Bolsonaro evita comentar conteúdo de conversa em que sabota numa articulação a derrubada do líder do PSL na Câmara dos Deputados.
Bolsonaro evitou nesta quinta-feira comentar o conteúdo do áudio em que pede o apoio de deputados do PSL para destituir o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (GO), mas disse que, se suas conversas foram gravadas e divulgadas, ocorreu uma “desonestidade”.
Bolsonaro afirmou apenas que conversou com parlamentares e que não irá tratar “publicamente” desse assunto.
O áudio foi revelado na quarta-feira pela revista “Época” .
Eu falei com alguns parlamentares. Me gravaram?
Deram uma de jornalista?
Eu converso com deputados. Eu não trato publicamente desse assunto. Converso individualmente. Se alguém grampeou o telefone… Primeiro, é uma desonestidade — disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.
De acordo com a legislação, se o áudio foi gravado pelo interlocutor com quem Bolsonaro conversou não configura crime.
No áudio, Bolsonaro diz que irá ligar para deputados para conseguir as 27 assinaturas necessárias para retirar Delegado Waldir da liderança.
Bolsonaro diz ainda que “não tem outra alternativa” a não ser derrubar o delegado Waldir por meio de uma lista.
Queda de braços
O requisito para a troca de líder é a assinatura de mais da metade da bancada junto ao pedido.
Os bolsonaristas conseguiram as assinaturas de mais de metade dos 53 deputados na noite desta quarta-feira.
A ideia é que Eduardo Bolsonaro (SP) seja o novo líder.
Logo depois, os aliados de Luciano Bivar, presidente da sigla, protocolaram uma nova lista, com 32 assinaturas, pedindo a permanência de Waldir.
A deputada Carla Zambelli (SP) ainda protocolou, no fim da noite, uma terceira lista com 27 assinaturas.
Como há um impasse, porém, não é possível saber se alguma das três será considerada válida.
A decisão cabe ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que precisa referendar qualquer troca de líder.
*Com informações de O Globo