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Tragédia brasileira é destaque nos principais jornais do mundo: “um colapso previsto”

O colapso no sistema de saúde do Brasil em decorrência da pandemia, que levou ao registro de mais 3.650 mortes nesta sexta-feira (26/3), ganhou destaque nos três principais jornais dos Estados Unidos, país que ocupava o ranking global de mortes diárias por coronavírus até o início de março, quando foi ultrapassado pelo Brasil.

The New York Times, The Wall Street Journal e The Washington Post, além da agência de notícias americana Associated Press e da revista britânica The Economist, retratam hospitais lotados, o avanço da variante descoberta em Manaus, as falhas do governo Bolsonaro, o espalhamento de desinformação em torno de tratamentos sem eficácia, a exaustão dos profissionais de saúde e a escassez de oxigênio e medicamentos para intubação.

A Economist e o Wall Street Journal tratam a situação no Brasil como uma ameaça à saúde pública global, principalmente por causa da variante que circula com força no país.

A crise brasileira ocupava a manchete do site do jornal The New York Times neste sábado (27/3) a partir de uma reportagem intitulada “Um colapso esperado: como a pandemia de covid-19 no Brasil superlotou hospitais”.

O texto, assinado por Ernesto Londoño e Letícia Casado, descreve a situação a partir de Porto Alegre, “cidade no centro de um chocante colapso do sistema de saúde do país”. A capital gaúcha tem uma lista de espera por leitos de UTIs que dobrou de tamanho nas últimas semanas, com mais de 250 pacientes em estado crítico.

A cidade também foi recentemente palco de protestos contra medidas de restrição à circulação de pessoas, com participação majoritária de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, descrito na reportagem como um líder que continua a promover remédios ineficazes e potencialmente perigosos contra a doença e a atuar contra estratégias como o lockdown.

Os repórteres do New York Times também entrevistam pessoas que concordam com Bolsonaro, refutam a gravidade da situação e consomem desinformação em redes sociais, como notícias falsas sobre vacinas e supostas sabotagens à política incipiente de Bolsonaro para combater a pandemia.

A reportagem do jornal The Wall Street Journal também é escrita a partir de Porto Alegre. Segundo texto assinado por Paulo Trevisani, Samantha Pearson e Luciana Magalhães, a variante do coronavírus P1 tem devastado o Brasil e representa “uma ameaça à saúde pública global”.

Essa variante, descoberta em Manaus, já está presente em mais de 20 países, é 2,2 vezes mais contagiosa e 61% mais capaz de reinfectar as pessoas, segundo um estudo citado na reportagem.

O texto destaca ainda o perfil etário dos mortos na atual onda de infecções no Brasil, com uma proporção de menores de 60 anos em torno de 30%, ante os 26% na onda anterior em meados de 2020.

O relato do Washington Post é feito a partir do Rio de Janeiro, em texto assinado por Terrence McCoy e Heloísa Traiano. Os repórteres retratam a escassez de medicamentos, oxigênio e profissionais de saúde para as UTIs lotadas na capital fluminense, além das “dolorosas decisões” de optar por tratar apenas aqueles com mais chance de sobrevivência.

A reportagem cita estudos que trata da exaustão e do impacto psicológico em profissionais de saúde da linha de frente do combate à pandemia, que apontam abalos emocionais em 90% deles, além de depressão, ansiedade, insônia e pensamentos suicidas em quase metade dos entrevistados no Ceará.

O caos na saúde pública brasileira também ganhou destaque neste sábado na agência de notícias Associated Press. Reportagem assinada por David Biller e Mauricio Savarese aponta que a marca de 4.000 mortes por dia pode ser ultrapassada em breve no país, dado citado por um gestor do Hospital das Clínicas de São Paulo, o maior complexo hospitalar da América Latina, que está lotado e não para de receber pacientes.

O caos, relatam os repórteres, ocorre em meio a medidas de restrição à circulação de pessoas capengas e “consistentemente sabotadas pelo presidente Jair Bolsonaro”, que dizia buscar evitar a derrocada econômica, o que não ocorreu.

A revista britânica The Economist foca bastante a responsabilidade de Bolsonaro no colapso da saúde brasileiro, em texto intitulado “A má gestão da covid-19 pelo Brasil ameaça o mundo”.

“Bolsonaro promoveu curas charlatanescas, protestou contra lockdowns e tentou impedir a divulgação de dados (sobre infecções e mortes). Ele acaba de se demitir o terceiro ministro da Saúde (um general do Exército) desde o início da pandemia. As vacinas não são para ele, afirmou Bolsonaro. Seu governo demorou a encomendá-las, ainda que fabricantes como Pfizer e Janssen tenham testado (as vacinas) no Brasil.”

O veículo cita também os temores em torno da variante P1, descoberta em Manaus e hoje presente em dezenas de países, por causa da sua capacidade de infectar e reinfectar mais pessoas, além de tornar tornar vacinas contra coronavírus menos eficazes.

Para a Economist, as ações de Bolsonaro “são ruins para o Brasil e para o mundo”.

*Com informações do Uol

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Enquanto o Brasil está nas trevas com Bolsonaro, Europa pode alcançar imunidade coletiva em julho

Segundo Thierry Breton devem ser entregues 60 milhões de doses em março, 100 milhões em abril e 120 milhões em maio.

A Europa poderá alcançar imunidade coletiva contra a Covid-19 em 14 de julho, disse este domingo o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, sublinhando o aumento esperado das entregas de vacinas.

“Fixemos uma data simbólica: no dia 14 de julho temos a possibilidade de conseguir imunidade a nível do continente”, afirmou, em declarações ao canal francês TF1.

“Estamos na reta final, porque sabemos que, para superar a pandemia, só há uma solução: receber a vacina. As vacinas estão a chegar e vão chegar cá”, disse, acrescentando que, “entre março e junho, vão ser entregues entre 300 e 350 milhões de doses de vacinas”.

O comissário europeu referiu ainda o aumento esperado das entregas previstas para a Europa, devendo ser entregues 60 milhões de doses em março, 100 milhões em abril e 120 milhões em maio.

Segundo Thierry Breton, 55 fábricas já produzem vacinas na Europa.

Até dia 10 deste mês, a União Europeia tinha administrado 9,64 doses de vacinas por cada 100 pessoas, segundo o portal ourworldindata.org.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.710.382 mortos no mundo, resultantes de mais de 122,7 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

*Renascença/Portugal

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Partes da França, incluindo Paris, voltam à quarentena para conter terceira onda da Covid-19

Na quarta-feira, país teve o maior aumento de casos diários desde novembro.

O governo francês anunciou nesta quinta-feira a imposição de uma nova quarentena em diversas partes do seu território, incluindo Paris, para tentar frear a terceira onda da Covid-19 na Europa. Na quarta, o país viu o maior aumento de casos desde novembro, com mais de 38 mil pacientes diagnosticados.

As novas medidas, que vão valer já a partir de sábado, afetarão os Altos da França, no Norte do país, e a Île-de-France, onde fica a capital. Dezesseis departamentos serão afetados e ficarão em lockdown por ao menos quatro semanas.

— A progressão da epidemia está se acelerando fortemente. Novas medidas, portanto, devem ser tomadas sem demora — disse o primeiro-ministro Jean Castex, no anúncio das medidas. — Ainda temos dias difíceis pela frente, mas também temos uma perspectiva de mudança, o que nos diz que não só esses esforços são essenciais, mas eles não serão em vão. Apenas negócios essenciais serão autorizados a abrir, incluindo comércios de livros e de música — uma crítica comum dos franceses durante a quarentena no ano passado

Escolas e faculdades funcionarão normalmente, exceto as de ensino médio, que terão apenas 50% das aulas presencialmente. Atividades extracurriculares para menores serão autorizadas.

Serão permitidos deslocamentos num raio de 10 km, sem limites de tempo. Viagens interregionais estão vetadas, exceto por “motivos profissionais e convincentes”..

O Palácio do Eliseu vinha fazendo o possível para evitar uma nova quarentena total e seus impactos econômicos, com medidas como toque de recolher nacional e diversas restrições regionais. O número de casos e a ocupação de leitos hospitalares, contudo, não para de crescer: nesta quinta, segundo o Ministério da Saúde, a quantidade de pacientes na UTI chegou ao seu maior número em 2021, atingindo 4.246.

O governo francês põe a responsabilidade das novas infecções na variante britânica do vírus, mais infecciosa. Segundo autoridades, três a cada quatro novas infecções são da variante britânica.

— Estamos em uma terceira onda em grande parte devido ao surgimento da famosa variante britânica. A situação é claramente grave, e será muito difícil até meados de abril — disse o presidente Emmanuel Macron na noite de quarta, em uma videoconferência com prefeitos.

Em Paris, onde pacientes são realocados para o interior do país para evitar a sobrecarga dos hospitais, a incidência da doença no último dia 14 era de 425 novos casos por 100 mil habitantes — bem acima do “limite de alerta” de 250 casos por 100 mil. A taxa de ocupação hospitalar na capital é de 57 por 100 mil, 20 a mais que a média nacional.

A pressão por novas medidas de contenção aumentou após a França suspender a aplicação de doses da AstraZeneca, na última terça, após relatos pontuais de complicações como edemas e embolias pulmonares. A Organização Mundial de Saúde afirmou que não havia motivos para paralisar a vacinação, mas ao menos 13 nações europeias optaram por esperar uma análise da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

A agência anunciou nesta quarta, pouco antes da coletiva de Castex, que a vacina é “segura e eficaz” e que, mesmo sem poder descartar neste momento uma correlação com as complicações, os benefícios são superiores aos riscos. Segundo dados da AstraZeneca, em cerca de 17 milhões de doses aplicadas, foram constatados 15 casos de trombose e 22 de embolia pulmonar. A incidência, disse a empresa, é inferior à esperada para a população geral.

*Com informações de O Globo

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Exemplo a ser seguido: Em vídeos, multidão pede renúncia do presidente do Paraguai por negligência no combate à pandemia

Manifestantes foram às ruas na noite desta sexta-feira pedir a saída do presidente Mario Abdo Benítez, diante do colapso da crise sanitária. Horas antes, o ministro da Saúde renunciou após pressão pública. Polícia foi para cima da multidão.

Milhares de manifestantes foram às ruas na noite desta sexta-feira (5) na capital do Paraguai, Assunção, para pedir a renúncia do presidente do país, Mario Abdo Benítez, diante do colapso da saúde por conta da pandemia. Benítez é aliado de Jair Bolsonaro, que chama a atenção do mundo pelo desastre no combate à pandemia.

O protesto acontece no mesmo dia em que o ministro da Saúde do país, Julio Mazzoleni, renunciou ao cargo, também devido à pressão política diante da crise sanitária. Nesta quinta, chegou a pedir apoio do Senado diante de um cenário de falta de medicamentos nos hospitais públicos lotados.

As forças policiais utilizaram balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, além de água e cavalaria, no momento em que eles tentavam contornar um bloqueio policial para seguir em direção ao Palácio do Governo.

Confira alguns vídeos da manifestação e da repressão policial:

*Com informações do 247

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Argentina e México consolidam aliança e tentam ocupar espaço de liderança deixado pelo Brasil

Após visita de três dias, Fernández e López Obrador publicam documento conjunto com promessas de parceria econômica e no combate à Covid-19.

O vazio deixado pelo Brasil, que abriu mão da liderança regional principalmente no governo de Jair Bolsonaro, vem dando espaço para a ascensão de novos atores na América Latina. Dois presidentes buscam se articular para ocupar esse papel, Alberto Fernández e Andrés Manuel López Obrador, objetivo que ficou claro na visita do argentino ao México, nesta semana. Mesmo os problemas internos dos dois governantes de esquerda, que veem sua popularidade em queda por causa da pandemia do coronavírus, não parecem atrapalhar seus planos. No entanto, assumir uma liderança na região é um objetivo difícil de se concretizar na atual conjuntura, acreditam analistas ouvidos pelo GLOBO.

Os três dias da visita — Fernández é o primeiro presidente argentino em uma década a visitar o México — deixaram claras as afinidades ideológicas e os planos de liderança dos dois políticos. López Obrador lembrou que “México e Argentina são nações irmãs”, enquanto Fernández prometeu “um novo plano para tirar milhões de latino-americanos da pobreza”. Fernández já vinha se concentrando em outros parceiros, como a Bolívia, que elegeu para a Presidência no ano passado o candidato de Evo Morales, Luis Arce; e possivelmente o Equador, onde um aliado de Rafael Correa, Andrés Arauz, tem grandes chances de vencer o segundo turno em 11 de abril.

Contexto: Sem citar Bolsonaro, Fernández diz ter ‘plena consciência’ de que haverá mudança política no Brasil.

— A Argentina sempre teve uma agenda regional, principalmente durante os governos peronistas. Agora, Fernández tem trânsito não só com governos afins, mas com vizinhos de centro-direita com os quais tem necessidade de se relacionar, caso do Chile e do Uruguai — explica a professora Monica Hirst, da Universidade Di Tella da Argentina. — Mas, ao mesmo tempo, nem Argentina nem o México estão em condições, juntos ou separadamente, de levar adiante um processo de retomada de uma agenda política regional de maior impacto. A ausência do Brasil, que pratica hoje uma política de má vizinhança exacerbada durante a pandemia, produz um vazio na região que é muito difícil de preencher.

A visita teve como pano de fundo a colaboração entre os dois países e a AstraZeneca na produção de cerca de 200 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, que serão produzidas na Argentina, embaladas no México e vendidas para países da região — Fernández esteve no laboratório Liomont, onde o imunizante será embalado.

O ponto alto foi a publicação, na quarta-feira, de um documento conjunto que inclui acordos comerciais e estratégias para enfrentar a pandemia e reestruturar a economia regional depois da crise sanitária. “A pandemia da Covid-19 pôs em evidência a importância de manter a América Latina e o Caribe fortes, unidos e solidários, onde nenhum país da região esteja excluído do acesso universal, justo, equitativo e oportuno a medicamentos, vacinas e suprimentos médicos”, diz o documento.

O Brasil sim poderia estar fabricando um número superior de vacinas e eventualmente liderar um processo de compras regionais, mas nem sequer consegue coordenar as ações internamente. Com isso, outros agentes da região, e também de fora, como China e Rússia, vêm fazendo esse papel, aprofundando ainda mais sua presença na América Latina.

Os últimos movimentos de AMLO, como é conhecido o presidente mexicano, e a parceria com Fernández evidenciam ainda uma mudança de tom em relação ao discurso negacionista que ele tinha no início da pandemia, quando chegou a ser comparado a Bolsonaro. Para Dawisson Belém Lopes, professor de política internacional da UFMG, a união em prol da vacinação pode efetivamente ajudar na recuperação da imagem dos líderes.

— Fernández tem usado diplomaticamente, de maneira hábil, o contexto atual para alavancar o papel da Argentina. O próprio AMLO, que foi um negacionista e antivacina, entendeu as recompensas políticas potenciais que uma vacinação ampla e rápida da população pode trazer, não só para a recuperação econômica, de setores como o turismo como para a melhoria das condições sociais e sanitárias. Ao se apoiarem, eles conseguem agradar suas populações. No contexto da pandemia, política externa e política doméstica são a mesma coisa rigorosamente.

*Com informações de O Globo

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The Guardian: ‘Um massacre completo, um filme de terror’: o desastre de Covid no Brasil

Demorou apenas 60 minutos ao amanhecer para os sete pacientes morrerem, asfixiados quando o coronavírus, de volta, varreu a Amazônia brasileira com uma força de pesadelo.

“Hoje foi um dos dias mais difíceis em todos os meus anos de serviço público. Você se sente tão impotente ”, soluçou Francisnalva Mendes, chefe de saúde da cidade ribeirinha de Coari, ao se lembrar do momento na terça-feira em que o suprimento de oxigênio do hospital acabou.

Brasil corre para salvar bebês prematuros enquanto Covid-19 atrapalha hospitais de Manaus.

“Precisamos voltar à luta – continuar salvando vidas”, insistiu Mendes enquanto digeria a perda de um terço dos 22 pacientes de Covid-19 de sua cidade de uma só vez – quatro deles na faixa etária dos 50 anos. “Mas todos nós nos sentimos quebrados. Foi um dia muito difícil. ”

Coari estava no centro da mais recente catástrofe de coronavírus da América Latina na semana passada, depois que um surto de infecções relacionadas a uma nova variante, aparentemente mais contagiosa, sobrecarregou hospitais no estado do Amazonas, deixando muitos sem os suprimentos mais básicos. As circunstâncias eram tão sombrias que os tanques de oxigênio foram levados às pressas pela fronteira da Venezuela, a nação vizinha, economicamente em colapso, Venezuela, com seu líder, Nicolás Maduro, condenando o que ele chamou de “desastre de saúde pública de Jair Bolsonaro”.

“É uma situação muito caótica. Simplesmente não conseguimos acompanhar o número de pacientes que nos procuram ”, disse Marcus Lacerda, especialista em doenças infecciosas da capital do Amazonas, Manaus.

“Os hospitais privados não querem receber ninguém porque têm medo de admitir um paciente e depois ficar sem oxigênio novamente.”

Manaus ganhou as manchetes internacionais em abril, depois que uma torrente de mortes por Covid, o que forçou as autoridades a cavar valas comuns na terra avermelhada da cidade. Nove meses – e mais de 210 mil mortes de brasileiros – depois, a situação é ainda pior.

Em alguns dias, cerca de 200 corpos estão sendo enterrados em Manaus, em comparação com os 40 habituais. Na semana passada, muitos hospitais ficaram sem o oxigênio que sustentava os pacientes de Covid, aparentemente por causa de uma falha catastrófica do governo em prever a magnitude do desastre iminente.

“Nada parecido com isso aconteceu – nem mesmo no ano passado. Nunca imaginei que haveria uma onda de reinfecções tão grande como a que estamos vendo agora em Manaus ”, disse Lacerda, um dos principais infectologistas da região, culpando uma variante“ que parece ser mais contagiosa ”.

Lacerda disse que esperava que a escala da epidemia do ano passado pudesse ter fornecido à cidade ribeirinha alguma proteção imunológica contra uma segunda onda tão devastadora. “Mas a verdade é que não tem como. A queda na imunidade das pessoas e as mudanças no vírus significam que esta segunda onda é incontrolável. ”

Histórias angustiantes de pacientes sufocados e evacuação de bebês prematuros geraram uma revolta pública contra os líderes do Amazonas, que os críticos acusam de não ter planejado, quanto mais evitar, seu segundo cataclismo em um ano.

“Há uma atmosfera de repulsa, abandono, desespero e impunidade”, disse um funcionário do posto de saúde da Alvorada, em Manaus, onde médicos foram filmados implorando por intervenção divina. “O que estamos assistindo é um massacre completo, uma situação desesperadora, um filme de terror”, acrescentou o trabalhador, que pediu para não ser identificado.

Grande parte da revolta é dirigida ao governo do presidente de extrema direita do Brasil, Jair Bolsonaro, que banalizou a Covid-19, mesmo quando o número de mortos em seu país disparou para o segundo maior da terra.

O obediente ministro da saúde de Bolsonaro, Eduardo Pazuello – um general do exército sem experiência médica – visitou Manaus na véspera do colapso da saúde na semana passada, mas empurrou os falsos “tratamentos iniciais” Covid-19 promovidos por seu líder em vez de resolver a crise de oxigênio iminente.

“O lambedor de botas do presidente teve dias de advertência de que os hospitais de Manaus iriam ficar sem oxigênio. Só prescreveu cloroquina inútil ”, escreveu o jornalista Luiz Fernando Vianna na revista Época, culpando Bolsonaro e Pazuello pelo“ massacre ”.

Lacerda acusou o governo de tentar distrair os cidadãos de sua inércia mortal com a “falsa esperança” de remédios ineficazes. “Isso não está acontecendo em nenhuma outra parte do planeta”, disse ele.

*The Guardian

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Julgamento de bilionário que contratou Moro abre janela inédita para a pilhagem da África no século 21

Tribunal de Genebra condenou nesta sexta, 22, Benjamin Steinmetz, acusado de subornar mulher de ditador para explorar mina de ferro na República da Guiné depois negociada com a brasileira Vale.

Uma montanha de minérios, o ditador doente da República da Guiné e suas quatro esposas, supostas propinas, contas secretas na Suíça, um bilionário do ramo de diamantes, a gigante brasileira Vale, o ex-juiz e ex-ministro de Jair Bolsonaro Sergio Moro e uma pobreza profunda. Numa sala do Tribunal de Genebra, situado no coração do bairro medieval da cidade suíça, todos esses elementos se cruzaram no julgamento do magnata Benjamin Steinmetz, que se revelou um mergulho na dimensão da pilhagem das riquezas naturais do continente mais pobre do mundo. O caso foi julgado nesta sexta, 22 e o bilionário israelense, de 64 anos, repleto de controvérsias e herdeiro de uma família de negociadores de diamantes, foi condenado por “corrupção de funcionários públicos estrangeiros”, num dos raros julgamentos de um cidadão de fora da Suíça, tido como o caso mais emblemático do setor de mineração em décadas. O esquema teria organizado a transferência de pelo menos 8,5 milhões de dólares de 2006 a 2012 para garantir o direito de explorar a mina de ferro Simandou, na República da Guiné.

Oficialmente, Steinmetz, conhecido com Beny, pagou 165 milhões de dólares ao Governo local pela concessão do que seria uma espécie de “Carajás Africana”. Mas, 18 meses depois, sua empresa causou indignação de membros do Governo do país africano ao fechar um acordo privado de parceria com a brasileira Vale, no valor de 2,5 bilhões de dólares, para explorar exatamente a mesma área.

Com o negócio, era como se tivesse ganhado na loteria. Quase sozinho. De acordo com a promotoria pública de Genebra, o executivo se envolveu em um “pacto de corrupção” com o ex-presidente da Guiné, Lansana Conté, que esteve no poder de 1984 a 2008, e sua quarta esposa, Mamadie Touré, em parte através de contas bancárias suíças e empresas de fachada.

Nesta sexta, a Justiça suíça condenou Beny a cinco anos de prisão e determinou uma multa de 50 milhões de francos suíços, o equivalente a 308 milhões de reais, por corrupção dos servidores públicos e também por falsificação de documentos. O bilionário avisou que vai recorrer da sentença. Mas sua história rocambolesca mostrou um bastidor do mundo da mineração pouco conhecido pelos reles mortais.

A meta do suborno praticado por Beny era a de retirar a mina das mãos do conglomerado anglo-australiano Rio Tinto, uma concorrente mundial da Vale, e garantir que a Beny Steinmetz Group Resources (BSGR) ficasse com uma das maiores reservas de minério de ferro do mundo. A acusação aponta que, em 2008, a BSGR se aproveitou das últimas horas de vida do ditador Conté para obter a concessão dos blocos 1 e 2 da jazida de minério de ferro. No julgamento iniciado no começo deste mês, enquanto pela janela da sala do tribunal via-se a neve cair, a declaração de Steinmetz e o próprio julgamento ofereciam frestas a um mundo subterrâneo pouco acessível. No fundo, uma visão de uma tragédia geológica e sociológica.

Simandou possui mais de 2 bilhões de toneladas de minério de ferro de alto grau. Para especialistas, a descoberta teria a possibilidade de mudar o destino de uma nação. De fato, a pequena Guiné já era o local da maior reserva provada de bauxita, além de minas de ouro, diamante e urânio, sem contar o petróleo em suas costas. Ainda assim, a Guiné continua sendo um dos países mais pobres do mundo: 70% de sua população vive em favelas, apenas uma minoria da população tem acesso aos serviços de saneamento e metade sequer tem água potável.

A história revelada na corte mostra que a montanha de ferro está permeada por uma sucessão de acusações e pagamentos suspeitos, golpes e traições. E que, enquanto enriqueceu alguns, deixou milhões na miséria absoluta.
Traições, Moro e disputa com a Vale

Com perfil de Indiana Jones de terno, grisalho, olhos azuis profundos, um certo bronzeado, apesar do frio de oito graus negativos, Benjamin Steinmetz era apresentado por seus advogados como uma espécie de salvador da África. Ele admitiu que o ganho para sua empresa foi grande com o acordo com a Vale pela mina de Simandou. “Mas o maior ganho é para o país, pois existem impostos, royalties. Muda tudo”, disse. “Era um sonho para a Guiné”, disse.

Não à toa a Vale, que agora trava guerra judicial com o bilionário, foi outro nome que ecoou nas audiências em Genebra. Diante das revelações de corrupção nos últimos anos contra Beny, a gigante brasileira entrou com um processo no Tribunal de Arbitragem Internacional, em Londres, contra seu ex-parceiro israelense. A mineradora venceu o processo em 2019 e Steinmetz foi obrigado a pagar 2,2 bilhões de dólares em indenização. O tribunal londrino apontou que o empresário omitiu informações da Vale ao ingressar na sociedade, entre elas o pagamento de propinas na Guiné.

No início da semana, ao ser questionado pela promotoria de Genebra em plena audiência sobre sua derrota diante do caso apresentado pela Vale, Steinmetz fez questão de dizer que sua batalha não havia terminado contra os brasileiros. “Existem novas coisas que vão sair e mostrar que a Vale mentiu durante o processo [em Londres]”, disse. Ele avisou que vai recorrer da sentença desta sexta.

De fato, Beny não desistiu da batalha. Ele contratou, no ano passado, os serviços do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro para ter mais munição contra a gigante brasileira. Em um parecer, Moro argumentou que a Vale não teria o direito de receber o dinheiro solicitado pelo tribunal londrino. Segundo o ex-juiz, se confirmada a apuração, “os executivos da Vale S/A teriam, em tese, prestado afirmações falsas e ocultado fraudulentamente do mercado e de seus acionistas as reais condições do negócio celebrado com a BSGR acerca dos direitos de exploração sobre Simandou e sobre os motivos da rescisão posterior”. Procurada, a empresa brasileira repetiu: “A Vale reitera que recebeu das cortes arbitral e judicial em Londres e nos Estados Unidos a permissão para prosseguir com a execução da sentença arbitral de 2 bilhões de dólares contra a BSGR”, declarou.

*Jamil Chade/El País

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Aberto o Impeachment de Trump por incitação à insurreição

Objetivo dos parlamentares é impedir que republicano possa concorrer à Presidência no futuro.

A Câmara dos Deputados dos EUA deu início nesta segunda (11) ao segundo processo de impeachment de Donald Trump, presidente com apenas mais nove dias de mandato.

Os democratas apresentaram uma resolução que pede o afastamento do presidente por incitação à insurreição e à violência, depois de ele ter estimulado uma multidão a sabotar um dos processos previstos na Constituição —a certificação dos resultados da eleição presidencial, feita pelo Congresso.

“Ele, deliberadamente, deu declarações que encorajaram ações ilegais. Incitada pelo presidente, uma multidão invadiu o Capitólio de forma ilegal, atacou equipes de segurança, ameaçou membros do Congresso e o vice (…) e se engajou em atos violentos, mortais, destrutivos e sediciosos”, diz a petição.

O pedido cita falas de Trump, como “se vocês não lutarem para valer, vocês não terão mais um país”, e menciona os esforços dele para subverter a eleição que perdeu, como o telefonema ao secretário de Estado da Geórgia, a quem pediu que “encontrasse votos” para mudar o resultado.

Antes, os democratas apresentaram uma resolução para pedir ao vice Mike Pence que invoque a 25ª Emenda, dispositivo constitucional segundo o qual Trump poderia ser removido sob a justificativa de incapacidade. No entanto, a proposta foi barrada pelos republicanos e, assim, terá de ser votada no plenário nesta terça (12).

O processo de impeachment dificilmente deve conseguir tirá-lo do cargo antes do fim de seu mandato, em 20 de janeiro. O objetivo, no entanto, é outro: impedir que Trump concorra novamente à Presidência. Nos EUA, o processo de impeachment prevê duas penas: a perda de mandato e a proibição de que o réu volte a ocupar cargos federais, este último a depender de uma votação por maioria simples após a condenação.

Trump também poderia perder os benefícios dados a ex-presidentes, como aposentadoria, plano de saúde e segurança particular. O processo pode seguir mesmo após o republicano deixar a Casa Branca, uma vez que a Constituição do país não estabelece prazos para que o afastamento seja feito.

“Esta omissão [de prazo] faz sentido, pois presidentes podem cometer delitos a qualquer momento do mandato, inclusive nos últimos dias”, analisa Michael Gerhardt, professor de direito na Universidade da Carolina do Norte, em artigo.

“Membros do Congresso podem perder o interesse em julgar um ex-presidente, mas essa é uma escolha política, e não uma diretriz constitucional”, aponta o acadêmio, autor de um livro sobre impeachment.

Há precedente: em 1876, o Senado julgou um ex-secretário de Guerra após ele deixar o cargo. No entanto, nenhum presidente dos EUA foi julgado após cumprir seu mandato.

Gerhardt também cita que o principal argumento para que presidentes não sejam processados após deixarem a Casa Branca é que a lei dos EUA diz que cidadãos sem função pública não podem ser alvo de impeachment, embora isso não faça com que ex-funcionários públicos fiquem isentos de responder por crimes cometidos em serviço. Assim, há risco de que o caso vá parar na Suprema Corte.

O processo de impeachment precisa passar por algumas comissões da Câmara e ser aprovado em plenário, por maioria simples, de 218 dos 435 deputados. Como os democratas têm maioria na Casa, com 222 assentos, há grande chance de aprovação. Até domingo (11), ao menos 210 democratas já haviam demonstrado apoio ao pedido de impeachment.

Havendo consenso, as etapas do impeachment nas comissões da Câmara podem ser feitas de modo rápido. “Nós esperamos ter isso [a votação] no plenário na quarta-feira [13]. E eu espero que vá passar”, disse Jim McGovern, chefe do Comitê de Regras da Câmara, à CNN americana.

Nesta segunda (11), Nancy Pelosi, presidente da Câmara, voltou a pressionar Pence sobre o uso da 25ª emenda, e prometeu avançar rapidamente com a votação do impeachment. “A ameaça do presidente para a América é urgente, e então nossa ação também será”, prometeu.

Depois de aprovado, o processo vai ao Senado. E aí há a possibilidade de haver outra artimanha política: Pelosi poderia esperar algumas semanas para enviar o processo, dando tempo para que os dois novos senadores eleitos na Geórgia tomem posse.

Com a chegada deles, haverá 50 senadores que votam com os democratas e 50 republicanos. O voto de desempate, no entanto, caberá à vice-presidente eleita, a democrata Kamala Harris.

A retirada de um presidente do cargo por impeachment exige maioria de dois terços (67 de 100 senadores). Em seguida, há outra votação para julgar a perda de direitos políticos, que podem ser retirados via aprovação por maioria simples (51 senadores).

Alguns senadores republicanos fizeram críticas a Trump nos últimos dias, devido à invasão do Congresso, e podem eventualmente votar contra ele. O envio do impeachment ao Senado também poderá ser atrasado para não tirar o foco do início do governo Biden. O deputado democrata James Clyburn defendeu no domingo (10) seguir com o processo apenas após os cem primeiros dias da nova gestão.

Trump já foi alvo de um processo de impeachment, aprovado na Câmara, mas rejeitado pelo Senado, em fevereiro de 2020. Se a nova ação for disparada, ele pode se tornar o primeiro presidente da história dos EUA a ser impichado duas vezes pela Câmara dos Representantes.

*Com informações da Folha

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Começa hoje na Suíça o julgamento do bilionário corrupto que contratou Moro para lhe defender

Começou nesta segunda-feira o julgamento na Suíça do bilionário israelense Beny Steinmetz, acusado de “corrupção de funcionários públicos estrangeiros” e “falsificação de documentos”. Ele teria organizado a transferência de pelo menos 8,5 milhões de dólares de 2006 a 2012 para garantir o direito de explorar a mina de ferro Simandou, na República da Guiné. 18 meses depois, ele fechou um acordo de parceria com a Vale, no valor de US$ 2,5 bilhões.

Steinmetz contou, no ano passado, com um parecer do ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro. Sete anos após a abertura do processo, Steinmetz entrou nesta manhã na corte de Genebra, cercado por seus advogados estrangeiros. Moro não fazia parte da equipe.

De acordo com a promotoria pública de Genebra, a partir de 2005, o executivo se envolveu em um “pacto de corrupção” com o ex-presidente da Guiné, Lansana Conté, que esteve no poder de 1984 a 2008, e sua quarta esposa, Mamadie Touré. Pelo menos 8,5 milhões de dólares foram transferidos para Touré, em parte através de contas bancárias suíças.

A meta era é de retirar a mina da Rio Tinto e garantir que Beny Steinmetz Group Resources (BSGR) ficasse com uma das maiores reservas de minério de ferro do mundo.

A acusação aponta que, em 2008, a BSGR teria aproveitado das últimas horas de vida do ditador Lansana Conté para obter a concessão dos blocos 1 e 2 da jazida de minério de ferro. A empresa investiu US$ 165 milhões. 18 meses depois, revendendo 51% de suas ações para a Vale por um valor mais de dez vezes superior.

Em 2011, o primeiro presidente democraticamente eleito da Guiné, Alpha Condé, iniciou uma auditoria dos contratos de mineração e que acabou levando à suspeita sobre Simandou.

A acusação é de que Beny Steinmetz usou estruturas opacas para esconder o pagamento de propinas, usando uma empresa de consultoria chamada Onyx Financial Advisors, cujo ex-diretor também está no banco dos réus. O empresário sempre negou as acusações de corrupção e seu advogado Marc Bonnant declarou que seu cliente era inocente.

Na audiência desta segunda-feira, os advogados de defesa tentaram deslegitimar o caso e argumentam que as provas não seriam suficientes ou seriam inválidas para que uma corte na Suíça o julgasse.

O argumento é de que o executivo jamais pagou Mamadie Toure, quarta esposa do ex-ditador e que hoje vive nos EUA. Além disso, o argumento é de que ela jamais foi esposa de Conte, o que tornaria qualquer testemunho dela como inaceitável sob a lei suíça.

Vale x Steinmetz

Diante da eclosão do caso, a Vale buscou compensações e, num tribunal em Londres, obteve uma vitória no ano passado, avaliado em US$ 2 bilhões.

Foi nesse momento que Moro desembarca no caso, fazendo um parecer jurídico para o empresário no caso contra a companhia brasileira. A contratação ocorreu por meio do escritório Warde, que solicitou o parecer ao ex-juiz.

No parecer, obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, Moro afirma que “os executivos da Vale S/A teriam, em tese, prestado afirmações falsas e ocultado fraudulentamente do mercado e de seus acionistas as reais condições do negócio celebrado com a BSGR acerca dos direitos de exploração sobre Simandou e sobre os motivos da rescisão posterior”.

Em Genebra, o julgamento do empresário deve levar duas semanas para ser concluído. O UOL é o único meio de comunicação brasileiro acompanhando o julgamento.

*Jamil Chade/Uol

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Republicanos e militares planejaram invasão ao Capitólio e revela “ato terrorista” no dia 17, diz Michael Moore

Marcha armada estaria sendo organizada pelo “círculo íntimo” de Donald Trump para o próximo dia 17, antes da posse de Joe Biden, nas proximidades do Congresso e nas capitais de todos os estados.

O escritor e documentarista estadunidense Michael Moore afirmou em live pela sua página no Facebook na madrugada deste domingo (10) que a invasão do Capitólio por trumpistas na última quarta-feira (6) foi “planejado, incitado e contou com a ajuda de membros da polícia, do partido Republicano e de militares”.

https://fb.watch/2X4XCsPxca/

“Este ataque violento não acabou”, afirmou Moore, que também revelou nas redes a organização de uma “marcha armada” próximo ao Capitólio, em Washington DC, no próximo dia 17. A marcha também está sendo convocada nas capitais de todos os estados.

“O ataque terrorista NÃO acabou. Milhares de pessoas do ataque terrorista de quarta-feira ao Capitólio não foram detidas e NÃO DEIXARAM a área de DC. Eles estão planejando mais ataques”, diz Moore no texto.

Segundo ele, a convocação partiu de “Trump e o seu círculo íntimo, a sua família criminosa”. “A menos que estes terroristas brancos sejam presos AGORA – em massa – haverá pessoas mortas até ao Dia da Posse [de Joe Biden]”, diz ele, referindo-se à transição de poder, marcada para o próximo dia 20 de janeiro.

“Este cartaz que estou a partilhar convosco está a pedir uma Marcha ARMADA no dia 17 de Janeiro. E eles estão a pedir que isso aconteça não apenas na DC, mas em todos os estados do Capitólio nos 50 estados. Espero que este cartaz não seja real no fundo da minha mente. Mas foi-me enviado por um membro do Congresso. Temos de o tratar com seriedade e exigir medidas”, afirma o cineasta, ao divulgar a imagem que estaria circulando em grupos trumpistas.

Amigos
O ataque terrorista NÃO acabou. Milhares de pessoas do ataque terrorista de quarta-feira ao Capitólio não foram detidas e NÃO DEIXARAM a área de DC. Eles estão planejando mais ataques. Este cartaz que incluí aqui está a ser exibido por todo o lado. Até já foi circulado entre os membros do Congresso. Alguns líderes têm medo de dizer direitinho o que estou dizendo a você. Eles não querem um pânico.

*Com informações da Forum

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