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Informações da Saúde desmentem declaração de Pazuello sobre compra da Coronavac

Na CPI, ex-ministro disse que Bolsonaro fez declaração política e que negociações com o Butantan continuaram, mas documento do Ministério de novembro de 2020, obtido via Lei de Acesso à Informação, mostra que não havia processo de compra.

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, mentiu aos senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as omissões do governo no combate à pandemia, a CPI do Genocídio, ao afirmar, neste quarta-feira (19), que não houve desautorização por parte de Jair Bolsonaro para a aquisição de doses da Coronavac em outubro do ano passado.

À época, o então ministro anunciou, após reunião com governadores, que assinou carta de intenções para adquirir 46 milhões do imunizante contra a Covid produzido pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. No dia seguinte, entretanto, Bolsonaro afirmou que não compraria a “vacina chinesa”. “A vacina chinesa de João Doria, qualquer vacina antes de ser disponibilizada à população, deve ser comprovada cientificamente pelo Ministério da Saúde e certificada pela Anvisa. O povo brasileiro não será cobaia de ninguém. Minha decisão é a de não adquirir a referida vacina”, disparou o presidente através das redes sociais.

À CPI, Pazuello disse que a declaração de Bolsonaro foi “política”, que não recebeu ordem de cancelar a compra do imunizante e que, inclusive, as negociações teriam continuado. “Quem manda é ele eu obedeço. Aquilo é um jargão simplório colocado pra discussão de internet. Eu coloco aqui, eu queria colocar uma coisa pros senhores. Acreditem. Nunca o Presidente da República mandou eu desfazer qualquer contrato, qualquer acordo com o Butantan. Em nenhuma vez”, declarou.

Informações do próprio Ministério da Saúde, obtidas via Lei de Acesso à Informação (LAI) pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) em outubro do ano passado, no entanto, confrontam a versão de Pazuello de que “as negociações continuaram”.

Valente entrou com pedido de informações em outubro, logo após a declaração de Bolsonaro desautorizando Pazuello, solicitando “cópia do processo que decidiu pela aquisição da Coronavac e que fundamentou a decisão de desistir de adquirir a referida vacina”.

Em resposta, a pasta informou que “não existe processo [de compra da vacina] formalizado, tendo em vista que não houve, por parte da Anvisa, autorização de aquisição de vacina, sendo o órgão competente para tal ato” [confira a íntegra da resposta ao pedido via LAI aqui]. Ou seja, o próprio Ministério admitiu que não havia ainda negociação pela vacina, confirmando que a intenção de compra expressada por Pazuello em outubro foi, de fato, desautorizada por Bolsonaro.

O governo Bolsonaro só decidiu fechar acordo para a compra do primeiro lote de vacinas Coronavac em dezembro de 2020.

*Com informações da Forum

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Política

China aciona freio e não se compromete com entrega ao Brasil de insumos para vacinas

Em reunião com três ministros e representantes da Fiocruz e do Butantan, embaixador chinês afirma que Brasil é prioridade, mas país tem dificuldade para entregar os produtos por causa da demanda mundial e da vacinação interna.

Após declarações de Bolsonaro de que a China criou guerra bacteriológica, ela aperta o pé no freio e não se compromete com prazos para entrega dos insumos, Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para a fabricação das vacinas contra a covid, dos quais é a principal fornecedora mundial.

De acordo com O Globo, a China evita falar em prazos para a entrega de insumos e imunizantes ao Brasil, devido à forte demanda internacional por esses produtos. O país também alega que é preciso dar um ritmo mais rápido à vacinação da população do país asiático.

Essa foi a mensagem que o embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming, passou ao governo brasileiro. O embaixador se reuniu com os ministros da Economia (Paulo Guedes), das Relações Exteriores (Carlos França) e da Saúde (Marcelo Queiroga), além de representantes do Butantan e da Fiocruz.

A conversa, virtual, ocorreu nesta sexta-feira, dois dias depois de o presidente Jair Bolsonaro cometer mais uma gafe envolvendo a China. Sem citar o nome do país, Bolsonaro disse que o coronavírus havia sido criado em laboratório, como parte de uma guerra química, irritando Pequim.

Segundo fontes que acompanharam a reunião, Yang Wanming reiterou que Pequim tem o Brasil como destino preferencial e que trabalha para acelerar os envios. Mas evitou falar em prazos. Os ministros agradeceram a ajuda da China no combate à pandemia de Covid-19.

O Itamaraty vem tentando, insistentemente, conseguir a liberação das exportações chinesas. O Brasil espera o fornecimento de IFAs para fabricar 60 milhões de doses da vacina Oxford-AstraZeneca, além de outras 30 milhões de doses do imunizante da Sinopharm. A expectativa é que os produtos sejam entregues ainda neste semestre.

Perguntado sobre o tema, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que o governo brasileiro vem conversando com autoridades chinesas para tentar acelerar a entrega dos produtos. Ele não participou da reunião com o embaixador, mas ressaltou que o assunto é tido como prioritário no governo.

Não tive a oportunidade de participar da reunião, mas é importante mencionar que ela não é uma iniciativa isolada. A gente está sempre conversando, quer seja com a embaixada brasileira em Pequim, quer seja com o embaixador chinês aqui no Brasil, sempre com o objetivo de garantir que esse IFA chegue ao país. Não temos a confirmação ainda dessas doses (do insumo) — afirmou Cruz.

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Política

Declarações de Bolsonaro contra a China afetam liberação de insumos de vacinas, diz Butantan

O Instituto Butantan afirmou nesta quinta-feira (6) que as declarações do presidente Jair Bolsonaro com críticas à China afetam a liberação de insumos pelas autoridades daquele país.

O governador João Doria (PSDB), em evento para liberação de lote de cerca de 1 milhão de doses da Coronavac, também disse que as afirmações geraram mal estar na diplomacia chinesa.

Em um novo ataque à China, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu na quarta (5) que o país asiático teria se beneficiado economicamente da pandemia e afirmou que a Covid pode ter sido criada em laboratório —ecoando tese que não encontra respaldo em investigação da OMS sobre as possíveis origens do vírus.

“Todas as declarações neste sentido têm repercussão. Nós já tivemos um grande problema no começo do ano e estamos enfrentando de novo esse problema”, disse Dimas Covas, diretor do Butantan. “Embora a embaixada da China no Brasil venha dizendo que não há esse tipo de problema, mas a nossa sensação de quem está na ponta é que existe dificuldade, uma burocracia que está sendo mais lenta do que seria habitual e com autorizações muito reduzidas”.

Covas explicou que a próxima liberação de insumos teve a data de autorização adiada do dia 10 para o dia 13. O volume inicial seria de 6 mil litros, agora a expectativa é de 2 mil litros. Para ele, as mudanças não são da produção da Sinovac e sim determinadas pelas autorizações das autoridades chinesas.

“Pode faltar [insumos]? Pode faltar. E aí nós temos que debitar isso principalmente ao nosso governo federal que tem remado contra”, disse Covas.

Ele acrescentou ainda que há várias informações mentirosas e mirabolantes no discurso do discurso do presidente, citando que teria havido uma fabricação do vírus.

“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou por algum ser humano [que] ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra?”, disse o presidente em evento no Palácio do Planalto, em Brasília. “Qual o país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês.”

O governador João Doria fez críticas à falta de diplomacia do governo brasileiro em relação à China.

“Diante de uma pandemia, o insumo da principal vacina que vai no braço dos brasileiros vem da China, o mal estar provocado por sucessivas declarações desastrosas do ministro da Economia Paulo Guedes e agora do presidente da República Jair Bolsonaro, e o Ministério das Relações Exteriores silencia. Que Ministério das Relações Exteriores é esse que não faz relações positivas, construtivas, com países, seja pela economia, seja pelo fato de que a China é a principal provedora de insumos para as vacinas?”, questionou o governador.

*Matéria originalmente publicada na Folha

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Política Saúde

Brasil sem vacina: Butantan suspende produção da Coronavac por falta de insumos

A produção da vacina Coronavac, utilizada contra a Covid-19, está temporariamente paralisada pelo Instituto Butantan por falta de matéria-prima, disseram à CNN três fontes com conhecimento do assunto.

O Butantan ainda vai seguir com a entrega de vacinas na próxima semana, porque tem 2,5 milhões de doses já prontas aguardando o prazo do controle de qualidade.

O instituto também informa que cumprirá os prazos estabelecidos nos contratos com o Ministério da Saúde, apesar do atraso na chega de insumos. O Butantan se comprometeu a entregar 46 milhões de doses até o fim de abril.

Um novo carregamento de matéria-prima – o chamado IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) – estava previsto para chegar da China na próxima sexta-feira, dia 9 de abril, mas foi postergado. O atraso foi admitido pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (7).

O insumo é fornecido pela parceira do Butantan na Coronavac, a chinesa Sinovac. O atraso da remessa foi provocado pela intensificação da campanha de vacinação na própria China. Até agora os chineses vinham exportando boa parte de suas vacinas porque estão com o contágio da Covid-19 controlado.

Doria disse na coletiva que chegou a ligar para o embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming. Dois dias atrás, o embaixador publicou na sua conta no Twitter uma mensagem sobre encontro com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e garantiu que a China seguiria mandando insumos ao Brasil.

Agora, a previsão de chegada de 6 mil litros de IFA em São Paulo é no dia 15 de abril, suficientes para produzir 10 milhões de doses. O Butantan tenta antecipar essa data para retomar a produção. Uma fonte ouvida pela reportagem reforçou que “cada dia de produção de vacina conta” em meio a uma pandemia que está matando 4 mil brasileiros por dia.

Procurado pela CNN, o Butantan não negou a paralisação da fábrica, mas frisou que, apesar do atraso na entrega do insumo, vai cumprir seus compromissos estabelecidos em contrato com o Ministério da Saúde.

“O Instituto Butantan informa que é esperado para a próxima semana um novo carregamento de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) de 6 mil litros, correspondentes a cerca de 10 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus.

Com isso será possível cumprir integralmente o primeiro contrato com o Ministério da Saúde, totalizando a entrega de 46 milhões de doses ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) até 30 de abril”, informou.

Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), oito em cada 10 doses contra o novo coronavírus no Brasil até agora são da Coronavac. Desde janeiro, o instituto já entregou 38,2 milhões de doses – 22,7 milhões apenas em março.

*com informações da CNN

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Saúde

Butantan: Ministério da Saúde ignorou oferta em julho de 160 milhões de doses da CoronaVac

O Ministério da Saúde ignorou uma oferta feita em julho do ano passado para o fornecimento de 160 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, disse hoje o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, ao qual o Butantan é vinculado, Covas disse que a oferta foi reiterada nos meses de agosto, outubro e dezembro novamente sem resposta por parte da pasta.

“Vamos colocar a responsabilidade em quem tem responsabilidade. Estão aqui os ofícios que foram encaminhados ao Ministério da Saúde ofertando vacinas. O primeiro em 30 de julho de 2020. Ofertamos nessa oportunidade 60 milhões de doses de vacinas prontas para entrega ainda em 2020 e 100 milhões para serem entregues em 2021. Não tivemos resposta”, disse Covas enquanto mostrava uma apresentação com a imagem dos ofícios.

“Fizemos novos ofícios com o mesmo teor em agosto, em outubro e em dezembro. Não tivemos resposta. A resposta saiu com a assinatura do contrato no dia 7 de janeiro”, acrescentou.

O contrato assinado entre o Butantan e o Ministério em janeiro prevê a entrega de 46 milhões de doses da CoronaVac até abril, com a opção, exercida pela pasta em fevereiro, de mais 54 milhões de doses da vacina.

Na manhã de hoje, o ministério disse que manifestou ao Butantan a intenção de comprar mais 30 milhões de doses entre outubro e dezembro. Procurado, o Butantan disse que está analisando a manifestação.

A declaração de Covas foi uma resposta à manifestação na véspera do secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, que atribuiu ao Butantan o atraso na entrega de doses da vacina aos Estados e municípios.

Covas reiterou que o Butantan já entregou 9,8 milhões de doses da CoronaVac ao Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde e que, além da CoronaVac, há apenas 2 milhões de doses importadas prontas da vacina da AstraZeneca com a Universidade de Oxford no PNI.

Ele disse que o envase da vacina pelo Butantan foi atrasado pela demora na chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA) vindo da China, que deveria ter chegado em janeiro, mas acabou chegando somente no início de fevereiro, o que impactou as entregas previstas para este mês.

O atraso na chegada do IFA, de acordo com Covas, aconteceu devido aos problemas diplomáticos do governo do presidente Jair Bolsonaro com a China e à demora na decisão do ministério de adquirir doses da CoronaVac.

Ele disse ainda que o Butantan iniciará na terça-feira a entrega escalonada de mais 3,4 milhões de doses e que já tem IFA para totalizar a entrega de 27,1 milhões de doses da vacina até o final de março.

A partir daí, o Butantan depende da importação de mais IFA para chegar a 46 milhões de doses entregues até o final de abril e a 100 milhões de doses até agosto.

Também presente na entrevista coletiva, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reiterou informação dada em entrevista exclusiva à Reuters no início deste mês de que autorizou o Butantan a comprar mais 20 milhões de doses da CoronaVac a partir de setembro para serem usadas no Estado de São Paulo, caso faltem doses no PNI.

Procurado, o Ministério da Saúde não comentou de imediato as declarações do presidente do Butantan.

*Eduardo Simões/Uol

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Política

Governo Bolsonaro não queria vacinar a população, diz ex-presidente da Anvisa

Gonzalo Vecina, médico sanitarista e ex-presidente da Anvisa, hoje, em entrevista na GloboNews, declarou que, se o Brasil tiver vacinação em massa, os méritos são dos profissionais do Butantan e da Fiocruz que se dedicaram incansavelmente a cuidar do povo brasileiro.

Vecina foi mais longe e direto, disse que, na opinião dele, o governo Bolsonaro tinha a intenção de matar a todos nós sem vacinação em busca de uma suposta imunização de rebanho.

Sem dar muitas voltas, Vecina foi bastante enfático em dizer que está convencido de que esse projeto macabro é que provoca a situação caótica em que o Brasil se encontra, em que a cada dia se perde a oportunidade de imunizar milhões de brasileiros.

Ou seja, não é uma questão de eficiência na vacinação, mas sim de um projeto econômico do governo para não gastar com a vacinação de milhões de brasileiros, deixando o serviço a cargo do acaso, melhor dizendo, do vírus, sem a menor preocupação em proteger a sociedade, crianças, idosos e adultos.

Para Bolsonaro, o que determinaria, o fim da pandemia seria uma sangria desatada que deixaria um rastro incontável de vítimas fatais.

Por isso o governo faz questão de não ter um programa ou qualquer campanha de vacinação nacional.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Bolsonaro cita vacina brasileira que não existe para não gastar mais com imunizantes já prontos

“Quem diria, né, fazer a nossa vacina. Porque a vacina que está aí pessoal sabe que a data de validade está em torno de seis meses e não pode ficar comprando isso”, afirmou.

O presidente da República Jair Bolsonaro disse nesta sexta (29) que não vai ficar gastando dinheiro comprando vacinas que já estão prontas porque o Brasil tem capacidade de desenvolver um imunizante próprio. E apesar de admitir que não tem orçamento nem projeto para isso, Bolsonaro citou de novo o ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, como o responsável por inventar uma vacina contra Covid-19 totalmente nacional.

“Talento não falta no Brasil. Nós temos aqui gente que cada vez mais nos surpreende em todas as áreas. Um [é] até o Marcos Pontes [ministro da Ciência e Tecnologia] que está quase acertando aí”, disse Bolsonaro.

O presidente ainda afirmou que o suposto projeto de Pontes custaria “300 milhões [não especificou a moeda]”, “grana para burro”, e que ele iria buscar o dinheiro para fazer essa suposta vacina. Em tom de brincadeira, ele disse que não iria recorrer ao BNDES.

“Quem diria, né, fazer a nossa vacina. Porque a vacina que está aí pessoal sabe que a data de validade está em torno de seis meses e não pode ficar comprando isso, gastando bastante se pode produzir aqui”, afirmou Bolsonaro.

Ao mesmo tempo em que diz que vai tirar dinheiro da cartola para uma suposta vacina brasileira, Bolsonaro cortou 68,9% do orçamento para importação de equipamentos e insumos destinados à pesquisa científica. A medida afeta diretamente as ações do Instituto Butantan e Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) no combate à pandemia da Covid-19.

*Com informações do GGN

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Política

República do leite condensado: Bolsonaro, em plena pandemia, corta benefícios para pesquisa científica e atinge Butantan e Fiocruz

Cota de importação cai de US$ 300 mi para US$ 93,29 mi; valor é insuficiente para combate à pandemia, diz CNPq.

O governo Jair Bolsonaro cortou 68,9% da cota de importação de equipamentos e insumos destinados à pesquisa científica. A medida afeta principalmente as ações desenvolvidas pelo Instituto Butantan e pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) no combate à pandemia da Covid-19.

Em 2020, o valor foi de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão, em valores de hoje). Para 2021, serão apenas US$ 93,29 milhões (R$ 499,6 milhões).

A cota de importação é um valor total de produtos comprados de outros países, destinados à pesquisa científica, que ficam livres de impostos de importação.

Duas leis de 1990 garantem o benefício fiscal. A definição sobre a cota ocorre todo ano, e fica a cargo do Ministério da Economia.

Um levantamento feito pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) mostra que a redução feita pelo governo Bolsonaro, em plena pandemia, é sem precedentes na última década.

Em 2010, o valor da cota foi de US$ 600 milhões. Em 2014, foi de US$ 700 milhões. E, em 2017, 2019 e 2020, caiu para US$ 300 milhões.

A mudança no benefício, com prejuízos diretos a pesquisas relacionadas ao combate ao novo coronavírus, foi contestada pelo CNPq, que pediu aos ministérios da Economia e da Ciência, Tecnologia e Inovações, ao qual está vinculado, uma recomposição da cota de importação aos valores de 2020.

Os US$ 93,29 milhões não são suficientes nem para os projetos voltados à pandemia.

O Butantan e a Fiocruz, por exemplo, são os institutos que concentram algumas das principais pesquisas para desenvolvimento de uma vacina brasileira contra o novo coronavírus.

Os estudos ainda não entraram na fase de ensaios clínicos (testes em humanos).

O valor limite de US$ 93,29 milhões para importação de insumos destinados a pesquisas científicas, com isenção de impostos, foi definido em portaria do Ministério da Economia publicada no último dia de 2020. O total se refere a 2021.

Assina a portaria Marcelo Pacheco dos Guaranys, ministro substituto. Guaranys também assina a portaria que havia definido uma cota de US$ 300 milhões para 2020.

“Caso mantido o valor definido, teremos uma profunda redução em relação aos últimos exercícios, o que implica refrear a capacidade de importação de bens e insumos destinados à pesquisa científica, tecnológica e de inovação brasileira, incluindo as pesquisas na área de saúde em quase 70%”, afirmou Vilela ao explicar a necessidade de recomposição dos valores.

Os principais importadores em 2020 foram os institutos públicos dedicados ao combate à pandemia, como Butantan, Fiocruz e universidades federais, segundo o presidente do CNPq.

Vilela disse que projetos de combate à Covid-19, beneficiados com a isenção de impostos, consumiram US$ 9 milhões por mês.

“Em um cenário conservador que considere a manutenção do investimento mensal por 12 meses em 2021, teremos uma demanda total de US$ 108 milhões somente para o combate à Covid-19”, complementou.

Assim, o valor estipulado para 2021 não supriria nem os projetos dedicados ao combate à pandemia.

“Reforço a necessidade de recomposição da cota de importação de US$ 300 milhões, no mínimo, para garantir as pesquisas tanto da Covid-19 como de outros projetos de grande relevância para o país”, afirmou o presidente do CNPq.

Fundações ligadas ao Butantan e à Fiocruz foram os principais importadores em 2020, segundo um estudo da área técnica do CNPq. A Fundação Butantan (de apoio ao instituto) consumiu US$ 80,3 milhões da cota, ou 26,7%. Já a fundação de apoio à Fiocruz importou US$ 47,7 milhões (15,9%).

“Fiocruz e Instituto Butantan lideram a fabricação de vacinas no Brasil para o enfrentamento da Covid-19, tendo contado com o importante apoio do CNPq e da cota de importação para aquisição de insumos e bens destinados à pesquisa”, afirmou o órgão.

Estudos sobre ventiladores pulmonares da Fundação Butantan, por exemplo, consumiram US$ 16,8 milhões em importações. Na Fiocruz, estudos sobre o diagnóstico do vírus necessitaram de importações que somam US$ 20,8 milhões, segundo o CNPq.

Na pandemia, o governo Bolsonaro já manteve uma sobretaxa na importação de seringas chinesas e elevou a tarifa de importação de cilindros usados na armazenagem de oxigênio medicinal.

Após a repercussão negativa da divulgação das duas iniciativas, o governo derrubou as cobranças.

*Com informações da Folha

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Política

A falta de insumos e vacinas é resultado do golpe em Dilma e da prisão política de Lula

Enquanto o Brasil segue assistindo ao crescimento da pandemia que tem custado mais de mil vidas por dia, e mais de 210 mil vidas desde o começo, chega-nos a notícia de que parou a produção de vacinas no Butantan e na Fiocruz por não ter insumos.

Em consequência de quê? Da política de hostilidade de Bolsonaro com a índia e com a China para atender ao pedido de retaliação de Trump.

Mas não dá para falar de Bolsonaro sem falar de como ele chegou no poder, por que chegou e de quem o apoiou. E nessa lista de seus apoiadores que carregavam o slogan “vale tudo contra o PT” que, na verdade é vale tudo para roubar os trabalhadores e empobrecer ainda mais os pobres, tivemos a amálgama do inferno formada por uma escumalha do que existe de pior na escória política, jurídica e midiática.

O resultado não poderia ser outro, colocaram um monstro na presidência que devora mais de mil vidas por dia, sem demonstrar no seu semblante um pingo de compaixão com as suas vítimas.

É exatamente sobre isso que falamos no canal do Antropofagista.

Assista:

*Da redação

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Os militares estão enfezados porque o mundo todo descobre agora o que o Brasil todo já sabe: são incompetentes, caros e inúteis

Se por uma campanha a favor do Estado mínimo para manter garantias ao mercado, a mídia brasileira vendeu, anos a fio, que os servidores públicos eram caros ao país, agora, com essa esculhambação generalizada do governo Bolsonaro empesteado de militares, o povo está tendo uma visão clara do real preço da incompetência.

Se três instituições nesse país conseguem se destacar diante da tragédia provocada pelo governo militar de Bolsonaro, que já custou a vida de mais de 210 mil brasileiros, essas três instituições são públicas e de excelência e conseguem fazer do limão, limonada. São elas, Butantan, Fiocruz e SUS, que revelam, ao contrário do que sempre vendeu a mídia, servidores públicos altamente competentes, dedicados de corpo e alma para salvar o que de fato interessa ao país, a vida dos brasileiros.

Na outra ponta estão Bolsonaro e os militares, pior, um general da ativa no comando da pasta da Saúde que, criticado pela oposição de não saber nada sobre saúde, o boquirroto três estrelas verde oliva, trombeteou que era o rei da logística.

O resto do que está acontecendo nem é preciso repetir aqui. O resultado disso é uma saraivada de críticas, vindas da sociedade em massa, à incompetência dos militares do governo.

E não tem como as Forças Armadas continuarem negando sua participação na quase totalidade do governo e menos ainda que tem sim responsabilidade na morte de mais de duas centenas de milhares de vítimas mais de Bolsonaro do que da Covid.

Os militares se mostraram mais do que incompetentes, mostraram-se bajuladores de Bolsonaro, seja seja por regalias e privilégios que recebem para compensar a falta de profissionalismo, seja para encobrir a incompetência louvada como talento máximo das Forças Armadas.

Essa gente, que é cara ao país, que está irmanada com a política de descaso do mandatário da nação, tem passado atestado de inutilidade diuturnamente. Mas agora quer transformar a própria incompetência, a própria nulidade em arrogância, como se isso encobrisse o fracasso desse governo.

A incompetência desse governo militar já destruiu o país, com uma economia em franca decadência, já matou milhares de brasileiros por covid e, como todo incompetente, culpa a todos pelo seu fracasso, porque não tem a menor aptidão para o trabalho, para o conhecimento, para o estudo. Daí que qualquer execução fora de determinadas funções que exigem o mínimo, a incapacidade e inabilidade dos militares que orbitam o governo Bolsonaro se mostram assombrosas.

É fato que o governo Bolsonaro é repleto de incompetentes civis, mas o que os difere dos militares, sobretudo os generais, é que estes são ególatras incompetentes.

As declarações de Bolsonaro e Pazuello, que vive roncando que é militar, escancaram tudo, o que também nada tem de original, já que a arrogância gabola sempre foi a arma do inútil.

O que os deixa enfezados é que o povo os está tratando de acordo com o seu nível de nulidade em meio à pandemia, a ponto dos brasileiros, que estão sob agonia e morte, precisarem que o governo da Venezuela os acudam com o envio de oxigênio para o estado do Amazonas.

Nas esquinas, nos bares, nos lares e até nas aglomerações tão estimuladas por esse governo de incompetentes, o povo só diz duas coisas, que o governo é uma esculhambação, mas acima de tudo, é cruel com a população.

E se até aqui os nulos militares se limitavam apenas a desprezar as críticas da sociedade, agora, por total falta de grandeza social, democrática e política, respondem com estupidez as honras de inépcia total que fizeram por merecer.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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