prisioneiros e os locais de sua detenção foram ocultados para protegê-los da campanha contínua de Israel contra eles.

“Outubro é uma fórmula de mistério e de afirmação”.

“7 de outubro. São 6:20. Passada meia hora, as notícias começam a se cristalizar. Em meio a todo o barulho, diante do despertar surpreso e jubiloso dos prisioneiros, os serviços prisionais fecham todas as celas de par em par. Todos estão felizes; fomos estimulados por sentimentos de força e de vitória.

Cada notícia que chegava exemplificava um vasto sentimento de glória e orgulho.

Apesar de todos os canais terem sido cortados pelos serviços prisionais, ainda tínhamos uma antena através da qual tentamos ver o canal local que transmitia a Al-Jazeera. Estavam todos em estado de choque. As cenas causavam estranhamento. Foi este o ponto mais alto a que chegaram as análises dos meios de comunicação e dos especialistas. A batalha continua e as surpresas se sucedem, tal como a derrota dos serviços secretos sionistas, e a alegria encheu toda a nação, instalando-se em nossos corações e mentes – a notícia da captura e detenção de um grande número de pessoas, o potencial para esvaziar completamente as prisões.

As nossas celas assemelham-se agora a masmorras. Voltamos à vida primitiva, lavando à mão o que restava das nossas roupas.

Só percebemos a dimensão das surpresas e da vitória quando vimos os rostos dos carcereiros durante a contagem. Nos seus rostos, o ódio e a tristeza eram o sinal da sua derrota.

9 de outubro. Terceiro dia. O isolamento continua. Mal nos deixam sair para tomar banho. A cada tentativa de estender uma antena para o exterior, a fim de obter um pouco de notícias, o carcereiro apressa-se em cortar o cabo.

A situação se agrava: mais e mais pressão. Mas as cenas pungentes que testemunhamos trazem alívio e restauram a nossa dignidade e orgulho roubados. Essas cenas vão se somar a uma série de momentos históricos em outubro, um mês em que a incrível coragem dos titãs reafirma uma e outra vez a nossa narrativa fundadora, para a qual este outubro apresenta um novo modelo definidor da nossa luta contra a ocupação.

10 de outubro. A manhã não é diferente, exceto pela chegada de uma unidade de busca que faz estragos na cela. A repressão nos faz tomar consciência da magnitude das notícias e da extensão das suas perdas. Percebemos que cada escalada é uma resposta a uma resistência que marca novas conquistas e lhes inflige golpes dolorosos.

12 de outubro. Tal como no dia da invasão, o colono mostra a ignomínia da sua tirania. As medidas intensificam-se e a pressão atinge o seu ponto máximo esta manhã. A unidade de repressão invadiu durante a manhã o pavilhão vizinho, assediando os presos nas suas celas. Os gritos, o barulho e as agressões tornaram-se mais intensos. A comida é escassa e mal cozinhada; a galinha até tem penas.

As refeições fornecidas nem sequer seriam suficientes para alimentar uma ave.

A eletricidade foi cortada durante todo o tempo; só é restabelecida durante a “recontagem” que se realiza três vezes por dia.

13 de outubro. A situação não se alterou significativamente. Pelo contrário, está se tornando mais difícil e mais complexa.

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Dias de silêncio e angústia avassaladores. Falta de informação. Sabemos, no entanto, que à medida que os dias passam, a situação deteriora-se e a repressão persiste.

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19 de outubro. A tensão aumenta. As unidades de busca começam suas incursões. Tudo o que me importa são algumas fotografias, fontes de energia e vida no cativeiro, e alguns pedaços de papel.

21 de outubro. Os serviços prisionais lançaram uma nova campanha – buscas e assédio nas enfermarias e confisco de todos os objetos pessoais e comunitários. Levam tudo: cada preso fica apenas com dois conjuntos de roupas íntimas, uma toalha e uma fronha. Não há tênis, apenas chinelos. Não há nada nas celas.

Os carcereiros se apoderaram de tudo, incluindo a placa elétrica que os detidos utilizavam para cozinhar e aquecer os alimentos, canetas e papel que constituíam o seu único meio de escapar do estado de expropriação em que vivem; são até mesmo privados de consultas e exames médicos.

Os carcereiros atiraram um grande número de ovos em uma das celas. O mau cheiro dos ovos impregnou essa cela e as celas vizinhas. Não contentes com isso, os carcereiros confiscaram os utensílios de limpeza, de modo que o cheiro impregnou todo o local.

Para aqueles que estão nas prisões há muito tempo e que viveram vários acontecimentos nas prisões, esta é a primeira vez que tais medidas são tomadas – a situação nas prisões é semelhante à de 1968.

Os detidos foram obrigados a beber água das torneiras contaminadas das celas, que cheiram mal. Na cela onde antes estavam 6 presos, estão agora 12.

23 de outubro. Um dos piores dias. Exatamente às 9 horas da manhã, as unidades de repressão entraram na cela. A busca prolongou-se até altas horas da noite, até às 23 horas. Durante todo esse tempo, estivemos algemados, sem eletricidade nem água. Regressamos à cela e a única coisa que nos importava era que tínhamos conseguido esconder alguns papéis e uma caneta. Foi o suficiente para nós, em meio a uma agitação aterradora.

Depois de ter sido invadida, a cela estava imunda – havia ovos partidos espalhados por todo o canto, tudo tinha sido confiscado; a cela estava completamente desolada, sem quaisquer objetos. Era uma outra espécie de Nakba. Podíamos ver a malícia nos olhos deles enquanto destruíam tudo.

Incerteza. Não sabemos o que está acontecendo lá fora. Nem sabemos que medidas repressivas os serviços prisionais irão tomar a seguir.

O meu corpo está exausto – talvez por causa dos longos períodos sentado na cela, sentado e dormindo dentro da cela (que tem cerca de 5×3 metros), e por causa das restrições ao tempo de pátio durante o qual costumávamos andar (o pátio tinha cerca de 18×10 metros). Comecei a fazer algum exercício no pequeno espaço partilhado por 8 prisioneiros na cela, uma vez que se tornou o único espaço disponível para nós.

Tomar banho tornou-se uma tarefa impossível para os prisioneiros. No passado, os detidos costumavam tomar banho fora das enfermarias, em um espaço designado chamado “chuveiros”. Esse espaço é normalmente coberto por uma lona, que os serviços prisionais confiscaram. Consequentemente, os detidos são obrigados a tomar banho ao ar livre, o que se recusam a fazer, optando por se lavar nas suas celas utilizando recipientes de plástico.

Não há esfregões nas celas. Pedimos um ao carcereiro. Ou ele traz ou a água fica espalhada no chão.

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Desde 7 de outubro, os prisioneiros estão proibidos de sair para o pátio, o que agora é limitado a menos de 15 minutos por cela do pavilhão, e os prisioneiros de diferentes alas do pavilhão estão impedidos de se misturar. Quando o advogado de Abu Nidal (companheiro de cela do autor) foi finalmente autorizado a visitá-lo, não pensou na justiça que isso poderia lhe trazer, pois o que mais ansiava eram os poucos passos que poderia dar nos quatro metros quadrados de que disporia na sala de reuniões dos advogados.

Abu Nidal caminha um pouco e os cantos dos seus lábios esboçam um sorriso – um sorriso de vitória e de antecipação da liberdade.

Nidal me perguntou: vai casar assim que estiver lá fora? Quão otimista acha que o nosso povo está em relação à nossa liberdade?

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Pensando nessas palavras, lembro-me de que, no dia 7 de outubro, perguntei a Nidal sobre uma pilha de livros que ele receberia na prisão; ele respondeu imediatamente: Não preciso deles agora, o meu pai vai lê-los em breve sob um céu livre.

(*) Tradução de Mateus Forli

*Opera Mundi 

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Erro ‘catastrófico’ para os EUA deixarem Israel entrar em guerra com o Hezbollah e o Irã

O governo israelita espera poder forçar Washington a ajudá-lo a travar uma guerra em múltiplas frentes com o Hezbollah e o Irão, enquanto as FDI estão “nas profundezas de Gaza”, mas isso é uma missão tola, uma vez que os problemas de Israel são da sua própria criação e não os problemas do povo americano, disse um ex-oficial da CIA à Sputnik.

Num artigo para Al-Mayadeen no início desta semana, o ex-oficial de inteligência do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, Scott Ritter, argumentou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin

Natanyahu, está tentando escalar a situação no Líbano, a fim de atrair os EUA para uma guerra em múltiplas frentes contra o Hezbollah e, ​​em última análise, Irã. No entanto, Ritter também argumentou que tal manobra não teria sucesso, porque o Hezbollah não será incitado a um conflito que o coloque em desvantagem no cenário global.

Ritter disse que se o Hezbollah tomar a iniciativa e lançar um ataque em grande escala contra Israel, “as pessoas deixarão de falar sobre a Palestina. As pessoas deixarão de falar sobre a agressão de Israel e agora concentrar-se-ão numa nova frente que provavelmente incluirá o Irão”.

“É novamente por isso que [o líder do Hezbollah] Hassan Nasrallah fala de perseverança . Perseverança significa que você tem que lutar em tempos difíceis para garantir que não será distraído da visão estratégica”, disse Ritter, acrescentando que “o Hamas está vencendo esta luta”. .Israel não pode prevalecer. Israel não pode derrotar o Hamas no terreno. Israel perdeu a batalha da propaganda a nível mundial; eles perderam nos Estados Unidos.”

John Kiriakou, ex-oficial da CIA e denunciante do programa de tortura dos EUA , disse na terça-feira ao programa “The Critical Hour” da Rádio Sputnik que Ritter e Nasrallah estão certos: os EUA não podem vencer uma guerra contra o Hezbollah e não deveriam se envolver em tal luta.

*Sputnik

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Ministra da Espanha defende cortar relações com Israel: ‘genocídio planejado a Gaza’

Ione Belarra, do Movimento Somar, criticou ‘silêncio ensurdecedor’ dos líderes mundiais sobre as violações aos direitos humanos dos palestinos.

Em entrevista transmitida nesta quarta-feira (08/11) para o canal Al Jazeera, do Catar, a ministra de Direitos Sociais da Espanha, Ione Belarra, reforçou suas críticas contra o governo de Israel pelas mortes de mais de 10 mil palestinos em apenas um mês de ofensiva militar contra a Faixa de Gaza.

Uma das líderes do partido de esquerda Movimento Somar (herdeiro político do extinto Podemos), Belarra classificou as operações israelenses no território palestino como um “genocídio planejado”, e afirmou que esta situação só é possível graças à omissão da comunidade internacional diante do que está acontecendo.

“Por que alguns países que levantam a bandeira dos direitos humanos em outros conflitos não fazem o mesmo neste caso, em vez de assistirem horrorizados o que está acontecendo? Precisamos condenar também a morte de milhares de crianças palestinas, as cenas de mães gritando desesperadamente com seus filhos mortos em seus braços. E precisamos punir quem é responsável por isso”, afirmou a ministra espanhola.

Belarra acusou os líderes mundiais por seu “silêncio ensurdecedor” diante da violação dos direitos humanos dos palestinos e recriminou o que considera como uma “duplicidade de critérios”, ao fazer uma comparação entre os conflitos em Gaza e na Ucrânia.

Há um silêncio ensurdecedor por parte dos países e dos líderes políticos que poderiam fazer alguma coisa. Falo daquilo que conheço bem, que é a União Europeia. Parece que a demonstração de hipocrisia da Comissão Europeia a respeito deste tema é inaceitável”, comentou.

Não foi a primeira vez que a ministra usou esses termos. Semanas atrás, em um vídeo divulgado em suas redes sociais no dia 28 de outubro, Belarra já havia usado a expressão “genocídio planejado” e feito um apelo a todos os líderes mundiais, incluindo o premiê espanhol Pedro Sánchez, para que cortassem relações diplomáticas Israel, incluindo o bloqueio à venda de armas ao país, e patrocinassem uma acusação contra o premiê israelense Benjamin Netanyahu no Tribunal Penal Internacional (TPI).

“Israel não só está bombardeando massivamente a uma população civil que está absolutamente indefesa como também cortou todas as comunicações no território de Gaza, com o claro objetivo de ocultar o que está acontecendo e garantir sua impunidade. A falta de atitude dos nossos líderes está transformando-os em cúmplices desse genocídio planejado”, disse Belarra na ocasião.

O vídeo foi usado pela oposição de direita na Espanha para criticar o governo de Sánchez e pressionar pela demissão da ministra, mas o premiê a apoiou e disse que a manteria no cargo.

*Aljazeera/Opera Mundi