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VÍDEO: Moro é ignorado por Alexandre de Moraes ao tentar puxar conversa

Na semana em que foi chamado de “criminoso contumaz” por Walter Delgatti, Moro foi solenemente ignorado por Alexandre de Moraes, que foi chamado de amigo e aplaudido por ex-ministros de Bolsonaro em evento do PP, diz a Forum.

Em uma semana difícil, em que chegou a ser chamado de “criminoso contumaz” por Walter Delgatti ao tentar uma lacração durante o depoimento do hacker à CPMI dos Atos Golpistas, o senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR) foi solenemente ignorado ao tentar puxar conversa com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O flagra foi feita pela equipe do SBT que fazia a cobertura do Fórum Brasileiro de Inteligência Artificial, realizado nesta sexta-feira (18) em Brasília pela Fundação Milton Campos, instituição ligada ao PP.

Em uma sala do evento, Moro estava à frente de Moraes e tentou puxar conversa: “como é que estão as coisas lá, agitadas?”, perguntou o ex-juiz, recebendo como resposta um sorriso seco do ministro.

https://twitter.com/i/status/1692678812444581994

 

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O negócio obscuro de Jorge Hardt, pai da juíza Gabriela Hardt ignorado pela Lava Jato

Leandro Demori*

Em fins de abril de 2007 a Petrobras emitiu um documento que passou batido dentro da burocracia da empresa. Era uma liberação de acesso incomum. No papel timbrado com seu logotipo oficial, a Gerência de Engenharia da Petrobras SIX – a Unidade de Industrialização de Xisto da petroleira, situada em São Mateus do Sul, no Paraná – autorizava o engenheiro Jorge Hardt Filho a entrar com seu computador pessoal da marca Toshiba dentro das dependências da fábrica.

Jorge Hardt Filho conhecia cada palmo daquele lugar. O engenheiro químico foi um dos primeiros a chegar na planta industrial da SIX no começo dos anos 1970, quando a empresa estatal tentava criar uma tecnologia própria para a extração de óleo e de outros derivados das pedras que afloravam na região paranaense. Anos depois, eles conseguiriam. A técnica – única no mundo, mais eficiente e ecológica que as demais operadas em outros países – foi patenteada sob o nome de Petrosix®.

Mal se aposentou da Petrobras SIX, Jorge Hardt passou a atuar como consultor de empresas privadas do setor, em um típico movimento de porta giratória, quando funcionários públicos adquirem conhecimento no Estado para depois fazer carreira no mercado. Naquele momento, em 2007, quando teve acesso às dependências da fábrica de sua ex-empregadora levando na bolsa seu computador Toshiba, Hardt trabalhava para a consultoria Tecnomon. Contratada pela SIX, a Tecnomon participava de um projeto de modernização da planta da Petrobras.

Pouco mais de um ano depois, Jorge Hardt foi novamente contratado por uma empresa privada, desta vez a Engevix, empreiteira que ficou famosa por ser uma das investigadas durante a operação Lava Jato – seus diretores e o próprio presidente foram presos sob ordens do então juíz Sérgio Moro. O nome de Jorge Hardt está em destaque em outro Documento Interno do Sistema Petrobras, este emitido em fins de setembro de 2008.

No papel, a Petrobras pedia que fossem enviados a Hardt e a outras pessoas “documentos classificados como corporativos, reservados e confidenciais”.

A partir desses acessos, Jorge Hardt e três funcionários aposentados da Petrobras SIX protagonizaram uma trama que descambaria em investigações sobre pirataria industrial, uso indevido de documentos secretos, armações contra a petroleira e uma tentativa de vender um processo de transformação do xisto que seria uma cópia do Petrosix.

Rodando o mundo

O acesso concedido a Jorge Hardt, João Carlos Gobbo e João Carlos Winck – dois também ex-funcionários da SIX que atuavam para a Engevix – tinha um propósito: a Petrobras queria vender a tecnologia Petrosix mundo afora. Em junho de 2008, a estatal assinou um contrato com a Engevix para tentar negociar o Petrosix em outros países. Foi graças a esse contrato que Hardt e os demais tiveram acesso aos documentos internos da empresa que contavam todos os segredos da tecnologia.

O contrato de 18,2 milhões de dólares determinava que a Engevix levaria o Petrosix para ser negociado no Marrocos, nos Estados Unidos e na Jordânia. Um trecho do contrato mostra que Hardt foi escalado para o time da empreiteira.

Dois anos depois, ao fim do contrato, os projetos do Marrocos e dos EUA foram abandonados. Na Jordânia, no entanto, a prospecção andou: a Petrobras recebeu autorização do governo jordaniano para estudar a exploração de reservas de xisto na área de Wadi Maghara, a 2ª melhor do pais.

Mas a Petrobras precisava de um parceiro para dividir os custos e os riscos da operação. Em fevereiro de 2011, com os estudos da Engevix na mão, a petroleira firmou acordo com o Forbes & Manhattan, um banco canadense que possui participações ou opera empresas mineradoras pelo mundo. O que parecia um salto em direção ao globo se mostraria, em pouco tempo, uma passada de pernas monumental.

Você pagou com traição

Em setembro de 2012, um ano e meio depois da assinatura de parceria com a Forbes & Manhattan, uma bomba explodiu dentro da Petrobras. No dia 19 daquele mês, o gerente geral da SIX, Jose Alexandrino Machado, marcou uma reunião de urgência com seus gerentes executivos. Na conversa, Machado mostrou slides de outra empresa, a Irati Energia, controlada pelo grupo Forbes & Manhattan. Machado alegava que a Irati – formada por ex-funcionários da SIX – estava divulgando no mercado global ser detentora de uma tecnologia que, nas palavras dele, era uma “Petrosix melhorada”.

Machado foi além: mostrou imagens comprovando que a Irati exibia em seus prospectos informações privadas retiradas de dentro da Petrobras SIX. E o mais chocante: a Irati teria requerido, poucas semanas antes, licença para pesquisa e mineração de áreas próximas à planta da SIX no Paraná, região que estava mapeada apenas em estudos geológicos confidenciais realizados pela própria Petrobras SIX. Como a Forbes tinha acesso àqueles materiais?

As conversas com a Forbes & Manhattan foram interrompidas naquele mesmo dia. Aprofundando a investigação, os funcionários da Petrobras descobriram mais um movimento dos canadenses: por meio de outra de suas controladas, a Forbes estava tentando explorar xisto na Jordânia, justamente o país onde Petrobras e Forbes mantinham parceria para exploração conjunta. Mais tarde, viria à tona que o próprio governo jordaniano questionara os canadenses, em uma reunião ocorrida no começo daquele ano de 2012, para que a empresa esclarecesse a razão de o grupo estar buscando explorar a mesma área por duas vias diferentes. A Forbes mostrava uma mão e escondia a outra.

As suspeitas de pirataria logo recaíram sobre Jorge Hardt Filho e seus ex-colegas de Petrobras. Apesar de expirada como patente, vários componentes indispensáveis para a transformação de xisto estavam protegidos legalmente dentro da tecnologia Petrosix – ao menos seis deles. Além de tudo, no documento que dava a Hardt e a seus parceiros acesso a informações secretas da petroleira, uma cláusula de confidencialidade vetava o uso daquelas informações fora do escopo do contrato com a Engevix.

As suspeitas se intensificaram quando a petroleira fez uma busca por novos requerimentos de patente no Brasil e no exterior: tanto aqui como lá fora, Jorge Hardt Filho, João Carlos Winck e João Carlos Gobbo apareciam como requerentes de patentes de um processo muito semelhante ao Petrosix, chamado Prix. Nas descrições comerciais do Prix, ele era apresentado como um processo “com mais de 30 anos de comprovada operação”.

Era mentira. O Prix, na verdade, jamais foi testado na prática. É, até hoje, um projeto em papel. Os “mais de 30 anos de comprovada operação” se referem, obviamente, ao Petrosix. O Prix era, de fato, um “Petrosix melhorado”.

Informações privilegiadas

Em novembro daquele 2012, a Petrobras criou um grupo para investigar o caso. Em um Relatório de Comissão Interna de Apuração, publicado 42 dias depois, a empresa foi taxativa: “as evidências apontadas permitiram identificar que as empresas IRATI ENERGIA, FORBES ENERGY e GOSH, todas vinculadas ao grupo FORBES & MANHATTAN, utilizaram-se de informações privilegiadas”.

Manhattan, a empresa canadense tentou limpar a sujeira. Enviou comunicações ao governo da Jordânia reconhecendo a “inconveniente participação” do mesmo grupo em negócios concorrentes, afirmando que permaneceria no país apenas no consórcio com a Petrobras. O movimento era óbvio: sem a Petrobras, não haveria o Petrosix. E sem a tecnologia, a Forbes, sozinha, não tinha nada para apresentar.

A Petrobras descobriria mais tarde que a Forbes tentara ainda vender um projeto para uma empresa chinesa usando imagens internas obtidas nas dependências da SIX.

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Investigação seletiva

No relatório de investigação da Petrobras, dois personagens que ganhariam destaque anos depois aparecem como responsáveis por assinar documentos com a Forbes & Manhattan em nome da estatal: Demarco Jorge Epifânio e Jorge Luiz Zelada. Ambos seriam presos e condenados pela Lava Jato. Demarco e Zelada tiveram suas vidas reviradas – seus crimes, no entanto, não passaram pelo caso da Petrosix, que jamais foi investigado por Deltan Dallagnol e sua turma de procuradores.

O pai de Gabriela Hardt, a juíza substituta de Moro em diversas ocasiões durante a operação, também passou incólume. A Engevix, para a qual Jorge Hardt trabalhou, teve seus negócios revirados pelos investigadores da Lava Jato. Foi Gabriela Hardt que determinou, por exemplo, a prisão de José Dirceu por acusação de ter recebido propinas da própria Engevix que empregou seu pai. O caso da Petrosix, no entanto, passou em branco pelos olhos sempre atentos de Curitiba.

Ao vencedor, as jazidas

Há duas recomendações importantes no relatório produzido pela investigação interna da Petrobras:

1️⃣ Notificar extrajudicialmente as empresas por uso de propriedade intelectual para impedir que continuem usando os materiais;

2️⃣ Desaconselhar “futuros contratos com a empresa FORBES & MANHATTAN e qualquer empresa a ela vinculada direta ou indiretamente”.

Dois meses antes de deixar o poder, no entanto, Jair Bolsonaro não apenas ignorou a recomendação da própria Petrobras de nunca mais fazer negócios com os canadenses, como vendeu a Petrobras Six justamente para eles, a mesma Forbes & Manhattan que tentou passar a perna na estatal durante anos.

A Forbes pagou cerca de R$ 200 milhões pela fábrica, o equivalente a apenas um ano de lucro da SIX – e levou junto a tão cobiçada tecnologia Petrosix. De um jeito ou de outro, venceu.

O governo Lula tem agora 15 meses para passar o controle total aos canadenses da recém privatizada Petrosix. Uma investigação no Tribunal de Contas de União, que corre sob sigilo, pode esclarecer ainda mais os pontos obscuros desse negócio. Ainda dá tempo de evitar o pior.

*A Grande Guerra

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O jeca: Totalmente ignorado pelos líderes, Bolsonaro fica isolado no G20

Pelas janelas de vidro do suntuoso local escolhido para sediar a cúpula do G20, em Roma, a luz do sol parecia criar um ambiente especial. Nos autofalantes, uma música calma dava um tom de sofisticação. O ambiente com design italiano era de elegância e tinha como objetivo criar uma certa intimidade entre líderes que, juntos, representam 80% da economia do planeta.

Mas, num canto da sala, um homem parecia desconfortável: Jair Bolsonaro.

Segundo Jamil Chade, Uol, num local reservado e de altíssima segurança. Blindados, os líderes tinham naquela área um raro espaço quase confidencial para discutir o futuro do planeta.

E assim parecia ser o caso. Numa rodinha informal, Angela Merkel (Alemanha), Emmanuel Macron (França), Antônio Guterres (ONU) e Ursula van der Leyen (UE) debatiam a maneira que iriam pressionar a comunidade internacional para criar um fundo conjunto para garantir a distribuição de vacinas.

Mas, num canto da sala, um homem parecia sem interlocutores para debater política: Jair Bolsonaro.

Em outras rodinhas informais, a conversa era menos estratégica. Scott Morrison (Austrália), Justin Trudeau (Canadá) e Narendra Modi (Índia) e Boris Johnson (Reino Unido) falavam sobre como a pandemia exigiu uma nova forma de saudar entre as pessoas.

Mas, num canto daquela sala em Roma, um homem parecia sem amigos para conversar: Jair Bolsonaro.

Sobrou ao presidente tentar, sem sucesso, atrair a atenção dos garçons

Também existia espaço para conversas no pé do ouvido. Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, puxou Van der Leyen para
debater o futuro da agência de Saúde. Mark Rutte, da Holanda, também fez questão de buscar seus principais aliados para conversas individuais.

Cada um deles, ao entrar no local e antes da cúpula oficial começar, encontrava rapidamente um velho amigo, um aliado ou um parceiro comercial. Quando o brasileiro chegou, não teve opção: cruzou o salão e foi diretamente para uma mesa onde garçons serviam um café. Nesse trajeto, não foi cumprimentado por ninguém, não parou para apertos de mão.

Com um dos garçons, puxou conversa: “Todo mundo italiano aí?”. Sem graça, o senhor que servia apenas fez um gesto positivo com a cabeça.

Bolsonaro não desistia e falou de suas origens italianas. Mas não conseguia atrair a atenção dos garçons. Começou então a fazer uma piada com a final entre Brasil e Itália, na Copa de 1970. Ninguém entendeu.

O brasileiro então se virou para o restante do salão e se deparou com um cenário de grupos que falavam entusiasmadamente sobre assuntos dos mais diversos. Ele, porém, permaneceu por longos minutos sozinho, apenas apontando o dedo para aqueles que ele achava reconhecer.

Quando um de seus seguranças se aproximou, Bolsonaro brincou e, em plena Itália, lançou mais comentário por conta da aparência do profissional: “máfia”.

Seus assessores foram atrás de amigos. E encontraram um deles: Tayyip Erdogan, presidente da Turquia e acusado de um desmonte da democracia. Antes de se aproximar ao turco, Bolsonaro lançou aos seus auxiliares: “me ajuda ai”.

A conversa, repleta de mentiras por parte do brasileiro, durou apenas alguns poucos minutos, sem gerar um só sorriso por parte do líder turco. Bolsonaro não perguntou como estava a Turquia, não falou das relações bilaterais e nem fez propostas para salvar o mundo.

Poucos instantes depois, outro líder que estava na roda e que foi ignorado pelo brasileiro decidiu virar as costas e falar com outro grupo. Era Olaf Scholz, o provável novo chanceler da Alemanha.

 

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