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Militares prepararam acampamento golpista no QG do Exército

Reportagem de Aguirre Talento no Estadão [13/10] mostra como os militares prepararam o terreno do golpe. Literalmente!

Com máquinas do Exército –retroescavadeira e caminhões–, militares realizaram obras de terraplenagem na área destinada ao acampamento de golpistas na sede do Comando do Exército Brasileiro, em Brasília – o Forte Apache.

A preparação do terreno foi realizada em novembro de 2022, logo após o 2º turno da eleição, quando bolsonaristas e integrantes da “família militar” inconformados com a derrota eleitoral iniciaram os acampamentos em áreas de quartéis do Exército em todo país.

A reportagem ilustra com informações, imagens e vídeos o que já se sabia: foi institucional o envolvimento das cúpulas fardadas com o empreendimento golpista que culminou no 8 de janeiro de 2023.

A participação de militares no golpe é evidente e irrefutável. Dos 32 réus da ação penal da trama golpista, 24 deles são oficiais das Forças Armadas, quase todos das mais altas patentes militares – tenente-coronel, coronel, almirante, general.

É impossível, portanto, que os comandos das três Forças desconhecessem a trama golpista que se desenrolava nas instalações militares em conexão com o Palácio do Planalto, onde generais ocupavam postos-chave do núcleo de governo.

A terraplenagem no Forte Apache para criar condições propícias ao acampamento golpista foi consentida pelo Alto Comando do Exército, como também foi consentida a Bolsonaro a oportunidade de lançar sua candidatura presidencial para a eleição de 2018 no pátio da AMAN, em 29 de novembro de 2014, quando o general Tomás Paiva, atual comandante do Exército, comandava aquela importante unidade militar.

Alguém seria ingênuo a ponto de acreditar que o Comando do Exército desconhecia a rotina golpista e os propósitos antidemocráticos e inconstitucionais do acampamento no Quartel-General do Exército, onde eram ostentadas faixas pedindo “intervenção militar com Bolsonaro no poder” e conclamando que “Supremo é o povo”, e onde militares da ativa e da reserva, além de esposas de militares, como Dona Cida Villas Bôas, faziam proselitismo político?

Os comandantes das três Forças expressaram irrestrito consentimento ao acampamento no comunicado às instituições e ao povo brasileiro, de 11 de novembro de 2022, no qual defenderam os acampamentos nos quartéis e estimularam o ambiente de caos e violência no país.

O comunicado das cúpulas militares encorajou o golpismo. No dia seguinte, em 12 de novembro, o general Braga Netto reuniu comparsas das Forças Especiais do Exército na sua residência para planejar os assassinatos do presidente e do vice eleitos, Lula e Alckmin, e do ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, na operação “Punhal Verde e Amarelo”.

Alguns dias depois, em 18 de novembro, Braga Netto tranquilizou bolsonaristas presentes no Palácio da Alvorada com uma declaração enigmática e que, à luz das descobertas posteriores da PF, pode ser interpretada como uma sinalização da continuidade do plano para a tomada de poder: “Não percam a fé. É só o que eu posso falar para vocês agora”.

Aquele comunicado dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica de 11 de novembro serviu como senha, também, para outros acontecimentos dramáticos protagonizados por golpistas acampados, como as depredações em Brasília e ataques à sede da PF na data de diplomação de Lula e Alckmin [12/12/2022], e o fracassado atentado terrorista no aeroporto da capital federal, em 24/12/2022. Além, óbvio, dos atos do 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes.

O julgamento e a condenação dos implicados na trama golpista é um acontecimento histórico e inédito em toda história brasileira. É muito significativo que coronéis, generais e ex-comandantes militares estejam sendo julgados em tribunais civis.

É preciso reconhecer, contudo, que este processo deixa pontas soltas, como o envolvimento central das cúpulas fardadas e da instituição militar no processo golpista.

Como descreveu o historiador Carlos Fico no livro Utopia autoritária brasileira – como os militares ameaçam a democracia brasileira desde o nascimento da República até hoje, “todas as grandes rupturas da legalidade constitucional tiveram origem no intervencionismo militar”.

Não foi diferente neste último golpe tentado e fracassado, que desta vez só não prosperou porque a administração Biden “desautorizou” os militares a perpetrá-lo.

Fosse Donald Trump o presidente dos EUA em 2022, os militares teriam dado o golpe e hoje o Brasil estaria mergulhado numa ditadura provavelmente mais sanguinária e cruel que a de 1964/1985.

*Por Jeferson Miola em seu blog


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Política

Exército sabia de armas no acampamento golpista em Brasília e nada fez

Não só os militares não fizeram nada, como só comunicaram Lula do risco na noite do dia 8 de janeiro.

O Exército sabia que havia pessoas armadas no acampamento no quartel general, em frente à Praça dos Três Poderes, em Brasília. Não só os militares não tomaram nenhuma iniciativa, como a Força só comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva do risco na noite do dia 8 de janeiro.

A informação consta em reportagem da Folha de S.Paulo, desta terça-feira (31), no qual o jornal anuncia que Lula deu aval ao Exército para desmontar o acampamento golpista somente no dia seguinte à invasão, no dia 9.

Na reportagem, contudo, é detalhado que Lula foi convencido pelo Exército de tomar medidas somente no dia seguinte, devido a um pedido dos próprios militares.

Os integrantes do Exército teriam dito a Lula que desmontar o acampamento na noite do dia 8, após a invasão, poderia resultar em mortes e conflitos, e que a Operação de retirada dos bolsonaristas deveria ser feita no dia seguinte.

O presidente concordou com adiar a retirada deles, diante dos riscos de tragédia. Mas, segundo o jornal, “pessoas próximas ao presidente” contaram “que o Exército comunicou a Lula que havia pessoas armadas no acampamento”.

A informação teria sido repassada a Lula somente no dia 8 de janeiro, em meio à invasão à Praça dos Três Poderes. E os militares do Exército não teriam feito nada, até então, para impedir riscos ou informar as autoridades de segurança do governo federal de que os bolsonaristas acampados estavam armados.

A reportagem da Folha também narra que, na noite daquele domingo, o interventor escolhido por Lula para assumir a Segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, se encontrou com o general Gustavo Henrique Dutra para tratar da Operação de desmonte do acampamento.

E que tal reunião foi recheada de controversas, sem acordos. Enquanto a PM recebeu ordem para entrar no quartel general e prender os golpistas, o Exército impediu o acesso dos PMs, colocando 3 blindados Guarani e uma tropa de soldados.

Com a falta de acordo, Cappelli comunicou o ministro Flávio Dino, da Justiça, e o general Dutra comunicou o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias. Dias estava ao lado de Lula, e Dutra pediu ao presidente que seria melhor realizar a Operação de retirada dos golpistas na segunda-feira.

Ao militar, Lula teria enfatizado que os acampados eram golpistas criminosos que deveriam ser presos.

*Patrícia Faermann/GGN

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Bolsonarismo

Vídeo: Acampamento de bolsonaristas em Brasília é tomado pela água após forte chuva

Barracas ficaram totalmente alagadas e bolsonaristas que clamam por uma intervenção militar estão com a água nas canelas.

Mais uma vez um temporal que atingiu Brasília na tarde desta terça-feira (15) transformou o acampamento golpista em frente ao Quartel General (QG) do Exército em uma verdadeira represa.

Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que não aceitam o resultado das eleições e que clamam por uma intervenção militar estão há dias no local, com barracas e lonas, e nesta terça-feira se uniram a outros “manifestantes” que aproveitaram o feriado da Proclamação da República para fazer um ato em prol de um golpe.

Ao final da tarde, entretanto, os bolsonaristas foram surpreendidos por uma forte chuva, que alagou totalmente o espaço onde ficam suas barracas. Vídeo que circula nas redes sociais mostra apoiadores de Bolsonaro andando pelo local com a água batendo em suas canelas.

Assista

https://twitter.com/eixopolitico/status/1592643301240635392?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1592643301240635392%7Ctwgr%5Ec025b95df6e22b2699947f77dd8ceb15b7f75a55%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.apostagem.com.br%2Fwp-admin%2Fpost.php%3Fpost%3D89269action%3Dedit

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Lava Jato quer ‘Lula Livre’ à força, de tornozeleira, para humilhá-lo

O pedido inédito da Força Tarefa da lava Jato para que Lula, cumprido um sexto de sua pena, seja colocado em regime semiaberto tem uma única finalidade: produzir uma cena de humilhação sobre o ex-presidente sendo atado a uma tornozeleira eletrônica.

Pois é o mesmo MP que luta e pressiona para que Lula não possa recorrer em liberdade, como lhe garante a Constituição.

O súbito interesse na libertação de Lula é só – e de novo – a política mais sórdida.

Nunca houve, em qualquer hipótese, uma atitude de Lula de escapar às restrições judiciais.

Nem ele é pessoa que, discretamente, possa se evadir.

Esteja onde estiver com sua liberdade limitada, nem mesmo precisaria de vigilância policial: haveria e haverá um “acampamento” permanente de jornalistas, controlando quem entra e sai e indo ouvir cada um sobre o que foi tratado.

Se Lula for até a porta despedir-se de um visitante, será acusado de estar violando a restrição de de permanecer em casa.

Bravo Lula, que não deixa o sofrimento pessoal dobrar a sua dignidade.

Vamos ver se Lula será “libertado” à força, com auxílio de força policial para retirá-lo da cela.

 

 

*Fernando Brito/Tijolaço