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Os acasos da promotora bolsonarista que acusou o porteiro de mentir

Fico imaginando um conto de Machado de Assis sobre esse fato.

Sim, porque não é um fato qualquer, é um fato clássico de picaretagem militante. Machado de Assis, certamente, faria uma festa com ele.

A moça, antes de mais nada, é do MP do Rio, o mesmo que em um ano não conseguiu encontrar o Queiroz.

Queiroz é o coringa do baralho de Bolsonaro.

O faz tudo do “mito” numa parceria de 35 anos. Isso não é pouca coisa.

Queiroz é o Bombril do hôme, aquele que está muitos degraus acima de Moro na hierarquia do escritório do crime.

Mas a promotora, Carmen Carvalho, que não esconde de ninguém sua devoção a Bolsonaro, o mesmo que nunca escondeu sua devoção aos mais violentos milicianos, descobriu que no dia do assassinato de Marielle, o porteiro confundiu as bolas, e achou que falou com Bolsonaro, e não com o miliciano que participou do crime bárbaro da vereadora, opositora aferrada de Carlos Bolsonaro na câmara. Tudo uma enorme coincidência.

Tanto que o varão do clã que já condecorou uma penca de milicianos, nem desconfiava que era vizinho de um que acrescenta-se, traficante internacional de armas, justo o que assassinou a opositora de Carlos Bolsonaro na Câmara.

É muita coincidência também que a procuradora que acusou o porteiro de mentir, seja uma fã dos deputados do PSL que quebraram a placa de Marielle, como a própria diz no seu Instagram.

E quem, no planeta, não sabe da ligação, da veneração dos dois deputados por Bolsonaro?

Então, as circunstâncias da morte de Marielle parece que são comemoradas pela promotora. Sim, até porque a quebra da placa que homenageia Marielle, em plena campanha eleitoral, ao lado do hoje governador Wilson Witzel, considerado um assassino contumaz, causou uma explosão histérica na manada bolsonarista presente no comício, como se fosse um gol no Maracanã.

Assim, a atração, o que é muito mais do que uma mera aproximação, tornou-se, no caso do porteiro, apenas uma complementação das atitudes da promotora.

Lembrando também que a engenhosa operação surgiu do Planalto do próprio acusado, acionando o seu Ministro da Justiça, Sergio Moro, para que ele, já possivelmente, com a cola de quem deveria ser a promotora do caso, entregasse a Aras para que ele conduzisse a investigação através de uma inimiga declarada de Marielle. Tudo coincidência, lógico.

O cenário político que vem elevando a temperatura, tem como protagonista, de um lado, o sumiço de Queiroz e, do outro, o massacre da população pobre, que é a imensa maior parte do povo brasileiro. Massacre dos direitos e da renda, massacre dos empregos e a flagrante condenação à miséria que as medidas do governo Bolsonaro estão levando para os mais pobres são, de fato, uma bomba relógio, com o que, Bolsonaro já disse estar preocupado.

Agora mesmo, Eduardo Bolsonaro, em outras palavras, disse que, se a esquerda quiser radicalizar, ou seja, se aprofundar nos casos Queiroz, Adélio, Marielle e, agora, do porteiro, teremos novamente um AI-5, jogando para as costas das Forças Armadas a responsabilidade de soldados da milícia.

É tudo muito curioso, é tanta coincidência que chega-se a desconfiar que não é, até porque Bolsonaro que, de forma cômica, diz que o establishment é seu inimigo quando, na verdade, é quase uma extensão do clã, já não separa mais em fronteiras a alta cúpula da elite brasileira da cúpula do mais barra pesada crime organizado carioca. Tudo se transformou em uma única meleca bolsonarista.

Ninguém exerce oposição sobre ninguém e todos ganham. Lógico, com a “culpa do porteiro”.

Na foto da capa com Amorim, a promotora aparece com a Medalha Tiradentes pendurada no pescoço. Ela foi agraciada com a maior honraria do Legislativo fluminense em setembro deste ano, por iniciativa do deputado Delegado Carlos Augusto (PSD). “Sempre tive certeza de que a minha árdua tarefa de vida seria o combate aos criminosos, que acabam com a paz no Rio de Janeiro”, disse Carmen na ocasião. Tudo coincidência, tudo obra do acaso.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

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Bolsonaro conspira contra seu próprio líder, é gravado e diz que isso é desonestidade

Bolsonaro evita comentar conteúdo de conversa em que sabota numa articulação a derrubada do líder do PSL na Câmara dos Deputados.

Bolsonaro evitou nesta quinta-feira comentar o conteúdo do áudio em que pede o apoio de deputados do PSL para destituir o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (GO), mas disse que, se suas conversas foram gravadas e divulgadas, ocorreu uma “desonestidade”.

Bolsonaro afirmou apenas que conversou com parlamentares e que não irá tratar “publicamente” desse assunto.

O áudio foi revelado na quarta-feira pela revista “Época” .

Eu falei com alguns parlamentares. Me gravaram?

Deram uma de jornalista?

Eu converso com deputados. Eu não trato publicamente desse assunto. Converso individualmente. Se alguém grampeou o telefone… Primeiro, é uma desonestidade — disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.

De acordo com a legislação, se o áudio foi gravado pelo interlocutor com quem Bolsonaro conversou não configura crime.

No áudio, Bolsonaro diz que irá ligar para deputados para conseguir as 27 assinaturas necessárias para retirar Delegado Waldir da liderança.

Bolsonaro diz ainda que “não tem outra alternativa” a não ser derrubar o delegado Waldir por meio de uma lista.

Queda de braços

O requisito para a troca de líder é a assinatura de mais da metade da bancada junto ao pedido.

Os bolsonaristas conseguiram as assinaturas de mais de metade dos 53 deputados na noite desta quarta-feira.

A ideia é que Eduardo Bolsonaro (SP) seja o novo líder.

Logo depois, os aliados de Luciano Bivar, presidente da sigla, protocolaram uma nova lista, com 32 assinaturas, pedindo a permanência de Waldir.

A deputada Carla Zambelli (SP) ainda protocolou, no fim da noite, uma terceira lista com 27 assinaturas.

Como há um impasse, porém, não é possível saber se alguma das três será considerada válida.

A decisão cabe ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que precisa referendar qualquer troca de líder.

 

 

*Com informações de O Globo

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Vídeos: Brasil reage ao fascismo

Se for feito um resumo efetivo do que aconteceu nos últimos dias no Rio de Janeiro, a conclusão será de que o fascismo, incluindo a questão do preconceito, começa a enfrentar uma forte resistência dentro da sociedade.

O comportamento odioso de dois deputados do PSL invadindo o Colégio Pedro II, também no Rio de Janeiro, para tentar intimidar o reitor e os alunos, mereceu um repúdio preciso dos próprios alunos, que os expulsaram da instituição, como mostra o vídeo.

A mesma PM causadora de conflitos nas periferias e favelas, diante da revolta dos moradores da Comunidade Para-Pedro, com o assassinato do jovem Kelvin Gomes, de 17 anos, protagonizou um dos mais violentos episódios promovidos pela política genocida de Wilson Witzel, atirando com fuzil em moradores desarmados, contrariando o discurso oficial de que a PM só atira em traficantes.

A questão é que, como mostra o vídeo, a PM não intimidou os moradores da comunidade, que a enfrentaram e filmaram aquela atrocidade, mesmo a PM disparando três tiros de fuzil na direção dos manifestantes. Isso pode ser um sinal de que o comportamento da sociedade começa a trazer uma natureza de resistência e luta.

A ampliação dessa revolta popular encontrou um enorme eco nas redes sociais. Não demora, teremos uma massa da população se rebelando contra essa violência do Estado que tem resultado em mortes de inocentes, como a menina Ágatha e o jovem Kelvin.

Isso, sem falar que o governo Bolsonaro, em nove meses, produziu mais escassez e, com isso, o aumento significativo da pobreza e da miséria, além de estimular a violência contra as camadas mais pobres da população. Tudo isso é um barril de pólvora pronto para ser detonado, bastando apenas uma fagulha, o que não está longe de acontecer.

A conferir.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas