Categorias
Opinião

Não foi Lula que chamou Moro de juiz imoral, tendencioso, parcial, injusto, faccioso, partidário, foi o STF

Não foi Lula e sim Gilmar Mendes que, na Rádio Gaúcha, foi bastante claro, “eu não adivinhei que eles, (Moro e Dallagnol) estavam montando uma máquina para fazer dinheiro. Porque a fundação Dallagnol ia manejar R$ 2,5 milhões com dinheiro público da Petrobras para fazer política, que eles diziam ser combate à corrupção”.

Não é no governo Lula que o ministro da Justiça deixa que todas as investigações sobre o assassinato de Marielle sejam barradas. Isso ocorreu no governo Bolsonaro em que seu vizinho, Ronnie Lessa, assassinou friamente Marielle e Anderson, e a única coisa que Sergio Moro fez foi dar uma prensa no porteiro do Vivendas da Barra para forçá-lo a mudar a versão de que foi da casa 58, do Seu Jair a ordem para liberar a entrada do comparsa do assassino, Élcio de Queiroz.

Ronnie Lessa, que jamais foi investigado pelo ministro Sergio Moro sobre o tráfico internacional de armas, que era de sua alçada, já que, sob posse do assassino, a polícia encontrou 117 fuzis.

Moro acha mesmo que esquecemos o seu crime contra a presidência da República quando cometeu, não um, mas uma tríade de crimes, grampeando, de forma ilegal, a presidenta Dilma, editando, criminosamente a gravação do grampo e repassando para a mídia, também de maneira criminosa, a gravação da ligação de Dilma para Lula?

Felipe Neto tem toda razão, pois, ao contrário do que Moro disse hoje no Senado, sua maior dor será a de ter que conviver com o fato de que hoje ele só está vivo e seguro, graças ao trabalho das pessoas que ele perseguiu e tentou arruinar de todas as formas.

Ora, esse sujeito acha mesmo que suas palavras no Senado, afirmando que Lula fomentou ataques contra, quando, na verdade, o governo Lula desbaratou uma facção criminosa para salvar sua vida e de sua família, enquanto Lula foi preso sem vírgula de provas apresentadas pelo Ministério Público de Dallagnol e, consequentemente, elas nunca foram apresentadas na decisão de Moro de condenar presidente Lula por crime de corrupção.

Moro deveria usar a tribuna do Senado para rebater, com provas, o que Reinaldo Azevedo não cansa de desafiá-lo, para que mostre em qual parágrafo de sua sentença ele apresentou provas para tal patifaria que impediu Lula de disputar e vencer a eleição de 2018, para Bolsonaro ser eleito e o patife cínico, Moro, ser o ministro da Justiça e Segurança Pública e cumprir o trabalho de capanga da milícia.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Militares se decepcionam e se revoltam com Bolsonaro

É grande a revolta dos praças e graduados das Forças Armadas – soldados, cabos, sargentos e tenentes – com Jair Bolsonaro, em que votaram maciçamente e agora chamam de traidor, por conta do projeto de reforma da previdência militar, que deve ser sancionado até a semana que vem. A nova regra favorece a alta oficialidade em detrimento das baixas patentes, afora o aumento de cinco anos no tempo para aposentadoria. Por outros motivos, é também grande, segundo fontes que ouvi, com acesso a militares graduados, a insatisfação da cúpula com os rumos do governo Bolsonaro.

Esta é uma inflexão importante, chegando mesmo a ser uma notícia boa nas circunstâncias atuais. Só não sabe quem não quer da predisposição de Bolsonaro para algum tipo de ruptura institucional que lhe confira poderes autocráticos mas sem apoio militar ele não ousará qualquer tipo de golpe. Terá que jogar nas regras do sistema, apostando na reeleição em 2022, se tiver condições para isso. Como a popularidade está em baixa, a confiança em queda livre e a econômica se recusa a reagir, a reeleição vai ficando improvável, e passa a depender muitíssimo dos resultados econômicos, especialmente da geração de emprego e renda.

A alta oficialidade, favorecida pelo projeto, está quieta à espera de que Bolsonaro sancione a nova lei sem vetos. Já a tropa está fazendo um alarido danado, inclusive nas redes sociais, onde se pode ver o seguinte acróstico com a palavra mito.

M – Mentirosa

I – Injusto

T – Traidor

O – Omisso

“Cabos e soldados estão com raiva do presidente e dos oficiais”, disse em entrevista à Agência Pública o cabo reformado do Exército Marcelo Machado, presidente da Associação Nacional dos Militares do Brasil (ANMB). Detectada a revolta, assessores de Bolsonaro cogitam consertar as coisas através de um novo projeto de lei mas nesta altura isso é difícil. Se for sancionado sem vetos, os militares terão agora que permanecer 35 anos, e não os 30 atuais, em atividade antes de se aposentarem. A maior revolta, entretanto, é com a discriminação. Estão previstos aumentos salariais até 2022 que contemplam os oficiais com até 45% de aumento, ao passado que para os de baixa patente estão previstas aumentos de apenas 4%, afora outras vantagens garantidas aos primeiros. Os generais passarão a ganhar R$ 33.900,00.

E com isso, a economia de R$ 97 bilhões que o governo esperava fazer com a reforma dos militares foi quase toda consumida. Agora o superávit conseguido será de no máximo R$ 2,29 bilhões até 2022 e R$ 10,45 bilhões em dez anos. Já com a reforma dos civis, muito mais dura e supressora de direitos, o governo economiza pelo menos R$ 800 bilhões em dez anos, dinheiro que está sendo retirado dos trabalhadores.

O projeto foi aprovado a toque de caixa na Câmara e no Senado, onde os militares de baixa patente não conseguiram apoio dos bolsonaristas para suas reivindicações. Foi no PT e no PSOL, partidos que a direita bolsonarista chama de comunistas, que encontraram apoio.

Já a insatisfação dos altos oficiais é com a pirotecnia ideológica de Bolsonaro, com a política externa irresponsável, com a postura de alguns ministros, com o entreguismo sem limites e os sinais de que o arrocho fiscal promovido por Guedes pode resultar em uma grande onda de protestos, pois o tempo está passando e a situação só piorando.

 

 

*Tereza Cruvinel/247