Tudo o que estamos assistindo com o fascismo tropical que, perdendo território, está indo para o tudo ou nada, não é mais que fruto da dobradinha Moro e Marinho, Globo e Lava Jato, que teve como introdução essa trama que revirou os intestinos das instituições, pois tudo começou com a tal Ação Penal 470, mais conhecida como a farsa do mensalão, escrita por ninguém menos que Joaquim Barbosa em parceria com Roberto Jefferson.
Moro, que foi da equipe da ministra Rosa Weber, fez parte desse circo, gostou do resultado e da facilidade que o judiciário, associado à mídia, tem para condenar quem ele quer e resolveu erguer sua própria lona.
Daí foi aquela espetacularização do ódio. Sim, o diferencial de tudo foi esse, uma espécie de ódio cordial, institucional aonde “as instituições estavam funcionando” como gostava de dizer a Globo, no golpe contra Dilma e na prisão de Lula.
Mas é preciso voltar um pouquinho mais para chegarmos ao ponto, porque este ponto tem nome, Lula. E não pense que aqui se fala apenas de 2002 quando ele vence a eleição. Desde que Lula surgiu ainda como líder sindical, transformando-se num fenômeno que poderia, como fez, transformar esse país, a mídia sempre buscou uma forma de marginalizá-lo já no período da ditadura.
Roberto Marinho, sócio da ditadura, quem mais lucrou com o estado de exceção, nunca engoliu Lula e, consequentemente, trabalhou incessantemente para desconstruir a sua imagem de liderança. Falhou miseravelmente, até Lula vencer a primeira eleição, a segunda, a terceira, a quarta e venceria a quinta no primeiro turno em 2018.
Sem perceber, é a própria mídia que acaba construindo a história de Lula, mostrando o seu tamanho, tal o nível de ataque e agressividade que sofreu dos barões da comunicação.
No Brasil, são dois problemas, o total alinhamento da mídia industrial que possivelmente é o único no mundo, aonde não há um grande veículo de comunicação para fazer um contraponto que esse poder hegemônico tem. O outro, é que ela é o principal cão de guarda do sistema financeiro.
Então, quem ousa desafiar não com palavras, mas com mobilização popular, o poder de quem se julga dono dos destinos do país, Lula é um caso imperdoável, já que impôs quatro acachapantes derrotas no conglomerado midiático com todo o dinheiro do mundo para derrubar uma única pessoa e ficar de joelhos para ela.
Todos sabem que o ódio é filho da ganância e que esta é filha do egoísmo, assim como este é filho da mesquinhez, da mediocridade, da incultura que provoca instintos selvagens quando não medievais.
E é tudo isso junto que hoje está em jogo.
A possibilidade da volta de Lula é que está causando todo esse alvoroço reacionário.
*Carlos Henrique Machado Freitas
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