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Grande mídia pró mercado mostra as garras para Lula em ataque coletivo contra furo no Teto de Gastos

Folha, O Globo e Estadão sobem o tom contra a PEC da Transição em publicações alarmistas, com “conselhos” e ofensas à equipe de Lula.

Os jornais da chamada grande mídia, todos sensíveis aos ânimos do mercado financeiro, começaram a mostrar as garras para o novo governo Lula (PT). Nesta quinta-feira (17), um festival de matérias e editorial em Folha, Estadão e O Globo coloca Lula contra a parede por causa do furo no Teto de Gastos para pagar benefícios sociais.

O ataque coletivo, motivado pela desaprovação em relação à PEC da Transição, inclui desde ofensas ao time de Lula até conselhos e projeções alarmistas sobre a economia.

Por causa da PEC, Folha de S. Paulo manchetou que Lula “larga na contramão do que levou ao sucesso de seus dois governo no combate à pobreza”. O jornal argumentou que “responsabilidade fiscal e superávits primários foram fundamentais para que o petista fizesse mais pelo social”.

Na esteira, O Globo disse que “Lula testa a paciência ao ignorar críticas” e sugeriu que “em vez de ouvir os aduladores, ele deveria prestar atenção à bomba fiscal prestes a ser lançada sobre o país.”

Estadão, por sua vez, entrevistou o presidente de um grande banco privado, o Bradesco, para avisar a Lula que “não temos espaço para testes ou experimentos” por parte da equipe econômica, seja ela qual for. O Estadão também dedicou um espaço em sua página principal a uma matéria sobre André Lara Resende, Guilherme Mello, Nelson Barbosa e Pérsio Arida terem sido “escanteados na PEC da Transição”.

A decepção de O Globo com Lula

Nesta quinta (17), O Globo publicou um editorial ácido, falando da “decepcionante reação” de Lula às críticas que ele tem recebido do mercado. O jornal disse que o furo no Teto de Gastos é “irresponsável” e chamou as declarações de Lula sobre o tema de despropositadas. O editorial ainda faz terrorismo sobre o futuro.

“Paciência, o novo governo tem testado não apenas a dos mercados, mas a de todos os brasileiros que sabem fazer contas. Aumentar gastos sem amparo de receitas nem gestão do passivo levará a um ciclo bem conhecido no Brasil: aumento descontrolado do endividamento, juros elevados, dólar mais caro, inflação alta e menos crescimento econômico”, definiu O Globo.

Segundo O Globo, a PEC da Transição fará um furo “irresponsável” no Teto de Gastos, de R$ 198 bilhões em 2023 e R$ 175 bilhões “todo ano daí para frente”. “Tudo falaciosamente em nome dos mais pobres. Na prática, trata-se de gasto no presente, com inflação e misérias contratadas no futuro.”

A pedido de O Globo, consultores fizeram cálculos e constataram que “se forem aprovados os R$175 bilhões fora do teto, as consequências serão terríveis.” O jornal sugeriu o limite de R$ 79 bilhões para a PEC em 2023.

O editorial de O Globo termina com golpe duro no PT. Para o jornal, só de a PEC ter chegado ao valor de R$ 198 bilhões, perto de 2% do PIB, é sinal da volta do “discurso e prática do velho PT que levou o Brasil à bancarrota: o Estado é a solução para todos os males, o mercado vive especulando ‘todo santo dia’, e criar ministérios é solução mágica para tudo.”

Folha explica a importância do mercado

A matéria da Folha foi feita para explicar de maneira didática a importância que tem a opinião do mercado financeiro para um governo. Assim como O Globo, Folha bate na estimativa de furo de R$ 175 bilhões no Teto de Gastos.

Com um texto ainda mais alarmista, Folha pregou que o furo tornará “difícil para Lula concluir seu mandato” realizando o “superávit primário necessário para estabilizar a dívida pública em relação ao PIB”.

Folha projetou, inclusive, que o governo Lula vai acabar “derrubando a economia” e gerando mais inflação, pois sem superávit primário, o mercado exigirá juros cada vez mais caros para financiar o governo.

O jornal atrelou o sucesso de Lula entre 2003 a 2010 ao fato de que ele conseguiu realizar superávits todos os anos. Pagando juros mais baixo para se financiar, os governos Lula evitaram aumento de carga tributária. Daí a origem do “ciclo virtuoso de crescimento sustentável”, explicou Folha.

Na visão da Folha, a responsabilidade fiscal é essencial para que os “agentes econômicos”, como “empresas, mercado financeiro e empreendedores”, “confiem na solvência do País.

Folha ainda cravou que o “baixo crescimento” econômico que se viu no País desde 2014 ocorreu graças ao “fim da responsabilidade fiscal” – ou quando o “mercado” passou a entender assim.

O diário ainda arriscou alguns conselhos a Lula: “Diante da precariedade das contas públicas e da experiência pregressa, Lula e equipe poderiam se debruçar sobre o que deu certo, e onde é possível economizar e melhorar a eficiência da despesa pública. Como a trajetória de Lula e Dilma na Presidência demonstrou, há dois caminhos a seguir. Lula parece estar pegando a via errada.”

O recado dos bancos

De Nova York, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, mandou alguns recados a Lula por meio do Estadão.

O empresário que Lula pode tomar o tempo que quiser para anunciar a equipe econômica, mas que não haverá “espaço para testes ou experimentos na área”. Defendeu que o furo no Teto de Gastos deve ser “o mínimo necessário” para garantir a continuidade de programas sociais num primeiro momento; mas, a partir daí, o governo deve encontrar um caminho para equilibrar as contas. Ele sugeriu uma reforma fiscal, mas deixando claro que nem a sociedade como um todo, nem os bancos privados aceitarão pagar mais impostos. A expectativa dele é que o governo Lula trabalhe inicialmente para “debelar a inflação” e, em seguida, reduzir a taxa de juros.

Estadão também ouviu de um economista e sócio de uma gestora de investimentos que o gasto de R$ 175 bilhões por ano (mais ou menos o valor da PEC da transição) elevaria a dívida bruta para 89% do PIB ao fim do governo Lula. A estimativa de O Globo passou dos 90%.

*Luis Nassif/GGN

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A devoção bolsonarista do Estadão ao mercado é comovente

A primeira pergunta a ser feita pelo tecnocrático jornalão e seu editorial interesseiro é, quem de fato paga as contas do Estado? Certamente não é o mercado. Aliás, o mercado não paga e nem produz nada, especula.

O que impressiona na campanha da mídia pró-mercado, pró-ricos, pró-agiotas, é o cinismo recorrente, que é uma das marcas desse país. E é ele que serve de material para transportar o sangue extraído do povo para o apetite sem limite dos velhos abutres de sempre.

É sempre assim. Toda a reforma, toda a linha de pensamento neoliberal que não é outra coisa que não seja uma gigantesca mentira, a produção de miseráveis está garantida, enquanto jorra, em estado líquido, dinheiro nas contas dos especuladores.

É isso que os jornalões, Estadão e Folha chamam de equilíbrio fiscal. Pode ter a quantidade de carvão que tiver, os abutres parecem tomar enzima digestiva e a fome de transferência de recursos públicos, extraídos do povo, que é de fato quem paga a conta, é anunciada sem nunca mostrar a entrega de tal encomenda para a ilha da prosperidade em meio a um mar de iniquidade.

E assim, os ricos vão se tornando mais ricos, e os miseráveis ainda mais miseráveis.

Os números são claros. Submetido a uma agenda ultraneoliberal de Paulo Guedes, o governo Bolsonaro, em plena pandemia, fez crescer a lucratividade dos bancos num progresso que não acaba simplesmente sob o ponto de seu domínio, os escravos desse sistema, queimados como carvão de uma usina de especulação chegaram a 33 milhões de famintos.

Essa é a fonte de energia mecânica que interessa aos lobistas da mídia em defesa muito bem remunerada da velha oligarquia nativa.

Durante o governo Bolsonaro, essa gente tinha ilimitada quantidade de carvão para queimar a gosto. Por isso seguiu apoiando o genocida, mesmo depois que o monstro promoveu a morte de 700 mil brasileiros por covid.

Ou seja, dentro do Brasil, existe um país abundante, ele é micro em extensão, mas macro no apetite, porque é fácil transferir recursos do povo para os cofres dos banqueiros dentro de um sistema financeiro que acha que o princípio da vida é o dinheiro, apenas o dinheiro, dinheiro extraído de decretos federais, num escândalo de transferência de riqueza pública para sangrias definitivas que produzem miséria e fome para o povo e riqueza infinita aos clientes do Estadão.

Não há espaço para testes ou experimentos em equipe econômica, diz o presidente do Bradesco em evento no Estadão. Falta agora o mesmo Estadão promover um evento com quem dorme debaixo das marquises do jornalão da oligarquia e de uma agência dos agiotas do Bradesco.

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O instantâneo esfarelamento da Jovem Pan após a derrota de Bolsonaro

O principal núcleo do fascismo bolsonarista foi a Jovem Pan, por isso mesmo a derrota de Bolsonaro provocou uma gigantesca queda de audiência e penetração no meio mais sacramentado do que há de mais reacionário no país.

A coisa se deu efetivamente logo após a líquida derrota de Bolsonaro, deixando a ignorância nacional órfã, pior, vivendo de trotes, como assistimos durante as manifestações golpistas, aonde chegavam as miseráveis mensagens do submundo do zap.

E aquele bando de doidos varridos manifestava alegria de um falso nacionalismo patriótico a partir de mentiras toscas, dessas que viraram febre nesse inferno verde e amarelo.

A Jovem Pan já estava com a sua falência decretada, junto com a anunciada derrota de Bolsonaro.

Esse jogo de interesses abriu uma cratera na empresa de comunicação logo após o anúncio da morte por afogamento do bolsonarismo, quando Bolsonaro foi suicidado pelas urnas, resumindo o ex-mito nessa coisa que está empacada e prostrada em sua residência, o Palácio da Alvorada.

E olha que ainda nem houve uma devassa na Secom para mostrar como aquilo se transformou no maior núcleo de financiamento do fascismo nativo. Aquilo cheirava podre, mas transformava a vida de aliados no maravilhoso mundo de Alice.

Quando o cavalo de Napoleão empacou, o capital da empresa não ofereceu qualquer resistência para uma retomada pré-bolsonarista.

A Jovem Pan foi desembarcada do governo a fórceps, sem qualquer amparo. A parteira dessa realidade foi a vitória de Lula em pleno dia, aos olhos assombrados de uma falange que levou imediatamente um pé no traseiro.

Daí o desaparecimento de figuras como Augusto Nunes, Fiuza, Ana Paula do Vôlei, entre outros troços de patentes menores. Sobraram uns 200 contos para manter aquela figura folclórica chamada Rodrigo Constantino, que virou  mártir do fascismo paratatá, porque tem feito um tremendo esforço para dar algum ar de sobrevida à Jovem Pan, que avança a passo largos para a bancarrota depois que lhe tiraram a condição de QG central  do fascismo estatal.

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Lula envia o recado certo no Egito. No Brasil, problemas o esperam

Na COP, presidente eleito acerta ao dizer que não medirá esforços para combater o desmatamento. Na volta, vai enfrentar xadrez na montagem do ministério e delírios golpistas.

O presidente eleito Lula demonstrou no forte discurso na COP27 que amadureceu sua compreensão sobre o tema. Ele já havia sido um bom governante no combate ao desmatamento, mas desta vez chegou falando em “emergência climática”, em como o clima passou a ser central. Lula disse que não medirá esforços para combater o desmatamento, defendeu indígenas, propôs aliança mundial contra a fome, uma parceria com o agronegócio, fez cobranças aos países ricos, convidou a COP para vir para o Brasil e indicou que pode vir a criar uma coordenação “do mais alto perfil” para o tema, referindo-se talvez à Autoridade Climática.

— Em dez minutos de discurso fez mais pelo meio ambiente do que Bolsonaro em toda a vida. Falou de forma direta, sem rodeios, ao ponto. Falou o que interessava na questão interna, e também foi direto ao ponto ao se dirigir aos países ricos. Ele cobrou promessa dos outros, mas fez suas próprias promessas — afirmou Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima.

Aqui dentro problemas o aguardam. Ainda não se sabe como será a tramitação da PEC da Transição. O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin entregou ontem ao Congresso um anteprojeto que coloca fora do teto o Bolsa Família, um percentual das receitas extras e doações. Por quanto tempo? Não há prazo no texto, mas o que se quer é quatro anos. O detalhamento do que fazer com o dinheiro aberto no orçamento foi enviado à parte. Trabalhou-se nisso até no feriado no CCBB, escritório de transição. O mercado andou em queda de novo. Os analistas entendem que será preciso explicar melhor como será o caminho do equilíbrio fiscal.

Lula falou na COP um dia depois do feriado da República, quando manifestantes bolsonaristas fizeram grandes atos em frente aos quartéis pedindo golpe de estado, no meio de comunicações ambíguas de Forças Armadas, de lideranças militares e diante do silêncio do presidente da República. Entrevistei ontem, no meu programa na Globonews, a senadora Simone Tebet e perguntei como esse golpismo pode ser enfrentado.

— Tolerância zero. Meu lado jurista, meu lado democrata, foi uma das razões pelas quais eu anunciei meu apoio ao presidente Lula, sem nunca ter sido do PT. Tenho convicção de que as urnas não levaram dois democratas para o segundo turno, apenas um. Nesse aspecto temos que cumprir a Constituição. É melhor o rigor da lei do que a ditadura de um homem. A gente já viu esse filme antes. A Constituição é muito clara. A gente não pode estimular um ato que seja atentatório à democracia. Temos que punir os financiadores, sabemos quem são muitos deles. Temos que apoiar a Justiça nas suas decisões. Esse capítulo precisa ser definitivamente encerrado. Ele não pode vir daqui a quatro anos mais fortalecido do que está agora. Por isso, fiz tanta campanha no segundo turno. Nós não suportaríamos oito anos de governo Bolsonaro, que lamentavelmente estava mudando a alma e o caráter do povo brasileiro. Há uma parcela pequena da população que está em transe.

Quando o auditório no qual Lula falava em Sharm el-Sheikh, no Egito, cantou em coro “O Brasil voltou” eram brasileiros, mas inúmeros estrangeiros estavam ali em torno comemorando exatamente isso. O Brasil retornou à mesa da diplomacia climática, na qual o país sempre fez diferença. E chega, como o próprio Lula, mais maduro e assertivo. No discurso mais breve que fez pela manhã, no estande dos governadores amazônicos, Lula acertou, segundo destaque de Tasso Azevedo, ao defender o amplo diálogo com todos.

– O presidente da República tem a obrigação de conversar com todos, inclusive os adversários, porque após as eleições não são mais adversários. Sem conversa não tem solução — disse Lula.

Na volta, enfrentará um país que ainda não curou suas fraturas. No dia 15, um longo tuíte do general Villas Bôas se referiu aos manifestantes que pedem ditadura como pessoas que “protestam contra os atentados à democracia”. É uma completa inversão. Uma fonte do meio militar me disse que ele pode estar sendo usado “para passar recados que, eu creio, em perfeita consciência, ele não daria”. Villas Bôas está há muitos anos com uma doença incapacitante.

O sumiço deliberado do presidente da República alimenta a ideia de que a derrota eleitoral pode ser revertida. Além desses delírios, Lula terá que enfrentar nas próximas semanas o xadrez da montagem do ministério e da definição dos rumos econômicos do país.

*Miriam Leitão/O Globo

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O sucesso de Lula visto pela lente dos que resistem a engoli-lo

Nenhum erro lhe será perdoado, e os acertos rebaixados.

Lula foi um sucesso na conferência ambiental promovida no Egito pelas Nações Unidas, mas não deve perder de vista que seus maiores problemas estão aqui, e em nenhuma outra parte.

Os principais jornais do planeta louvaram o desempenho de Lula e seu retorno eletrizante, como destacou o The New York Times, mas isso não lhe dará o direito de arrombar as contas públicas.

Lula não cometeu crime algum ao pegar carona em um jato de um empresário amigo, mas deve uma explicação de porque o fez. Por que há quatro dias guarda silêncio a respeito?

Por falar em silêncio: por que não anuncia logo o nome do futuro ministro da Economia e acalma os nervos do mercado financeiro? O que uma coisa tem a ver com a outra? Nada, mas e daí?

Ele se elegeu com o apoio de 11 partidos. Na sua equipe de transição, há representantes de 16. Mas de um total de 290 nomes anunciados, 66 são do PT. Não é demais? E logo do PT?

Dos 17 nomes que integram o grupo escalado para sugerir políticas públicas nas áreas da Justiça e Segurança Pública, 9 são críticos da Lava Jato. Por que essa fixação na Lava Jato? O que significa?

Verdade que Lula com apenas 20 dias de eleito já fez mais pela imagem do Brasil do que Bolsonaro em quatro anos, mas não foi por mérito dele, e sim demérito de Bolsonaro.

A política não admite espaço vazio. Bolsonaro parou de trabalhar desde que foi derrotado. Está deprimido, com erisipela e ainda não sabe o que fazer. Lula limitou-se a ocupar o espaço vago.

Não parece uma má ideia ele ter designado Geraldo Alckmin, um político moderado, para uma espécie de gerente do novo governo. Mas que Lula não pense em ficar só passeando pelo mundo.

Terá que governar, pegar no pesado, e justificar porque quis voltar à presidência pela terceira vez ao invés de desfrutar os anos de vida que lhe restam na companhia da sua nova mulher.

A propósito: ela não foi eleita para nada, ele é que foi. Não está autorizada, portanto, a dar palpites na condução do governo. Deve comportar-se com discrição. Nada de fazer gracinhas.

Marisa Letícia, a primeira-dama em 2003, fez a gracinha de plantar nos jardins do Alvorada um canteiro em formato de estrela com flores vermelhas em tributo ao PT. Pegou muito mal.

Nenhum erro de Lula será perdoado. A Tarcísio de Freitas, por exemplo, governador bolsonarista de São Paulo, se perdoará um eventual reajuste de 50% no próprio salário. A vida está cara.

*Noblat/Metrópoles

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Do bolsonarismo, não ficará pedra sobre pedra, como previu Dilma em 2016

A bola cantada pela presidenta golpeada pelo corruptaço Aécio, em parceria com Temer e Cunha, foi premonitória. Essa gente toda será varrida do poder e da história junto com Bolsonaro.

A mesma parcela da escória nacional, que golpeou Dilma e tirou Lula da disputa presidencial como uma condenação e prisão comandada pela quadrilha da Lava Jato, ajudou a eleger e agora derrotar Bolsonaro. O remédio dado em altas doses, virou veneno.

Desde 2013, nas chamadas jornadas de junho, a direita mais reacionária vem financiando as figuras mais nefastas da vida nacional. Em 10 anos acumulando dejetos políticos, esse lixo reacionário bateu no teto e ajudou a derrotar Bolsonaro.

Com a derrota de Bolsonaro, uma tonelada de lixo tóxico está sendo removida da vida pública e, aos poucos, todos saberão o conteúdo desse lixo.

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Merval Pereira, o eterno meme do provincianismo nacional

Merval está mordido com o sucesso internacional de Lula. Na sua cabeça, Lula abusa da condição de um irremediável líder global. Na cabeça da cavalgadura, isso significa megalomania, enquanto Lula recebe convites e telefonemas dos maiores chefes de Estados do planeta.

Querer ser um negociador internacional, para Merval Pereira, é um projeto que só cabe na cabeça de Lula, por isso está desapontadíssimo com o sucesso do presidente brasileiro no exterior antes mesmo de tomar posse.

Lógico que Merval quer assumir a cabeça de uma fileira da velha província que não admite sequer que a Noruega aumentará o repasse para a proteção da Amazônica, com Lula.

Essa gente não para de confessar ignorância. Tudo bem que não se espera nada de produtivo sair das cabeças de Mervais que acentuam sua burrice quando se colocam na direção de uma super produção de ácido para falar de Lula. Há várias maneiras de se fazer oposição, mas para tanto, Merval deveria adquirir a postura de uma inviolável mudez que lhe permitisse comprar a condição de opositor de Lula em troca de uma fundamentação, no mínimo, fértil para se poder puxar a brasa para a sardinha da eterna direita.

Mas são justamente esses elementos vitais que faltam a Merval, queimando a si mesmo, sem perceber que um comentário desastroso como esse, faz dessa criatura, que é um anônimo internacional, um verdadeiro promotor de uma guerra interna contra o país.

Sim, essa hipertrofia verborrágica é parte do jogo financeiro a quem Merval deve reverências. Mas, mesmo no capitalismo que por si só destrói o conceito de humanidade, há ao menos um suposto ideal que, em linhas gerais, promete, sem nunca cumprir, uma produção de soluções muito melhores e mais criativas do que as do Estado.

Merval nem com isso sabe lidar. O resultado são essas patacoadas que se transformam em verdadeiros buracos n’água quando marosca um conceito chucro típico de uma cabeça eternamente provinciana e serviçal.

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Com questão fiscal e jatinho, quem tem “mau começo” é a imprensa, não Lula

Reinaldo Azevedo – Apontem o tipo penal no qual incidiu Luiz Inácio Lula da Silva ao aceitar a carona no jatinho do empresário José Seripieri Filho, na viagem ao Egito, para participar da COP27, e talvez eu possa indicar algum caminho para que o presidente eleito responda por seu… Por seu o quê? Não havendo nada disponível no Código Penal, tentem a Lei da Improbidade Administrativa tão logo se descubra o cargo público ora exercido pelo petista e por que a viagem, por si, evidenciaria ser ele um homem improbo. Quem sabe se deva evocar a Lei 1.079, que pune crimes de responsabilidade… Coragem, valentes! Vistam uma camiseta amarela, caiam de joelhos, evoquem os demônios golpistas e proponham o impeachment de Lula antes da posse. Nem seria assim tão original — afinal, em 2018, ele foi, de modo muito particular, cassado antes mesmo de ser eleito.

Uma coisa é noticiar que o petista viajou de carona no avião de Júnior, como o empresário é conhecido. Outra, bem distinta, é fazer disso um escarcéu. O homem foi eleito há 16 dias. Na imprensa internacional, o Brasil deixou as seções dedicadas à delinquência política e voltou a ser tratado como um ator global, especialmente em razão da questão climática — razão da viagem, note-se. No front interno, indicou o centrista Geraldo Alckmin para comandar a transição e chegou até a despertar ciumeira no PT, dada a quantidade de não companheiros que participam do processo. Deu início a diálogo respeitoso no Congresso para encontrar uma resposta econômica e política para o teto de gastos.

Não obstante, no intervalo de cinco dias, setores da imprensa já anunciaram dois “maus começos” para o terceiro mandato de Lula. Eu sei que é preciso ser um empirista empedernido para acreditar, mas o presidente da República ainda é Jair Bolsonaro. Não que eu esteja a sentir falta de sua retórica…

O primeiro mau começo teria acontecido ao supostamente relativizar a responsabilidade fiscal — coisa que ele efetivamente não fez. Basta que nos atenhamos às suas palavras, e se verá que Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e Persio Arida, que está na transição, afirmaram praticamente a mesma coisa. E o segundo teria se dado agora, com a viagem ao Egito. A seriedade com que Lula tratará a questão fiscal se vai verificar no curso do governo, sempre considerando que foi ele a vencer a eleição, não Bolsonaro-Guedes. A propósito: a dupla arrombou o teto o quanto quis, também na boca da urna, e muitos especuladores viram naquilo sinal de esperteza. Quanto ao avião, indago: qual é a questão?

“Ah, Reinaldo, pode não ser ilegal, mas não é moral”. Então falemos a respeito. Sempre notando que Lula ainda não exerce função pública, noto que a moralidade na administração tem disciplina constitucional. Diz o caput do Artigo 37 da Constituição:
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:”

E se seguem 22 Incisos mais 16 Parágrafos. Depois do Artigo 5º, deve ser o mais longo da Carta. E há, reitero, a Lei da Improbidade Administrativa. Saibam: ainda que Lula já fosse presidente — e ele não é —, não haveria nada de irregular na carona.

“Ah, vai agora passar pano?”

PANO EM QUÊ? Está a se falar de qual irregularidade? Se alguém conseguir responder, a gente pode seguir nessa conversa.

O FANTASMA DA LAVA JATO
Júnior foi uma das vítimas da Lava Jato, que é a mãe de boa parte dos desastres em curso no país, muito especialmente do golpismo. Ao tratar da carona, a imprensa fez questão de lembrar que ele chegou a ser preso. De fato, teve a prisão temporária decretada no âmbito de uma monstruosidade legal apelidada de “Lava Jato Eleitoral” no dia 21 de julho de 2020 e foi solto três dias depois. À época, escrevi a respeito e evidenciei o abuso. A minha crítica, pois, não é de ocasião.

Que sentido fazia decretar em julho de 2020 a prisão temporária no âmbito de uma investigação que remetia a doação eleitoral feita seis anos antes? Pareceu-me tratar de uma intimidação. Júnior acabou fazendo delação. Torço para que um dia saibamos os bastidores de todas as delações feitas no país. Assim poderemos avaliar o estrago que faz uma lei mal pensada quando manipulada por interesses políticos.

Lamento constatar, mas me parece que se tenta fazer a escandalização do nada. E, nesse caso, quem está diante de um mau começo é a imprensa, não Lula. Não me interessam nem ao país as prosopopeias e adjetivos torrenciais com que se tenta fazer a tempestade no copo d’água. Falem-me de leis, e assim se poderá, quem sabe?, manter uma conversa que diga respeito ao interesse público. Como se faz um debate às cegas, tateando o puro moralismo rombudo, fica-se no escuro dos achismos e das sentenças condenatórias biliosas.

Lula passou 580 dias na cadeia. Até hoje, não há juiz, jornalista ou golpista que consigam dizer em quais páginas da sentença de Moro estão as provas contra o agora presidente eleito. Sintomas daquele mal voltam a se manifestar nesse caso do jatinho: tem-se a condenação, mas não se sabe para qual crime. Lamento constatar que, nas expressões mais virulentas, essa doença produz os zumbis golpistas que estão às portas dos quartéis ou a atacar ministros do Supremo.

Bastou a Lula um dia no Egito para falar com os respectivos representantes dos governos americano e chinês. No que respeita à diplomacia, conserta em horas o que o ainda presidente destruiu em quatro anos. “Ah, mas e o jatinho?” Sabendo de algum crime, avisem. Farei o mesmo.

Agora vou combater golpistas.

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A Lava Jato, a mídia e a honra nacional

Não há fraqueza moral maior do que uma mídia que não pode passar a limpo uma operação policial como a Lava Jato, porque, junto com Sergio Moro, Dallagnol e cia. fica exposta na sua própria defesa. Afinal, nada é mais vil em termos de corrupção do que a grife jurídica criada pela república de Curitiba.

Aqui, nem vamos falar dos atentados cometidos contra a constituição, os interesses privados e a felicidade de banqueiros e rentistas que, de roldão, sagraram-se campeões com a prisão de Lula contra os interesses do próprio país.

A probidade e a decência da mídia quando o assunto é Moro, não chega a segunda página, melhor dizendo, não consegue dar um passo além das manchetes sensacionalistas.

A coisa pública e a honra nacional são totalmente desfocadas ou achatadas debaixo de um rolo compressor com que, até os dias atuais, a mídia trata uma operação da qual foi coadjuvante, para não dizer comparsa.

Por isso até hoje, diante de tudo o que já se sabe de Moro, a mídia segue passiva numa humilhante submissão ao herói de Curitiba, e só mantém assim dentro das quatro linhas das grandes redações.

O que essa denúncia sobre o jatinho em que Lula viajou para o Egito quis dizer? Que estávamos diante de uma questão moral, já que o empresário, dono do jatinho foi delator da Lava Jato?

Ora, todas as ações nefastas que o imperialismo lavajatista impôs ao país sem combater de verdade a corrupção, e a eleição de Bolsonaro deixa isso bem claro, escancaram que todas as ações diretas dessa espécie de truque jurídico, foram escandalosas e, mesmo que se passe dias falando sobre todos os absurdos cometidos por essa organização criminosa, instalada dentro do sistema de justiça, estaria longe de esgotar o papel negativo que esses bandoleiros, em conjunto com a mídia, produziram de maneira deliberada contra os interesses nacionais.

Essa advertência é importante, sobretudo para aqueles que, num simplismo primário, querem sustentar uma honra utilizando a velha malícia que personalizou a Lava Jato, para se manifestar a modo e gosto contra ou a favor de quem eles elegem como aliado ou inimigo.

Esse código ético da mídia parece ser o único capital que lhe sobrou,  porque não consegue fundamentar uma tese moral qualquer para assanhar a direita nativa sem utilizar a Lava Jato como código absoluto da moral nacional.

Esse é apenas o resultado de como a mídia e a Lava Jato se apossaram do Brasil que produziu o golpe contra Dilma, a prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro, num processo escandaloso frequentemente esquecido pela mídia, que desembocou na entrada oficial de Moro na política com sua super pasta no governo Bolsonaro, depois da prisão de Lula.

A pergunta é simples, até onde a mídia brasileira vai usar o carvão moral da Lava Jato para queimar suas vítimas em praça pública?

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Opinião

Desta vez, cerco da mídia a Lula começou antes da posse

De quem é este avião? Quanto custou? Quem está pagando?

Em todas as campanhas anteriores de Lula, esta era a primeira pergunta que os repórteres me faziam quando a gente chegava no aeroporto num avião executivo.

Na primeira, em 1989, ainda viajando em avião de carreira, um passageiro ficou indignado ao ver Lula a bordo:

“Olha aí, o Lula, o metalúrgico… Agora só quer saber de viajar de avião…”

Fui perguntar ao elemento se ele queria que Lula fizesse a campanha para presidente de ônibus ou montado num cavalo.

A esta altura, Fernando Collor, o candidato empresário, já cruzava os céus do país só viajando em aviões particulares e ninguém queria saber quem pagava o voo.

Nessa época, Lula não podia jantar num bom restaurante, mesmo que fosse a convite de alguém (ele nunca foi de botar a mão no bolso), que logo começavam os comentários nas mesas ao lado.

“Olha aí, o Lula, o metalúrgico, agora só quer saber de comer camarão…”

A pedido do próprio, parei de querer tirar satisfações quando ouvia essas coisas, mas aquilo me incomodava profundamente.

Uma vez presidente, eleito e reeleito, esse preconceito de classe nunca deixou de existir, mesmo depois dele ser recepcionado com tapete vermelho nos mais elegantes palácios do mundo.

Durante o governo de transição de FHC para Lula, em 2002, certa vez os assessores dele estavam jantando num restaurante na Academia de Tênis, às margens do Lago Paranoá. Os repórteres que nos seguiam vieram me perguntar o que a gente estava comendo, que vinho era aquele, quanto custava, quem estava pagando.

Ali eu vi que esse preconceito se estendia também à equipe do presidente eleito. Na verdade, era dirigido não às pessoas físicas, mas ao PT, o Partido dos Trabalhadores, que ousou chegar ao poder neste país de uma elite ainda fortemente escravocrata, dividido entre quem manda e quem obedece, como bem sabe o general Pazuello.

Na campanha deste ano, as coisas mudaram um pouco. Notei que, à medida em que a eleição se aproximava, Lula contou com uma cobertura mais simpática de setores importantes da imprensa, até porque, a terceira via não deu certo e o único adversário que sobrou era simplesmente indefensável.

Vimos nas redes sociais, certamente publicado por bolsonaristas, um vídeo mostrando como a redação da Globo vibrou com a vitória de Lula na noite de 30 de outubro. A imprensa em geral, principalmente no exterior, recebeu o resultado com um misto de alívio e satisfação por ter evitado o pior.

Mas essa lua de mel durou muito pouco, não chegou nem até a posse. Como se tivesse um comando unificado, a mídia brasileira inteira caiu matando num discurso que Lula fez na semana passada, ao priorizar a responsabilidade social sobre a responsabilidade fiscal, para atender às emergências da miséria e da fome, um drama que ele conhece bem de perto, e o fez chorar.

Não havia nada de novo no discurso. Desde a sua primeira campanha, o presidente eleito sempre disse que o mais importante era garantir três refeições por dia a todos os brasileiros, algo que foi alcançado nos seus dois mandatos. Vinte anos depois da primeira posse e às vésperas da terceira, o Brasil tinha voltado ao Mapa da Fome.

A questão nem é ideológica, política, econômica. Esta relação neurótica da mídia com Lula, entre o amor e o ódio, vem desde que ele deixou de ser mero líder do novo sindicalismo para criar um partido político de baixo para cima, e se tornar a maior liderança popular do país em todos os tempos.

O dólar subiu, a Bolsa caiu, foi um fuzuê danado no “mercado” nervoso, que simplesmente não se conforma com o relevo que Lula conquistou na cena política mundial, como estamos vendo agora mesmo na sua viagem ao Egito para participar da COP-27.

É uma questão de classe social. Será que esse tal de Lula não se enxerga? Quem ele pensa que é? Nunca será do nosso clube.

Como é que um pau-de-arara, sobrevivente dos sertões nordestinos, e ainda por cima operário, que perdeu um dedo trabalhando no torno de uma metalúrgica, sem ter diploma universitário e sem saber falar inglês, se atreveu a furar a fila dos nobres brasileiros do andar de cima, militares e civis, que ocuparam a Presidência desde a Proclamação da República, festejada neste 15 de novembro?

Dois dias depois de recepcionar a Janja, mulher de Lula, numa entrevista amistosa no Fantástico, o braço impresso do império global fez um editorial criticando a proeminência que ela assumiu na campanha do marido. A mídia invocou até com a blusa que Janja usou na entrevista, que custou mais de R$ 2 mil, vejam só, que absurdo!, logo a mulher de Lula, o ex-metalúrgico.

Para completar, Lula viajou ao Egito de carona no avião particular de um empresário amigo enrolado com a Justiça, um assunto que ganhou mais espaço no noticiário do que as propostas do presidente eleito para trazer o país de volta ao protagonismo na discussão do clima.

Queriam que ele viajasse num avião de carreira, para ser hostilizado pelos fanáticos bolsonaristas em transe patriótico após a derrota, que atacaram os ministros do Supremo Tribunal Federal em plena Nova York?

Assim voltamos ao início dessa história: de quem é o avião, quem pagou?

Pois é, se Lula tivesse um jatinho particular como João Doria e tantos outros políticos, não haveria esse problema. No Brasil, só tem avião executivo quem manda, quem tem pedigree e muita grana, não quem obedece. Por nunca obedecer, não nomear quem o mercado quer e não manter o teto de gastos que nem existe mais, Lula vai continuar apanhando sempre, estando certo ou errado.

Quem manda ninguém do PT ter um jatinho para oferecer a Lula?

Eles não roubaram tanto, a maior corrupção mundial, segundo o probo juiz Sergio Moro, e suas viúvas na grande imprensa?

Vida que segue.

*Kotscho/Uol

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