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Ao procurador de Haia: o Brasil rejeita uma nova anistia

Jamil Chade – Prezado procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan

Quem morre de fome no Brasil morre assassinado. Nesta semana, graças ao trabalho da plataforma de jornalismo Sumaúma, o mundo teve acesso a algumas imagens desse crime, na forma de corpos desnutridos de membros do povo yanomami.

Aquelas almas agonizantes são resultados de um plano para garantir que sua presença não seja um obstáculo para o avanço do crime organizado, disfarçado de “civilização”.

São cenas que sintetizam um projeto de destruição, que chamamos nos últimos quatro anos de “governo”. Corpos que, diante da desassistência, fazem uma antropofagia para garantir energia suficiente para sobreviver. Consomem a si mesmos até que, sem mais massa para recorrer, se apagam.

Eu escrevo esta carta ao senhor para fazer um pedido tão simples quanto poderoso: investigue Jair Bolsonaro e a transformação do estado brasileiro em uma máquina da morte.

Num país que alimenta 1 bilhão de pessoas pelo mundo, a fome de uma parcela de sua própria população é uma arma política. Não uma fatalidade.

Vimos a morte de crianças, a interrupção precoce de sonhos. Fomos confrontados com o assassinato de idosos, o verdadeiro incêndio de uma biblioteca, como diria o provérbio africano.

Sobre sua mesa estão pelo menos cinco queixas contra o ex-presidente brasileiro por crimes contra a humanidade e genocídio. Nas próximas semanas, os detalhes dessa última denúncia desembarcarão em Haia. Não confunda com um eventual livro de história. São imagens dos contornos intoleráveis do século 21 no Brasil.

Diante da guerra na Ucrânia e dos crimes pelo mundo, sei da dificuldade em selecionar qual aberração lidar com prioridade. Gostaria, ainda assim, de apresentar alguns argumentos sobre o motivo pelo qual investigar Bolsonaro é de interesse do planeta, e não apenas de cortes nacionais.

Quando os guardiões da floresta são assassinados pela fome, pelo envenenamento, pelo vírus, por bala ou por omissão, é uma parcela de todos nós que deixa de existir. Na Comissão Arns, a percepção é de que “quando uma comunidade indígena é assassinada, é toda uma matriz humana que se perde”.

Imagine um mundo onde os escandinavos seriam extintos? Uma extinção forçada da população que fala português?

A ciência já demonstrou que as áreas mais preservadas do planeta são justamente aquelas onde os povos indígenas têm uma presença sólida. Portanto, falar no impacto da morte dessas comunidades internacionais como um elemento existencial para o resto do planeta não é fazer poesia.

Antes da guerra no Leste Europeu, as mudanças climáticas geraram um número maior de refugiados em 2021 que todos os conflitos armados reunidos.

Já que o mundo capitalista não conta sofrimento em almas e seus operadores não são coveiros, vamos traduzir em números. Segundo a empresa de resseguros Swiss Re, o prejuízo com desastres naturais em 2021 atingiu a marca de R$ 2,2 trilhões. Foi como se a Argentina desaparecesse do PIB mundial em apenas um ano.

Costumo dizer que até os negacionistas climáticos sabem fazer contas. E, convenhamos, quem ousaria duvidar das constatações financeiras de uma empresa de seguros da Suíça, não é mesmo?

Diante dessa crise humanitária —no sentido mais amplo do termo—, tomo emprestadas algumas das conclusões da sentença proferida pelo Tribunal Permanente dos Povos. Segundo eles, os atos de Jair Bolsonaro foram “ataques sistemáticos, generalizados e intencionais contra os povos indígenas brasileiros, realizados por meio de uma política de Estado que obedecia a um planejamento deliberado, reiterado e executado de maneira uniforme por atos e omissões realizados pelo Presidente da República”.

De acordo com a sentença de seus colegas, tratava-se de um projeto de país que “inclui apenas parte da população brasileira, buscando exterminar qualquer tipo de diversidade e pluralidade existentes”.

Qual a mensagem que essa política manda ao mundo? A de que temos um planeta onde nem todos têm o direito de ter direitos.

Prezado senhor procurador,

Em muitos aspectos, o que está em jogo no Brasil é um modelo de planeta e de sociedade. O que está em disputa é qual conceito de futuro queremos abraçar. Um porto seguro plural ou apenas para aqueles destinados a fazer parte dos privilegiados?

Bolsonaro e seus aliados buscaram construir uma nação sem indígenas, seja por meio do uso da máquina do estado como ator de repressão, seja pela omissão e assimilação. A mensagem que, hoje, precisamos dar é de que tal caminho é insustentável e ameaçador. No Brasil ou em qualquer lugar.

Inconformado diante da morte de 40 integrantes de sua família e do drama do Holocausto, o polonês Raphael Lemkin lutou uma batalha solitária e vitoriosa nos corredores da ONU para convencer delegações de todo o mundo a criar o crime de genocídio, um marco para a humanidade e para as vítimas.

Agora, o senhor tem a oportunidade de dar um novo passo na construção da Justiça internacional.

De dar, finalmente, uma resposta a milhões de indígenas que foram ignorados por séculos durante a marcha da “civilização” e reinventar o futuro.

Basta da ideia de erguer monumentos. Os sobreviventes querem Justiça.

Uma apuração internacional ainda seria uma forma de reparação moral às vítimas de 500 anos de massacres nas profundezas da América Latina, aos aborígenes australianos ou aos 38 membros da etnia Dakota que, em 26 de dezembro de 1862, foram executados em Minnesota por ordem de Lincoln.

O senhor não pode apagar o horror da história, a hipocrisia de um sistema de educação que nos mentiu e nem desfazer a cor avermelhada da terra regada a sangue.

Mas pode, ao lutar contra a impunidade, ajudar a construir um mundo onde todos caibam. Onde as fronteiras do conceito de humanidade sejam estendidas para, finalmente, incluir toda a humanidade.

Por isso, lhe peço: sem Anistia!

Jamil

*Uol

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É preciso entender a ferocidade corruptora das mentiras do fascismo bolsonarista

Todos sabem que o bolsonarismo é a petrificação da mentira. Se o ex-presidente se mostrou totalmente incapaz de manejar uma brocha, seus instrumentos eleitorais esfolam qualquer conceito de civilidade possível.

É verdade que Bolsonaro nunca foi um político de distribuir bombons, simpatia ou coisa do gênero. Por isso suas campanhas, de 2018 e 2022 e seu governo foram sovados de fake news. Em bom português, mentiras, fraudes, goma, fábula, futrica e balões, muitos balões.

É preciso compreender que, por trás desse caráter caricato que Bolsonaro vende, há um sistema capital com linhas de ação bem definidas para que pessoas leves, sorridentes e afáveis enrijeçam os músculos faciais depois de receberem as mais tóxicas tempestades de fake news, sobretudo pelo whatsapp, vindos do fascismo bolsonarista.

Quantos amigos, conhecidos, parentes, que ostentavam uma disposição para não ferir a amizade, porque têm na essência uma aptidão a ser gentil e, depois, num arrasamento de tudo o que essas pessoas adubaram durante a vida, as mesmas se voltam defendendo com ferocidade os maiores absurdos praticados por Bolsonaro, mudando completamente o ambiente brasileiro como nação.

Infelizmente ainda não nos demos conta do quanto isso é perigoso para o país, menos ainda nos tocamos que, por trás disso, há uma muito bem desenhada engenharia de persuasão para se chegar a essa lobotomia digital que, em tese, o gabinete do ódio operou.

Está na hora, portanto, de entender que fake news é crime lesa-pátria e não uma mentira que se conta de braços cruzadas.

O que assombra da fake news é a sua capacidade de alargamento, é a sua combinação com a habilidade no uso das novas ferramentas que a tecnologia disponibiliza. E toda a obra do bolsonarismo foi desenhada aí, em coro, com pessoas sentadas numa cadeira desenhando a mudança de feição dominante do país e vendendo santeiros vulgares, de plástico, como o próprio Bolsonaro.

Então, o STF está coberto de razão quando trata como crime grave o cultivo artificial de fake news, tanto que Bolsonaro, que não tem outro mecanismo político para sobreviver, está apavorado com a denúncia da justiça brasileira de que fake news é crime, promovido por caçadores de mentes aleatórias que se transformam em presas fáceis, em corpo e alma, desse tipo de arquitetura macabra.

Uma coisa é mentir, outra, é saber mentir. Mas o pior é mentir profissionalmente e ainda mais grave é essa mentira se transformar numa panaceia pública, logo pela manhã, quando esse abuso é estampado no whatsapp de milhões de brasileiros.

Essa é uma matéria de disciplina complexa de um engenho que busca alimentação artificial nas farsas para produzir uma imensa transformação no pensamento vigente do país.

Até aqui não se conhece um antídoto para lidar com essa questão animalesca. A esquerda mesmo parece estar no sono derradeiro, apesar de ver legiões de brasileiros centrifugados por essa hostefagia programada por inteligência artificial capaz de moldar a concepção cultural de milhões de brasileiros.

É preciso neutralizar essa cadeia remada por criminosos, do contrário, o país caminhará para um precipício político inimaginável, porque tudo indica que as diretrizes de uma guerra futura que os fascistas alimentam, será muito mais transformadora, mas sobretudo infinitamente mais violenta, com o bolsonarismo ou qualquer outra logomarca política.

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Enquanto os cães ladram, a caravana de Lula passa

O governo Lula está ainda em fase embrionária, não para a mídia industrial. Por isso, é pueril Mervais e Doras tentarem produzir paixões, discutindo cada ponto e vírgula ditos por Lula, em que tudo se reduz à formas velhas e tradicionais da mídia patarata.

Esse tipo de bazófia da mídia brasileira atravessa séculos. Fazer o quê! A vida caseira nas redações industriais parou no tempo. Parece mesmo ser desvio biológico, ou sei lá uma questão de estilo típico de uma imprensa provinciana, incapaz de buscar uma fisionomia sequer decalcada em alguma coisa menos primitiva que beire ao semibárbaro.

Mas sabe como é, corporativismo a gente vê por aqui.

Uma coisa são os fatos, outra, são as tendências na hora de fazer a narrativa dos fatos.

Enquanto isso, Lula parte para dentro, não para a guerra contra o espelho da mídia, mas para dentro do Brasil, criando literalmente uma caravana, já anunciada pelo presidente em suas redes sociais, para conhecer e resolver os problemas reais do Brasil.

O nome disso é íntima harmonia entre o presidente e o povo.

E que fique claro, não é um exame superficial, é um exame daquele que escaramuça o problema em busca da chave do caso.

Lógico, Lula faz o correto ao filiar os ministros na mesma jornada.

Ninguém é ingênuo o suficiente para imaginar que, já já, surge inesperadamente a falange contrária, a da oposição. Sem perceberem que, agindo assim, os próprios adversários de Lula filiam-se a ele.

Como se sabe, política feita com inteligência, é uma obra de arte que se cota pelo seu coeficiente. E nisso, o mundo inteiro sabe que Lula é o cara.

Lula é daquele tipo que sabe como ninguém que um político cresce na medida em que se nacionaliza, ao contrário dos tecnocratas que acham que o país tem que ser uma chocadeira artificial de seus mirabolantes planos, sem rumo e sem qualquer efeito benéfico para a coletividade. O resultado disso é um borralho neoliberal. Mas dito sempre com elegância filosófica, é o pode-se chamar de buraco n’água chique.

Se Bolsonaro abandonou o país, Lula quer aperfeiçoar estudos que contemplem o Brasil como um todo para que nenhuma pequena cidade fique de fora do projeto nacional.

Por isso é fundamental que o nascedouro de um novo Brasil ou a volta do Brasil, como queiram, pinte com um pincel mais atrevido as tintas desse país para frisar cada paisagem de cada canto, por mais remoto que seja.

Lula, em menos de um mês, já mudou completamente o ambiente brasileiro. Quanto a isso, não resta a menor dúvida.

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O porquê da mídia se incomodar tanto com a afirmação de Lula de que Dilma sofreu golpe

Pela própria grande mídia, sai a notícia de que Valdemar da Costa Neto Presidente do PL, diz que havia propostas de decreto golpista ‘na casa de todo mundo’ que orbita o universo bolsonarista.

Em última análise, o que nos diz uma revelação como essa? É que, dar golpe de Estado no Brasil virou uma coisa banal, uma cultura da direita brasileira.

A questão é, como chegamos a isso que desembocou em Bolsonaro?

Com essa reação estrambótica da mídia com a declaração de Lula de que Dilma sofreu um golpe, tudo leva a crer que a mídia não quer que a história seja recontada e que, lógico, diga o que todos sabem, que ela foi a grande protagonista. Muitos jornalistas que afiançaram a chefia da casa, agora, que se sentem constrangidos, reagem mal, tão mal que não conseguem falar em outro assunto.

Este é o caso de Dora Kramer, que parece não ter outro assunto e todos os dias martela a mesma gororoba, a de que não foi golpe. Pior, ela acha que está totalmente certa, porque o golpista Temer, anda de trelelê com a própria jornalista, que se sente empoderada com as negativas do usurpador patife.

O caso de Temer, numa situação dessa, é considerado mais grave, pois, como se sabe, ele, como vice-presidente de Dilma sabotou-a, em um combinado com as duas figuras que não tem graça comentar sobre seus dotes no mundo da canalhices, Aécio e Cunha falam por si.

O que a mídia não percebe é que ela imita a Janaína Paschoal, o Cunha e o próprio Aécio e Temer, que também reagiram contra a fala de Lula, imagina isso!

Se tivessem todos a consciência tranquila, fossem integrais, nem dariam bola para o que Lula falou, mas reagem assim porque têm culpa no cartório.

A mesma mídia, que fala em modernidade e que o Brasil precisa copiar os modelos econômicos das grandes democracias do mundo, esteve diretamente envolvida nos últimos três golpes que a democracia brasileira sofreu, 1964 com os militares; 2016 contra Dilma e, 2018 contra Lula, quando a mídia fez questão de filmar a sua absurda prisão de , condenado sem uma mísera prova de crime, depois de quatro anos de uma perseguição implacável da Força-tarefa da Lava Jato, que revirou do avesso não só a vida de Lula, mas de toda a sua família.

Pois bem, a mídia, quando o STF diz textualmente que Sergio Moro era um juiz parcial, o que , em outras palavras, quer dizer um juiz corrompível, incapaz para assumir tal função, os jornalões, cinicamente, estamparam que a parcialidade de Moro não era prova de que Lula não havia cometido crime.

Antes, porém, a mídia ignorou por completo a série Vaza Jato produzida e publicada pelo Intercept, simplesmente porque não queria tirar a aura de herói de Sergio Moro, esculpida nas suas redações.

A mídia aplaudiu, comemorou a ida de Moro para o governo Bolsonaro. Hoje, ela quer jogar também esse fato para debaixo do tapete. Afinal, qualquer mãe defende sua cria, é compreensível.

O fato é que a mídia brasileira, que adora escandalizar em garrafais quando quer dizimar reputações de quem ela considera inimiga do mercado, não suporta e não aceita que se descreva um processo de golpe, que tem muito mais importância do que um fato em si, para que as pessoas entendam como a banda toca.

Daí, essa chiadeira de quem tem a mão amarela quando a palavra golpe surge no debate nacional.

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A carapuça de golpista que Lula enterrou na cabeça de Temer, serviu para toda a mídia

A gritaria infrene de Merval Pereira e cia., na mídia, merece nota.

Ninguém quer pagar a fatura do golpe. Merval e Dora Kramer foram os primeiros a se mostrarem atingidos frontalmente pelas palavras de Lula contra Temer.

Ora, a sinuosidade, o labirinto e a complicação que rodeiam o enredo malandro do golpe contra Dilma, é a própria confissão saliente de que a mídia foi parte crucial nessa vergonhosa página da democracia brasileira. Agora, tenta caminhar em zigue-zague para fugir dos justos ataques que sofrem pelos serviços prestados ao fascismo nativo.

O caso de Dora é emblemático, ela sapecou em seu twitter a seguinte fala: “acabei de falar com Michel Temer. Para além da nota reagindo à acusação de golpista, “promete falar a verdade se Lula insistir nos ataques.”

Pronto. Temer arrumou uma cuidadora na mídia, o caso dele está resolvido. Dora provou que, quando não se tem medo do ridículo, as coisas de fato sa4em do controle.

Na verdade, Lula atirou no que viu e acertou no que viu.

A mídia brasileira imita os golpistas militares de 1964, que chamam até hoje o golpe civil-militar de revolução ou contragolpe.

Isso muda a história? Claro que não. Piora e muito. O cinismo nunca foi bom conselheiro em qualquer fato.

Temer foi um canalha. Uma pessoa baixa, peçonhenta e, misturada com Aécio Neves e Cunha, formou a tríade vigarista que armou e deu o golpe na primeira mulher presidenta do Brasil.

Tudo com apoio luxuoso da grande mídia que, no seu circo de horrores, contra a presidenta, lambuzou-se da misoginia.

Então, é desnecessário dizer que foi golpe, até porque foi muito golpe. Foi saudade da ditadura. Foram fartos e múltiplos ataques a uma mulher honrada que estava sendo derrubada pelo esgoto da política e escória desse país, formando um lixo tóxico que fez brotar o fascismo nativo e, junto, o genocida Bolsonaro, que operou para dizimar o povo Yanomami.

Bolsonaro não caiu de paraquedas na cadeira da presidência, ele é a face mais bárbara do golpe em Dilma, tanto que, no dia da votação do impeachment, ao lado do seu filho marginal 03, homenageou o torturador Brilhante Ustra diante do silêncio obsequioso da grande mídia

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Sem discurso, direita brasileira ataca Lula com picuinhas brejeiras e requentadas

Quando se vê o suprassumo da hiperinflação do governo Sarney, Mailson da Nóbrega, criticando o governo Lula e dando conselhos a Haddad, imagina-se, é o fim dos tempos.

O ex-ministro da Fazenda, também conhecido como senhor hiperinflação, tecnocrata fundamentalista, Mailson da Nóbrega, é figurinha carimbada na Veja e na Jovem Pan.

Isso mesmo, aquele senhor é autor do pacote econômico, conhecido como Plano Verão, que não chegou sequer ao outono, fazendo a inflação gargalhar de suas teses, com sua nova moeda, ou seja, o Cruzado Novo.

Aliás, no Brasil, as moedas e “seus valores” mudam ao sabor de decretos e fantasias.

Não é sem motivos que os governos dos ditadores militares, sobretudo Figueiredo, depois, Sarney, Collor, FHC, Temer e Bolsonaro, que se associaram ao embuste neoliberal, jogaram a economia brasileira no brejo e nossa moeda com tarja preta. Todos eles sempre tiveram um pacote polpudo que, no final das contas, os brasileiros, principalmente os mais pobres, e o próprio país, mergulhava na bancarrota.

Agora mesmo, o Guedes de Bolsonaro, que recebeu de Temer um país manco, fez de tudo e conseguiu, prejudicar enormemente o Brasil. Para onde se olha, vê-se prejuízo e ninguém vai pagar nada por eles nesse particular, até porque todos os economistas, de Mailson a Guedes, no final das contas, admitem seus objetivos não foram alcançados. Que novidade! Mais novidade era todos dizerem que deu errado porque outras medidas que deveriam ser adotadas para que o plano econômico obtivesse êxito, não foram aprovadas pelo Congresso.

As medidas são sempre as mesmas, privatiza tudo, demite todos os funcionários públicos, acaba com o Estado e entrega a alma do país nas mãos da Bolsa de Valores e está tudo resolvido.

Como a sociedade não quer ouvir falar nessa cantilena ultra neoliberal, e essa turma sabe disso, o negócio é atacar Lula de forma subjetiva, lateral, marota e, consequentemente, picuenta, como é comum na brejeirice econômica brasileira, arrotando escola de Chicago.

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Vídeo: Como militares chantageiam presidentes

Uma fala fundamental de Pedro Dória sobre os militares.

Sabe, essa história toda da demissão sumária do comandante do Exército me pôs pra pensar… Sabia que tudo isso já aconteceu antes? Aconteceu no Império. Aconteceu na Primeira República. Aconteceu na Segunda República. Os militares, eles chantageiam, eles chantageiam. Está acontecendo tudo de novo. Mas agora é diferente.

Assista:

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Os comedores de terra

Enquanto nossas geladeiras estão abastecidas, nossos termômetros estão livres de mercúrio e nossos antidiarreicos vencem na gaveta, Roraima está osso e pele.

  • Pensem nas crianças, assustadas, desnutridas.
  • Pensem nas meninas, fracas, inflamadas.
  • Pensem nas mulheres, rotas alteradas.
  • Pensem nas feridas, das peles pintadas.

Vinicius, uma bomba caiu por aqui, e o que me veio foram seus versos lindos que contam histórias tristes. Não dá para não pensar. Não dá para parar de pensar nessa tragédia anunciada. Não dá para parar de se chocar com as imagens. Vergonha nacional, crime universal. Uma violação aberta e escancarada de direitos humanos, terras e corpos. Não é de hoje que garimpeiros têm licença para invadir, estuprar, afogar crianças com suas dragas lançadas no rio. Violentos, esses caras-pálidas, cujos rostos não se enrubescem, não têm vergonha nem coração. Seus mandantes são tão repulsivos quanto as larvas que saem pelas bocas desesperadas dos yanomami. Eles espalham fome, mercúrio, malária, devastações. Tiram tudo que podem. Minério, honra, peixe, dignidade, gás, comida, paz, água potável, oxigênio. E querem mais. Querem mais estradas, mais usinas, mais ouro. Querem espremer as florestas para extrair dinheiro, custe o que custar. Esses exploradores agem com liberdade e proteção, fazem o que bem entendem: agem com a certeza da impunidade.

Enquanto nossas geladeiras estão abastecidas, nossos termômetros estão livres de mercúrio e nossos antidiarreicos vencem na gaveta, Roraima está osso e pele, se despedindo de pessoas que morrem definhadas, vencidas pelos vermes, pela fome, expelindo suas vidas pelo próprio vômito. Poderia ser evitado. Não se morre mais de algumas doenças no século 21, mas lá o século é outro.

Os apelos não são de hoje, é uma luta antiga, mas está mais pungente do que nunca. O líder indígena do povo Yanomami, Davi Kopenawa, que se referia aos garimpeiros como “comedores de terra”, tentou. Não foram profecias, foram previsões ditas, na lógica dos acontecimentos no desgoverno em 2020. “A mineração vai destruir a natureza. Vai destruir os igarapés e os rios, e matar todos os peixes e o meio ambiente —e vai matar nós índios. E vai trazer doenças que nunca antes existiram na nossa terra.” “Os garimpeiros, sem dúvida, vão matar os índios isolados na área Yanomami.”

Hoje somos todos Yanomami …

…. de pele vermelha, sem cores, sem nada.

*Becky S. Korich – Advogada, escritora e dramaturga/Folha

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Derretimento do capital político de Bolsonaro preocupa a oposição a Lula

A velocidade com que se acentua o desgaste de Jair Bolsonaro (PL) tem impressionado aliados dele e adversários do PT. Em privado, a avaliação corrente é de que a imagem e o capital político do ex-presidente “estão derretendo”, segundo disse à coluna um dirigente partidário que acompanha o monitoramento de redes sociais e grupos de discussões conservadores do país.

Outro fator que diminui o peso das apostas em Bolsonaro como líder da oposição a Lula: o ex-presidente terá de dedicar tempo, força e dinheiro às batalhas jurídicas que serão travadas no STF (Supremo Tribunal Federal), no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e na primeira instância da Justiça, deixando os ataques a Lula e a “fiscalização” do governo em segundo plano.

O problema para o campo antipetista da política e da sociedade é que o derretimento de Bolsonaro está ocorrendo antes mesmo que novos polos de oposição tenham se consolidado no Congresso e nos governos estaduais. Nesse ritmo, avaliam parlamentares ouvidos pela coluna, o presidente Lula (PT) não terá dificuldade de alinhavar uma base de apoio legislativa capaz, por exemplo, de aprovar pacotes e PECs vitais para seu governo.

Só nos últimos dias, Bolsonaro, mesmo à distância, esteve no epicentro do quatro graves crises: gastos com cartão corporativo, a investigação de pagamentos suspeitos no Palácio do Planalto, atos golpistas do 8 de janeiro e a tragédia dos ianomâmis. Mesmo vivendo nos Estados Unidos, para onde foi antes do final do mandato, o ex-presidente tem sido obrigado a se manifestar sobre esses assuntos, diferentemente do que, segundo um aliado, ele planejava fazer.

A promessa inicial de Bolsonaro feita aos aliados era permanecer em silêncio e deixar o atual governo se desgastar com os “problemas da vida real”, como as dificuldades orçamentárias e os embates com o Congresso. Somente então ele retornaria ao Brasil para assumir o posto de presidente de honra do PL, morar em Brasília e liderar a oposição.

Porém, transcorridos apenas 23 dias do início do terceiro mandato de Lula na Presidência, a capacidade de Bolsonaro assumir qualquer posto de liderança neste momento é questionada nos bastidores por direitistas, empresários e lideranças da sociedade civil hostis ao PT e ao atual governo, segundo diz esse aliado do ex-presidente.

O “derretimento” de Bolsonaro levanta dúvidas até sobre a capacidade dele de liderar a parcela extremista de seus apoiadores. Uma das avaliações é de que esse “movimento” tem um forte componente orgânico e que fortaleceu os lanços entre seus participantes mesmo após o fim dos acampamentos golpistas e não necessitará mais da figura do “mito” ou do “capitão” para permanecer unido.

Alternativas. Com Bolsonaro enfraquecido, o campo antipetista da política e da sociedade trabalha com nomes que podem ocupar um eventual vácuo de liderança deixado pelo ex-presidente. O cenário mais provável neste momento: os senadores eleitos Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Sérgio Moro (União Brasil-PR) e Rogério Marinho (PL-RN) comandarão a oposição no Senado, junto com Flávio Bolsonaro (PL-RJ), enquanto Carla Zambelli (PL-SP), Ricardo Salles (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF) formarão a linha de frente na Câmara.

Os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Romeu Zema (Novo-SP) ainda são vistos com reserva porque precisam manter uma relação minimamente estável e cordial com Lula por conta da ajuda federal aos estados.

*Alberto Bombig/Uol

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O inacreditável absurdo do Facebook

Não é de hoje que a Meta do Facebook tem a meta de manter o controle estrume sobre seus usuários.

Não foi sem motivos que muita gente abandonou a plataforma que se transformou num genérico daquilo que já foi um dia, sobretudo com uma política canalha de direcionar publicações através de algoritmos.

Pior, a censura do Facebook que, por si só, já é absurda, é exercida com uma estupidez gigantesca de promover a vergonha alheia, tal a proteção e segurança que apregoa para o uso geral de quem utiliza dessa rede que, não demora, vira pó.

Está aí o maior tombo da história na bolsa de valores da empresa Meta.

Basta uma palavra que eles não compreendam ou simplesmente entendam fora de contexto para censurar tanto a publicação quanto o usuário, que é o mais comum.

Pessoas que utilizam essa ferramenta há mais 10 anos, que prometia liberdade social, mas se tornou uma rede empresarial, mergulhou no cinismo e na mesquinhez, mas sobretudo na ignorância, na falta de tato, na incultura e no pastiche da verdade única.

Hoje, em três matérias em que denunciamos a tragédia dos índios Yanomamis, utilizamos imagens chocantes de crianças e adultos indígenas com alto grau de desnutrição que fazem lembrar campos de concentração.

Mas como eram fotos de índios Yanomamis, a maioria nua, o Facebook ignorou a cultura dos povos originários do Brasil, ofendendo o país, com uma atitude inacreditavelmente medieval e ainda teve a pachorra de enviar para a página do blog, a comunicação de que as três matérias sobre os indígenas violaram as regras do Facebook, nudez, e que, portanto, elas foram excluídas com a ameaça da página ser banida, junto com seus administradores.

Isso é uma das maiores afrontas à cultura brasileira.

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