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Netanyahu reage a fala de Lula sobre guerra: “Cruzou linha vermelha”

O presidente Lula comparou os ataques de Israel na Faixa de Gaza ao massacre de judeus na Alemanha nazista, promovido por Adolf Hitler.

Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparar os ataques de Israel na Faixa de Gaza ao massacre de judeus na Alemanha nazista, promovido por Adolf Hitler, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou as falas do petista e anunciou que irá convocar o embaixador brasileiro em Israel para “uma dura conversa de repreensão”, segundo o Metrópoles.

Netanyahu reage contra Lula
Porém, essa fala de Lula não foi bem vista tanto entre a comunidade judaica quanto entre as autoridades israelenses. Em resposta às declarações do presidente do Brasil, Netanyahu afirmou que o petista “banalizou” o Holocausto e tentou “prejudicar o povo judeu” e o “direito de Israel de se defender”.

rata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, escreveu o primeiro-ministro israelense no X (antigo Twitter).

Netanyahu prosseguiu: “Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até a vitória completa, e faz isso ao mesmo tempo que defende o direito internacional”.

O premiê ainda informou que solicitou que o ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz, convocasse “imediatamente” o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, “para uma dura conversa de repreensão”.

Também por meio do X, Katz afirmou que as palavras de Lula são “vergonhosas e graves”. “Ninguém prejudicará o direito de Israel se defender. Ordenei ao pessoal do meu gabinete que convoque o embaixador brasileiro para uma chamada de repreensão amanhã”, finalizou o chanceler israelense.

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Os palestinos de Gaza não têm para onde ir

Após ter deslocado palestinos para o sul de Gaza, Israel agora ataca Rafah, após ter destruído toda a Faixa, deixando os palestinos sem ter para onde fugir.

No dia 9 de fevereiro de 2024, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que seu exército invadiria Rafah, a última cidade remanescente em Gaza não ocupada pelos israelenses. A maioria dos 2,3 milhões de palestinos que vivem em Gaza fugiram para a sua fronteira sul com o Egito depois de serem informados pelos israelenses, no dia 13 de outubro de 2023, que o norte deveria ser abandonado e que o sul seria uma “zona segura”. Quando os palestinos do norte, especialmente da cidade de Gaza, começaram a marcha para o sul – muitas vezes a pé – foram atacados pelas forças israelenses, que não lhes deram passagem segura. Os israelenses disseram que tudo o que estivesse ao sul de Wadi Gaza, que divide a estreita Faixa de Gaza, seria seguro, mas quando os palestinos se deslocaram para Deir-al-Balah, Khan Younis e Rafah, depararam-se com jatos israelenses os seguindo e com as tropas israelenses os perseguindo. Agora, Netanyahu disse que suas forças entrarão em Rafah para combater o Hamas. Em 11 de fevereiro, Netanyahu disse à NBC News que os israelenses forneceriam “passagem segura para a população civil” e que não haveria “catástrofe”.

Catástrofe

O uso da palavra “catástrofe” é significativo. Essa é a tradução aceita em português da palavra “nakba”, utilizada desde 1948 para descrever a remoção forçada, naquele ano, de metade da população palestina de suas casas. O uso do termo por Netanyahu se dá depois de altos funcionários do governo israelense já terem falado de uma “Nakba de Gaza” ou de uma “Segunda Nakba”. A utilização dessas frases fez parte do requerimento da África do Sul à Corte Internacional de Justiça (CIJ) em 29 de dezembro de 2023, alegando que fazem parte das “expressões de intenção genocida contra o povo palestino por parte de autoridades do Estado israelense”. Um mês depois, a CIJ disse que havia evidências “plausíveis” de genocídio sendo conduzido em Gaza, destacando as palavras das autoridades israelenses. Uma das autoridades, o ministro da Defesa israelense Yoav Gallant, disse: “Eu suspendi todas as restrições [para a ação militar]” (o que foi citado tanto na queixa sul-africana quanto na ordem da CIJ).

Netanyahu disse que não haveria “catástrofe” depois que mais de 28 mil palestinos foram mortos e depois que dois milhões dos 2,3 milhões de palestinos em Gaza foram deslocados, o que é intrigante. Desde a ordem da CIJ, o exército israelense matou quase 2 mil palestinos. O exército israelense já começou a atacar Rafah, uma cidade com uma densidade populacional de 22 mil pessoas por quilômetro quadrado. Em resposta ao anúncio israelense de que entrariam na cidade de Rafah, o Conselho Norueguês para Refugiados (NRC) – um dos poucos grupos que operam na parte sul de Gaza – declarou que essa invasão “poderia levar a resposta humanitária a um colapso”. O NRC avaliou nove dos abrigos existentes em Rafah, que abrigam 27,4 mil civis, e descobriu que os residentes não têm água potável. Como os abrigos estão extenuados, operando com 150% da capacidade, centenas de palestinos estão vivendo nas ruas. Em cada uma das áreas estudadas pelo NRC, os refugiados palestinos foram acometidos por hepatite A, gastroenterite, diarreia, varíola, piolhos e gripe. Devido ao colapso dessa resposta humanitária do NRC e das Nações Unidas – cuja agência UNRWA perdeu seu financiamento e está sob ataque dos israelenses – a situação se deteriorará ainda mais.

Passagem segura

Netanyahu diz que seu governo fornecerá uma “passagem segura” aos palestinos. Essas palavras têm sido ouvidas pelos palestinos desde meados de outubro, quando lhes foi ordenado que continuassem indo para o sul para evitar que fossem mortos pelos bombardeios israelenses. Ninguém acredita em nada do que Netanyahu diz. Saleem, um agente de saúde palestino, me disse que não consegue imaginar nenhum lugar seguro em Gaza. Ele chegou ao bairro de al-Zohour, em Rafah, vindo de Khan Younis, caminhando com a família, desesperado para sair do alcance das armas israelenses. “Para onde vamos agora?”, ele me pergunta. “Não podemos entrar no Egito. A fronteira está fechada. Portanto, não podemos ir para o sul. Não podemos entrar em Israel, porque isso é impossível. Devemos ir para o norte, de volta a Khan Younis e à Cidade de Gaza?”

Saleem se lembra que, quando chegou a al-Zohour, os israelenses atacaram a casa do Dr. Omar Mohammed Harb, matando 22 palestinos (entre eles, cinco crianças). A casa foi destruída. O nome do Dr. Omar Mohammed Harb me marcou porque me lembrei de que há dois anos sua filha Abeer se casaria com Ismail Abdel-Hameed Dweik. Um ataque aéreo israelense ao campo de refugiados de Shouhada havia matado Ismail em agosto de 2022. Abeer foi morta no ataque à casa de seu pai, que era um refúgio para os que fugiam do norte. Saleem mudou-se para essa área de Rafah. Agora ele está inquieto. “Para onde ir?”, ele pergunta.

Domicídio

Em 29 de janeiro de 2024, o relator especial da ONU sobre o direito à moradia adequada, Dr. Balakrishnan Rajagopal, escreveu um forte ensaio no The New York Times intitulado “Domicídio: a destruição em massa de casas deve ser um crime contra a humanidade”. Acompanhando seu artigo, havia um ensaio fotográfico de Yaqeen Baker, cuja casa foi destruída em Jabalia (norte de Gaza) pelo bombardeio israelense. “A destruição de casas em Gaza”, escreveu Baker, “tornou-se comum, assim como o sentimento de que ‘o importante é que você esteja seguro – todo o resto pode ser substituído'”. Essa é uma avaliação compartilhada em Gaza entre aqueles que ainda estão vivos. Mas, como diz o Dr. Rajagopal, a escala da destruição de moradias em Gaza não deve ser considerada um fato natural. Trata-se de uma forma de “domicídio”, um crime contra a humanidade.

O ataque israelense a Gaza, escreve o Dr. Rajagopal, é “muito pior do que o que vimos em Dresden e Roterdã durante a Segunda Guerra Mundial, onde cerca de 25 mil casas foram destruídas em cada cidade”. Em Gaza, segundo ele, mais de 70 mil unidades habitacionais foram totalmente destruídas e 290 mil foram parcialmente danificadas. Nesses três meses sob fogo israelense, ele observa, “um número chocante de 60% a 70% das estruturas em Gaza e até 84% das estruturas no norte de Gaza foram danificadas ou destruídas”. Devido ao domicídio, não há lugar para onde os palestinos de Rafah possam ir caso sigam para o norte. Suas casas foram destruídas. “Essa destruição de Gaza como um lugar”, reflete o Dr. Rajagopal, “apaga o passado, o presente e o futuro de muitos palestinos.” Essa declaração do Dr. Rajagopal é um reconhecimento do genocídio que está ocorrendo em Gaza.

Enquanto falo com Saleem, o som do avanço israelense pode ser ouvido à distância. “Não sei quando poderemos falar em seguida”, diz ele. “Não sei onde estarei.”

(*) Vijay Prashad é um historiador, editor e jornalista indiano. É redator bolsista e correspondente-chefe da Globetrotter. É editor da LeftWord Books e diretor do Tricontinental: Institute for Social Research. Escreveu mais de 20 livros, incluindo The Darker Nations e The Poorer Nations. Seus livros mais recentes são Struggle Makes Us Human: Learning from Movements for Socialism e (com Noam Chomsky) The Withdrawal: Iraq, Libya, Afghanistan, and the Fragility of U.S. Power.

*Opera Mundi

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Gaza está ‘inabitável’, e ONU não consegue determinar escala exata do ‘desastre’

Morte de observadores internacionais e jornalistas após ataques israelenses dificulta documentação de danos no território palestino, diz diretora de órgão que investiga vítimas de conflitos armados.

Gaza está agora “inabitável”, de acordo com o Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas. Desde 7 de outubro, o enclave tem sido alvo de bombardeios incessantes e indiscriminados. Sem acesso, os observadores internacionais ainda estão lutando para determinar a escala exata do desastre.

Em novembro passado, o relator especial da ONU para a moradia, Balakrishnan Rajagopal, estimou que “45% das unidades habitacionais em Gaza haviam sido destruídas ou danificadas pelo ataque israelense”. Em dezembro, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borell, descreveu uma situação “apocalíptica” em Gaza. Segundo ele, o nível de destruição era igual ou até maior do que o da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.

Com o passar dos meses, os bombardeios continuaram do norte ao sul da Faixa de Gaza. No local, há cada vez menos observadores internacionais, o que torna cada vez mais difícil entender a situação. “Muitos jornalistas morreram e outros foram embora. Temos cada vez menos imagens e dados para analisar os tiros e bombardeios”, lamenta Emily Tripp, diretora da Airwars. A ONG investiga vítimas civis de conflitos armados. “Quando você mata as pessoas que documentam e testemunham os danos causados por cada ataque, você também impede a possibilidade de fazer um balanço e identificar os criminosos”, afirma.

A Airwars está acostumada a coletar todas as imagens e informações possíveis para cada incidente que detecta. “Há também muitas organizações parceiras que não conseguem mais se comunicar com suas equipes em campo. Portanto, elas não podem nos ajudar a verificar os fatos e a análise é, portanto, muito complexa”, sublinha Tripp.

Emily Tripp, no entanto, faz uma comparação. “Após a batalha por Raqqa [a principal cidade síria recapturada do grupo Estado Islâmico, em 2017], a ONU declarou que 80% da cidade era inabitável. A campanha aérea liderada pelos Estados Unidos e seus aliados durou seis meses. Já sabemos que as forças israelenses usaram mais munições e com maior frequência e maior grau de imprecisão em três meses em Gaza do que a coalizão internacional usou em seis meses em Raqqa”, comparou.

O Ministério da Saúde do Hamas já contabilizou mais de 26.700 mortos e 65.000 feridos desde o início da operação militar. “Além do impacto humano, estamos testemunhando a destruição de uma sociedade inteira”, diz a especialista. “Escolas, encanamentos de água, mesquitas… tudo foi destruído. Tudo está destruído”, afirmou.

Todos os especialistas chegam à mesma conclusão: em suas carreiras, eles nunca viram uma guerra de tamanha intensidade. “Todas as principais infraestruturas foram afetadas, tornando a vida extremamente difícil, se não impossível, em certas partes de Gaza”, explica Christina Wille, diretora da Insecurity Insight. Essa associação sediada na Suíça analisa o impacto da violência sobre a população civil em termos de segurança alimentar, saúde e educação. “Em algumas áreas, mesmo que você encontre comida, não conseguirá cozinhá-la porque não há água”.

Milhares de feridos, não há mais hospitais

Da mesma forma, a falta de água, combustível, eletricidade e, neste caso, de medicamentos, está afetando o funcionamento dos hospitais. Como você pode operar sem equipamento, sem luz?”, pergunta Wille. Sem eletricidade, também não há incubadora para bebês prematuros. “Se um médico não pode lavar as mãos, há sérios problemas de saúde. Há consequências em cascata”, diz.

Os hospitais também foram afetados pelos bombardeios. Alguns diretamente”, lamenta Christina Wille, “outros indiretamente, por meio de explosões nos arredores”. Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que havia organizado uma missão de alto risco para reabastecer o hospital Al-Shifa, no norte de Gaza. O hospital, que costumava ser o principal hospital da Cidade de Gaza, não tem mais uma maternidade ou serviços pediátricos. O principal gerador de oxigênio do hospital foi destruído.

De acordo com a OMS, apenas sete dos 24 hospitais no norte de Gaza continuam abertos. Eles estão funcionando apenas parcialmente. O mesmo se aplica ao sul de Gaza, onde apenas sete dos 12 hospitais estão parcialmente operacionais, segundo a agência da ONU.

“Com o Hospital Nasser e o Hospital Europeu em Gaza não funcionando mais, praticamente não há mais sistema de saúde em Gaza”, diz Guillemette Thomas, coordenadora médica da ONG Médicos Sem Fronteiras na Palestina.

*Oriane Verdier/Opera Mundi

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Opinião

A Conib precisa tomar um banho de realidade

O manifesto em prol do genocídio em Gaza, em que Israel já assassinou, até aqui, mais de 16 mil crianças e bebês, onde subcelebridades nativas, meteram o chamegão, merece nota, mas não as notinhas plantadas.

Essas notinhas publicadas em colunas sociais dos vassalos brasileiros ou das manchetes trôpegas dos barões da mídia, em prol da carnificina perpetrada pelos cães raivosos do exército terrorista de Israel, hoje, enfrentam uma outra realidade que só aumentará contra os sionistas.

A reação da União Europeia contra a arrogância do genocida-mor, Benjamin Netanyahu, sentenciando em “rede mundial” que o projeto de Israel é dominar militarmente, em cem por cento, o território palestino para que, em hipótese nenhuma, surja qualquer possibilidade  acordo que contemple os dois Estados, o de Israel e o da Palestina.

Diante dos olhos do mundo, o troço desceu quadrado, o que fez com que, pressionados pela população mundial, muitos chefes de Estados mudassem de posição, ou no mínimo, colocassem suas barbas de molho, tirando o apoio incondicional ao genocídio de Israel.

Ou seja, está acontecendo exatamente o que o grande intelectual, Milton Santos, escreveu em seu livro fundamental, “Por uma outra Globalização”, que mereceu a produção de um excelente documentário dirigido por Silvio Tendler. Isso torna ainda mais imbricado a compreensão do seu posicionamento pró-Israel diante do mar de sangue que os sionistas promovem na Palestina.

Ainda ontem, pude confirmar a força do que disse Milton Santos, com a sua clarividência sobre uma outra globalização que, há vinte anos, estava apenas começando, que é a globalização das pessoas, porque, pela primeira na história, as máquinas de produção, que sempre estiveram nas mãos dos países mais fortes e das classes dominantes, perdiam, através das novas tecnologias da informação, a hegemonia totalitária que sempre pautou os rumos do planeta, e sentencia o que já se começa a assistir agora, afirmando que, com a revolução informacional, as pessoas se aproximariam muito mais, não importando em que parte do mundo elas estejam.

Com isso, o sentimento humano por todo o mundo, formaria uma só pulsação contra as tiranias de toda a ordem, o que faria o mundo respirar um outro ar.

Pois bem, neste domingo (21) , deparei-me com duas crianças vendendo balas, e me ofereceram para comprar, respondi que não tinha dinheiro, somente cartão, quando a menina, na mesma passada do irmão, disse, mas a gente faz Pix, então, meio constrangido, disse, eu não sei fazer Pix e nem estava com o celular. Um olhou para o outro e começaram a rir, ou estavam me achando um grande mentiroso para justificar a negativa ou era de outro planeta.

Fico pensando que as multidões que estão indo às ruas no mundo todo contra Israel, só aumentarão, porque as imagens do genocídio em Gaza, sobretudo de crianças, correm todo o planeta.

E não há rede Globo, a mando da bolsonarista Conib, (Confederação Israelita do Brasil) dentro e fora do Brasil, com tantas congêneres que possam mudar essa realidade, principalmente porque as gerações que chegam, estão muito mais envolvidas e dominando cada vez mais rápido e melhor toda a tecnologia digital e, certamente, todos resistirão daqui por diante.

Trocando em miúdos, o que quero  dizer é que toda aquela calhordice colonial que Israel impôs à Palestina durante 76 anos, com o apoio e nutrição da grande mídia, é coisa do passado. O mundo já é outro e, com certeza, a cúpula sionista, mesmo com aquela arrogância, já deve ter entendido isso.

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Militares israelenses destruíram cemitérios na Faixa de Gaza

Lápides foram destruídas, o solo revolvido e corpos foram desenterrados em cemitérios palestinos; Cenas não se repetiram em cemitérios onde há judeus e cristãos enterrados, mostram imagens.

Os militares israelenses profanaram pelo menos 16 cemitérios na sua ofensiva terrestre em Gaza, descobriu uma investigação da CNN, deixando lápides destruídas, solo revolvido e, em alguns casos, corpos desenterrados.

Em Khan Younis, no sul de Gaza, onde os combates aumentaram no início dessa semana, as forças israelenses destruíram um cemitério, removendo corpos no que as Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram à CNN ser parte de uma busca pelos restos mortais de reféns sequestrados pelo Hamas durante o ataque terrorista de 7 de outubro.

A CNN revisou imagens de satélite e de redes sociais mostrando a destruição de cemitérios e testemunhou isso em primeira mão enquanto viajava com as FDI em um comboio.

Juntas, as provas revelam uma prática sistêmica em que as forças terrestres israelenses avançaram através da Faixa de Gaza.

A destruição intencional de locais religiosos, como cemitérios, viola o direito internacional, exceto em circunstâncias restritas relacionadas com o fato desse local se tornar um objetivo militar, e especialistas jurídicos disseram à CNN que os atos de Israel podem constituir crimes de guerra.

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Gideon Levy: se não é um genocídio em Gaza, então o que é?

Principal articulista do Haaretz supõe cenário em que Estado sionista sairá ileso da ação sul-africana por crime de genocídio e contra-argumenta declarações de Israel na Corte Internacional de Justiça.

Em um artigo de opinião publicado neste domingo (14/01) pelo jornal israelense Haaretz, o colunista Gideon Levy, também israelense, especulou com um possível cenário em que o Estado de Israel saia ileso do processo que enfrenta na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, no qual é acusado de o governo de Benjamin Netanyahu é acusado de cometer um genocídio contra os palestinos residentes na Faixa de Gaza.

“Suponhamos que a posição de Israel em Haia seja correta e justa, e que Israel não tenha cometido nenhum genocídio ou algo próximo disso. Então o que é isso? Como você chama o assassinato em massa, que continua enquanto estas linhas são escritas, sem discriminação, sem restrições, em uma escala difícil de imaginar?”, foram os questionamentos de Levy que introduziram o texto.

A coluna foi redigida poucos dias após o início das audiências em Haia. A África do Sul, como país denunciante, apresentou um dossiê de 84 páginas detalhando os desastres causados pelas ações dos militares israelenses em território palestino e pedindo aos juízes do mais alto tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) para que ordenem a suspensão imediata das operações militares na Faixa de Gaza.

No entanto, mesmo com a morte de ao menos, 25 mil palestinos, Israel rebateu as acusações, classificando-as de “panfleto” e alegando “distorção de conteúdo”.

Nesse sentido, o jornalista do Haaretz mencionou a situação das crianças hospitalizadas que perderam seus parentes, idosos que lutam contra a fome, deslocados que abandonam seus lares em busca de segurança.

“Israel respirará aliviado se o Tribunal rejeitar a acusação. Se isto não for um genocídio, a nossa consciência ficará limpa novamente. Se Haia entender que não está acontecendo um genocídio, seremos mais uma vez os mais morais do mundo”, afirmou Levy.

Ainda de acordo com o colunista, os veículos de comunicação e as redes sociais israelenses deixaram transparecer sua parcialidade ao elogiar a equipe jurídica que representou Tel Aviv em Haia. Um dos indícios é que, antes mesmo do início das audiências, os meios israelenses evitaram divulgar a posição e as denúncias apresentadas pela África do Sul.

Levy avalia que essa estratégia prova “mais uma vez” que os veículos israelenses ultrapassaram “o ponto mais baixo de todos os tempos”, em sua cobertura dos acontecimentos relacionados à guerra.

Gideon Levy: se não é um genocídio em Gaza, então o que é?
“Era difícil saber se ria ou chorava [em relação à defesa israelense]. Como quando argumentam que só o Hamas é o culpado pelas condições em Gaza e que Israel não tem participação nisso. Dizer isto a uma instituição internacional de prestígio é pôr em dúvida e insultar a inteligência dos seus juízes”, expressou o jornalista, criticando as justificativas que foram apresentadas por Malcolm Shaw, chefe da equipe de defesa de Israel, de que os ataques foram operados de forma “proporcional” e que tiveram como foco “apenas as forças armadas” situadas em Gaza.

“‘Apenas contra as forças armadas’, perto de multidões de crianças mortas? Do que ele está falando? ‘Fazer ligações para evacuar os não envolvidos’. Quem ainda tem um telefone em funcionamento em Gaza e exatamente para onde é que deveriam evacuar neste inferno onde não resta um único pedaço de terreno seguro?”, criticou o colunista.

O artigo também questiona o sistema jurídico israelense, uma vez que Shaw alegou que o mesmo ouvirá “os soldados” caso eles tenham “violado as leis que regem a guerra”. Nesse contexto, o Haaretz exemplifica a Operação Chumbo Fundido, uma ofensiva militar das Forças Armadas de Israel (IDF) em Gaza que ocorreu entre 2008 e 2009. Na ocasião, apenas quatro soldados foram indiciados por crimes e, entre eles, somente um foi enviado para a prisão, tendo como motivo o “roubo de cartão de crédito”. Já aqueles que bombardearam inocentes “nunca foram indiciados”.

Levy ainda acrescenta critica às declarações de Galit Rejwan, também da delegação israelense na Corte, que afirmou que as IDF trabalham na transferência de hospitais para “um local mais seguro”. No entanto, os relatos diários da imprensa e de autoridades locais comprovam que não existe “lugar seguro” no território palestino.

“É claro que nada disto prova que Israel cometeu genocídio. O tribunal decidirá isso. Mas é possível se sentir bem com tais argumentos na defesa? Se sentir bem depois da audiência em Haia? Se sentir bem depois de Gaza?”, conclui o colunista do Haaretz.

*Opera Mundi

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Sem novas trocas de reféns, familiares israelenses tentam impedir ajuda humanitária a Gaza

Em protesto, manifestantes procuraram bloquear passagem de Kerem Shalom e exigiram que governo negasse entrada de recursos básicos a palestinos até que seus parentes fossem libertados pelo Hamas.

Familiares de reféns israelenses se mobilizaram, nesta terça-feira (09/01), para acessar a passagem de Kerem Shalom em uma tentativa de impedir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. A medida foi tida como uma forma de protesto contra o “fracasso” na libertação de seus parentes, que seria possível por meio de uma negociação entre as autoridades de Tel Aviv com o grupo de resistência palestina Hamas.

Os manifestantes exigiram que Israel negasse toda a ajuda humanitária aos palestinos, enquanto os “136 israelenses em Gaza permanecessem em cativeiro”.

No entanto, as próprias forças de segurança do Estado judeu acabaram intervindo o protesto e bloqueando o comboio que transportava esses familiares. De acordo com a polícia, o veículo foi detido porque estava em uma “zona militar fechada” já designada.

Ao portal de notícias israelense Ynet, uma das manifestantes que tentou fechar o acesso de uma das únicas fronteiras que possibilitam o transporte de recursos básicos aos palestinos, afirmou que os reféns israelenses “também precisam de ajuda humanitária”: “É hora de acabar com essa piada”, concluiu.

Ainda de acordo com o Ynet, as famílias estão planejando uma segunda tentativa de chegar a Kerem Shalom nos próximos dias.

À medida que a crise humanitária entre os palestinos se agrava, Israel é cada vez mais pressionado pela comunidade internacional para permitir a entrada de ajuda na Faixa de Gaza.

Nesta terça-feira, o próprio representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) para os palestinos expressou preocupação com relação aos recursos limitados que chegam em Gaza, afirmando que “é muito pouco” e que “é tarde demais, especificamente no norte”.

Já o coordenador das equipes médicas de emergência do organismo, Sean Casey, declarou que há fome em Gaza, e que a assistência humanitária, principalmente a de alimentos, é “desesperadamente necessária”.

Até o momento, o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza mais de 23 mil palestinos mortos pelas ofensivas israelenses, sendo que a grande maioria desse número é composta por mulheres e crianças. Além disso, pelo menos 59 mil estão feridos, o que representa aproximadamente 2,7% da população total de Gaza.

Já as autoridades israelenses contabilizam cerca de 1.200 de seus civis mortos. De acordo com o Estado judeu, 240 foram tomados como reféns, dos quais, oficialmente, 132 permanecem em cativeiro após uma trégua humanitária de sete dias negociada entre as autoridades israelenses e o Hamas, que resultou na libertação de 105.

Enquanto outros foram libertados fora do acordo temporário entre as partes do conflito, três morreram por engano pelos próprios soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF).

*Opera Mundi

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Política

‘Judeus de esquerda são perseguidos por criticar genocídio em Gaza’, afirma entidade

Comunicado da Articulação Judaica de Esquerda repudia assédio da Polícia Federal contra jornalista Breno Altman e lembra que investigação é fruto de pedido da Conib, ‘entidade representada pelo advogado da família Bolsonaro’.

A investigação da Polícia Federal (PF) contra o jornalista Breno Altman foi alvo de mais um comunicado de repúdio, desta vez da Articulação Judaica de Esquerda, que divulgou mensagem neste sábado (30/12) em solidariedade ao fundador de Opera Mundi.

Na nota, a entidade afirmou que considera a ação da PF como uma “tentativa de censura”, e acrescentou que esse tipo de situação afeta não somente Altman como outras pessoas da comunidade judaica no Brasil que expressão opiniões críticas ao governo de Israel.

Vale lembrar que a investigação contra Breno Altman é resultado de um pedido da Confederação Israelita Brasileira (Conib) para que sejam apagados os comentários feitos pelo jornalista em suas redes sociais com críticas ao sionismo e à ofensiva militar israelenses que já causou a morte de mais de 21 mil civis palestinos na Faixa de Gaza.

“Forças ultraconservadoras insatisfeitas com a repercussão das críticas de Breno Altman, um dos intelectuais judeus e de esquerda mais conhecidos no Brasil, desistiram de debater com suas ideias e agora tentam censurá-lo”, manifesta a Articulação Judaica de Esquerda.

*Opera Mundi

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Depois de bombas, falta de água e alimentos, Gaza enfrenta surto de doenças infecciosas

Há quase três meses convivendo com os bombardeios diários e bairros inteiros destruídos por Israel, a população de quase 2,3 milhões da Faixa de Gaza enfrenta um surto de doenças infecciosas. A guerra na região já deixou mais de 21,3 mil palestinos mortos, a maioria mulheres e crianças.

Após bombas, falta de água potável e alimentos, a Faixa de Gaza convive com a constante ameaça de um grande surto de doenças infecciosas. O alerta é do chefe da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“À medida que as pessoas continuam sendo massivamente deslocadas no sul da Faixa de Gaza, com algumas famílias forçadas a se mover várias vezes e muitas se abrigando em instalações de saúde superlotadas, meus colegas da OMS e eu permanecemos muito preocupados com o aumento da ameaça de doenças infecciosas”, disse Tedros no X.

Os números na região já são alarmantes: pelo menos 180 mil pessoas sofrem com doenças respiratórias, enquanto outros 136 mil casos de diarreia também foram registrados, a maioria em crianças menores de cinco anos.

Além disso, houve 55.400 casos de piolhos e sarna; 5.330 casos de catapora; e 42.700 casos de doenças na pele. Por conta dos bloqueios por terra, ar e água promovidos por Israel, a chegada de kits para controle das doenças, medicamentos e testes acontece a conta gotas e não é suficiente para toda a população.

A situação fica ainda pior por conta do colapso em todas as unidades de saúde do território, que também não foram poupadas pelos ataques israelenses. Em toda a Faixa de Gaza, mais de 80% da população estão desabrigadas e vivem em abrigos improvisados.

Cerca de dois milhões de pessoas passam fome no território — ou 90% da população — diante da pouca ajuda humanitária que tem entrado através do posto de controle de Rafah, na fronteira com o Egito. Outros 15% estão em situação de catástrofe, com fome e exaustão.

*Sputnik

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Presidente do Irã pede que Papa interceda por palestinos

Ebrahim Raisi enviou mensagem ao pontífice por ocasião do Natal.

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, enviou uma mensagem ao papa Francisco por conta do Natal e pediu que ele ajude a “interromper o massacre em Gaza”, onde mais de 20 mil pessoas já morreram desde o início do atual conflito entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas, diz o Ópera Mundi.

Segundo o mandatário iraniano, o elevado número de vítimas é resultado da “falta de ação por parte das organizações internacionais”.

“Espero que haja em breve uma iniciativa internacional para acabar com o assassinato de civis inocentes”, disse Raisi para o pontífice.

O presidente do Irã, aliado do Hamas, também desejou “saúde” ao Papa e “prosperidade para todos os seguidores de Jesus Cristo”.