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Economia

Após queda de 0,5% na Selic, Brasil continua a apresentar a maior taxa de juros reais entre 40 países

Apesar da redução de 0,5% na taxa anual de juros (Selic), o Brasil continua a ostentar a primeira posição no ranking global de juros reais. Após a redução, a taxa de juros reais brasileira é de 6,68%. O Brasil manteve o pódio de campeão dos juros reais pela sétima reunião consecutiva do Comitê de Política Monetária (Copom), segundo O Globo.

O cálculo foi feito pelo site financeiro Moneyou, que considera a expectativa de inflação para os próximos 12 meses, e engloba 40 países. Em segundo lugar, aparece o México com taxa de juros real de 6,64%, seguido da Colômbia, com taxa real de 6,15%. Outro país latino-americano aparece na quarta posição: o Chile, com juros de 4,60%. O site desconsidera a Argentina, que vive atravessa crise econômica.

Para o economista Jason Vieira, responsável pela elaboração do ranking, ainda há problemas na condução da política global. Com o encaminhamento do arcabouço fiscal e reforma tributária, o Brasil reduziu parte das dúvidas na ancoragem das expectativas de inflação.

Mas os Estados Unidos elevaram novamente os juros após uma pausa e continuam a registrar pressões no mercado de trabalho, apesar de uma série de indicadores econômicos negativos.

Já o Banco Central Europeu (BCE) elevou os juros em julho, enquanto a Ásia preserva parte de suas medidas estimulativas, com a China prometendo novos incentivos à economia.

Veja os países com maiores juros reais

1) Brasil: 6,68%
2) México: 6,64%
3) Colômbia: 6,15%
4) Chile: 4,60%
5) África do Sul: 3,82%
6) Filipinas: 3,80%
7) Indonésia: 3,63%
8) Hong Kong: 2,83%
9) Reino Unido: 2,36%
10) Israel: 2,23%.

Fonte: Moneyou.

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Economia

Lula ataca taxa de juros do crédito consignado: “Me deixa indignado”

Alíquota atual é de 1,97%. Crédito consignado é um empréstimo com desconto na folha de pagamento dos assalariados e aposentados.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta terça-feira (27/6), a taxa de juros do crédito consignado, atualmente em 1,97%. O crédito consignado é empréstimo com desconto na folha de pagamento dos assalariados e aposentados, diz o Metrópoles.

Em participação no programa do governo “Conversa com o Presidente”, Lula disse que a alíquota o deixa “indignado”.

“Agora, o que me deixa indignado é que o crédito consignado, que é dado para pessoa que tem emprego garantido, que é descontado no salário e, portanto, não tem como perder, é de 1,97%. Juros sobre juros, dá quase 30% ao mês. Como o cara do crédito consignado vai pagar 30% ao mês, e eu estou emprestando dinheiro para os grandes a 10% ao mês?”, questionou.

A alíquota do crédito consignado já foi motivo de desentendimento no governo. Em março deste ano, o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) reduziu a taxa para aposentados, de 2,14% para 1,7%.

A medida fez com que alguns bancos do país deixassem de oferecer essa modalidade de empréstimo. Após a repercussão, o conselho, então, recuou, e subiu a alíquota para 1,97%.

Lula volta a criticar Selic em 13,75%
Durante a conversa, Lula também voltou a criticar a taxa de juros do país. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu pela manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano – patamar em vigor desde agosto de 2022.

Nesta terça, o colegiado reiterou as preocupações com a resiliência da inflação no Brasil, mas abriu caminho para a possibilidade de “um processo parcimonioso de inflexão” a partir do próximo encontro do comitê, em agosto.

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Lula volta a criticar Banco Central após taxa de juros permanecer em 13,75%: “Nenhum ser humano da Terra consegue explicar”

O presidente Lula (PT) voltou a criticar o Banco Central nesta quarta-feira após o Copom manter a taxa básica de juros em 13,75%. Ele acusou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, de estar descumprindo a legislação ao não baixar os juros. Além disso afirmou que “nenhum ser humano da Terra” consegue explicar a alta taxa do país.

— Na época que era um indicado meu, eu conversava com o Meirelles. Mas, agora, se esse cidadão quiser ele nem conversa comigo. Ele só tem que cumprir a lei que estabeleceu a autonomia do Banco Central. Ele precisa cuidar da política monetária, mas também do emprego, da inflação e da renda do povo. É isso que está na lei, basta ler a lei.

Questionado se ele considerava que Campos Neto estaria cumprindo a lei ele respondeu.

— Todo mundo sabe que ele não está (cumprindo). Se não eu não estava re Quem tem que cuidar do Campos Neto é o Senado que o indicou. Ele não foi eleito pelo povo, não foi indicado pelo presidente da República. Eles paguem o preço pelo que estão fazendo. A história julgará cada um de nós.

*Com Folha

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Opinião

Lula vence o debate sobre os juros, mas o tratam como derrotado por nocaute

Liberalismo mal digerido quer a Idade Média do futuro, com Estado dividido em guildas.

Reinaldo Azevedo*

Lula ganhou o debate sobre a taxa de juros —menos nos editoriais, no colunismo e, justiça se faça às respectivas coberturas, também no noticiário. Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, surgiu como o candidato a genro ou a sogro nacionais. É lhano, suave, educado e sugere alguma introspecção e vida interior. Chegou a anunciar e a pregar “boa vontade” com o governo. Uau! Havendo interesse, procurem saber o que é o “Quadrado Semiótico de Greimas” para identificar quem Campos Neto entende ser o “doador” e o “donatário” nessa relação. Trata-se de uma concepção de Estado tão absurda que nem errada chega a ser —é mal de uma era; volto ao ponto mais tarde. É muita ousadia para quem não consegue explicar por que temos o maior juro da Terra. Inigualável como a pororoca.

O proselitismo que se produziu sobre a questão sugere uma derrota do petista por nocaute. Deixo, em princípio, a economia para a pletora de expertos (com “x”). O que me incomoda, no que respeita à política, é a gritaria autoritária que tenta cassar a palavra do presidente da República, como se o BC fosse a sarça ardente, que não pode nem ser mirada, de onde emana a palavra revelada Daquele que Não Tem Nome. É incompatível com a democracia. “Ah, mas você criticava Bolsonaro quando atacava o STF.” Fato. Se for preciso explicar a diferença, o esforço será inútil. Então não. Adiante.

Num seminário do BTG Pactual, uma trinca de ouro do mercado sustentou, na quarta (15), que a meta de inflação perseguida pelo BC é inatingível. Refiro-me a Luís Stuhlberger (Verde Asset), Rogério Xavier (SPX Capital), o mais enfático, e a André Jakurski (JGP). Não os estou listando como pessoas que endossam minhas opiniões. Lembro o caso de Stuhlberger: sua opinião sobre a PEC da Transição pautou toda a imprensa. E eu discordei de tudo.

Disse Xavier: “Só alcançamos inflação a 3% uma única vez, em 2016. Agora que a gente passou por todas essas situações inflacionárias, o Brasil resolveu fazer a meta em 3%. Nos EUA, a meta é 3,5% e no Brasil vai ser 3%? É falta de bom senso”. E ainda: “As pessoas nos supermercados vivem com inflação de 10%, 12%. É outra realidade. Eu acho que o custo de carregar uma meta desse tamanho é gigantesco, seja financeiro, seja social, seja político, porque, uma vez que você não atinge as metas, o Banco Central fica restritivo na política monetária”. Luiz Carlos Trabuco, presidente do Conselho de Administração do Bradesco, afirmou nesta quinta (16): “Hoje, percebemos que o debate sobre os juros necessários para combater a inflação está permeado de ponderações sobre atividade econômica e emprego. É justo e correto dar mais complexidade ao tema da política monetária”.

Pergunto se Três Ases e um Trabuco serão vistos como patetas ou como parte “dessa gente” —deve-se dizê-lo com um misto de desprezo e ironia— que venceu as eleições para destruir os marcos do nosso capitalismo porque imagina, como escreveu um articulista, “estar ainda na Vila Euclides”. A indagação é retórica. É certo que os empresários serão tratados com respeito. E assim deve ser. Eis o busílis.

Entende-se legítimo que operadores de mercado discordem das decisões do BC com uma dureza que Lula não ousou ter, mas se profere o anátema contra o herege que é detentor de um mandato popular. Na origem, há o ódio à política, que nos levou a contemplar o abismo, e uma ojeriza ao Estado típica de teses liberais mal digeridas. Ambicionam vê-lo fracionado em autarquias “independentes” em nome da eficiência. Trata-se de uma reedição das guildas medievais. “Cultuam outra Idade Média situada no futuro, não no passado”, com metaverso e ChatGPT. Não que fossem me convidar, mas me recuso a participar da arruaça intelectual da 5ª Série de Chicago.

Lula tomou para si a responsabilidade política de acusar a nudez do rei “autônomo”. As democracias aposentaram o monarca absolutista e alçaram ao poder, pelo voto, os antigos bobos, que de burros nada tinham (Leiam “O Bobo”, de Alexandre Herculano). E o fizeram para que rompessem silêncios e falsos consensos de cortesãos. Como se nota, nem o trio de ouro explica por que os nossos juros são a maior pororoca da Terra.

*Folha

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Opinião

André Lara Resende, pai do Plano Real, faz coro com Lula na crítica ao Banco Central: ‘esses juros estão errados’

A promessa do Banco Central independente é a de que não haveria nenhuma influência tecnocrata, muito menos teocrática do clero abastado do deus mercado. Porém, o que se vê é um pensamento amesquinhado, descolado da realidade da população, pois beneficia uma classe opulenta, que se acha gente da nobreza, porque é a classe mais poderosa economicamente.

Pior, o pensamento que predomina nessa classe é o de uma ambição perigosa, o que produz esse gigantesco desequilíbrio social que o Brasil vive.

O embuste do Banco Central independente brindou-nos com isso, uma espécie de laboratório do inferno para a imensa maior parte dos brasileiros, sobretudo porque essa gente burguesa tem costas largas nas redações da mídia.

Quando Lula subiu o tom em suas críticas contra os juros do Banco Central, dizendo que ele não pode se transformar num tronco feroz da escravidão financeirista, a mídia correu para dizer que Lula “falava com a alma de um populista”, carregado de nacionalidades pueris e que, também por isso, transformou-se num expoente natural daqueles que não entendem nada de economia.

Mas, agora, a prosa terá que mudar de rumo, porque o pai do Plano Real, André Lara Resende, quem a mídia sempre teve em sua conta as luzes e ilustrações mais fortes, não quis saber de poetizar os juros e muito menos mimar o presidente do BC, Roberto Campos Neto, cristalizando assim a sua crítica contundente com esta frase:

“Faz sentido nesse contexto você ter uma taxa de juros há dois anos nesse nível? Claramente não. Os objetivos do Banco Central, determinados na lei que deu autonomia ao Banco Central são o controle da inflação, a estabilidade do sistema financeira e a garantia do pleno emprego. Obviamente essa taxa de juros de 13,75%, é incompatível com esses objetivos. Ela está errada”, disse.

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Política

Áudio revela que Roberto Campos, do BC, se orientou com o banqueiro André Esteves sobre taxa de juros

Dono do BTG Pactual revela que o presidente do Banco Central ligou para saber qual deveria ser o piso da taxa de juros no Brasil.

Na conferência com investidores que vazou e foi obtida com exclusividade pelo 247, o banqueiro André Esteves diz que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ligou para ele para saber qual que deveria ser o piso (“lower bound”) da taxa de juros no Brasil.

Esteves faz fartos elogios a Campos Neto e diz que se o ex-presidente Lula vier a ser eleito em 2022, “teremos mais dois anos de Campos Neto, o que será ótimo para o Brasil”, fazendo referência à independência do Banco Central. Esteves diz que também “educou” políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal para que a independência do BC fosse aprovada.

Ouça:

*Com informações do 247

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