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Flamengo diz que não convidará Bolsonaro para a final: seria um insulto ao povo do Chile

Pessoas do Flamengo asseguraram que o clube não convidou Jair Bolsonaro para acompanhar a final da Copa Libertadores, dia 23 de novembro, a priori em Santiago.

E, asseguram, não planejam fazê-lo, diz Mauro Cezar em seu Blog.

Nos bastidores, crescem rumores de que a decisão possa mudar de local, em virtude do clima de tensão no Chile.

Mais cedo, o jornal O Globo publicou que o Presidente da República recebera convite do clube para comparecer ao estádio no cortejo diante do River Plate.

O que seria um absurdo completo, além de uma falta de respeito com o povo chileno,, que em maioria repele admiradores do ex-ditador Augusto Pinochet.

Bolsonaro já o elogiou publicamente, como a outros personagens semelhantes da história, caso do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos grandes representantes da repressão que marcou a ditadura militar no Brasil. Ele vai além, chega a se referir ao torturador condenado como “herói nacional”.

O Estádio Nacional de Santiago, palco da decisão, preserva velha arquibancada dos tempos em que a ditadura de Pinochet o utilizava como prisão. Lá, por cerca de dois meses, 20 mil pessoas ficaram aprisionadas.

No local, o regime torturava e matava opositores. E naquele setor, de madeira, se lê a frase “Um povo sem memória é um povo sem futuro”. É uma forma de evitar que esse trecho macabro da história seja esquecido.

Bolsonaro é admirador de personagens como sanguinário militar que atuou como ditador no Chile de 1973 a 1990.

Tê-lo como convidado seria muita falta de noção, e de respeito, ao povo chileno. Soaria como uma afronta, um deboche, puro escárnio. Uma patética provocação depois que o brasileiro insultou o pai da ex-presidente chilena e comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, torturado e morto pela ditadura militar.

Em meio aos protestos cercados por violência no país, convidar Bolsonaro para comparecer a Santiago seria como se o Flamengo dissesse ao povo do Chile algo forte o bastante para despertar antipatia e ódio pelo clube. Era só o que faltava, depois de tanto bajular o Presidente da República e políticos de seu partido, cartolas do clube cometerem tamanha tolice, insultando o Chile, sua gente e sua história. Ainda mais em momento tão tenso.

 

 

*Com informações do Blog do Mauro Cezar

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Jornais franceses repercutem proteção a Lula como Cidadão de Honra

Cidade de Paris reconheceu Lula como Cidadão de Honra da capital da França e destacou que honraria não é um título, mas uma proteção ao líder político brasileiro.

Após a cidade de Paris reconhecer Lula como Cidadão de Honra da capital da França por, entre outros motivos, seus esforços em direitos e justiça sociais e por ter sido preso ilegalmente, o país repercutiu a homenagem nos jornais franceses. Destacaram ainda que a honraria não é um título, mas uma proteção a Lula.

“A cidade de Paris parabenizou o ex-presidente do Brasil pela redução das ‘desigualdades sociais e econômicas’ em seu país”, anunciou em matéria a televisão BFM TV. O jornal trouxe a fala da prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que em comunicado reconheceu que Lula “permitiu que quase 30 milhões de brasileiros saíssem da extrema pobreza e acessassem direitos e serviços essenciais”.

“Este último [Bolsonaro, o atual presidente] fez do juiz Moro, que havia condenado Lula, seu ministro da Justiça”, completou a reportagem.

O portal La Règle Du Jeu introduziu que “ligado à defesa dos direitos humanos e ao livre exercício de funções eletivas, o Conselho de Paris concedeu a Cidadania de Honra de Paris a Lula em 3 de outubro de 2019”, em seu primeiro parágrafo, destacando que a sua prisão fez seu partido ter que mudar de candidato e o impediu de participar das eleições, dando a vitória ao atual presidente brasileiro.

O Comitê de Direitos Humanos da ONU pediu às autoridades brasileiras que garantissem os direitos civis e políticos de Lula, incluindo o de ser candidato. Esse direito foi negado, apesar de inúmeros apelos de ex-Chefes de Estado europeus, parlamentares franceses e advogados internacionais denunciarem a inconsistência das evidências trazidas pela promotoria e as condições da detenção de Lula”, continuou o site.

A imprensa francesa também deu espaço às revelações do The Intercept sobre as ilegalidades da Operação Lava Jato e da condução do ex-juiz Sérgio Moro e atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro nos processos contra o ex-presidente.

Em suas redes sociais, o vereador de Paris Patrick Klugman esclareceu que a Cidadania de Honra “não é um título honorário, mas um título de proteção que atribuímos a Lula”. “Estamos convencidos sobre as revelações do @theintercept de que a investigação contra ele foi motivada por orientações políticas e manipulação da justiça”.

 

 

*Com informações do GGN

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Bolsonaro se alia a países islâmicos em temas de sexo e família na ONU

Governo apoiou ideia de sauditas e do Bahrein de dar maior consideração aos pais e guardiões ao se tratar de educação para combater ao casamento forçado de meninas. Itamaraty também apoiou ideia do Paquistão de eliminar educação sexual de resolução da ONU e ainda defendeu proposta de declarar que não existem direitos sexuais e reprodutivos.

O discurso oficial é de que o novo governo brasileiro tem a missão de defender os valores ocidentais e até lutar pela preservação do cristianismo. Mas, nas votações na ONU, o governo descobriu que é um dos poucos no mundo a se associar às ideias ultraconservadoras do mundo islâmico.

Nesta quinta-feira, depois de semanas de debates, as resoluções sobre como lidar com abusos foram à votação no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Ao longo do dia, algumas das propostas mais conservadoras do mundo islâmico acabaram recebendo o apoio inesperado do Brasil.

O governo, por exemplo, votou a favor de uma proposta do governo do Paquistão e de outros islâmicos, sugerindo retirar de uma resolução na ONU o termo “educação sexual” em projetos de combate à violência contra a mulher.

Entre as propostas de países árabes apoiadas pelo Itamaraty estavam a ideia de considerar a posição dos pais em questões sobre a educação para evitar o casamento forçado de meninas, além de rejeitar a ideia da existência do direito à saúde sexual e outros.

Nas últimas semanas, o governo brasileiro mudou radicalmente sua postura na ONU, tentando vetar termos que eram consenso internacional por 25 anos. Com base em avaliações religiosas, o Brasil passou a rejeitar termos como direitos sexuais, igualdade de gênero e outras palavras que possam contradizer a uma visão religiosa de reprodução, homens e mulheres.

Os pedidos brasileiros foram rejeitados pelos autores das propostas e o Itamaraty desistiu de se opor à resolução.

Ainda assim, a explicação do governo é de que o termo “gênero” não faz parte da Constituição, que apenas usa os termos “igualdade entre homens e mulheres”. Quanto aos direitos sexuais, o temor é de que o termo abra brechas para uma avaliação positiva do aborto.

Um dos textos submetidos se referecia à violência contra a mulher. Ao explicar a resolução, o governo do México indicou que, entre os pontos fundamentais, os governos apontam que a liberdade das mulheres passa necessariamente por sua “liberdade sexual” e que sua proteção passava por garantir a educação sexual nas escolas. Também se estabelece que as mulheres tem o direito de “controlar e escolher sua sexualidade” e que “nenhuma autonomia física deve ser limitada”.

O governo brasileiro optou pelo silêncio e não se opôs na hora da aprovação. Mas surpreendeu ao se aliar a alguns dos governos mais conservadores do mundo.

Educação sexual

O governo do Paquistão, em nome da Organização para a Cooperação Islâmica, sugeriu modificar o texto, apresentando uma emenda para retirar referências à necessidade de dar educação sexual às meninas. “Pode ser prejudicial para as meninas”, alertou a delegação de Islamabad.

Na emenda, os islâmicos sugeriam eliminar do texto a frase que visa “garantir acesso universal à educação sexual compreensiva com base em evidências” às meninas e crianças.

Sem dar uma explicação, o Brasil votou a favor da proposta do Paquistão. Mas como 25 países votaram contra a postura dos islâmicos, a emenda não passou e a educação sexual ficou mantida no texto.

O voto brasileiro se contrasta com declarações da ministra de Direitos Humanos, Damares Alves. Em entrevista ao UOL, ainda no final de 2018, declarou ser favorável à educação sexual nas escolas.

O governo de Bangladesh, que também votou da mesma forma que o Brasil, alertou que essa educação abriria brechas para “promiscuidade e abortos”.

Países ocidentais se recusaram a aceitar as emendas e conseguiram derruba-las. A Austrália, por exemplo, insistiu na necessidade de aprovar a resolução, inclusive com referências sobre educação sexual. O governo do Peru também saiu ao apoio da ideia de direitos sexuais e reprodutivos. “Isso foi reconhecido há mais de 25 anos”, alertou Lima.

Uruguai e outros países também insistiram que órgãos internacionais sugerem a necessidade de educação sexual.

O governo do Egito também sugeriu uma mudança. O Cairo alerta que não “há direitos sexuais e reprodutivos em documentos internacionais”. A emenda tampouco passou. Enquanto isso, o governo da Rússia também sugeriu uma emenda e pediu que meninas e mulheres não sejam colocadas em um mesmo patamar.

De acordo com o governo austríaco, documentos já aprovados por anos indicaram que “direitos sexuais e reprodutivos fazem parte integral de direito à saúde”.

A resolução acabou sendo aprovada sem voto. Mas os governos da Arábia Saudita, Afeganistão, Nigeria, Bangladesh, Catar, Egito e Paquistão também se afastaram de trechos da resolução.

 

*Por Jamil Chade