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Bolsonaro cancela política de software livre em submissão aos interesses das corporações dos EUA

Serpro abandona política de uso do software livre e parte para a dependência tecnológica.

Após 16 anos de vigência na empresa estatal, o novo diretor-presidente do Serpro, Gileno Gurjão Berreto – que ainda nem esquentou direito na cadeira que ocupa – acabou de baixar uma Resolução que cancela todas as normas definidas por direções anteriores, que estabeleciam a política da empresa de uso de soluções em código aberto.

Por meio da Resolução GE 016/2020, (clique no link ao lado e confira) Gileno cancelou oito normas e, entre elas, enterrou definitivamente com o desenvolvimento por meio do software livre ou o uso de soluções compartilhadas pelo mercado.

A partir de agora prevalecerá a política de uso de soluções proprietárias, que já vem sendo compradas através de dispensas de licitações ou embutidas em “acordos de parcerias” para uso de nuvem de multinacionais, com base na Lei das Estatais (nº 13.303).

É mais um passo no processo de “privatização branca” que vem sendo sutilmente aplicado na maior estatal da América Latina. Com soluções proprietárias, até mesmo a área de desenvolvimento do Serpro estará sujeita a demissões mais à frente, quando a estatal colocar seu plano de enxugamento de quadros e ativos.

O pior disso é que ao abandonar essa política o Serpro está abrindo mão e, por consequência, o país, de ser um polo desenvolvedor de software. De ter a habilidade de criar e não ser dependente de ninguém. E o mais cruel é que gente habilitada na empresa se transformará num mero “customizador” de soluções proprietárias.

Em paralelo, parece que o Serpro decidiu que o “custo operacional” ao adquirir tudo pronto na iniciativa privada não trará problemas futuros para o seu balanço financeiro. Provavelmente acredita que o enxugamento de gastos com pessoal e prédios irá equilibrar esse balanço financeiro.

Hoje mesmo circulou nas listas de discussões da empresa uma informação, de que o diretor de Operações do Serpro, general Antonino Guerra, já tomou a decisão de acabar com escritórios regionais de Manaus (AM), Rio Branco (AC), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Macapá (AM), Natal (RN), João Pessoa (PB), Maceió (AL), São Luís (MA), Teresina (PI), Aracaju (SE), Goiânia (GO), Palmas (TO), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT) e Vitória (ES).

O processo de fechamento dessas unidades ficará à cargo do diretor de Desenvolvimento Humano. Caberá à ele realizar um levantamento de informações detalhado de todos os empregados “envolvidos para subsidiar as ações a serem empreendidas pela Diretoria de Operações”. Ou seja: preparar a lista dos demitidos.

A conferir.

 

*Luiz Queiroz – Capital Digital

 

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Por que o Rio pune ex-governadores corruptos, mas São Paulo e Minas, não?

A Globo martela que cinco governadores corruptos no Rio foram presos, mas não fala que os governadores do PSDB, comprovadamente corruptos, de São Paulo, como Serra e Alckmin, assim como o ex-governador de Minas, Aécio, seguem impunes.

O problema é do Rio ou da justiça brasileira que é toda tucana?

Não cabe nesse caso o mantra da mídia: “coitado do Rio, afundado em corrupção!”

É péssimo para o Rio, mas não é menos pior para São Paulo e Minas assistirem aos corruptos Serra e Alckmin e Aécio em livres, leves e soltos.

Pior, Aécio segue com seu mandato de deputado federal e, Serra, de senador, sem serem incomodados pela justiça.

Aí vem a inevitável pergunta: o coitado é o Rio por prender ex-governadores corruptos ou é São Paulo e Minas que, por conluio do judiciário com o PSDB, os ex-governadores corruptos desses estados não são punidos?

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Vídeo – Visão do inferno: o dia em que o pastor Everaldo batizou o capeta

O Pastor Everaldo, presidente do PSC e irmão de fé de Bolsonaro, que foi preso nesta sexta-feira na operação que afastou o governador do Rio, Wilson Witzel, era um dos líderes do esquema de corrupção no estado.

Como se observa na foto, Everaldo está batizando Bolsonaro no rio Jordão, ao lado de Carlos e Flavio Bolsonaro.

A cerimônia foi devidamente fotografada e filmada como qualquer peça de marketing político e se transformou numa concorrente nas redes com a notícia da queda de Witzel, até porque o fiador dessa paspalhice religiosa de Bolsonaro, pastor Everaldo foi preso na mesma operação que tirou Witzel do comando do estado do Rio de Janeiro.

O vídeo abaixo está na berlinda nas redes sociais, pelos personagens dessa ópera bufa em que Bolsonaro, que se apresenta como católico, judeu, evangélico, flamenguista, palmeirense, corintiano e trumpista, não cochila na hora de mostrar todas as suas armas da “nova política”, o que não faz dessa imagem algo menos trágico, principalmente porque o pastor Everaldo pega na crina do cavalão, em sua molecagem religiosa, e o mergulha no rio Jordão como se fosse uma poça de esgoto.

Não se sabe se os diabos menores, Carlos e Flávio Bolsonaro, fantasiados de divindades, também foram batizados pelo pastor vigarista. O que se sabe é que essa cena brejeira ganhou mais notabilidade na internet do que o suplício de Witzel.

Assista à cena dantesca:

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Bolsonaro dá risada ao comentar afastamento de Witzel: ‘O Rio está pegando’

É verdade que a família Bolsonaro tem interesses na sucessão do Rio. O controle sobre a polícia civil e a escolha do novo procurador geral do MP interessam muito para quem é investigado por corrupção.

“Governador do Rio foi afastado por decisão do STJ e denunciado pela PGR por suspeita de desvios na saúde. Vice-governador, Cláudio Castro, foi alvo de busca e apreensão.” (Marcelo Freixo)

Do G1 – O presidente Jair Bolsonaro riu nesta sexta-feira (28) ao comentar com um apoiador, no Palácio da Alvorada, a situação do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). O governador foi afastado do mandato por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de desvios na Saúde do estado.

Depois de terem se aliado nas eleições de 2018, Bolsonaro e Witzel se tornaram rivais políticos. O atrito entre eles se intensificou em 2020. Bolsonaro alega que Witzel tem ambição de sucedê-lo na Presidência, nas eleições de 2022. Witzel se elegeu com o apoio do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, mas depois rompeu com ele também.

Ao deixar a residência oficial nesta sexta e passar pelo cercado onde ficam os apoiadores, Bolsonaro foi chamado por um homem que disse “Rio de Janeiro”. O presidente parou e disse que a situação “está pegando” no estado.

“O Rio está pegando, o Rio está pegando hoje. Está sabendo do Rio hoje? Governador já… Quem é teu governador?”, indagou Bolsonaro.

“Meu governador? É o vice”, respondeu o apoiador.

“Está acompanhando aí”, disse Bolsonaro aos risos.

Bolsonaro já tinha sorrido com apoiadores ao falar sobre Witzel em maio, quando o governador tinha sido alvo de buscas e apreensões.

Operação

O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou o afastamento de Witzel, também autorizou os mandados da operação Tris in Idem, deflagrada nesta sexta. O vice-governador do Rio, Cláudio Castro, foi alvo de buscas e apreensões.

O presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, foi preso.

No total, são 17 mandados de prisão, sendo seis preventivas e 11 temporárias, e 72 de busca e apreensão.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Witzel e mais oito pessoas, incluindo a primeira-dama, Helena Witzel.

 

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Aconselhado a colocar um ponto final na questão que envolve Queiroz e Michelle, Bolsonaro refugou

Claro que refugaria.

Como Bolsonaro vai colocar um ponto final nos R$ 89 mil que Queiroz depositou na conta de Michelle Bolsonaro?

Um dos itens da pauta da live de Jair Bolsonaro hoje seria “colocar um ponto final na questão que envolve Queiroz e a primeira-dama”.

Se ele colocasse isso na pauta, como foi sugerido pela pauta livre do planalto, ele seria preso.

Como explicar o inexplicável?

Além disso, Bolsonaro tem que batalhar, via Aras, para que o STF conceda foro privilegiado a uma loja de chocolates.

A pergunta agora é: por que Bolsonaro desistiu de botar um ponto final nos cheques que somaram R$ 89 mil que Queiroz depositou na conta da primeira-dama, conforme estava previsto na pauta da live?

Soma-se a isso a transferência feita por Queiroz no valor R$ 25 mil para a conta da esposa de Flávio Bolsonaro.

 

*Da redação

 

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Para o mercado, Bolsonaro traiu a agenda neoliberal de olho na reeleição

Há um complô para me derrubar em Brasília’, brinca Guedes que no fundo sabe que está na frigideira de Bolsonaro

O mercado, por sua vez, já entendeu que Bolsonaro quer furar não só o teto de gastos, mas o pacto que fez com os abutres do sistema financeiro.

Economistas neoliberais afirmam que, ao criticar publicamente a proposta de Guedes, para o programa Renda Brasil, Bolsonaro deu mais um passo na direção contrária da agenda neoliberal que tinha prometido ao mercado.

Para Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos, “o presidente emite sinais contraditórios. Em um dia apoia o Guedes, no outro, o desqualifica. Em um dia defende o teto de gastos, no outro, quer gastar. Isso atrapalha o processo de saída da crise”.

Mas como dar aos pobres que estão sustentando a aprovação de Bolsonaro via auxilio emergencial sem tirar de ricos que Bolsonaro já vê sua reprovação avançar a passos largos?

O populismo da direita tem perna curta e o humor do mercado também. Crise do Renda Brasil expõe esses limites.

Bolsonaro não aceitou a proposta de Paulo Guedes para o Renda Brasil: quer valor maior e sem cortes em programas existentes para usa-lo como boia salva vidas para tentar a reeleição.

E é aí que Bolsonaro e o mercado não se acertam e jamais se acertarão. Não foi para isso que o mercado patrocinou o golpe em Dilma, a prisão de Lula e colocou um genocida na cadeira da presidência.

 

*Da redação

 

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Alguém precisa avisar para a Globo que a Lava Jato acabou

Os “anos dourados de Moro” acabaram.

Usar o judiciário como degrau de poder por um golpe de Estado, não dá mais. Esse truque a Globo usou duas vezes falseando uma moral e mais ainda o combate à corrupção.

O que hoje está no poder é o que existe de mais pobre no mundo da bandidagem tupiniquim, uma família inteira de pistoleiros, com ramificações com bandidos urbanos, as milícias e com bandidos rurais, garimpeiros, madeireiros, grileiros que também têm suas próprias milícias.

O coronel Moro, que sonha em disputar porcos no chiqueirinho de Bolsonaro, está cada dia mais pálido politicamente, seja como herói dos tolos, seja como candidato a presidente de outros não menos tolos.

Hoje, a Lava Jato está para Moro, assim como Queiroz está para Bolsonaro, com Michelle, com tudo. Mas a Globo, no desespero de arrumar um cavalo selado para Moro montar, insiste em usar polvilho como fermento para erguer uma estátua febril que não produz inspiração em mais ninguém.

Não que se duvide que, de dentro de uma sala fechada possa acontecer até um amarrado com Bolsonaro e Moro, juntos, numa mesma chapa, sendo Bolsonaro o cabeça e Moro o vice. Falta de escrúpulos os dois têm de sobra para uma empreitada nesse nível de sujeira. Mas é improvável pelo risco que os dois correm a essa altura do campeonato de, ao invés de somar, dividir o eleitorado reacionário.

É bom a Globo começar a procurar chifre na cabeça de outra onça, já que Moro se transformou num leão sem garras e sem dentes e a Lava Jato, de feroz combatente da corrupção, hoje é vista pela sociedade como um bando de picaretas que queriam tungar R$ 2,5 bilhões da Petrobras.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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PGR arquiva delação de Dario Messer sobre propina a Januário Paludo

A PGR (Procuradoria-Geral da República) arquivou uma investigação e um trecho de uma delação premiada a respeito de supostas propinas pagas pelo doleiro Dario Messer ao procurador regional da República Januário Paludo, integrante da operação Lava Jato do Paraná. O UOL teve acesso ao trecho desconsiderado da delação, em que o doleiro fala sobre Paludo e relata pagamentos destinados ao procurador como uma “taxa de proteção mensal”. Messer firmou o acordo em agosto com a força-tarefa do Rio.

Conhecido como o “doleiro dos doleiros”, Messer declarou ter destinado US$ 50 mil por mês entre 2005 e 2013 a Paludo para que fosse protegido pelo MPF-PR (Ministério Público Federal do Paraná). O repasse mensal durante esses 8 anos teria o objetivo de evitar que o MPF investigasse atos de lavagem de dinheiro e evasão ilegal de divisas que envolvessem o doleiro. Na delação, não está claro a forma de como os pagamentos supostamente eram feitos. Messer apenas aponta seus operadores como intermediários.

A PGR também havia arquivado em junho uma investigação iniciada no órgão meses antes da delação de Messer, sobre a mesma suspeita de propina. A apuração começou depois que a PF (Polícia Federal) interceptou uma mensagem do doleiro falando sobre pagamentos a Paludo. A existência da mensagem foi revelada pelo UOL em novembro de 2019.

No depoimento arquivado, Messer contou que a suposta propina era paga pelos operadores Claudio Fernando Barbosa de Souza, o Tony, e Vinicius Claret Vieira Barreto, o Juca. Ambos trabalharam com o doleiro em operações de lavagem de dinheiro investigadas pela Lava Jato do Rio. Depois que foram presos, viraram delatores.

O doleiro afirmou ainda que os pagamentos eram feitos por recomendação de seu advogado da época, Antonio Figueiredo Basto, e de seu ex-sócio Enrico Machado.

Operadores já tinham relatado pagamentos por proteção

Segundo a reportagem apurou, durante as negociações de seu acordo de colaboração premiada, Messer chegou a ser ouvido em videoconferência pela subprocuradora Lindora Araújo, chefe da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República. Manteve seu relato, que foi arquivado.

Dario Messer, aliás, não foi o primeiro doleiro a falar da tal “taxa de proteção”. Em delações premiadas fechadas em 2018, Juca e Tony já tinham revelado terem pago US$ 50 mil por mês a Figueiredo Basto por proteção da polícia e do MPF.

As declarações motivaram a abertura de uma investigação na Lava Jato do Rio de Janeiro sobre o assunto. Provas obtidas na apuração indicaram que Figueiredo Basto realmente recebeu recursos em valores e período muito semelhantes aos narrados pelos operadores. O advogado negou em depoimentos que os pagamentos tivessem relação com uma suposta taxa de proteção.

Em julho de 2019, Messer foi preso. Em seu celular, foram encontradas mensagens que ele trocou com sua namorada, Myra Athayde, enquanto escondia-se de autoridades brasileiras no Paraguai. Numa conversa, ele diz: “Sendo que esse Paludo é destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo mês.”

 

*Com informações do Uol

 

 

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Barroso: ‘Temos um presidente que defende a ditadura e a tortura’

Para presidente do Tribunal Superior Eleitoral, sociedade a instituições democráticas têm sido capazes de conter ensaios autoritários do atual governo.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse nesta quarta-feira, 26, que a democracia brasileira tem se mostrado ‘resiliente’ aos ataques do presidente Jair Bolsonaro.

“Temos um presidente que defende a ditadura e a tortura e ninguém jamais considerou alguma solução diferente do respeito à igualdade constitucional”, destacou Barroso na live ‘Respostas constitucionais a retrocessos na democracia’, que também contou a com a participação do ex-ministro da Corte Constitucional alemã, Dieter Grimm.

Barroso lembrou que manifestações autoritárias do governo, a exemplo de declarações elogiosas à ditadura militar, têm sido prontamente rechaçadas pela sociedade civil.

“Em face de manifestações autoritárias, tanto pelo presidente ou por pessoas próximas a ele, inclusive evocando a época da ditadura militar, a sociedade civil reagiu a isto com vigor, condenando os ataques às instituições e levando os autores destes ataques a retirarem-nos. Ou seja, a reação brasileira àquilo que ela viu como ameaças, nem que apenas retóricas, levou a reações muito vigorosas”, analisou.

“A Corte busca conter ameaças a indivíduos e instituições a partir destes grupos conservadores que disseminam as chamadas fake news ou campanhas de desinformação que são, na verdade, um real perigo e uma real ameaça em todo o mundo, trazendo esse terrorismo moral contra seus opositores”, disse.

 

*Com informações do Estadão

 

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A irreversível vitória de Lula

As direitas estão mortas.

Como disse Dilma, nesta quarta-feira, em entrevista ao 247, “o PSDB virou pó”.

O perturbador silêncio dos tucanos depois que a Lava Jato, para livrar a cara dos seus próprios integrantes, jogou o PSDB aos leões, nunca mais se ouviu falar daquela xepa de partido que sobrou da eleição de 2018 em que se viu um fluxo dos antigos eleitores do PSDB migrando para a república de Rio das Pedras, onde Adriano da Nóbrega, condecorado pelo clã como símbolo máximo do bolsonarismo carioca, era chamado de “patrãozão”, por comandar o escritório do crime.

A direita de salão caiu nos braços da milícia, mais que isso, na cúpula da bandidagem carioca, através de Bolsonaro para se ter uma vidinha ociosa na presidência da República que aprofunda cada dia mais o caos que se instalou no Brasil depois do golpe em Dilma.

O problema da direita, tão escrava dos tecnocratas, é a incapacidade de fazer conta. E foi aí que ela errou o tempo da bola, chegou atrasada e foi no corpo de Lula, achando que poderia derrubar uma liderança popular que realmente é parte do povo, sem ao menos ter uma compreensão competente que pudesse dar uma visão completa da própria trajetória de Lula, de onde saiu, como saiu, por onde passou, como se construiu e aonde chegou.

Nada disso foi feito. Havia um projeto estabelecido para destruí-lo e o start foi dado pela farsa do mensalão em que, hoje, a imagem pública dos ex-ministros do STF, Ayres Britto e Joaquim Barbosa estão no chão sem qualquer serventia para quem eles se prestaram a cumprir o papel de sabujos.

O mesmo pode-se dizer agora não só de Moro, mas de toda a Lava Jato que, ao achar que, condenando e prendendo Lula, aprisionaria a sua história, seus feitos, os avanços que o país teve no seu governo, mas principalmente a inclusão de 40 milhões de brasileiros nas principais políticas do Estado.

Resultado da operação, Lula segue cada dia mais rei e Moro cada dia mais rato.

Moro olhou demais para o seu umbigo sem entender absolutamente nada do universo que rodeia Lula, que se tornou ainda mais vivo depois do golpe de 2016 e da sua consequente prisão. O caçador terminou na boca da onça.

Agora, o que se vê é Bolsonaro enfrentando o mata-burro que Lula deixou como herança para a direita, que achava que poderia devolver o país à era do desmonte de FHC com privatarias, publicidade, gabinete do ódio, fake news e outros absurdos olavistas e ir além dos ouvidos da pequena burguesia tucana que virou bolsonarista.

Por obra do acaso, diante de uma pandemia em que Bolsonaro é considerado por 70% da população como culpado pelas, até então, 117 mil mortes, ele, num primeiro momento de triunfo nas pesquisas, viu-se com uma fórmula mágica de popularidade nas mãos com o auxílio emergencial de R$ 600, que ele foi contra, mas que o Congresso aprovou, com a liderança da esquerda, mas também com uma dura realidade revelada numa matéria do Poder 360 que escancara o fracasso da política econômica de Guedes quando é revelado, para o assombro da direita, que o auxílio emergencial supera emprego em 25 Estados.

Certamente, isso inspirou Bolsonaro a dar uma espinafrada pública em Guedes numa semana em que ele não pode aparecer em qualquer evento público sem ser cobrado por uma explicação sobre os R$ 89 mil que Queiroz depositou na conta de Michelle, sua mulher e, para piorar, jorram denúncias de todo o tipo de picaretagem que envolvem Frederick Wassef, advogado de longa data da família Bolsonaro.

Não há nada sobre Bolsonaro que promova algum tipo de surpresa, tudo o que aí está sendo revelado, de forma condensada, é parte de sua biografia declarada pelo próprio ao longo de sua trajetória política. E é aí que também se revela o fracasso da direita que, abraçando um afogado, confessou-se vencida pelo projeto de Lula para o Brasil.

Agora, o que se vê são todos os algozes de Lula tombados sob seus pés, com um detalhe, Bolsonaro só vê a chance de se agarrar ao poder e manter a impunidade de toda a sua quadrilha através de uma reeleição e da prescrição dos crimes do clã.

Assim, tenta copiar Lula em rigorosamente tudo, com o aplauso patético, diria mais, sarcasticamente cômico daqueles que sempre odiaram Lula por ter olhado para os pobres com tanto carinho e respeito.

Em outras palavras, o cabra é arretado, único e não deixou nenhum espaço para plágios. E como diz o próprio Lula, o povo que, em seu governo, comia filé, não quer voltar a comer bucho.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

*Foto destaque: Ricardo Stuckert