BRAZIL - 2020/11/10: In this photo illustration a medical syringe seen with CoronaVac logo displayed in the background.
Sinovac and Butantan Institute are testing the vaccine in Brazil. (Photo Illustration by Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)
Pasta prevê retirada do imunizante desenvolvido pela Sinovac e pelo Instituto Butantan das novas fases de vacinação, a partir do ano que vem.
Com o fim do contrato da Coronavac previsto para este mês, o Ministério da Saúde não tem mais a intenção de adquirir novos lotes do imunizante, segundo fontes da pasta ouvidas pelo Metrópoles. “A Coronavac ainda está com o registro emergencial pela Anvisa. Assim, compras futuras (dentro do planejamento do próximo ano) não mais se justificam legalmente por órgão público nessa situação”, alegou um integrante do órgão federal.
Na discussão interna, também apresenta-se como justificativa a inexistência de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação da Coronavac em adolescentes. Outro argumento consiste no fato de que as normas técnicas não recomendam, como dose de reforço, a aplicação da fórmula desenvolvida em parceria do laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan. Isso porque estudos mostram que há maior efetividade com o esquema heterólogo – aplicação de vacina com outra tecnologia como dose adicional – e a proteção da Coronavac cai com o tempo nas faixas mais altas de idade.
O Ministério da Saúde também sustenta que 100% da população acima de 18 anos recebeu a primeira dose, e há imunizantes suficientes para garantir a segunda aplicação para todos os brasileiros – inclusive os que tomaram Coronavac. “Como o sistema não identifica essa informação, estamos fazendo um levantamento, junto aos municípios, para ver se há ainda pessoas nessa faixa etária que precisam iniciar o esquema vacinal. [E para isso] Poderíamos enviar as doses que temos em nosso estoque de Coronavac”, ressalta.
Na última semana, o Instituto Butantan já se adiantou à possibilidade de ficar de fora das novas compras do Ministério da Saúde e anunciou a venda de doses da Coronavac a cinco estados. O governo federal, entretanto, reagiu e apontou que o acordo com a farmacêutica prevê exclusividade total até o fim do contrato.
A pasta declarou que o instituto vinculado ao governo paulista poderá pagar R$ 31 milhões em multas, caso descumpra os acordos. Entre janeiro e fevereiro deste ano, a pasta federal assinou dois contratos com a entidade: um para a aquisição de 46 milhões de doses, e o outro para compra de 54 milhões de vacinas, totalizando 100 milhões de unidades.
*Com informações do Metrópoles
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
Exalando o velho chulé da oligarquia, o dono da Natura, Pedro Passos, defendeu a tal terceira via, ou seja, defendeu os interesses da velha burguesia quatrocentona.
Em seu discurso trôpego, em que tenta igualar Bolsonaro a Lula, Pedro Passos lista uma série de motivos para Bolsonaro sofrer um impeachment, economia que, por motivos de reformas neoliberais, privatizações que o empresário apoiou, transformaram-se numa hecatombe contra a população e as empresas, promovidas por um governo que ele ajudou a eleger e apoiou até aqui, mas desenvolve o mesmo “raciocínio”, o de que a atitude pessoal de Bolsonaro é que fez com que mais uma vez o neoliberalismo jogasse o Brasil no buraco, passando da 6ª maior economia, com Lula, à 14ª com Bolsonaro.
Mas o literalmente bolsonarista perfumado da Natura, segue a cartilha que rege a lógica da burguesia brasileira em que o rabo balance o cachorro, que acha que ela deve regulamentar o Estado, transformando-o num estadinho para que não regulamente e organize a economia do país.
Ou seja, que a lei do mais forte prevaleça e que os ricos fiquem mais ricos, e os pobres, mais pobres. Crianças e velhos que nada produzem, que morram de fome ou de uma doença qualquer. Já o trabalhador que está na ativa, que ele perca direitos achatando o salário e o seu poder de compra, assim, o gênio imagina que o Brasil fará um potente mercado interno em que nenhum trabalhador tenha padrão para comprar um sabonete sequer da caríssima Natura.
Aliás, isso é a cara do empresário brasileiro, produzir com o menor custo possível, numa semiescravidão para majorar o preço o máximo possível e lucrar o inimaginável na famosa obsessão pelo super lucro.
Por isso, o empresário acha que Lula, que colocou a economia brasileira no topo entre as seis maiores, não deve voltar porque, simplesmente, o sujeito tem o nariz voltado para o próprio chulé que adquiriu dentro da cúpula da oligarquia paratatá que, com certeza, é a mais inculta e idiota oligarquia do planeta.
Não foi por acaso que apoiou Bolsonaro para parir um monstro que, agora, eles listam os defeitos, mas ainda, com a terceira via, defendem a agenda de Guedes que jogou a economia do país no inferno.
Em outras palavras, o dono da Natura, um ex-bolsonarista perfumado, defende a lei do mais forte, a lei do cangaço.
Isso explica como Bolsonaro chegou ao poder.
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
Lewandowski, claramente, opõe-se aos poderes absolutos de Arthur Lira para decidir sozinho se autoriza ou não a instalação de um processo de impeachment de Bolsonaro e, consequentemente o destino político do Brasil, dando a ele poderes supremos como autoridade única em que toda a nação se submete à sua vontade, seja ela aliada ou adversária de quem está no comando da presidência da República.
Foi isso que propiciou o golpe na presidenta Dilma, conduzido pelo maior corrupto da história da República, Eduardo Cunha em parceira com dois grandes corruptos aliados dele, Aécio, que havia perdido a disputa eleitoral para Dilma, e Temer, que em seu jogo de sabotagem e como vice, assumiria a cadeira da presidência. Ou seja, três vigaristas que armaram contra uma mulher honrada porque ela se negou a encobrir as falcatruas de Cunha.
Quanto a Lira, todos sabem o que ocorre no caso do orçamento secreto, e quanto desse orçamento foi destinado a ele para ser utilizado a modo, gosto e interesses políticos próprios.
Lewandowski explica que Lira faz uma leitura enviesada de uma lacuna deixada pela constituição em que, segundo o próprio, ele pode decidir sobre o futuro do aliado Bolsonaro, aliado comprado no balcão político com milionárias verbas da própria população que sofre as consequências das ações desse governo genocida que, ou mata de covid ou mata de fome.
E é tudo isso junto que faz com que Lewandowski se posicione contra esse suposto poder atribuído a Arthur Lira, que precisa ser questionado tanto pelo judiciário quanto pelo parlamento.
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
Nada do horror que tem acontecido foi engano ou acaso.
Janio de Freitas – A monstruosidade do programa de assassinatos nos hospitais do plano de saúde Prevent Senior não é uma aberração. Vê-la como tal é aliviante para o horror e a indignação difíceis de suportar. Mas não é verdadeiro. Aplicar falsos tratamentos para induzir a morte de quem buscou e pagou por socorro não é um desvio enlouquecido nos costumes, na moralidade mediana ou mesmo na violência já brutal.
As antimedicações e a falsificação da causa de mortes, combinadas pela Prevent, integram a corrente de efeitos lógicos da campanha de Bolsonaro contra as proposições da ciência para combate da Covid-19.
Assim como foi a exclusão dos ministros Mandetta e Teich, como foram a recusa da grande oferta de vacinas da Pfizer, a entrega da Saúde a um general impensável, a recusa à compra de Coronavac, a produção de milhões de remédios ineficazes no laboratório do Exército, as terríveis mortes por asfixia pela falta de oxigênio em Manaus, e, além do mais, a continuada pregação da medicação criminosa por Bolsonaro —isto, com testemunho do plenário mundial da ONU.
Esses fatos são decorrência direta da entrega da Presidência a Bolsonaro. Têm em comum a contrariedade à salvação de doentes da Covid. Estão no núcleo do mais característico em Bolsonaro, que é sua obsessão pela morte alheia, e na vocação que imprimiu em seu governo destrutivo (apesar de mais usado, negacionista diz pouco, sugerindo ideias, sem alusão às práticas ruinosas).
A nenhum governante civil seria permitido sequer aproximar-se, ainda que só como ideia de governo, de algo semelhante ao que a Bolsonaro e seus negocistas criminosos é mais do que permitido: é até apoiado por metade dos empresários, pela maioria dos deputados federais, pela porção ignara ou fanatizada da massa.
Sem Bolsonaro, sem o esteio da cúpula do Exército e sem a aceitação de grande parte da riqueza privada com seus servos políticos, a corrente trágica inflada pelos crimes monstruosos da Prevent não seria possível.
Continua possível, no entanto. Nada do horror que tem acontecido foi engano ou acaso. A articulação eleitoral em torno da Lava Jato deu-se entre conscientes do que significavam Bolsonaro, seu círculo e seu uso do poder.
A mesma combinação de fatores que levou ao horror começa a sua repetição. Os mesmos de ontem querem outra vez fabricar um presidente à sua feição. Não permitem que a escolha seja um processo natural, espontâneo, cultural, do exercício político da democracia.
Fatos como a CPI da Covid no Senado, a exibição ali do palhaço extremista Hang, de numerosos criminosos do negocismo com o governo e, sobretudo, o desvendar de tantos horrores de desumanidade são, também, aproveitável ironia.
Essa desgraça nacional vem a ser mais do que oportuna para acabar com a fantasia de um país de gente afável, de índole pacífica, generosa. Se assim fomos um dia —e não fomos—, na atualidade não somos. Ou desde muito, na maior escravatura ocidental, nos morticínios de populações como em Canudos, na esquecida guerra do Contestado, no vencido Paraguai, na favelização, no genocídio incessante dos invadidos habitantes originais desta terra.
O Brasil atual é o mesmo de sempre e é outro.
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
A manifestação da Campanha Fora Bolsonaro começa a ganhar corpo, na Avenida Paulista, em São Paulo. Com início da concentração marcada para as 13h, manifestantes começaram a ocupar a frente do Museu de Artes de São Paulo (Masp).
A expectativa é que mais de 100 mil pessoas compareçam à manifestação do #2OutForaBolsonaro. Dez carros de som serão distribuídos por toda a avenida Paulista, que terá a presença de lideranças de movimentos sociais e indígenas, entidades sindicais, partidos políticos, artistas e esportistas.
Ainda no início do ato, os manifestantes inflaram dois balões, um com formato de botijão de gás e outro ilustrando um saco de arroz, criticando os valores cobrados durante a atual gestão federal. “Tá tudo caro? a culpa é do Bolsonaro!”, dizem as peças.
“É importante a gente continuar pressionando para derrubar Bolsonaro e toda sua corja assassina desse governo, que tem matado o povo de fome e também de covid. Só a mobilização e o enfrentamento dessa situação é capaz de tirar esse desgoverno do comando do país”, diz, por vídeo, a integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Cláudia, da Ocupação Maria Carolina de Jesus, do extremo leste da capital paulista, que também está na Avenida Paulista.
Motorista negou socorro; manifestantes afirmam ter visto ele sacando uma arma durante a discussão.
Uma manifestante foi atropelada no centro do Recife (PE) no fim da manhã deste sábado (02) durante o ato “Fora, Bolsonaro”. A vítima, Isabela Freitas Veras, estava na comissão que garantia o diálogo entre os condutores e o manifestantes. Um condutor, que queria furar o bloqueio, começou a confusão, segundo Leonardo França, que presenciou a cena: “Ele arrastou, todo mundo pediu para parar, mas ele não parou. Ele correu mais de 100 metros com a menina pendurada no carro. Ele freou, a menina caiu e ele passou por cima”, afirma.
Alguns manifestantes afirmam que o motorista chegou a sacar uma arma durante a confusão enquanto a vítima pedia calma. A vítima ficou ferida em diversas partes do corpo, incluindo a cabeça, mas foi socorrida no local e encaminhada para o Real Hospital Português.
Repúdio
As organizações políticas que coordenaram as manifestações deste sábado estão se manifestando em repúdio ao caso. Paulo Mansan, dirigente estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) afirmou que o acontecido “é o cúmulo do absurdo e da intolerância. Nós não podemos normalizar o que presenciamos hoje. Estávamos em um ato democrático, já dispersando. Nada justifica essa violência”.
A vereadora do Recife Dani Portela repudiou o acontecimento e declarou que acionou as autoridades competentes “Foi doloso, intencional, ele quis fazer. Isso fere o direito a manifestação e a democracia, ter um ato grande que acaba com uma violência dessa. Entramos em contato com a Secretaria da Mulher do Estado e com o Secretário de Segurança. É preciso cobrar das autoridades a agilidade para que ele seja preso em flagrante delito. Isso tem que acontecer hoje. Por nós, pela democracia, pelo Brasil. Para que isso não se repita”, conclui.
URGENTE! Uma manifestante foi atropelada em frente ao Armazém do Campo, no final do ato Fora Bolsonaro. Exigimos apuração rigorosa do fato, que fere o direito à livre manifestação. pic.twitter.com/b9vif8mjQg
No Recife o protesto teve início com uma concentração às 10h, na Praça do Derby. A saída em caminhada seguiu pela avenida Conde da Boa Vista e se encerrou na Ponte Duarte Coelho.
*Com informações do Brasil de Fato
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
Campinas e o @ptbrasil está na rua pelo #ForaBolsonaro neste #2OutForaBolsonaro. Partidos de oposição em frente ampla contra o criminoso que ocupa a presidência. Ele e sua família miliciana governam para a morte, o desemprego e a fome. Chega! pic.twitter.com/apX3FEki7x
AGIF364762 - DF - Brasilia - 11/17/2020 - BRASILIA, SOLEMNITY ALLUSING THE 54TH EMBRATUR - The President of the Republic, Jair Bolsonaro, this Tuesday, (17) during a solemnity alluding to Embratur's 54th anniversary and launch of the commemorative stamp " Embratur 54 anos "held at the Planalto Palace.
Credito: Mateus Bonomi/AGIF/AFP
Europeus avaliam que brasileiros fazem ‘propostas irracionais’ e poucos acreditam que pais cumprirá seus compromissos; Washington ainda prefere abordagem mais branda.
No passado, o Brasil era um negociador duro, mas que atuava de boa-fé. O Brasil governado por Jair Bolsonaro não é confiável, e a única opção para lidar com esse “trouble maker” (criador de problemas) é tentar isolá-lo para que metas ambiciosas possam ser alcançadas.
A avaliação foi feita por um alto funcionário da União Europeia (UE) envolvido nas negociações globais sobre mudanças climáticas, que pediu para não ser identificado. Quando se fala sobre meio ambiente com fontes estrangeiras, essa é a imagem que tem hoje o governo Bolsonaro, prenunciando um ambiente hostil em relação à delegação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-26, que começa dia 31 de outubro em Glasgow, na Escócia.
Para técnicos europeus, o Brasil de Bolsonaro faz propostas irracionais, e ninguém acredita que cumprirá as metas anunciadas este ano pelo presidente, entre outras, em matéria de redução das emissões de carbono — foi antecipado de 2060 para 2050 o objetivo de atingir a neutralidade de carbono, isto é, a compensação de todas emissões de gases causadores do efeito estufa).
A estratégia do bloco foi explicada em detalhes pela fonte europeia. O que a UE tentará fazer em Glasgow é deixar o Brasil sozinho. Para isso, estão tentando convencer pesos pesados, como China e Índia. Chineses e indianos não defendem as posições do Brasil como próprias, mas resistem à tática do isolamento. Nas conversas com os europeus, pedem que haja mais paciência com o Brasil, mas não há sinais de que esteja dando certo.
“Acreditamos que a única saída para garantir que da COP-26 saiam acordos [que devem ser por consenso] importantes é que o isolamento obrigue o Brasil a fazer algumas concessões. O país precisa se sentir acuado” — disse a fonte europeia.
*Com informações de O Globo
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
No cruzamento dos dados levantados pela CPI da Pandemia destaca-se o nome do assessor internacional do Palácio do Planalto, Filipe Martins. Ele, junto com o vereador carioca Carlos Bolsonaro, o Carluxo, é apontado como um dos coordenadores do Gabinete do Ódio (GDO) criado na Presidência da República para atacar adversários do presidente Jair Bolsonaro com falsas notícias e mensagens de ódio.
Martins é processado criminalmente na 12ª Vara de Justiça Federal do Distrito Federal por racismo. Em 24 de março, durante uma sessão do Senado Federal, transmitida ao vivo pela TV daquela casa, foi flagrado fazendo gesto racial, comum aos supremacistas brancos. Com a mão esquerda sobre a lapela do paletó, fez o sinal de “OK” com três dedos retos, em forma de W. Com o formato do indicador e do polegar (conforme se vê na foto acima), o gesto representa as letras W e P, significando White Power, ou “Poder Branco”, em português.
Denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), a ação foi acatada pelo juiz federal Marcus Vinícius Reis Bastos. O assessor responderá por ter praticado e induzido discriminação e preconceito de raça e pode ser condenado à prisão, sujeito ainda a uma multa de R$ 30 mil e a perda do cargo público, onde foi mantido por Bolsonaro, como se nada tivesse ocorrido.
Carluxo e Martins espalham fakes de Bolsonaro e Olavo
Nas informações recebidas pela CPI ele aparece, ao lado de Carluxo, como um dos “formuladores” no chamado Gabinete do Ódio. Significa que ele e o filho 02 do presidente elaboram as mensagens depois repicadas nas redes sociais pelos demais participantes do GDO. Nas investigações, aparecem, no mínimo, 50 pessoas e 25 sites envolvidos neste esquema de disseminação de falsas notícias e ataques a adversários do presidente.
Jair Bolsonaro e o suposto astrólogo Olavo de Carvalho são apontados como “formuladores”, em um nível diferente. Deles, pelo que se depreende, surgem as ideias. Algumas postadas nas redes sociais pelo próprio presidente. Mas depois ele que, depois, são transformadas por Carluxo e Martins em mensagens a serem espalhadas nas redes sociais.
Foi do presidente da República após visita ao então presidente americano Donald Trump, a iniciativa de propagar a Cloroquina como remédio para combater a Covid. Pouco importou os cientistas garantirem que tal medicamento não serve a este propósito e ainda pode gerar problemas paralelos. Carluxo e Martins repassaram tais “formulações” que foram disseminadas nas redes sociais.
Pelo desenho que a CPI da Pandemia faz, os dois “formuladores operacionais” cuidam de espalhar para alguns sites de direita, comandados por bolsonaristas, as teses dos “formuladores”. Tão logo estes sites divulgam tais mensagens, há grupos que tratam de replicá-las.
PF já identificou 50 pessoas no Gabinete do Ódio
Entre estes, por exemplo, encontram-se parlamentares federais cujos nomes vêm sendo citados por aqueles que já se sabem que foram ouvidos pela Polícia Federal. Como nos depoimentos prestados por quatro deputados federais que se desligaram do bolsonarismo: Joice Cristina Hasselmann, Alexandre Frota de Andrade, Heitor Rodrigo Pereira de Andrade e Nereu Crispim.
É o caso dos deputados do PSL Bia Kicis, Carla Zambelli, Daniel Silveira, Filipe Barros, Cabo Junio Amaral e Luiz Philippe de Orléans e Bragança, que, conforme divulgado em maio de 2020 pelo O Globo, já foram intimados a depor nesse mesmo inquérito.
Não são os únicos. Entre os 50 membros do GDO já identificados aparecem a deputada federal Caroline (Carol) de Toni e o também deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ). São citados ainda diversos deputados estaduais tais como Gil Diniz (sem partido SP); André Fernandes (Republicanos – CE); Delegado Cavalcante (PTB-CE); Bruno Engler (PRTB-MG); Alexandre Knoploch (PSL – RJ) e ainda Douglas Garcia (PTB-SP).
Estes parlamentares ainda colocam a serviço do GDO alguns de seus assessores que cuidam de repassar as mensagens fakes. As investigações levantaram 11 assessores de políticos:
Tancredo dos Santos, José A Barros e Kavan Miranda são apontados como assessores do deputado estadual André Fernandes; José Henrique trabalha para o deputado federal Lopes; Guilherme Julian, Manuela Melo, Alex Melo e Jossely Duarte estariam lotados no gabinete do deputado estadual Delegado Cavalcante, no Ceará; Fernanda Salles é indicada como repórter/assessora no gabinete do deputado estadual mineiro Brino Engler; o blogueiro Davi Albuquerque surge como assessor do deputado Knoploch, na Assembléia do Rio de Janeiro; por fim, Bicholas Mello trabalha para a deputada federal Carol deToni.
Isso apenas mostra, provavelmente ainda de forma incompleta, como funciona a teia de retransmissão das mensagens mentirosas e de ódio elaboradas pelos “formuladores de conteúdo” do GDO, dentro do Palácio do Planalto.
Ali mesmo, no Planalto, outros quatro assessores são apontados, pela Polícia Federal como participantes do GDO: Tércio Arnaud, Felipe Mateus, José Mateus e Mateus Diniz. Sem falar no antigo Secretário de Comunicação, Fabio Waingarten. A eles soma-se ainda pelo menos um assessor de Carluxo na Câmara dos Vereadores do Rio, Natheus Sales.
Com esse time de assessores – e muito provavelmente outros ainda não relacionados – é que o GDO espalha as mensagens elaboradas por Carluxo e Martins. Elas, inicialmente, são divulgadas nos sites notoriamente de direita. Informações a que o Blog teve acesso citam, ao menos, 25 destes sites e/ou Twitter, a saber:
Crítica Nacional (@criticanac), Inspetor Alberto, Bolsonéas, Endireita Iguatu, @leandroruschel, Bolsonaro Nordetino 1.0, Filipebarrost, @oofaka (Faka), Lets_Dex (Left Dex), Endireita Fortaleza, Renova Mídia, TerçaLivre, @llantercallivre (oficial), República de Curitiba, Conexão Política, Admiradores de Bolsonaro, Brasil Paralelo, Jornal Cidade On Line, carteiroreaca, Vapor Waves, Os Brasileirinho @twitter, Leitadas do Loen, Patriotas, @bernardopkuster, TeAtualizei (@taokei1).
Eles são administrados por bolsonaristas conhecidos como o já famoso Allan dos Santos (preso recentemente) e alvo das investigações que tramitam no STF. Há ainda Paulo Enéas, José Bastos, Armando Schneider, Paulo Generoso, Davi Albuquerque (também assessor do deputado Knoploch), Gil Diniz (deputado estadual em São Paulo), e o conhecido paranaense Bernado P Kuster.
Três empresários citados nos relatórios
A partir dos repiques feitos por todos esses parlamentares e seus assessores, além de possivelmente outros personagens ainda não citados nas investigações que este Blog recebeu, estes sites recebiam dividendos através da conhecida monetização das redes sociais. Enriqueceu muitos bolsonaristas até o ministro Alexandre de Moraes determinar a suspensão destes pagamentos.
s ganhos, porém, não se resumiam a esta monetização. Há fortes indícios de que empresários bolsonaristas financiaram alguns destes blogs. Como o empresário Luciano Hang, conforme falaram na sessão de quarta-feira (29/09) da CPI da Pandemia.
As investigações mostram, ao lado de Hang, jo nome do empresário sino-brasileiro Winston Ling, na condição de “admiradores de Jair Bolsonaro”. Para a CPI da Pandemia, porém, Hang é muito mais do que mero admirador do presidente. É visto como provável financiador dos sites e campanhas que espalha fake news.
Já o empresário Otávio Oscar Fakhoury, ouvido quinta-feira (30/09) na CPI da Pandemia, sempre foi apontado como financiador de sites e campanhas de disseminação de fake news e de mensagens de ódio. Nesta condição é que foi ouvido e continua sendo investigado pela Polícia Federal. Suspeita-se ainda que tenha financiado também atos públicos que defenderam o fechamento do Congresso e do Supremo Federal.
Como foi demonstrado na sessão da CPI na qual ele próprio não escondeu todo o seu negacionismo – declarou-se contra as vacinas, contra o isolamento social tal como foi praticado, entendeu desnecessário o uso de máscaras e defendeu o uso de medicamentos que, cientificamente, não têm eficiência no combate à Covid.
Ou seja, ele próprio, ainda que respaldado em liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal, se autoincriminou admitindo, ao ser confrontado pelo senador Fabiano Contarato, suas posições homofóbicas nas redes sociais.
Além de presidente do PTB em São Paulo, ele é vice-presidente do Instituto Força Brasil, organizado para disseminar ideias da extrema direita e que também se envolveu na tentativa de compra de vacinas, como a indiana Covaxin, para serem repassadas a instituições privadas.
Fakhoury não teve como esconder, ao ser confrontado pelos dados que a CPI obteve com o afastamento de seu sigilo bancário, as contribuições financeiras não declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a campanha política de Bolsonaro, em 2018.
Contribuiu ainda, pelo menos até junho deste ano quando fez transferência de R$ 80 mil, com o Força Brasil. Outros R$ 200 mil foram doados, através do Instituto Conservador Liberal, a Eduardo Bolsonaro para a Conferência de Ação Política Conservadora – CPAC, ocorrido em setembro passado, no Centro de Convenções de Brasília
Embora tenha dito não ter relações maiores de amizade com o filho 03 do presidente, Fakhoury admitiu tê-lo procurado quando tentou assumir o comando de uma estação de rádio que ele pretendia transformar em porta-voz do conservadorismo.
Na mesma investigação que apresenta Fakhoury como financiador de sites que disseminam fake news e que cita Hang e Ling como “admiradores de Bolsonaro”, aparecem ainda os nomes de Sérgio Lima – ex-marqueteiro do Aliança pelo Brasil, partido que a família Bolsonaro tentou montar – e da escritora Madeleine Lakson. Não há nenhuma referência mais detalhada sobre os dois, a não ser o fato de terem uma ligação direta com o GDO.
*Blog do Marcelo Auler
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
O Procurador Geral da República, Augusto Aras, tem procurado interlocutores na política e na mídia para dar a notícia: Jair Bolsonaro desistiu definitivamente de ter o terrivelmente evangélico André Mendonça no STF, e já avisou que o próprio Aras perdeu a condição de “segunda opção” para a vaga.
A decisão explicaria a desenvoltura com que a PGR passou a agir em temas sensíveis para o bolsonarismo. Aras, por exemplo, acaba de pedir ao Supremo que seja mantida a quebra de sigilo fiscal de Frederick Wassef, advogado do senador Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas e responsável por esconder o arquivo ambulante Fabrício Queiroz em Atibaia (SP).
Nos bastidores da política, o quadro está sendo definido assim: “Aras agora está livre”. O PGR passa a atuar sem compromissos com o Palácio do Planalto, encerrando a fase de vergonhosa submissão.
Bolsonaro fez chegar aos meios jurídicos que pensa em dois nomes para o lugar do moribundo André Mendonça: Luiz Felipe Salomão, ministro do STJ, ou William Douglas (desembargador federal no Rio, e também evangélico).
A nova nomeação para o STF pode ser entendida como parte do acordo em que Bolsonaro recua de posições mais espetaculosas, para salvar o mandato e o pescoço dos filhos. O presidente desiste de impor um nome ao Supremo, aceita negociar um ministro mais palatável, salvando as relações com o Senado e com os partidos conservadores. Mas, ao mesmo tempo, abre um flanco perigoso na PGR.
Se é verdade que Aras agora está livre e cheio de apetite, isso acontece exatamente na hora em que a CPI entregará à PGR material para um banquete de ações contra o presidente e seus filhotes.
Resumo da ópera, o terrivelmente evangélico, dançou.
*Com informações do 247
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00