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PL do Estupro: Partido de Sóstenes Cavalcante tem prefeito e vereador réus por aborto contra a vontade da mulher

Crime ocorreu em 2017 e políticos se tornaram réus em 2023.

Diante da discussão em torno do Projeto de Lei (PL) 1904/2024, conhecida como PL do Estupro, que busca equiparar o aborto após 22 semanas ao crime de homicídio, mesmo nos casos em que a interrupção da gravidez está prevista em lei, um crime ocorrido em 2017 voltou a circular na internet.

O caso envolvendo o prefeito da cidade de Carolina (MA), Erivelton Teixeira Neves, e o vereador do mesmo município, Lindomar da Silva Nascimento, ambos do Partido Liberal (PL).

Os políticos — que são da mesma legenda do propositor do PL, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) — são acusados de realizarem um aborto sem consentimento da vítima.

PL do Estupro
Em 2023, a Justiça do Tocantins tornou Erivelton e Lindomar réus para apuração do crime. A violência teria sido praticada em um motel no município tocantinense de Augustinópolis, em 2017.

Segundo as investigações, a vítima mantinha um relacionamento extraconjugal com o atual prefeito, que também é médico e teria sedado a vítima e realizado o procedimento de curetagem sem o seu consentimento.

Já Lindomar, que é vereador, trabalhava como motorista de Erivelton à época do crime e teria ajudado a realizar o procedimento. O MPE anexou ao processo prints de mensagens de texto trocadas com o então motorista, nas quais a vítima relata dores fortes e questiona como o prefeito havia realizado a “raspagem” do útero.

Em agosto do ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um pedido de habeas corpus impetrado pela defesa dos acusados. A defesa pedia para só se pronunciar nos autos após o acesso à íntegra do inquérito. Se condenados, a pena pode variar de três a dez anos de prisão.

O MPE de Tocantis afirmou ao Brasil de Fato que “o processo está em fase de encerramento da primeira fase do Procedimento do Júri. Os acusados apresentaram Alegações Finais em 17 de junho de 2024” e aguardam decisão do juiz sobre a “pronúncia ou não dos acusados”.

“O Ministério Público do Tocantins sustenta o envolvimento de ambos os acusados no crime, uma vez que um realizou o aborto ilegal e outro deu apoio a ação, atuando como partícipe, devendo ser encaminhados para o Tribunal do Júri popular”, disse o MPE-TO.

O Brasil de Fato entrou em contato com a defesa de Erivelton, que não quis comentar o assunto. Também foram enviados questionamentos à assessoria do Partido Liberal, sem resposta até o fechamento da matéria.

Não conseguimos contato com a defesa de Lindomar da Silva Nascimento. O espaço segue aberto para manifestações, que serão prontamente agregadas a esta reportagem.

*BdF

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Política

PL do estupro que penaliza aborto após 22 semanas, não é bem assim

O PL do Estupro, projeto de lei que iguala a pena do aborto feito após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples, tem, ao todo, 33 autores. Mais da metade pertence ao Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A divisão das outras siglas conta com três deputados do Republicanos, dois do PP, quatro do MDB, dois do União Brasil, um do PRD, um do PSDB, um do PSD e um do Avante.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carla Zambelli (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG) são alguns dos autores, além do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

Autores do PL do Estupro:

  • Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)
  • Evair Vieira de Melo (PP-ES)
  • Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP)
  • Gilvan da Federal (PL-ES)
  • Filipe Martins (PL-TO)
  • Dr. Luiz Ovando (PP-MS)
  • Bibo Nunes (PL-RS)
  • Mario Frias (PL-SP)
  • Delegado Palumbo (MDB-SP)
  • Ely Santos (Republicanos-SP)
  • Simone Marquetto (MDB-SP)
  • Cristiane Lopes (União Brasil-RO)
  • Renilce Nicodemos (MDB-PA)
  • Abilio Brunini (PL-MT)
  • Franciane Bayer (Republicanos-RS)
  • Carla Zambelli (PL-SP)
  • Dr. Frederico (PRD-MG)
  • Greyce Elias (Avante-MG)
  • Delegado Ramagem (PL-RJ)
  • Bia Kicis (PL-DF)
  • Dayany Bittencourt (União Brasil-CE)
  • Lêda Borges (PSDB-GO)
  • Junio Amaral (PL-MG)
  • Coronel Fernanda (PL-MT)
  • Pastor Eurico (PL-PE)
  • Capitão Alden (PL-BA)
  • Cezinha de Madureira (PSD-SP)
  • Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
  • Pezenti (MDB-SC)
  • Julia Zanatta (PL-SC)
  • Nikolas Ferreira (PL-MG)
  • Eli Borges (PL-TO) (autor do requerimento de urgência)
  • Fred Linhares (Republicanos-DF) (solicitou a coautoria em requerimento à parte)

O Projeto de Lei 1904/2024 teve a urgência aprovada pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (12). A votação foi feita de forma simbólica.

Com isso, os votos dos parlamentares não são contados eletronicamente e não é possível apontar quantos foram os votos favoráveis e contrários nem saber como cada deputado votou.

PL do Estupro
O projeto de lei prevê que o aborto legal – permitido no Brasil em casos de estupro, perigo de morte à gestante ou por um tipo de malformação fetal — só seja permitido até 22 semanas de gestação. Atualmente, não há prazo fixo.

A pena para quem descumprir a lei, de acordo com o projeto, deve ser aplicada conforme a do crime de homicídio simples: de seis a 20 anos de prisão.

Autor do PL diz querer “testar Lula”

*ICL

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Política

Após repercussão negativa, Lira vai segurar votação do PL sobre aborto

Após críticas, presidente da Câmara, Arthur Lira, decidiu segurar votação do mérito do projeto que equipara aborto ao crime de homicídio.

O regime de urgência da matéria foi aprovado na quarta-feira (12/6) em votação simbólica relâmpago, o que permite que ela seja votada diretamente no plenário da Câmara, sem precisar passar pelas comissões.

Lira, entretando, avisou a interlocutores e deputados que pretende esperar a poeira baixar para marcar a votação do mérito da proposta. A ideia é debater o texto nas próximas semanas para rebater as críticas.

Como parte dessa estratégia, o presidente da Câmara também avisou que vai escolher como relatora do projeto uma deputada de um partido de centro que esteja fora do circuito de polêmicas entre bolsonaristas e petistas.

Lira já comunicou a decisão ao deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor da proposta. O parlamentar prevê que presidente da Câmara deve segurar a votação por pelo menos duas semanas, o que pode jogar a votação para julho.

Isso porque, em junho, a Câmara deverá ter apenas mais 1 semana de votação. Entre os dias 24 e 28 de junho, a Casa deve funcionar em ritmo lento, devido às festas juninas e um fórum jurídico em Lisboa com a participação de Lira.

Em busca de apoio ao texto, Sóstenes também vai propor mudanças no projeto. Uma delas é incluir um artigo para aumentar a pena para o crime de estupro dos atuais 10 anos para 30 anos.

Outra emenda deve prever que o juiz poderá “mitigar a pena” ou “até mesmo deixar de aplicá-la”, “se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.”

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Debate

Vídeo mostra Bolsonaro propondo aborto até oito meses de gravidez

Assim como tudo que Bolsonaro afirma defender, na verdade, é contra, e tudo que é contra, na realidade, ele defende.

No debate da Globo nesta sexta-feira, Lula citou uma fala de Bolsonaro em 1992 em que Bolsonaro ocupa o púlpito da Câmara para defender o aborto, mais que isso, defendeu, além da pílula do aborto, o aborto até oito meses de gravidez.

Lula, que jamais defendeu o aborto e sempre foi acusado de “abortista” por Bolsonaro, desancou o hipócrita, falso cristão.

O vídeo, com Bolsonaro defendendo o aborto, viralizou nas redes após ser citado por Lula. Segue abaixo.

Confira:

*Com 247

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Eduardo Bolsonaro tenta descredibilizar vídeo de Bolsonaro na maçonaria e é espinafrado nas redes

Não se fala de outro assunto nas redes sociais em que viralizou o vídeo de Bolsonaro discursando em uma loja maçônica.

O fato chocou, sobretudo os evangélicos, mas também muitos católicos que votaram em Bolsonaro. Por isso mesmo, dada a repercussão do vídeo dentro das igrejas, em grupos de família no whatsapp e nas redes, que simplesmente ganhou o Trading topics no twitter, #BolsonaroSatanista, #BolsonaroDecepção, mostrando uma grande revolta.

Mas a coisa não parou aí, além desse vídeo, apareceu outro em que Bolsonaro defende o aborto, confessando que, por ele, sua ex-mulher, Ana Cristina teria ter feito aborto do seu filho 04.

E tem mais, vídeo com Malafaia atacando a maçonaria dizendo que não é coisa de Deus, mas das trevas, passou a ser vinculado nas redes, assim como uma entrevista de Kássio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro ao STF afirmando ser mestre na maçonaria.

A reação de muitos cristãos evangélicos e católicos, foi imediata.

Eduardo Bolsonaro correu para o twitter para tentar apagar o fogo com gasolina dizendo que tudo não passa de fake news e o resultado foi ainda mais desastroso, um número sem fim de postagens do vídeo e tantos outros que botaram a posição política de Bolsonaro perante muitos católicos, mas principalmente evangélicos, numa situação pra lá de delicada.

Todos sabem que quem começou a guerra religiosa foi justamente Bolsonaro para angariar votos dos cristãos, mas tudo indica que, com esse episódio da maçonaria, sua bala de prata do obscurantismo medieval, saiu pela culatra.

Tem ainda, foto de Mourão na maçonaria e Carla Zambelli se casando na maçonaria.

Bolsonaro em entrevista à IstoÉ

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Matéria Opinião

Vídeo: Damares Alves e Sara Winter: vem aí o fascismo 2.0 – 2022

Isso que rolou com Sara Winter contra uma criança de 10 anos, nã é um mero acaso, trata-se de um projeto.

Sara Winter foi estagiária no gabinete de Magno Malta quando Damares era assessora jurídica na Câmara.

A suspeita que corre nas redes sociais é a de que a ministra Damares Alves está por trás da ação criminosa de Sara Winter de divulgar o nome da menina de 10 anos que foi estuprada pelo tio (desde os seis anos de idade) e o endereço do hospital aonde seria feito o procedimento de aborto da criança que engravidou em consequência do estupro.

Certa vez, uma amiga me disse que tinha muito medo do avanço do fundamentalismo dos religiosos hipócritas. Eu disse a ela que isso não aconteceria no Brasil. Errei, explico: o fundamentalismo religioso que forma Estados teocratas não é fruto de um consenso dentro da sociedade, é uma imposição, uma força bruta que leva ao extremo sua posição na busca pelo poder, utilizando para tal, justificativas supostamente religiosas para, aí sim, ter apoio de fanáticos que são hipócritas num nível perigoso, porque trata a tentativa de esconder a própria onça que carregam dentro de si, remexendo “escrituras sagradas” da época da inquisição ou coisa que o valha.

Soma-se a isso o idiotismo corrente que parece cavalar nos tempos sombrios de Bolsonaro em que as bestas rosnam para qualquer pensamento científico ou libertário.

O fato é que ficou sublinhada na atitude de Sara Winter que existe público para esse tipo de canalhice neofascista.

Não é ficção como eu imaginava, nem um pensamento restrito de amotinados. Está mais do que na cara que há um projeto pensado e delineado para se produzir aquilo a que assistimos ontem, jovens mascarados pela hipocrisia religiosa, tratando uma criança de 10 anos como assassina por ter o direito, por lei, de interromper uma gravidez fruto de um estupro.

E quem sabe daí não surge uma referência para rebocar cavalgaduras a um projeto ambicioso de Damares e Sara na disputa pela cadeira presidencial em 2022.

Interesse externo para o Brasil se transformar numa pátria evangélica, é o que não falta.

Como disse Glenn Greenwald, no Roda Viva, depois que Bolsonaro ganhou a eleição, qualquer um pode ser presidente da República no Brasil.

Deem uma olhada neste vídeo e tirem as suas conclusões:

 

*Carlos Henrique Machado Freitas