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Israel volta a atacar palestinos na Faixa de Gaza

Israel retomou as operações de combate contra o Hamas em Gaza nesta sexta-feira. O governo israelense acusou o grupo militante palestino de lançar foguetes contra Israel e de não cumprir um acordo de libertação de todas as mulheres mantidas como reféns, violando o acordo de trégua temporária, segundo reportagem da Reuters.

A trégua de sete dias, que começou em 24 de novembro e foi prorrogada duas vezes, permitiu a troca de dezenas de reféns mantidos em Gaza por centenas de prisioneiros palestinos e facilitou a entrada de ajuda humanitária na faixa litorânea devastada. Israel interceptou um foguete lançado de Gaza na hora anterior ao término da trégua, marcado para as 7h (05h00 GMT). Não houve comentários imediatos do Hamas ou reivindicação de responsabilidade pelo lançamento.

Segundo o escritório do Primeiro-Ministro israelense Benjamin Netanyahu, “Com a retomada dos combates, enfatizamos: o governo de Israel está comprometido em alcançar os objetivos da guerra — libertar nossos reféns, eliminar o Hamas e garantir que Gaza nunca mais represente uma ameaça aos residentes de Israel”.

O Hamas manteve uma postura desafiadora. Ezzat El Rashq, membro do escritório político do Hamas, declarou no site do grupo: “O que Israel não conseguiu durante os cinquenta dias antes da trégua, não conseguirá continuando sua agressão após a trégua”.

Relatos da mídia palestina e do ministério do interior de Gaza indicaram ataques aéreos e de artilharia israelenses em toda a região após o término da trégua, incluindo em Rafah, perto da fronteira com o Egito. Em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, um testemunho da Reuters relatou ouvir intensos bombardeios e ver fumaça subindo a leste da cidade.

Além disso, o canal de notícias al-Jazeera relatou várias mortes e feridos devido a ataques aéreos e bombardeios israelenses. O exército de Israel confirmou que seus jatos estavam atacando alvos do Hamas em Gaza. Imagens nas redes sociais mostraram grandes colunas de fumaça escura subindo sobre o acampamento densamente povoado de Jabalia em Gaza.

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Política

Coletivos e famosos da comunidade judaica condenam ações de Israel em Gaza

Entre as personalidades judias que defendem os direitos humanos dos palestinos estão rabinos e artistas, como a atriz Débora Bloch e o ator Matheus Solano.

São quase 15 mil mortos e pelo menos 35 mil feridos na Faixa de Gaza. A guerra entre o Estado de Israel e o povo palestino já chega a quase 50 dias. Iniciado em 7 de outubro, com a primeira ofensiva do Hamas contra o território israelense, o conflito tem se intensificado com um reforço das operações militares no território palestino. Os ataques comandados por Tel Aviv para “eliminar o Hamas” se desenvolveram por incursões terrestres, aéreas e marítimas ao longo dos dias, tomando maiores proporções e atentando contra a vida de milhares de civis.

Sem sinal algum de interesse por um cessar-fogo definitivo e o agravamento do cenário em níveis frenéticos, o mundo passou a lotar as ruas de bandeiras palestinas a favor dos direitos humanos e contra a conduta de Israel sobre a Faixa de Gaza. E, à medida que o número de vítimas cresce, a própria comunidade judaica se levanta para criticar “o sistema político de apartheid em Israel”:

“Uma estrutura que institucionalmente promove a privação sistemática e severa dos direitos humanos fundamentais dos palestinos com base em sua identidade”, definiu o grupo Vozes Judaicas para a Libertação a Opera Mundi, deixando claro que “as instituições e narrativas judaicas sionistas não falam em nome de todos os judeus”.

Em um mês, os registros de mortes em Gaza mostra que 75% das vítimas são crianças, mulheres e idosos. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em três semanas, o número de crianças palestinas mortas já ultrapassou o anual de crianças mortas nas zonas de conflito do mundo desde 2019. A falta de recursos básicos, como água potável, alimento, eletricidade e combustível também tem prejudicado os civis que ali permanecem. Serviços essenciais como hospitais têm entrado em colapso por falta de energia e materiais para que as operações médicas possam prosseguir. Todos esses problemas são reconhecidos por grande parte da comunidade judia, que repudia essas situações produzidas pela ação do Estado de Israel .

Coletivos judaicos a favor do povo palestino
Casos de antissemitismo, assim como de islamofobia, têm crescido ao redor do mundo, devido ao recente conflito. Porém, alguns coletivos judaicos que se solidarizam com o povo palestino também têm sofrido ataques, sendo acusados de “traidores” pela própria comunidade, por se posicionarem publicamente contra a narrativa hegemônica. Essas ameaças desestimulam os judeus de se manifestarem de forma mais contundente, por medo de perseguição, rompimento de relações sociais e familiares.

No entanto, quem resiste ao silenciamento ressalta a importância de se posicionar para além da identidade: para defender os valores judaicos e entender que a sua presença incentiva mais judeus a lutarem “contra o genocídio que vem acontecendo nessas últimas semanas e a toda a violência imposta historicamente há tantas décadas”.

É o que explica o Vozes Judaicas por Libertação, grupo que vem sendo construído há quase 10 anos desde o ato realizado em 2014, em frente ao consulado de Israel em São Paulo, como crítica ao ataque israelense na Faixa de Gaza. O coletivo independente trabalha junto com organizações de direitos humanos nos territórios palestinos ocupados e no envolvimento da FFIIPP-Brasil.

*Opera Mundi

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Mundo

Interesses energéticos e geopolíticos de Israel e do Ocidente estão em jogo no conflito em Gaza

Recursos naturais pertencentes aos palestinos e tentativa de fortalecer rota comercial alternativa ao projeto chinês de Nova Rota da Seda são alguns dos fatores que determinam as decisões dos atores globais envolvidos na disputa.

Cerca de um mês antes da atual ofensiva israelense a Gaza – mais precisamente nos dias 9 e 10 de setembro, durante a cúpula do G20, realizada em Nova Delhi, capital da Índia – o primeiro-ministro anfitrião, Narendra Modi, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente norte-americano Joe Biden anunciaram o lançamento do projeto de “Parceria para o Investimento em Infraestruturas Globais”, com o objetivo de acelerar o comércio entre a Índia e a Europa em 40%.

Este é apenas um dos elementos que chama a atenção no que diz respeito às coincidências entre as mudanças que o novo conflito no Oriente Médio tende a gerar, tendo em vista os avanços israelenses no território palestino, e os interesses geopolíticos de Tel Aviv e seus principais aliados, que buscam fortalecer uma iniciativa rival ao projeto chinês de Cinturão e Nova Rota da Seda, com o qual Pequim tenta ligar a Ásia Oriental ao Mar Mediterrâneo, através de portos no Irã, Iraque e Síria.

Deve-se levar em conta, porém, o interesse tanto de Israel quanto dos Estados Unidos em usar o projeto acima referido como oferta para negociar uma possível normalização das relações entre Israel e os Estados do Golfo, que é uma das condições essenciais para a sua realização. E também o antigo desejo do governo de Benjamin Netanyahu de apropriar dos recursos naturais existentes no território palestino.

As reservas de óleo e gás da Palestina, na bacia do Levante, são bem conhecidas e estimadas. Israel vem explorando essas reservas há algum tempo, aproveitando o bloqueio imposto a Gaza, e deve começar em breve a produzir – as reservas de óleo recuperáveis no mar territorial palestino podem chegar a mais de 500 mil milhões de dólares. Países como Israel parecem achar que é muito dinheiro nas mãos dos palestinos. As autoridades israelenses estão tão seguras de si, que vêm negociando esses acordos há anos.

O pano de fundo de quase tudo o que se passa no Oriente Médio ainda se trata da energia. Em 29 de outubro deste ano, o Ministério de Energia de Israel disse que concedeu 12 licenças a seis empresas para explorar gás natural na costa mediterrânea do país, com o objetivo de criar mais concorrência e diversificar fornecedores. As concessões de licença, que ocorreram no momento em que o conflito Israel-Hamas entrava em sua quarta semana, incluíram um grupo liderado pela italiana Eni (ENI.MI), juntamente com a Dana Petroleum e a israelense Ratio Energies (RATIp.TA), que explorará uma área a oeste do enorme campo Leviatã, que fornece gás a Israel e também é usado para exportação. Em junho de 2019, parceiros no gigante campo de gás Leviatã, na costa de Israel, assinaram um acordo de fornecimento de gás de US$ 700 milhões com a Israel Electric.

Um estudo recente da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) aponta que as novas descobertas de gás natural na Bacia do Levante estão na faixa de 122 trilhões de metros cúbicos, enquanto o petróleo recuperável é estimado em 1,7 bilhões de barris. Essas reservas oferecem uma oportunidade de distribuir e compartilhar cerca de US$ 524 bilhões entre as diferentes partes da região.

A ocupação militar israelense dos territórios palestinos desde 1967 e o bloqueio da Faixa de Gaza desde 2007 impediram que o povo palestino exercesse qualquer controle sobre seus próprios recursos de combustíveis fósseis, negando-lhes as receitas fiscais e de exportação tão necessárias e deixando a economia palestina à beira do colapso.

Os custos econômicos infligidos ao povo palestino sob a ocupação estão bem documentados: restrições rígidas ao movimento de pessoas e mercadorias; confisco e destruição de propriedades e bens; perda de terra, água e outros recursos naturais; um mercado interno fragmentado e separação dos mercados vizinhos e internacionais; e a expansão dos assentamentos israelenses que são ilegais de acordo com a lei internacional.

O povo palestino também exerce apenas um controle limitado sobre seu espaço e política fiscal. De acordo com as estipulações do Protocolo de Paris sobre Relações Econômicas, Israel controla a política monetária, as fronteiras e o comércio da Palestina. Também cobra taxas alfandegárias, IVA e impostos sobre a renda dos palestinos empregados em Israel, que depois são repassados ao governo palestino.

A UNCTAD calcula que, sob a ocupação, o povo palestino perdeu US$ 47,7 bilhões em receitas fiscais no período de 2007 a 2017, incluindo as receitas vazadas para Israel e os juros acumulados. Em comparação, os gastos do governo palestino com desenvolvimento no mesmo período foram de aproximadamente US$ 4,5 bilhões.

O fechamento prolongado e as operações militares recorrentes em Gaza deixaram mais da metade da população do território vivendo abaixo da linha da pobreza e custam US$ 16,7 bilhões em PIB perdido anualmente. Esse número não leva em conta o enorme custo de oportunidade de impedir que o povo palestino use seu campo de gás natural na costa de Gaza.

Middle East Eye
Disputa pelos recursos naturais presentes no território palestino está em jogo em atual conflito no Oriente Médio
O Acordo Provisório Israelense-Palestino de 1995 sobre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, conhecido como Acordo de Oslo II, concedeu à Autoridade Nacional Palestina (ANP) jurisdição marítima sobre suas águas até 20 milhas náuticas da costa. A ANP assinou um contrato de 25 anos para exploração de gás com o British Gas Group em 1999, e um grande campo de gás, o Gaza Marine, foi descoberto entre 17 e 21 milhas náuticas da costa de Gaza no mesmo ano.

No entanto, apesar das discussões iniciais entre o governo israelense, a ANP e a British Gas sobre a venda de gás desse campo e o fornecimento da tão necessária receita para os territórios palestinos ocupados, os palestinos não obtiveram nenhum benefício.

Desde o bloqueio de Gaza em 2007, o governo israelense estabeleceu um controle de fato sobre as reservas de gás natural offshore de Gaza. Desde então, a empresa contratada, a British Gas, tem negociado com o governo israelense, ignorando efetivamente o governo palestino em relação aos direitos de exploração e desenvolvimento.

Israel também assumiu o controle do campo de petróleo e gás natural de Meged, localizado dentro da Cisjordânia ocupada. Israel afirma que o campo fica a oeste da linha de armistício de 1948, mas a maior parte do reservatório está situada sob o território palestino ocupado desde 1967. Mais recentemente, Israel começou a desenvolver novas descobertas de petróleo e gás no Mediterrâneo Oriental, exclusivamente para seu próprio benefício.

Ao se apoderar e explorar os recursos palestinos de petróleo e gás, Israel está agindo em violação à lei e ao princípio das Regulamentações de Haia, da Quarta Convenção de Genebra e de um conjunto de leis internacionais humanitárias e de direitos humanos que tratam da exploração de recursos comuns por uma potência ocupante, sem levar em conta os interesses, os direitos e as ações da população ocupada. Uma participação justa nas receitas de petróleo e gás poderia proporcionar aos palestinos um financiamento sustentável para investir em reconstrução, reabilitação e recuperação econômica de longo prazo. A alternativa é que esses recursos comuns sejam explorados individual e exclusivamente por Israel e se tornem mais um motivo para o conflito.

Por ora, a motivação imediata por parte de Israel parece estar no cumprimento do que foi iniciado no século passado. A bacia está dividida entre o Egito e Israel, e isto implica no simples fato de que o Egito pode estar “costurando por fora” um acordo com Israel também, não é difícil pensar nisso quando há na mesa uma quantidade exorbitante de dinheiro e não há indiferença. Gaza é uma faixa litorânea com 80 km de comprimento, diante do exposto, não é distante a possibilidade de surgirem geógrafos para argumentar linhas que evidenciem que a bacia não é de território palestino e com isso justificar mais incursões militares. Geólogos e economistas de recursos naturais confirmaram que o Território Palestino Ocupado encontra-se sobre grandes reservatórios de petróleo e gás natural, na Área C da Cisjordânia ocupada e na costa mediterrânea da Faixa de Gaza. No entanto, este problema envolve também o Líbano, ainda que supostamente a disputa tenha sido “resolvida” na Organização das Nações Unidas (ONU), mas não antes de Israel ameaçar ir à guerra por “suas reservas”. O campo de gás natural Leviatã está localizado na Bacia do Levante, no Mar Mediterrâneo.

O campo é de propriedade conjunta da Ratio Energies, da Chevron Mediterranean e da NewMed Energy, com participações de 15%, 39,66% e 45,34%, respectivamente. A Chevron se tornou a operadora do campo com a aquisição da Noble Energy, a operadora anterior do campo, em junho de 2020.

A Noble Energy obteve aprovação para o plano de desenvolvimento do campo do Ministério de Infraestrutura Nacional, Energia e Recursos Hídricos de Israel em junho de 2016. A decisão final de investimento no desenvolvimento da Fase 1A do campo, no valor de US$ 3,75 bilhões, foi tomada em fevereiro de 2017. A primeira produção da Fase 1A começou em dezembro de 2019. A Fase 1B do campo Leviatã aumentará a capacidade de produção de gás do campo de 12 bcm por ano para 21 bcm por ano. Os parceiros atribuíram ao projeto um orçamento de US$ 96,4 milhões para a execução da engenharia e do projeto preliminar de front-end (pré-FEED) em fevereiro de 2023. O desenvolvimento do campo Leviatã está alinhado com a visão do Ministério de Energia de Israel de substituir o carvão como combustível de geração de eletricidade até 2025.

Localização
O campo de gás Leviatã fica a 1.645 m de água na Bacia do Levante, a aproximadamente 130 km a oeste de Haifa, Palestina. Ele faz parte das licitações de Rachel e Amit e cobre uma área de 330 km². Na época da descoberta, o campo de gás Leviatã era o campo mais proeminente já encontrado na área subexplorada da Bacia do Levante, que abrange cerca de 83.000 km² da região leste do Mediterrâneo. Em relação às questões de fronteira marítima entre o Líbano e Israel sobre o campo de gás, o Líbano considerou que os campos de gás Leviatã e Tamar se estendiam ao território libanês e alegou que Israel estava ignorando esse fato. Israel retaliou ameaçando usar a força para proteger suas descobertas de gás.

Contudo, Tel Aviv continua impedindo que os palestinos desenvolvam seus campos de energia para explorar e se beneficiar de tais ativos. Dessa forma, foram negados ao povo palestino os benefícios do uso desse recurso natural para financiar o desenvolvimento socioeconômico e atender à sua necessidade de energia. As perdas acumuladas são estimadas em bilhões de dólares. Quanto mais tempo Israel impedir os palestinos de explorar suas próprias reservas de petróleo e gás natural, maiores serão os custos de oportunidade e os custos totais da ocupação suportados pelos palestinos.

As disputas e tensões envolvendo petróleo e gás natural não podem ser separadas do contexto político que as envolve e do fato de que o período em que as descobertas de gás natural foram feitas coincidiu com vários acontecimentos políticos importantes na região. O contexto político se cruza em muitos pontos cruciais com os desenvolvimentos dos recursos de petróleo e gás natural e, portanto, complica uma situação política já complexa. Ignorar essas complexidades só pode prejudicar a análise de muitos determinantes cruciais.

*Opera Mundi

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“Só agora, depois de 6 mil crianças mortas, os insanos decidem fazer um acordo”, lamenta Lula sobre trégua em Gaza

Presidente Lula afirmou que o planeta está ficando cada vez mais desumano ao comentar a guerra em Gaza.

presidente Lula fez fortes críticas a Israel e à Resistência Palestina por conta da guerra em curso na Faixa de Gaza, lamentando que somente após a morte de milhares de pessoas as partes tenham chegado a um acordo de trégua limitado a apenas quatro dias, diz o 247.

Enfurecido, ele reclamou que só depois de 6 mil mortes de crianças, os “insanos” envolvidos na guerra decidam fazer um acordo. “Precisava matar 6 mil crianças? Fazer reféns? Estamos ficando desumanos, sem sentimento, fraternidade e solidariedade. nascemos para viver em comunidade”, disse Lula durante a cerimônia de anúncio da primeira seleção de propostas do Novo Minha Casa, Minha Vida, em Brasília, nesta quarta-feira (22).

Dezenas de mulheres e adolescentes palestinos mantidos como prisioneiros políticos pelo regime de Israel por períodos que vão de alguns meses a vários anos vão conquistar a liberdade com o acordo desta quarta-feira (22) para a libertação de 50 reféns israelenses mantidos em Gaza pelo grupo militante Hamas.

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canção macabra: crianças israelenses cantam ‘vamos aniquilar todo mundo’ em Gaza

Os jovens sionistas que cantam louvores ao genocídio do povo palestiniano fazem lembrar a H_tlerjugend da Alemanha nazi, parte da nazificação da juventude alemã. H_tlerjugend mais tarde juntou-se aos massacres, incêndios criminosos e estupros da SS.

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Ordem de ‘evacuação imediata’ por Israel leva pacientes a deixarem às pressas hospital em Gaza

Segundo a ONU, 2,3 mil pacientes, entre eles bebês prematuros, cuidadores e pessoas deslocadas estão abrigadas no hospital al-Shifa.

Soldados israelenses que realizam, pelo quarto dia consecutivo, uma operação no hospital al-Shifa, em Gaza, ordenaram na manhã deste sábado (18/11) a evacuação imediata do local, por alto-falantes. Israel assegura que o Hamas, no poder nos territórios palestinos, utiliza o estabelecimento como base militar.

Segundo a ONU, 2,3 mil pacientes, cuidadores e pessoas deslocadas estão abrigadas no hospital. Após os avisos que ecoaram por Gaza, centenas de pessoas começaram a deixar o local.

O exército israelense também telefonou para o diretor do hospital para exigir “a retirada de todos”. O diretor Mohammed Abou Salmiya já havia recusado, esta semana, uma ordem semelhante, alegando a complexidade da operação. Cerca de 120 pacientes, entre eles bebês prematuros, não têm condições de serem removidos, alega o hospital.

Há dias, soldados israelenses entraram nos serviços de al-Shifa, “prédio por prédio”, para interrogar as pessoas e revistar o complexo médico, o maior da Faixa de Gaza, segundo o exército israelense. A eletricidade parou de funcionar há vários dias e os chefes de departamento relatam que várias dezenas de pacientes morreram “porque equipamentos médicos vitais pararam de funcionar devido à queda de energia”.

Combustível a conta-gotas
Nesta sexta (17/11), uma primeira entrega de combustível chegou à Faixa de Gaza depois da autorização de Israel, a pedido dos Estados Unidos. Dois caminhões-tanque de combustível devem poder ingressar por dia no território palestino, para abastecer infraestruturas básicas, inclusive hospitais, e telecomunicações. A escassez afetou os geradores e interrompeu a entrada de ajuda humanitária nas regiões.

*Opera Mundi

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Agência da ONU diz que tanques de Israel usam escolas em Gaza

Philippe Lazzarini, chefe da agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), afirma que seu escritório tem recebido informações de que pelo menos duas escolas das Nações Unidas em Gaza estão sendo usadas como base de operações militares por parte de Israel.

A denúncia foi feita nesta quinta-feira na sede da ONU em Genebra, durante uma coletiva de imprensa de Lazzarini.

Israel tem acusado o Hamas de usar hospitais e escolas como parte de sua estratégia de guerra e colocando esses locais como escudos contra eventuais ataques israelenses.

De acordo com o chefe da entidade, se isso se confirmar, trata-se de um ato “grave”. Sua agência indicou que tanques israelenses estariam nos locais.

Pelo direito humanitário internacional, escolas e hospitais não podem ser alvos militares. Sua suspeita é de que existe uma ação deliberada para enfraquecer as operações da ONU em Gaza.

Lazzarini ainda apontou que as comunicações voltaram a ser suspensas em Gaza. O problema seria a falta de combustíveis. “Isso significa que, em breve, o cerco vai matar mais que as bombas”, alertou.

De acordo com ele, o volume de combustível que Israel permitiu que entrasse em Gaza nos últimos dias é insuficiente e não permite que a ajuda humanitária continue. O total entregue seria de apenas meio caminhão e, mesmo assim, sob condições. Israel teme que o combustível seja usado pelo Hamas.

Para a ONU, o deslocamento de mais de 1,5 milhão de pessoas em Gaza é o maior êxodo de palestinos desde 1948. “E isso está ocorrendo diante de nossos olhos”, lamentou.

Na avaliação de Lazzarini, se não houver uma ação real para uma ajuda humanitária, a ordem civil pode entrar em colapso em Gaza nos próximos dias.

*Jamil Chade/Uol

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Civis em Gaza podem morrer de fome imediatamente, diz órgão da ONU

Apenas 10% dos fornecimentos alimentares necessários chegam hoje à Faixa de Gaza; situação piora com abrigos lotados e a chegada do inverno.

O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas afirmou que civis na Faixa de Gaza enfrentam “fome generalizada”, uma vez que só 10% do fornecimento alimentar necessário entra no território desde o início da guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas. E a situação tende a piorar, diz o Metrópoles.

“Com a chegada do inverno, os abrigos inseguros e sobrelotados e a falta de água potável, os civis enfrentam a possibilidade imediata de morrer de fome”, afirmou Cindy McCain, diretora executiva do órgão da ONU.

Nas palavras dela, a existência de apenas uma passagem na fronteira piora o cenário. “A única esperança é abrir outra passagem segura para o acesso humanitário à Gaza para levar alimentos que salvam vidas”, continuou.

Em Gaza, mercados fecharam
O Programa Alimentar Mundial confirmou o fechamento da última padaria que mantinha em parceria com a população por falta de combustível. O projeto tinha 130 padarias do mesmo tipo, todas que forneciam alimento aos civis e agora estão interrompidas.

De acordo com McCain, dos 1.129 caminhões que entraram em Gaza desde a abertura da passagem fronteiriça de Rafah, em 21/10, apenas 447 transportavam alimentos. Nos cálculos do órgão da ONU, isso é suficiente para satisfazer 7% das necessidades calóricas mínimas diárias da população.

A situação descrita é impressionante: 25% das lojas contratadas pelo programa da ONU seguem funcionando, e em outras os produtos acabaram; os mercados locais fecharam; e os preços estão muito inflacionados. A maioria sobrevive com uma refeição por dia. Quem tem sorte consegue produtos enlatados, cebolas e berinjelas cruas.

“O colapso das cadeias de abastecimento alimentar é um ponto de viragem catastrófico numa situação já terrível, em que as pessoas foram privadas de necessidades básicas”, apontou Samer Abdeljaber, diretor do programa da ONU na Palestina. “As pessoas estão passando fome.”

 

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Não tendo mais como negar, Netanyahu admite genocídio de civis em Gaza e diz que não tem como controlar

Para uma coisa servirá a declaração cínica de Netanyahu, admitindo a carnificina em Gaza, promovida pelo exército terrorista de Israel, para calar a boca de quem chama de antissemita quem denuncia o exército assassino dos sionistas de praticar o massacre cruel, sobretudo contra crianças.

A declaração de Netanyahu não muda absolutamente nada. O sionismo seguirá apostando que, tendo a mídia industrial comendo em suas mãos, como acontece, por exemplo, com a Globo e afins aqui no Brasil, Israel reduzirá o repúdio universal dos povos e que, logo depois, a coisa cairá no esquecimento e que as pessoas não lembrem que o Estado de Israel foi imposto aos palestinos debaixo de um genocídio idêntico aos piores da história da humanidade.

 

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Forças Armadas de Israel invadem maior hospital de Gaza a procura de combatentes do Hamas

Hospital Al-Shifa, que sofre com cortes de eletricidade e água, está abrigando além do corpo médico e feridos, nove mil pessoas que fogem dos bombardeios.

As Forças Armadas israelenses realizam nesta quarta-feira (15/11), 40° dia de guerra, uma operação no hospital Al-Shifa, no norte da Faixa de Gaza, onde se abrigam milhares de pessoas, entre doentes, corpo médico e moradores que fugiram dos bombardeios. Em um comunicado, Israel afirma que o objetivo é capturar membros do grupo Hamas que, segundo o exército israelense, estariam escondidos em um setor específico do hospital.

Testemunhas afirmam que dezenas de soldados israelenses entraram encapuzados e atirando para o alto no local, exigindo que todos os cidadãos acima de 16 anos se entregassem. Um jornalista da AFP indica que as pessoas no interior do Al-Shifa, entre pacientes, refugiados e integrantes da equipe médica, são interrogados até mesmo dentro do serviço de emergência do local.

Os hospitais do norte da Faixa de Gaza são palco de uma situação catastrófica, sem eletricidade, água e alimentos. Em entrevista à rádio Monte Carlo Doualiya, do mesmo grupo da RFI, Mostapha Khaalout, diretor do hospital pediátrico de Rantissi, a cerca de 2 quilômetros do Al-Shifa, revelou que o hospital onde trabalha também não funciona mais em plena capacidade e que “milhares de crianças” não podem continuar o tratamento delas: “Algumas sofrem de problemas cardíacos, outras têm câncer; há também casos de doenças renais”.

“Já no hospital Al-Shifa a situação é dramática. Ele está cercado pelas forças israelenses e mortos são empilhados nos corredores. Os corpos não podem ser enterrados porque quando se tenta sair do hospital, os soldados atiram contra as pessoas. Cachorros de rua estão comendo os cadáveres”, detalhou.

Al-Shifa: o maior hospital de Gaza
O Al-Shifa, que é o maior hospital de Gaza está localizado no distrito de Rimal, no oeste litorâneo da cidade. De acordo com o governo do Hamas, ele foi construído em 1946 durante o mandato britânico e, desde então, foi ampliado várias vezes.

Ainda na noite de terça-feira (14/11), o exército israelense lançou uma “operação direcionada” dentro do hospital. Uma porta-voz da OMS em Genebra disse que havia 400 equipes médicas no hospital e que 3 mil civis haviam se refugiado no local para se proteger dos bombardeios. O vice-ministro da Saúde do governo do Hamas disse à agência AFP no domingo (12/11) que um ataque aéreo israelense havia “destruído completamente” o prédio do departamento de cardiologia.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês) disse no domingo que a “infraestrutura essencial”, incluindo tanques de água, equipamentos da maternidade e o centro de armazenamento de oxigênio médico, havia sido danificada desde o início da guerra, acrescentando que três enfermeiras haviam sido mortas.

Uma ambulância que saía do hospital foi o alvo de um ataque aéreo israelense que matou 15 pessoas no início de novembro. O exército israelense acusou o Hamas de “usar” esse veículo.

Hospital al-Rantissi
O hospital pediátrico al-Rantissi fica próximo ao hospital Al-Shifa, no oeste da cidade de Gaza. Na segunda-feira, o exército israelense entrou no hospital e disse que havia descoberto um porão seguro usado como um “centro de comando e controle do Hamas”. Ele acrescentou que havia encontrado várias armas.

O exército também suspeita que esse porão tenha sido usado para manter os reféns sequestrados durante o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro. O Hamas denunciou o ataque como “um evento encenado”.

No sábado, o exército israelense anunciou que havia matado Ahmed Siam, “um comandante do Hamas”, que, segundo ele, “mantinha cerca de mil habitantes de Gaza como reféns no hospital al-Rantissi”.

O diretor de hospitais na Faixa de Gaza, Mohammed Zaqout, falou de pacientes “nas ruas sem atendimento” após as “evacuações forçadas” de dois hospitais pediátricos, al-Nasr e al-Rantissi.

Em 2019, o hospital al-Rantissi foi equipado com um departamento de oncologia pediátrica – o único na Faixa de Gaza – parcialmente financiado por uma organização humanitária americana. Ele compartilha algumas de suas atividades com o outro hospital pediátrico de Gaza, o al-Nasr, localizado nas proximidades.

Hospital al-Quds
Inaugurado no início dos anos 2000, esse hospital tem cerca de cem leitos. De acordo com o Crescente Vermelho Palestino, que o administra, ele parou de funcionar no domingo. As reservas de combustível, que são essenciais para o funcionamento dos geradores que produzem eletricidade, estavam esgotadas na ocasião.

Na noite de terça-feira, o Crescente Vermelho anunciou que havia evacuado o hospital, que estava “sob cerco há mais de dez dias”, publicando imagens de pacientes e médicos chegando à cidade de Khan Yunes, mais ao sul.

No início da semana, o exército israelense relatou trocas de tiros entre seus soldados e homens armados posicionados na entrada do hospital, afirmando que “21 terroristas foram mortos”. De acordo com o Ocha, desde o início da guerra, cerca de 14 mil pessoas se refugiaram no hospital.

O hospital foi atingido por ataques aéreos durante a ofensiva israelense em dezembro de 2008 e janeiro de 2009. Seu departamento de emergência e outros foram reconstruídos, principalmente graças ao financiamento francês.

Hospital financiado pela Indonésia
Inaugurado em 2015, esse hospital, cuja construção foi financiada pela Indonésia, está localizado em Jabaliya, um enorme campo de refugiados no norte da Faixa de Gaza, e tem capacidade para 110 leitos, de acordo com seu diretor Atef al-Kahlot, citado por vários meios de comunicação.

De acordo com o governo do Hamas, 30 pessoas foram mortas nesse hospital após os bombardeios israelenses. Em 28 e 29 de outubro, após avisos de evacuação do exército israelense, a área ao redor do hospital foi bombardeada, de acordo com o Ocha.

Em 5 de novembro, o exército israelense alegou que o hospital havia sido usado para esconder um centro de comando e controle subterrâneo do Hamas. O movimento islâmico palestino negou o fato.

*Opera Mundi